quinta-feira, dezembro 22, 2005

As minhas escolhas

Em vésperas de Natal, aqui ficam as minhas escolhas para a reabertura do mercado nacional.

Algumas escolhas são absolutamente consensuais, outras nem tanto, mas é isto o futebol.

Na táctica mais utilizada pelos treinadores nacionais (4-2-3-1), escolhi um “onze” de qualidade.

GUARDA REDES –Moretto
DEFESA DIREITO – Rui Duarte (já fazia dupla com Nelson nas minhas escolhas da época passada)
DEFESA CENTRAL –Van der Gaag (mais um repetente)
DEFESA CENTRAL – José Castro
DEFESA ESQUERDO – Jorge Luiz (outra vez)
MÉDIO TRINCO – Andrés Madrid
MÉDIO CENTRO – Vandinho (já conhecido da época passada)
MÉDIO DIREITO – Edson
MÉDIO CRIATIVO – Benachour
MÉDIO ESQUERDO – Ndoye
PONTA LANÇA – Marcel (outro repetente)

Para além dos titulares ainda se arranja um banco à altura: Marcos, Nunes, Miguelito, Lucas, Manuel José, Saganovsky, Bruno Fogaça.

PS: Já agora, Bom Natal...

sábado, dezembro 17, 2005

Claro… como água

Ronald Koeman assume que houve falta no lance que deu o golo e a vitória na partida do Benfica frente ao Nacional da Madeira.

Este simples facto não deveria merecer um “post” mas, em Portugal, seguramente é noticia um treinador assumir que foi beneficiado.

Como diz o ditado: “Contra factos não há argumentos” e a verdade é que os “encarnados” venceram 1-0, num lance em que Luisão faz falta sobre Diego, saltando a bola para Nuno Gomes que não falhou.

É verdade que o árbitro teve outros erros, vários, para as duas equipas, mas aquele é o lance que marca o jogo.

Gostaria que, agora, para além do técnico holandês, também os dirigentes “encarnados” assumissem o erro do árbitro que os beneficiou.

Aqui, o Benfica podia marcar a diferença e não aparecer só quando é prejudicado.

PS: O que dizer da táctica em 5-5-0 que Manuel Machado utilizou até ao golo de Nuno Gomes? Era um autocarro?, um comboio?

“Neste inferno, fazemos milagres” (*)

Em altura de bolo-rei, saiu ao Benfica “a fava” no sorteio da Liga dos Campeões.

O actual titular do ceptro europeu, vai ser o adversário dos “encarnados” nos oitavos-de-final da Champions e, em minha opinião, não podia ser pior.

É certo que o “menu” à disposição do campeão nacional não se apresentava fácil, mas, mesmo assim, ainda se conseguia encontrar uns menos maus ou pelo menos alguns que ainda deixavam acesa a luz da esperança (no caso, especialmente, o Arsenal).

A pergunta é: porque é que o Liverpool é a equipa mais complicada?

Especialmente porque, ao contrário do Manchester United, tem uma defesa fortíssima, onde lidera Sammy Hypia, e um treinador espanhol que, pouco a pouco, tem transformado a maneira de jogar e a “disciplinou”, controlando os andamentos do jogo.

Como disse, a defesa é forte (não perdem e não sofrem golos há vários jogos), o meio-campo tem, por exemplo, Xabi Alonso e, especialmente, Gerrard, na frente as opções são muitas e variadas: Morientes, Luís Garcia, Cissé e aquele poste que dá pelo nome de Crouch.

O Benfica para passar precisava de uma equipa com lacunas defensivas, que o Liverpool não tem, e que arriscasse no ataque, o que o Liverpool não faz.

Aliás, não é à toa que o Chelsea, de Mourinho, tem tido cada vez mais problemas para lhes vencer.

A esperança é a última a morrer, mas realmente o cenário não parece nada animador.

Neste contexto, a única vantagem é mesmo o facto da primeira partida ser na Luz. A casa vai estar cheia e o ambiente vai estar frenético, o problema é que eles também não têm um Cristiano Ronaldo.

Será que a mesma equipa consegue dois milagres na mesma época?

(*) frase escrita num cartaz por um dos adeptos que estava na Luz a assistir ao Benfica – Manchester United.

quinta-feira, dezembro 15, 2005

“Menino de ouro”

João Pinto foi assobiado por boa parte dos cerca de 50 mil benfiquistas que estavam na Luz para assistir ao Benfica – Boavista. A pergunta que se coloca é: Porquê?

Sinceramente não encontro explicação para tal atitude dos adeptos “encarnados” para com aquele que foi, durante oito anos, o “menino de ouro”.

Não foi o antigo “camisola 8” da Luz que andou com a equipa às costas durante épocas a fio, em que a qualidade do plantel não abundava? Não foi ele que foi utilizado como bandeira das várias direcções, quase elevado ao nível do Eusébio? Não foi ele que contribuiu decisivamente para as (poucas) alegrias que tivemos durante esse período?

E quanto à saída do clube, foi o ex-capitão que quis sair ou foi escorraçado pelo presidente da altura? Como profissional, foi para o Sporting – podia ter ido para o FC Porto, alguma vez disse mal do Benfica?

As respostas a estas questões são óbvias: João Pinto deu tudo o que tinha pelo Benfica, foi um grande profissional e, apesar de ter saído como saiu, nunca aproveitou esse facto para criticar a instituição.

Ora, assim sendo, aquilo que lhe fizeram no último fim-de-semana na Luz foi uma grande injustiça. João Pinto devia ter sido aplaudido e tratado com o respeito que merece um grande jogador que foi capitão de equipa.

(*) Só para assinalar: este é o post nº 100 do "Doente da Bola".

quarta-feira, dezembro 14, 2005

V(B)entania

Parece certo que, na reabertura de mercado, vai passar por Alvalade uma “bentania” que vai colocar uma mão cheia (ou mais) de jogadores fora do Sporting.

Pinilla já se despediu e vai para o Racing de Santander, Rogério está a caminho do Fluminense e Edson da Polónia, Paíto e Silva devem ser dispensados já (estando no último ano de contrato), Semedo e Varela (mais o primeiro que o segundo) podem ser emprestados para “rodar”. A juntar a estes há ainda o “inadaptado” Wender e, já agora, o “caso” Liedson que, ou renova ou sai.

Se se confirmarem a maioria destas saídas é, obviamente, obrigatório que o Sporting contrate alguns jogadores: laterais para as duas bandas, um central, um avançado, um médio criativo e um extremo.

São muitas mexidas num plantel em poucos meses. O que aconteceu: erro na planificação?; inadaptação dos jogadores (ao clube e ao novo técnico)?; mudança táctica que obriga à mudança de atletas?;

Estas e outras opções são validas. Têm agora a palavra o director-desportivo Carlos Freitas e o treinador Paulo Bento.

Acordos… há muitos

O “caso Maciel” e o U. Leiria – FC Porto volta a trazer uma polémica que já parecia (e devia) estar afastada do futebol português.

Desde a época passada que este artigo do Regulamento de Competições da Liga Portuguesa de Futebol Profissional veio aclarar as situações:

Artigo 32-A
(Cedência de utilização temporária)

"Nas situações de cedência de utilização temporária de um jogador, por parte do clube a que se mostre contratualmente vinculado a um outro clube, são nulas e de nenhum efeito quaisquer cláusulas, ainda que estabelecidas ou acordadas entre as partes intervenientes, e nomeadamente entre clube cessante e clube cessionário, que, por qualquer forma, visem limitar, condicionar ou onerar a livre utilização do jogador em causa por parte de clube cessionário na vigência do período de cedência temporária"
.

Está escrito em português e não deixa dúvidas: os jogadores emprestados não podem ser impedidos de actual contra os clubes a que estão contratualmente ligados.

O que é certo é que, por um “acordo de cavalheiros” (disse Jorge Jesus à RR na quarta-feira antes do jogo), Maciel não jogou frente aos “dragões”.

Resumindo: Maciel não estava lesionado, não estava castigado… Maciel, que era totalista, não jogou porque o FC Porto não deixou.

Obviamente, não estou a pôr em causa a superioridade dos “azuis e brancos” que poderiam perfeitamente ter ganho o jogo com o dito jogador em campo, o que digo é que, mais uma vez, não foram cumpridos os regulamentos.

Assim sendo, quem de direito tem que castigar quem “driblou” os regulamentos, nem que seja com uma singela multa pecuniária, porque, obviamente, ninguém vai tirar três pontos ao líder FC Porto.

Há, naturalmente, quem defenda estes “impedimentos” com o argumento de que “o atleta será crucificado se falhar contra o clube que lhe paga os ordenados”.

O que é verdade é que falhar todos podem falhar, emprestados ou não, o que não se pode é impedir alguém de cumprir o seu contrato de trabalho.

Só falta agora que o presidente João Bartolomeu ou o técnico Jorge Jesus venham desmentir o dito “acordo de cavalheiros”.

É Natal…

Apesar de ser ano de Mundial, a Liga portuguesa vai, como habitualmente, parar para férias de Natal e Ano Novo.

A jornada 16 joga-se a 21 de Dezembro (quarta-feira) e depois a seguinte regressa apenas a 8 de Janeiro.

Ou seja, em Portugal, o campeonato principal pára 18 dias.

Já em Inglaterra, no espaço de uma semana, fazem-se quatro (4) partidas para a Premiership: 26, 28 e 31 de Dezembro e 2 de Janeiro.

Não sei qual das duas políticas está correcta mas, em minha opinião, devia aplicar-se a este caso o ditado “Nem tanto ao mar, nem tanto à terra”.

Fazer quatro jogos no espaço de uma semana (ainda por cima festiva) parece-me errado e até perigoso para a integridade física dos atletas, do mesmo modo que parar de competir durante mais de duas semanas também não me parece ser correcto.

Entretanto, aqui fica a opinião de alguém que é conhecedor das duas realidades: José Mourinho já veio dizer que concorda com as férias natalícias e dá até o exemplo de Co Adriaanse que, segundo o treinador do Chelsea, faz bem em dar férias prolongadas aos “dragões” (10 ou 11 dias), porque depois tudo se recupera em três ou quatro dias.

Está aberto o debate…

sábado, dezembro 10, 2005

(In)coerência

Há várias coisas que me enervam, no futebol e fora dele, uma delas é a incoerência.

Não posso com aquelas pessoas que, de um dia para o outro ou do dia para a noite, mudam de opinião sobre determinado assunto ou vão variando consoante o “ângulo de análise” (leia-se, se é contra ou a favor do “meu clube”).

Vem isto a propósito da última atitude da direcção do Benfica, que sinceramente me deixou perplexo.

Os “encarnados” apresentaram queixa à UEFA das atitudes inqualificáveis de Cristiano Ronaldo, na Luz, no jogo da "Champions".

Não há dúvida que Ronaldo não devia ter feito o que fez (um profissional tem que saber aguentar a pressão), mas isso não devia dar ao Benfica o direito de apresentar queixa.

Por duas razões fundamentais: primeiro, “aquilo” é uma situação, diria, “normal” num jogo de futebol e a “quente”; segundo – e ainda mais importante – porque o próprio Benfica queixou-se e lamentou atitude semelhante do FC Porto aquando do “caso Nuno Gomes”.

Ora, dito isto, como se explica que a equipa da Luz critique a queixa dos “dragões” e, semanas depois, tome atitude semelhante em relação a Cristiano Ronaldo?

Não se percebe, é injusto, incoerente e, já agora, indigno do Benfica.

sexta-feira, dezembro 09, 2005

Não há desculpas

Quando um colega e amigo me disse qual tinha sido o sorteio para o Mundial 2006, a minha primeira reacção foi rir e dizer: “Estás a gozar!?”.

Afinal, era mesmo verdade: calharam a Portugal três "vultos" do futebol mundial (México, Irão e Angola).

Que mais podia a selecção nacional desejar para a primeira fase de grupos do Mundial da Alemanha? Nem os mais optimistas poderiam pedir melhor companhia para a selecção das “quinas”.

Face aos três adversários, só há uma hipótese: a equipa de Scolari tem que fazer, no mínimo, sete pontos e ficar em primeiro lugar no “grupo D”.

Atenção ao facto do grupo de Portugal cruzar com a Argentina e, portanto, convém mesmo ter isso em atenção.

Não há desculpas e, desta vez, não pode haver as “baldas” ou os “desleixos” que acontecerem na Coreia e no Japão em que o nosso grupo também não era nada de especial e, mesmo assim, "ficámos a ver navios".

O "plantel" à disposição de Scolari é, agora, mais forte do que era nessa altura e o aviso para o que correu mal, também em termos organizativos, tem que servir de exemplo e não pode ser esquecido.

De Luiz Felipe Scolari que mais há a dizer? O homem parece mesmo abençoado.

Espero que, agora, o "mister" se deixe de “teorias da conspiração”, de medos de “cabalas” e “lobbies” e se limite a fazer o seu trabalho: seleccionar os melhores 23 e prepará-los (bem) para a competição.

Aqui fica o resumo do sorteio:

O primeiro jogo da selecção nacional realiza-se a 11 de Junho, na cidade de Colónia, e o adversário será Angola, segue-se o Irão, a 17 de Junho, em Frankfurt, e para terminar a fase de grupos Portugal defronta o México, dia 21, em Gelsenkirchen.

O Mundial de 2006 arranca a 9 de Junho com o Alemanha-Costa Rica, que terá como palco o Estádio Olímpico de Munique.

Grupo A: Alemanha, Costa Rica, Polónia e Equador.
Grupo B: Inglaterra, Paraguai, Trinidade e Tobago e Suécia.
Grupo C: Argentina, Costa do Marfim, Sérvia e Montenegro e Holanda.
Grupo D: México, Irão, Angola e Portugal.
Grupo E: Itália, Gana, Estados Unidos e República Checa.
Grupo F: Brasil, Croácia, Austrália e Japão.
Grupo G: França, Suiça, Coreia do Sul e Togo.
Grupo H: Espanha, Ucrânia, Tunísia e Arábia Saudita.

quarta-feira, dezembro 07, 2005

Um Benfica… à Benfica

Afinal, houve mesmo milagre na “nova catedral” e os “encarnados” vingaram a noite de 1968.

Foi grande o sofrimento dos 65 mil na Luz e dos milhões que assistiram pela televisão, mas o Benfica voltou às grandes noites europeias.

É bom não esquecer: este Manchester United estava na máxima força e ao Benfica faltavam cinco titulares.

A entrega dos jogadores foi imensa, sabendo dessas limitações e do poderio do adversário.

Mesmo a perder, a equipa de Koeman não desesperou, conseguiu algumas boas jogadas e dois golos que viraram o jogo.

No segundo tempo… sofrer e sofrer até ao fim, com o Manchester United a usar toda a artilharia possível, colocando “toda a carne no assador”, o que chegou a sufocar o Benfica.

Insuperáveis estiveram os defesas do Benfica (magistral Luísão), incansáveis todos os outros. Importante a posição de Geovanni, que hoje correu o equivalente aos últimos três meses.

As limitações do plantel não desapareceram e não se pode embandeirar em arco, mas esta noite, os jogadores do Benfica superaram-se a si próprios. Ficou provado, mais uma vez, que os nomes e os orçamentos não ganham jogos.

De Cristiano Ronaldo nem quero falar...

Agora, vamos ver se o Benfica consegue gerir Liga e Champions com o curto plantel que tem.

Eusébio e companhia estão vingados… e seis milhões estão em festa.

É só uma ideia...

E se (e se) esta noite, no jogo do tudo ou nada para a Champions na Luz, o Benfica entrasse em campo em 3-5-2 para contrapor ao esperado 4-4-2 do Manchester United?

É mesmo só uma ideia, porque, de repente, Sir Alex até pode entrar com uma equipa de maior contenção e optar por um só ponta-de-lança de início (não é provável, mas possível).

Mas voltando ao Benfica e aos três centrais...

Eu sei que "nenhuma grande equipa joga com três centraias", eu sei que os "encarnados" não estão rotinados neste sistema (e que nos dois jogos que assim jogaram, a "coisa" correu mal), e que as grandes equipas não mudam as estratégias consoante os adversários, e que o plantel não permite "inventar", e que há cinco baixas entre os titulares, e que...

Mesmo consciente de todos estes "e ques", não me chocaria que hoje, o Benfica arriscasse e se adaptasse ao adversário tentando tirar proveito daquela que é, actualmente, a sua vantagem: exactamente a consistência defensiva.

Ficavam três centrais para os dois avançados do Man United e cinco médios (com Nelson e Léo nas alas) para quatro dos "red devils" (com especial atenção aos extremos e, claro, às entradas de Scholes) e Geovanni a apoiar Nuno Gomes na frente. Ou seja, a equipa ficava, no papel, equilibrada.

Apesar de a vitória ser obrigatória, a equipa da Luz não pode perder a cabeça porque um golo do adversário é "a morte do artista".

Esta é só uma proposta, mas, resumindo e concluindo, o Benfica precisa da vitória e, se calhar, de um milagre.

“Et pluribus unum”

Todos por uma… vitória. É “só” isto que o Benfica precisa esta noite: derrotar o Manchester United na “nova catedral” na noite da “encruzilhada”.

Em caso de vitória – e só assim – os “encarnados” seguem em frente na Liga dos Campeões.

A tarefa não é fácil, diria mesmo que é muito improvável, face à diferença de qualidade dos plantéis.

Nos cinco jogos anteriores da Champions, o Benfica desperdiçou várias ocasiões para fazer mais pontos (especialmente em Old Trafford e em Espanha) e agora vai ter que entrar em campo para um jogo de “mata-mata”.

Com a visita do Man United, que não vem passear a Lisboa, já que fica “fora de jogo” se perder, a equipa da Luz vai ter que fazer um jogo quase “épico”.

É bom não esquecer que, hoje os “red devils” de Alex Fergusson vêm praticamente na máxima força (ao contrário da primeira volta), enquanto o Benfica vai jogar amputado de pedras fundamentais.

Simão, Micolli, Karagounis e Manuel Fernandes, mais Moreira (será que Quim está a 100%) não vão entrar em campo e aqui está metade do 11 titular de Ronald Koeman.

Como já foi amplamente notado, o plantel não é nada largo e estas lacunas notam-se e muito. Para felicidade do Benfica, a defesa está intacta e pode ser que esteja aí a chave se esta conseguir segurar Nistelrooy, Rooney, Giggs, Scholes e, claro, Ronaldo.

O Benfica está numa encruzilhada: Apesar de ser obrigado a ganhar, não pode atacar desmesuradamente, sem cuidados defensivos, por várias razões: primeiro porque não tem equipa para isso (a equipa joga melhor em contra-ataque e não em ataque continuado) e, depois, porque o ataque adversário seria (será) mortífero.

É nestes jogos “impossíveis” que os portugueses se costumam suplantar e fazer autênticos milagres.

Lembro-me sempre de vários jogos. Cito apenas dois: um do Benfica (em Londres, frente ao Arsenal, vitória 3-1) e outro da Selecção (1-0 na Alemanha, golo de Carlos Manuel).

Esta é a reedição de um jogo histórico. Que pena já não haver Eusébio de “águia ao peito”. Esperemos que, desta vez, o resultado seja diferente.

Cartão vermelho

O FC Porto está fora das competições europeias depois de esta noite não ter vencido o Artmédia na Eslováquia.

Para ser justo, convém dizer que não foi esta noite que os “dragões” desperdiçaram a hipótese de qualificação.

Mais grave, muito mais grave, foram as derrotas, especialmente esta, com o Artmédia (casa) e o Rangers (fora). O que é curioso é que os “azuis e brancos” venceram o jogo menos provável (frente ao Inter).

Pode sempre dizer-se que o FC Porto teve azar em algumas partidas, que o plantel é inexperiente, mas o que também é certo é que Co Adriaanse inventou em muitos jogos e nunca assumiu as suas responsabilidades.

Quando saiu o sorteio, todos pensaram que o vice-campeão português seria, pelo menos, o segundo no grupo, o que é verdade é que a equipa desperdiçou uma ocasião soberana de continuar na principal prova da UEFA.

Para além de Co Adriaanse, também Pinto da Costa não pode ser esquecido. Ele é o principal responsável, até porque continua a dar "carta branca" ao técnico holandês.

Esta é a pior campanha na Europa dos “dragões” nas últimas 10 épocas.

É verdade que os “azuis e brancos” são líderes na Liga portuguesa, mas continua a parecer que o plantel (o melhor do país) não está a ser bem aproveitado.

domingo, dezembro 04, 2005

Compras de Natal

Dezembro é o mês em que os dirigentes e treinadores têm que decidir o que querem fazer com os respectivos plantéis.

Os acertos (entradas e saídas) podem ser feitos a partir do início do mês que vem e, por isso, é agora que as contas começam.

Vamos, aqui e agora, analisar as lacunas dos chamados “três grandes”.

BENFICA

No campeão nacional, já se sabe, há grandes desequilíbrios no lote de jogadores ao dispor de Ronald Koeman.

O Benfica necessitaria, em minha opinião, de quatro jogadores: dois avançados (um mais fixo, um mais móvel), um extremo (que jogue nos dois flancos) e um guarda-redes.

Vamos por partes, no ataque: os “encarnados” têm actualmente Nuno Gomes, Miccoli e Mantorras. Logo aqui se nota a falta de um homem forte no jogo aéreo. A juntar a esse facto, há ainda o “pormenor” de Mantorras ir estar “fora de jogo” várias semanas devido à CAN, isto claro, já descontando as lesões de Miccoli.

Assim, um jogador tipo “Karadas” (mas na versão jogador) e um outro “Miccoli” (que possa também descair nos flancos) seriam necessários para equilibrar e dar opções a Koeman.

Depois, um extremo, de preferência que possa jogar nas duas alas. Simão e Geovanni não têm alternativas sérias no grupo e tudo se agrava quando há lesões (do capitão) ou “sonecas” (de Geovanni).

O jovem Manu, emprestado pelo Benfica ao Estrela da Amadora, poderia ser a solução mais económica. Já agora, a juntar a este regresso, podia e devia apostar-se mais no Hélio Roque.

Por outro lado, face à grave lesão de Moreira, aos problemas de Quim e à inexperiência de Nereu, o Benfica terá que apostar na contratação de um guarda-redes que dê segurança à equipa.

Aqui tem duas hipóteses: ou faz um remendo e encontra um jogador emprestado até final da época ou investe, já, num nome certo e seguro para futuro. A SAD que decida o que quer ou pode fazer.

Claro que podiam ainda vir mais jogadores e tudo se pode agravar se, por exemplo, Simão sair (não me parece nada boa política que o “20” saia no meio da época, e os resultados têm-me dado razão, mas…o dinheiro é quem mais ordena), mas estas são as faltas mais evidentes.

FC PORTO

Os “dragões” têm o melhor e mais equilibrado plantel da Liga de futebol e, sendo assim, podiam não precisar de reforços. Mas precisam.

Há lacunas entre os “azuis e brancos” especialmente na defesa.

Apesar de ter cinco defesas-centrais, Co Adriaanse está com dificuldades em encontrar um parceiro para Pedro Emanuel. Já se fala em Caneira para vir ocupar a vaga que vai ser deixada vaga pelo “capitão” Jorge Costa.

Depois há o “caso” das laterais: à direita temos Bosingwa e Sonkaya mas nenhum dos dois dá garantias de qualidade e, por isso, seria necessário um defesa-direito que pegasse de estaca; na esquerda, César Peixoto é adaptação e Cech demora a convencer o próprio técnico que o trouxe.

No ataque, com as lesões de Sokota e Bruno Morais e as “birras” (diferentes) de McCarthy e Postiga não seria de estranhar se viesse alguém para fazer companhia ao “bombardeiro” Hugo Almeida.

Pode ser que venha também um extremo-esquerdo para permitir a Lisandro Lopez mais liberdade na frente de ataque e a Quaresma que jogue sobre a direita.

SPORTING

Nos “leões” entrou Paulo Bento para o lugar de José Peseiro e houve jogadores que ganharam mais protagonismo (Nani é apenas o mais notado).

Para a reabertura de mercado, os “verde e brancos” necessitariam de começar por reforçar a linha defensiva.

Um central “à Enakharire” e dois defesas-laterais (especialmente esquerdo, se Rogério não sair) seriam prioridades.

Depois, no meio-campo, um “Rochemback” (que João Alves não está a conseguir ser) seria importante para pautar o jogo.

No ataque, para além de se saber o que se quer fazer com o “levezinho” e com o “bebé chorão” Pinigol, seria também importante se se vai apostar nos flancos ou não nas acções ofensivas. Se a resposta for positiva então é obrigatório encontrar companhia para Douala, Nani e Wender (esperando que este se adapte).

Falta saber se há dinheiro para os acertos…

PS1: estas análises partem do princípio que jogadores-chave não saem agora em Janeiro (Simão, McCarthy, Liedson). Se se confirmarem os abandonos, os respectivos clubes, para além de terem que receber bom dinheiro, têm que ter “olho clínico” para as substituições e a meio da época isso não se me afigura (nada) fácil.

PS2: num próximo post darei a conhecer as minhas escolhas para reforços, tendo como base, única e exclusivamente, o campeonato da Liga.

quinta-feira, dezembro 01, 2005

Riscas e riscos…

Joga-se esta sexta-feira o clássico do Dragão entre FC Porto e Sporting. Frente a frente, o líder “azul e branco” e os “leões” em recuperação.

O factor casa poderá vir a dar ligeira vantagem ao FC Porto mas, “a descontar”, está o “factor Adriaanse”.

Como vai o técnico holandês abordar o jogo? Vai colocar os jogadores que estão em melhor forma? Vai jogar, utopicamente e loucamente, ao ataque? Vai gerir, também a pensar a Liga dos Campeões? Vai saber ler o jogo?

Quanto ao Sporting tem pouco a perder e muito a ganhar com esta partida. A equipa ganhou tranquilidade com Paulo Bento, voltou a ganhar jogos, está a subir na tabela e joga fora. Por isso, qualquer mau resultado trazido do sucessor das Antas, não deve abalar a equipa.

No que diz respeito às equipas: Co Adriaanse está na máxima força (só faltam Sokota, que nunca foi primeira escolha, e Bruno Morais que está lesionado desde o princípio da época).

McCarthy deve continuar a sua travessia no deserto.

Já Paulo Bento continua a deixar Liedson de fora por castigo e não joga com Douala, Beto e João Alves, todos lesionados.

Assim sendo, se Adriaanse não inventar, deve jogar em 4-3-3: Vítor Baia, Bosingwa (à falta de melhor), Pedro Emanuel, Pepe e Cech (duvido que César Peixoto jogue depois do que aconteceu em Barcelos); Paulo Assunção, Lucho e Ibson (Jorginho e Diego não estão em forma); e um trio na frente de ataque (Lisandro, Hugo Almeida e Quaresma).

Do lado “verde e branco”, sem Liedson e Douala, o jovem treinador português vai ter que procurar parceiro para o “renascido” Deivid. Paulo Bento tem três opções: Sá Pinto (a mais provável, até porque, para além de jogar na frente também fecha melhor no meio-campo), Wender (o mais parecido com o avançado camaronês, mas que não tem jogado) ou a surpresa Pinilla (“bebé chorão”, avançado mais central, mais semelhante ao “levezinho”).

Sem extremos clássicos e face ao 4-3-3 adversário, o Sporting deve entrar em campo com um 4-4-2, em losango (“à Mourinho” da época passada).

Na baliza, o “renascido” Ricardo, na defesa Rogério, Tonel, Polga e André Marques (o miúdo jogou bem a última partida, mas talvez ainda jogue o adaptado Tello); Custódio, João Moutinho, Carlos Martins e Nani; Sá Pinto (porque não Pinilla?!) e Deivid.

Se se confirmarem estas tácticas, talvez o Sporting tenha alguma vantagem em campo. A principal luta seria entre um ataque que pode ser demolidor, mas que tem marcado poucos golos, contra uma defesa instável e insegura.

Quem ganhar este confronto directo vai estar mais perto de vencer a partida do Dragão. Depois há dois avançados centrais do Sporting contra dois centrais do FC Porto e três médios "azuis" (mais compactos), contra quatro "verdes" (mais "espalha brazas").

À espreita deste resultado vai estar uma mão cheia de equipas: desde o Nacional ao Braga, passando pelo Setúbal e chegando, obviamente, ao Benfica, que espera que o FC Porto não ganhe.

“Ou há moralidade…”


O ditado popular não deixa dúvidas e aplica-se ao que se passou no Benfica esta semana.

Os “encarnados” têm conhecidas lacunas no plantel e, dirigente e treinadores, andam à procura de reforços para reforçar o grupo. Até aqui tudo bem.

O problema é que Ronald Koeman deu uma entrevista à televisão holandesa, não só a falar de posições a reforçar, mas especialmente a dar nomes.

Não podem os jogadores ser multados por darem entrevistas e ao treinador não acontecer nada por abrir a boca.

O que é mais grave: admitir o que já se sabe, que Simão está disposto a sair em Janeiro, ou confirmar, em directo na televisão, quais são os alvos para reforçar a equipa?

Não se pode, ao mesmo tempo, defender o rigor e o profissionalismo de uma estrutura e depois dar estes tiros no pé.

Mesmo que os nomes de que já se falou não sejam alvos “encarnados” (Toldo, Dudec ou Lobont…), o certo é que esta “salganhada” de nomes não ajuda porque mesmo o “verdadeiro” alvo vai fazer-se mais caro ao ouvir tantos nomes na praça pública.
Falaremos de reforços mais perto da data de abertura de mercado.

terça-feira, novembro 29, 2005

O elo mais forte


Se havia dúvidas, Paulo Bento parece ter ganho o “balneário” do Sporting ao mostrar quem manda no plantel.

Apesar do risco, Liedson e Pinilla ficaram de fora das escolhas do técnico para a partida frente ao Guimarães.

Em relação ao “levezinho” não se sabe exactamente o que aconteceu desta vez, mas o certo é que o treinador, em mais uma das suas máximas, que prometem fazer “estória”, veio dizer que “o todo” é mais importante que “as partes”.

Também “Pinigol” teve direito a máxima: "diz-me como treinas que eu dir-te-ei como jogas". Está tudo dito…

A “coisa” podia ter corrido mal, mas o certo é que, Paulo Bento preferiu arriscar um resultado a deixar que umas (pseudo)-vedetas dominassem a situação.

Aqui, neste caso, Paulo Bento marca muitos pontos em relação ao antecessor.

Com Peseiro era um autêntico “regabofe” em toda a gente fazia o que lhe apetecia. Entre outros casos, houve até um jogador que se recusou (!) a participar numa partida (Polga contra o Nacional).

Vamos ver se os jogadores perceberam a mensagem, se os empresários dos atletas fazem o seu trabalho e se a situação acalma definitivamente. As vitórias também podem ajudar.

Por outro lado, vamos ver Paulo Bento aguenta a pressão e se mantém a aposta depois do primeiro mau resultado.

segunda-feira, novembro 28, 2005

“November rain” (*)


Este foi realmente um mês cinzento (como a camisola), quase dramático, para o Benfica: seis jogos sem vencer no mês de Novembro.

São quatro jogos para a Liga portuguesa (empate com a Naval, Rio Ave e Belenenses e derrota com o Braga) e dois para a Champions (derrota com o Villarreal e empate com o Lille) sem conseguir os três pontos da vitória.

A “série negra” coincidiu com a lesão do capitão Simão a que juntaram mais uma mão cheia de ausências em jogadores fundamentais (Moreira e Quim, Petit, Karagounis e Miccoli).

Estes maus resultados, que dificultam a vida dos “encarnados” no campeonato e na Liga dos Campeões, colocam bem à vista as lacunas do plantel do campeão nacional.

A dependência de Simão é imensa (a prova de que o “20” não podia ter saído no princípio de época e que será catastrófico se sair em Janeiro), a falta de opções de ataque é gritante, o erro de terem ignorado o terceiro guarda-redes está a custar caro, o “desaparecimento” de alguns jogadores nucleares nota-se (Geovanni está cá?).

A juntar a estes dados, a que se juntam alguns erros do técnico e das arbitragens (que não podem ser, nem uns nem outros, esquecidos ou escamoteados), há outras questões em relação ao grupo de trabalho que merecem análise.

O Benfica só perdeu Miguel e colmatou (muito) bem com Nelson, mas a maioria das contratações ainda não justificou a aposta: Micolli e especialmente Karagounis (duas mais valias) passam mais tempo “fora que dentro”; Karyaka não é extremo-esquerdo, nem aqui nem na China, e, portanto, apesar de ser bom jogador, é um erro de “casting”; Beto não pode jogar a extremo-direito e a “trinco”, a sua posição, apesar de esforçado, não é, de maneira nenhuma, comparável com Petit e Manuel Fernandes.

Para já, só Leo e Andersson confirmaram as credenciais com que vinham rotulados.

Entretanto, é preciso que os técnicos e dirigentes do Benfica, de uma vez por todas, percebam ou definam se jogadores como Carlitos, Bruno Aguiar e João Pereira servem ou não servem para jogar no clube da “águia”. É que, das duas uma, ou servem e têm que jogar quando os titulares estão em dificuldades, ou não servem e têm que ser “despachados”.

Por fim, os miúdos: o Benfica foi campeão de juniores há dois anos, o ano passado perdeu o título na última jornada, a equipa “B” subiu de divisão e desses jogadores pouco ou nada se fez.

Está o Manuel Fernandes a titular, o Hélio Roque tem sido chamado muito pouco e… mais nada.

No princípio da época a direcção renovou contrato com vários jogadores, foi contratada uma equipa técnica com um treinador “especialista” em jovens (Tony Bruins), foi prometido que ia ser dada especial atenção a esses jogadores mas, até agora…

Só se pode tirar uma conclusão: não há, apesar dos últimos resultados, bons jogadores nas camadas jovens do Benfica porque, se houvesse, seguramente que um dos pontas-de-lança e um dos extremos (pelo menos estes) já estariam a trabalhar com a equipa principal.

(*) o grave desta situação para o Benfica é que pode não ter fim à vista: as lesões ainda não estão debeladas, o calendário que se segue é difícil e, para a reabertura de mercado, ainda falta um mês. Será que Koeman aguenta?

domingo, novembro 27, 2005

Doente Federado

A partir de hoje o "Doente da Bola" faz parte da Federação de Blog de Futebol.

É com satisfação que damos este passo e nos associamos a alguns dos sites que já seguiamos diariamente.

Aprovamos esta Federação plural e democrática em que todos os adeptos podem ter voz e em que se discute tudo o que se passa dentro e fora das quatro linhas.

Aqui esperamos continuar a ver como, no futebol, 2 e 2 não são quatro e que um lance evidente para mim é um escândalo para outros.

Peço licença à FBF que me deixe, calmamente, ir actualizando o banner dos blogs federados e, ao mesmo tempo, exorto alguns amigos a aderirem.

sexta-feira, novembro 25, 2005

One of the Best

Só vi resumos, mas desde pequeno que ouço dizer maravilhas do George Best – jogador.

Aliás, o que ouvi dizer de bem deste "artista da bola" foi proporcional ao que ouvi dizer de mal fora de campo: que só gostava de copos, que se baldava aos treinos, enfim…

Há quem diga que é normal este comportamento. Os génios são assim e aos génios perdoa-se tudo.

Rapidez, finta curta e estonteante e, até remate fácil, eram alguns atributos do Best, que começou a dar um peso especial ao “7” dos “red devills”, que hoje é de Cristiano Ronaldo.

O que é certo é que este norte-irlandês é um dos que fica na “estória” não só do seu Manchester United, que apanhou o grande Benfica dos anos 60, mas do futebol europeu e mundial.

Para quem gosta de futebol, este é um dia triste. Obrigado Best.

quarta-feira, novembro 23, 2005

Não havia necessidade

Abel Xavier foi hoje suspenso pela UEFA por 18 meses por ter acusado doping num jogo internacional ao serviço do Middlesbrough.

A análise e a contra analise confirmaram a presença de um esteróide anabolizante de nome "dianabol".

O jogador sempre se disse inocente e defendeu a "existência de uma explicação" para o seu caso.

O que é certo é que a UEFA não foi em conversas e deu um castigo exemplar ao atleta português, que lhe deve te acabado com a carreira.

Não percebo como é que um jogador que jogou em todos os principais campeonatos do mundo (Espanha, Itália, Inglaterra, entre outros) se deixa vergar ao “doping”.

Com este curriculum (a que se junta a camisola das “quinas”), Abel Xavier tinha que saber sair pela “porta grande” e não pela “porta dos fundos”, sem dignidade.

Os jogadores têm que ter a capacidade de perceber quando estão no final da carreira e não andarem a arrastar-se em campo, muito menos com “ajudas exteriores”.

Apesar dos muitos penteados "à maneira" não tiveste cabeça. Não devias ter acabado assim... “Não havia necessidade”.

As lesões, as lacunas e os erros

Esta é uma situação que se tem arrastado há semanas no Benfica e que merece reflexão e, já agora, justificações.

As lesões de Simão e Miccoli e tudo o que se tem passado à volta destes casos não é normal e deveria ser bem explicado por quem de direito no Benfica.

O avançado italiano lesionou-se nos primeiros minutos da partida frente ao FC Porto, há mais de um mês, jogou cinco minutos frente ao Sporting de Braga e regressou à titularidade no jogo de ontem em Paris.

Depois de 40 minutos em campo e, após uma corrida, Miccoli voltou a ressentir-se e teve que sair.

Estava recuperado e foi azar? – como diz Koeman – ou não estava em condições de jogar?

Já o “capitão” lesionou-se no final do jogo da Taça de Portugal frente ao Leixões e, desde aí, tem andado intermitentemente entre o joga, não joga, recupera não recupera.

O que é certo é que, forçado ou não, sempre que Simão entra em campo desde esse jogo do Bessa não rende o que é habitual e, pior do que isso, fica fora dos jogos seguintes.

Simão precisaria de parar mesmo, recuperar a 100% e só então voltar ao nível a que nos habituou, para bem dele e do clube.

É certo que o “20” é um jogador fundamental no Benfica, mas a direcção do clube, a equipa técnica e a equipa médica não podem continuar a brincar com o atleta.

A estes dois casos estranhos, juntam-se ainda outros dois: Quim e Karagounis.

O guarda-redes foi operado a uma hérnia inguinal e – dizia-se – o tempo de recuperação era de nove dias. O que é certo é que, passadas várias semanas, o jogador continua a queixar-se de dores e está a jogar limitado.

Já o médio grego lesionou-se na partida frente ao Lille e desde aí tem-se arrastado em campo, sem conseguir “mostrar serviço”.

Os mesmos que se gabam que o Benfica tem o melhor departamento médico do país deveriam vir explicar estes quatro casos. O holandês preparador físico também deveria vir dizer de sua justiça.

As lacunas do plantel “encarnado” não podem servir para forçar os jogadores para além do limite.

Por favor, não se esqueçam do Mantorras. Um caso como este não se pode repetir.

Mal menor

O Benfica empatou a zero frente ao Lille na quinta jornada da Liga dos Campeões e adiou as decisões do grupo para a última jornada.

Agora, os “encarnados” “só” têm que ganhar ao Manchester United em casa. O jogo decisivo na Luz está marcado para dia 7 de Dezembro. Falaremos sobre este jogo decisivo mais perto do dia “D”.

Em relação jogo de ontem, o que é que se pode dizer?

Primeiro, ia morrendo de susto quando, por volta das 15 horas, fiquei a saber o “onze” que Ronald Koeman ia apresentar em França.

Não é possível, pensei eu, devo estar a ler isto mal. Umas horas depois, a confirmação.

Entretanto, começou o jogo e, resultado desta equipa, a defesa esteve quase irrepreensível (só me lembro de dois ou três sustos) mas, de ataque, “zero”. O único remate à baliza dos franceses foi de Mantorras, aos 94 minutos.

Como se podiam criar situações de perigo se não havia ninguém para alimentar os dois avançados, os únicos com tendências ofensivas?

Como é possível que o Benfica se acobarde desta maneira num estádio “português” em Paris? Foram sete defesas em 11, como se o Lille fosse a mais forte equipa do mundo.

É certo que o Benfica não tinha Simão (só isso é metade da equipa), Karagounis e Miccoli (que esteve, mas não esteve) e o plantel – devido às lacunas já conhecidas – não tem opções, mas ainda havia Geovanni e, especialmente, Karyaka que podiam e deviam ter jogado.

Este é mais um jogo da Champions em que fica a sensação de que os campeões nacionais não deram tudo o que podiam.

Conclusão voltamos à “máquina de calcular”… e eu tive vontade vontade de chorar por ver o Benfica a jogar (!?!) assim.

Nota final para a espectacular ajuda dos emigrantes que, quase encheram o "Stade de France", sempre apoiando o Benfica.

“Injecção assistida”

A Comissão Disciplinar da Liga de clubes instaurou um processo de inquérito a Nuno Gomes devido ao “gesto” no jogo frente ao Sporting de Braga.

De recordar que, após o terceiro golo dos arsenalistas, o “21” fez o gesto de injecção, insinuando que os jogadores do Sporting de Braga estavam dopados.

Há nesta “estória” dois pontos que merecem análise.

Primeiro, o lado do avançado do Benfica.

Das duas uma: ou o jogador tem a certeza do que está a dizer e tem que avançar com provas ou foi simplesmente um desabafo no “calor do jogo” e uma atitude desesperante de “mau perder” e, portanto, vai ter que rapidamente pedir desculpas públicas.

Agora, o lado da Comissão Disciplinar.

Se Nuno Gomes não apresentar provas, tem que ser castigado. Já houve no passado uma situação semelhante com Costinha que, ao serviço do FC Porto, foi castigado depois de um gesto. Este critério tem que ser mantido, independentemente dos jogadores em causa.

Posto isto, acho inacreditável que os senhores “juízes da bola” precisem de queixinhas de terceiros para actuar. Será que não têm olhinhos na cara?

Nota final para o FC Porto. Foram os “dragões” que fizeram queixa do, na altura, “capitão” dos “encarnados”. Ainda bem que os portistas estão atentos aos lances duvidosos. Fico à espera de ver o que vão fazer no futuro, mesmo em relação aos jogadores do próprio clube. Atenção que “quem anda à chuva, molha-se”.

terça-feira, novembro 22, 2005

Dia “D”

O Benfica joga esta terça-feira a quinta jornada do grupo “D” da Liga dos Campeões. O jogo é frente ao Lille e os “encarnados” jogam em “casa” no Stade de France.

À equipa de Koeman, na esperança de ainda evitar a máquina de calcular, só a vitória interessa.

Os campeões nacionais foram os únicos, até agora, a ganhar aos franceses na Champions (golo no último minuto de Miccoli), precisam de repetir o triunfo, mas não vai ser fácil.

As razões são várias e estão dos dois lados da barricada:

· o Lille está motivado (por resultados internos e externos), quer vingar-se da derrota da primeira volta, os jogadores são fortes fisicamente e rápidos no ataque
· o Benfica não tem Simão e não sabe se vai ter Quim, não tem equipa para “pegar no jogo” e está em “crise” após quatro jogos sem vencer

Posto isto, os “encarnados” têm que dar tudo por tudo, superar-se e esperar que os jogadores “nucleares” apareçam.

A defesa tem que recuperar a consistência que teve, por exemplo, em Manchester United, Villarreal e “Dragão”, Nelson tem que fazer um jogo à Nelson, os dois “trincos” têm que voltar a pegar na equipa, o “Soneca” tem que entrar em campo, Karyaka tem que “explodir” e os dois da frente têm que voltar a entender-se.

Estou consciente que estou a pedir quase o impossível, mas sonhar (ainda) não paga imposto.

Sem o “capitão” Simão, mas já com Miccoli, Koeman deve voltar ao 4-4-2, que deu bons frutos à equipa:

Quim (?); Nelson, Luisão, Andersson e Leo; Petit e Manuel Fernandes, Geovanni e Karyaka; Miccoli e Nuno Gomes.

Ao que parece, o técnico holandês tem dúvidas quanto ao defesa esquerdo (Ricardo Rocha pode ser titular).

Nota final para a “novela” Simão.

Não entendo como é possível que se ande a brincar com a saúde (física) de um jogador porque das duas uma: ou o “20” está lesionado e tem que parar de vez, ou não está e tem que jogar.

Agora, esta intermitência do joga, agrava lesão, não joga, recupera, joga, agrava lesão, não recupera, tem que parar.

O jogador acaba por se prejudicar a si próprio e ao clube.

segunda-feira, novembro 21, 2005

A ponta do iceberg

O futebol sénior do Farense, o clube mais representativo do Algarve dos últimos anos, fechou as portas. Há muitos clubes à beira do precipício.

Foi vertiginosa a queda do clube algarvio, que passou de uma presença na UEFA, para o desaparecimento em poucos anos.

É inexplicável como uma zona tão importante para o nosso país deixa cair um dos seus porta-estandartes.

Entretanto, a crise no nosso futebol agrava-se e alastra a outros clubes do país, de todas as divisões.

O primeiro a dar o sinal de alerta foi outro histórico: o Salgueiros e, já esta época, Vitória de Setúbal, Estoril, Ovarense, Marco têm tido problemas em pagar os salários.

Os atletas avançaram para pré-avisos de rescisão de contratos (alguns com sete meses de ordenados em atraso), mas, incrivelmente, alguns dirigentes conseguem culpar o Sindicato de Jogadores por estar a “patrocinar” estas atitudes.

Os senhores dirigentes deviam era estar a procurar soluções para pagar o que devem e, assim, cumprir os seus compromissos com os atletas.

Todos assinaram os contratos de livre vontade e, se não estão a ser cumpridos, a culpa não é, seguramente, dos jogadores.

O problema maior do nosso futebol é a incompetência dos nossos dirigentes que não sabem gerir os clubes com o dinheiro que têm e, “com mais olhos que barriga”, prometem e não cumprem.

Os dirigentes federativos e da Liga têm que pôr mão nisto: os clubes têm que ser obrigados (para além do pagamento de impostos) a dar garantias bancárias para os salários dos jogadores.

Por outro lado, talvez não fosse mal pensado reduzir o número de clubes por divisão (12 ou 14 equipas) e criar tectos salariais (ao estilo da NBA).

Por fim, os dirigentes dos clubes têm que ser pessoas capazes e não uns artolas que se servem do futebol para ganhar protagonismo e/ou “lavar dinheiro”.

domingo, novembro 20, 2005

O primeiro balanço

Joga-se este fim-de-semana a jornada 11 da Liga, o que quer dizer que está jogado o primeiro terço do campeonato.

Esta tem sido uma época de altos e baixos. Os três grandes já estiveram, alternadamente, na mó de cima e na mó de baixo.

Reafirmo o que já tinha escrito: o FC Porto, apesar das teimosias de Co Adriaanse, é a equipa que está melhor apetrechada para chegar ao título.

Os “dragões” reencontraram algum equilíbrio quando descobriram que no futebol também é preciso defender.

O Sporting, depois de ter despachado José Peseiro, só pode melhorar.

A questão é saber se, com novo presidente, administrador, director e treinador, consegue a estabilidade necessária para levar o barco de Alvalade a bom porto.

Por outro lado, continua a incógnita Paulo Bento que já fez coisas boas, mas que está a ter reacções inesperadas e que provam a sua inexperiência.

O Sporting de Braga, de Jesualdo Ferreira, está a comprovar que é, mesmo, candidato ao título e que o trabalho desenvolvido na época passada não foi por acaso.

Vamos ver como a equipa resiste à pressão, que cada vez será maior, e como se aguenta se continuarem as lesões que a têm afligido.

Já o Benfica volta a estar em situação delicada na tabela, já depois de ter conseguido um período de cinco vitórias consecutivas.

Os “encarnados” têm oito pontos de atraso, provam que têm um plantel curto que não “aguenta” a lesão de Simão.

Para além dos “grandes”, destaque colectivo para Nacional da Madeira e Vitória de Setúbal. Desilusão maior é o Vitória de Guimarães, mas também o Penafiel de Luís Castro.

O mercado de transferências reabre em Janeiro. Falaremos sobre isto daqui a algumas semanas.

As confirmações

O Benfica confirmou, esta noite, a crise de resultados desde que está sem Simão e o Braga confirmou que é, efectivamente, candidato ao título.

Depois do jogo desta noite no municipal de Braga há vários tópicos que convém realçar:

· A vitória da equipa de Jesualdo Ferreira é inquestionável
· O Sporting de Braga é líder da Liga com justiça
· A derrota do Benfica é inapelável e já são quatro jogos sem vencer
· Os “arsenalistas” jogaram para ganhar, os “encarnados” para não perder
· A exibição do árbitro João Ferreira é absolutamente lamentável
· A segunda parte do campeão nacional foi zero
· Simão e Quim não estavam a 100% e não deviam ter jogado
· Geovanni e Beto não jogaram mesmo

Posto isto, o Benfica recua até à quarta jornada e volta a ter oito pontos de atraso.

A situação complica-se para Koeman e ainda faltam muitos jogos até à reabertura do mercado. Terça-feira é "dia D" na Liga dos Campeões.

Espero que os dirigentes do Benfica venham agora comentar o penalty inventado de que beneficiaram em Braga.

Não nos podemos apenas queixar quando somos prejudicados e assobiar para o ar quando um lance nos beneficia. Já agora, o terceiro golo do Braga é fora de jogo, mas isso não altera o resultado.

segunda-feira, novembro 14, 2005

A lei da rolha

Num curto espaço de tempo dois jogadores do Benfica foram multados por prestarem declarações sem prévia autorização do clube.

Mantorras falou a um programa da SIC, com cachecol do Sporting ao pescoço, e Simão falou à Sporttv da possibilidade de sair em Janeiro. Resultado: ordenado mais leve no final do mês.

Ao que parece, no princípio da época, todos os jogadores do plantel são obrigados a assinar um documento em que as regras são explicadas.

Para mim, as situações dos dois jogadores são diferentes.

Por um lado, parece-me negativo, castrador, anti-democrático que os jogadores sejam impedidos de falar, sempre e quando o entenderem (já são crescidos, têm cabeça e até empresários para se aconselharem, por isso…).

Sou contra estas limitações aos jogadores, como sou, por exemplo, contra os estúpidos black-outs que os clubes usam e abusam sempre que lhes “dá jeito” por esta ou aquela razão.

Por outro lado, no entanto, não me parece nada bem que um jogador de determinado clube (no caso o Benfica) aparece com um ornamento de uma equipa rival (no caso o Sporting), especialmente estando consciente do que tinha assinado no início da temporada.

Agora, que o mal está feito, está na altura de seguir em frente. Os jogadores pagam a multa e o assunto deve morrer aqui. Penso que não se devem alimentar mais polémicas.

Já agora, só uma nota final: se o Benfica dá tanta importância às entrevistas que os seus jogadores dão, parece-me que falharam ao deixar o jovem Rui Nereu tão exposto após a partida em Villarreal. Se calhar, essa desatenção pagou-se em pontos e contos no jogo da “segunda mão” na Luz.

Outras bolas (3)

Depois de Ticha Penicheiro e Tiago Monteiro o terceiro destaque nesta secção vai para Vanessa Fernandes.

A atleta portuguesa, filha de Venceslau Fernandes (ciclista destacado dos anos 80), é o nome em grande destaque no triatlo mundial.

Apesar de ter apenas 19 anos, Vanessa Fernandes terminou o Mundial em quarto lugar, ficou nos primeiros lugares dos Jogos Olímpicos e, este ano, ganhou quatro provas da Taça Mundial.

Atenção que a jovem ganhou as quatro provas em que participou até ao momento, ou seja, tem 100% de aproveitamento.

O que é incrível é que Vanessa Fernandes, ao que parece por falta de verbas da Federação de Triatlo, não participou em mais nenhuma etapa da competição.

A questão que se coloca é: como é possível que não se dê condições a estes jovens que já provaram que são capazes de prestigiar-se, a si próprios e, já agora, ao país?

É que, para além, da Vanessa há outros jovens que já se destacaram nas respectivas modalidades (Emanuel Silva, na canoagem, Diana Gomes ou Tiago Venâncio, na natação, Nuno Merino, no trampolim, etc,etc) e que estão, ou deveriam estar já no plano “Pequim 2008”.

Será que estão? Será que tem condições de treino?

domingo, novembro 13, 2005

Rei de África

Não sou grande fã de Manuel José-treinador, mas é obrigatório reconhecer que o homem tem mérito.

O “seu” Al-Ahly conquistou a Liga dos Campeões africanos, a segunda sob o seu comando, e soma já mais de 50 jogos consecutivos sem perder.

Manuel José está a fazer um grande trabalho no Egipto e não é de modas: tem a melhor equipa africana do momento. Não sei se é verdade, o certo é que os resultados parecem darem-lhe razão.

Depois de em Portugal ter falhado em Sporting e Benfica, mas conseguido bons trabalhos em Leiria e Boavista, talvez Manuel José esteja no ponto para assumir um outro cargo num campeonato mais importante, ou mais mediático.

Seja qual for o seu futuro, seguramente, no Egipto vai ser tratado com todo o respeito. Vamos continuar a acompanhar a carreira do técnico e as suas picardias com o homem do momento: José Mourinho (pelo menos desde os tempos de Leiria).

sábado, novembro 05, 2005

“Cartão vermelho” (*)

Não, não vou falar sobre o “Ensaio sobre a Cegueira”, nem sobre nenhum outro livro de José Saramago, mas sobre o erro grosseiro da equipa de arbitragem no jogo de Alvalade.

Sim, porque o erro é da equipa de arbitragem. O senhor Augusto Duarte não se pode só desculpar com a falta de vista de António Neiva.

Quando na época passada se deu o polémico lance apitado por Olegário Benquerença (golo de Petit sobre o FC Porto que o árbitro não viu), muito se falou, muito se escreveu, muito se viu, mas nada se fez.

Agora, alguns meses passados, cá estamos outra vez, com um lance ainda mais evidente. Se algumas almas ainda têm dúvidas no primeiro lance, ninguém pode sequer pestanejar agora.

Estava 1-0, nunca saberemos o que aconteceria se tem sido validado o golo de Renato, o que sabemos é que seguramente tudo teria sido diferente.

Como sempre vai falar-se sobre este golo da União de Leiria (não tanto como o golo do Benfica porque não é um jogo grande e porque não há a mínima dúvida), mas nada se vai fazer.

Talvez o senhor Neiva fique, durante uma ou duas semanas, a ver (!?) o futebol pela televisão e… nada mais.

Gostaria, no entanto, de me solidarizar com o árbitro assistente. É que, se fosse eu que estivesse sem óculos, também não teria visto a bola dentro da baliza.

Notas finais:
· patética a imagem do fiscal de linha a limpar a vista enquanto fala com o árbitro após o lance;
· lamentáveis as declarações de Paulo Bento que quase justificou este erro com lances noutros jogos em que alegadamente terá sido prejudicado;
· o treinador ainda veio dizer que os outros [as outras equipas] são mais beneficiadas porque se “choram muito” (onde esteve Paulo Bento durante o “reinado” de Dias da Cunha?!);
· ficamos à espera que a comissão disciplinar da Liga, depois do sumaríssimo a Petit, faça o mesmo a Fábio Felício que ontem agrediu João Moutinho;


(*) Talvez esta se torne mais uma rubrica deste blog para analisar os erros grosseiros da arbitragem.

quinta-feira, novembro 03, 2005

“Febre amarela”

O Benfica perdeu em casa com o Villarreal e, pior do que isso, complicou muito as contas para a segunda fase da Liga dos Campeões.

É verdade que o jogo não foi grande coisa e que na primeira parte os espanhóis até foram superiores mas, por aquilo que fez no segundo tempo, a equipa da Luz merecia outro resultado.

Não aconteceu, é pena, mas é assim o futebol.

Que razões para esta derrota? Várias.

• Simão jogou tocado e a equipa ressentiu-se (muito) disso
• Geovanni não esteve em campo
• Karagounis não tem pernas para 90 minutos
• Nelson fez o pior jogo desde que está no Benfica
• Mantorras e João Pereira acrescentaram (?!) pouco à equipa
• Petit e Manuel Fernandes não podem fazer tudo
• Nereu teve culpa no golo sofrido, mas ninguém marcou o brasileiro
• O guarda-redes do Villarreal não foi “apertado”
• Nuno Gomes teve pouco jogo
• Não há Miccoli
• Koeman podia ter apostado em Karyaka

Agora, faltam dois jogos e a situação no “grupo D” está deveras “embrulhada” com o Lille também a entrar nas contas.

Faltam dois jogos (fora com os franceses e em casa com o Manchester United), objectivo: seis pontos… ou começam as contas.

quarta-feira, novembro 02, 2005

“Tudo ou (quase) nada”

O Benfica defronta, esta noite, aquele que é, em teoria, o seu adversário directo na qualificação para a segunda fase da “Champions”.

Por isso mesmo, só há um resultado possível: os “encarnados” têm que afundar o “submarino amarelo”.

Mas atenção, como a própria “alcunha” indica, o Villarreal é uma equipa “matreira”, que aparece e desaparece nos jogos, especialista no contra-ataque, com jogadores fortes na frente.

Qualquer equipa com Forlan, José Mari e Figueroa a serem servidos por Riquelme merece toda a atenção.

Para além disso, como já aqui se escreveu (“Sorriso amarelo”), o Benfica tem, por contingências (leia-se lacunas) do plantel, dificuldades em assumir o jogo, especialmente se tiver pela frente equipas semelhantes.

Sendo assim, da mesma forma que disse que o jogo com o Manchester United em Old Trafford era o mais fácil do grupo, digo agora que este é o mais difícil – o jogo do “Tudo ou (quase) nada”.

É certo que a defesa do Benfica está a funcionar bem, falta saber se consegue, mantendo essa consistência defensiva, prender o adversário atrás sem correr demasiados riscos nas costas.

Parece que Simão vai jogar e essa é a primeira boa notícia do dia. Falta saber em que condições estará o “capitão”.

Aliás, essa é uma dúvida que alastra a outros jogadores da equipa: como estão Geovanni ou Karagounis?

O plantel é curto – não é novidade - por isso, as “faltas” notam-se e muito (*).

(*) Nunca mais chega Janeiro, mas sobre isso falaremos num outro "post".

terça-feira, novembro 01, 2005

Afinal, quem tem Co tem medo

O FC Porto perdeu em Itália frente ao Inter de Milão (2-1) muito por culpa do seu técnico, que se amedrontou.

O treinador holandês, que apregoa o futebol de ataque e que não muda de atitude consoante o adversário, deu esta noite (mais) dois enormes tiros nos pés.

Depois de ter controlado na primeira parte, os “azuis e brancos” fizeram, ao contrário do que defende o treinador, duas substituições claramente de tracção atrás e não conseguiram aguentar-se.

Depois de ter dado a mão à palmatória – sem o admitir – após a derrota frente ao Benfica, em que fez mudanças para equilibrar a equipa, hoje o senhor Adriaanse errou nas substituições e perdeu o jogo por culpa própria.

No Guisepe Meazza, o senhor Adriaanse parecia um tal de Norton de Matos no estádio do Dragão.

Espero que Mancini lhe diga que, neste jogo, o Inter podia ter jogado sem guarda-redes.

PS: Como sempre, Co Adriaanse descarta qualquer responsabilidade na derrota.

segunda-feira, outubro 31, 2005

“Fora de jogo”

Estava prometido que não se falaria de assuntos colaterais ao jogo jogado e às quatro linhas neste espaço. No entanto, sinto-me tentado a abrir uma nova rubrica para as excepções.

Depois do “Outras bolas” (em que se fala de outros desportos que não o desporto-rei), aqui está o “Fora de Jogo”.

Para a estreia, a personagem principal é Chumbita Nunes, presidente do Vitória de Setúbal.

Está prometido que é nesta semana que os jogadores do plantel sadino vão receber parte dos salários em atraso. A última vez que a maioria viu “a cor do dinheiro” foi em Julho. Em causa estará uma verba a rondar os 275 mil euros.

Para além de ser grave que um clube profissional (ou qualquer empresa) não tenha dinheiro para pagar aos seus funcionários (especialmente quando tem – ou deveria ter - que apresentar contas em dia e garantias bancárias), há ainda um outro dado “curioso”.

É que, enquanto os jogadores estão com vários meses de salários em atraso, ficou a saber-se, durante a assembleia geral do clube, que o senhor Chumbita tem o seu ordenado de presidente em dia.

Ora, a questão que se coloca é: “Onde está a moralidade disto?”. “Como pode um líder de um grupo motivar as suas "tropas" se está em condições de completa desigualdade?”.

A pérola é que o senhor Chumbita justifica o facto de ter as suas contas em dia (ao que consta oito mil euros mensais) com o facto do dinheiro que recebe do Setúbal ser o seu único rendimento!!!

A sério! Não me diga. Já agora que outros rendimentos recebem os atletas do plantel profissional do Vitória de Setúbal?

Por favor, senhor Chumbita, faça um favor ao Setúbal: demita-se.

quinta-feira, outubro 27, 2005

O erro da baliza

O Benfica confirmou ontem, pela voz do Director-geral, após o jogo com o Leixões, que não vai, pelo menos para já, contratar um novo guarda-redes.

José Veiga diz que não faz sentido contratar um jogador que só pode alinhar na “Champions”.

Entretanto, Moreira está lesionado nos próximos seis meses e Quim está “fora de jogo” 10/15 dias.

Tendo em conta todas estas permissas, acho bem.

Terminou assim mais esta novela em que o nosso campeonato é pródigo. Ficam, no entanto, algumas notas.

· Não entendo como é que o campeão nacional, que está em quatro competições (Liga portuguesa, Liga dos Campeões, Taça de Portugal e SuperTaça), comete o erro de ter apenas duas opções para um lugar específico como a baliza.
· Não entendo como é que, depois de “casa arrombada”, os “encarnados” querem pôr “trancas na porta”, ou seja, tentar um regime de excepção para ir buscar um outro guarda-redes.
· É que, das duas uma: ou era “obrigado” a ter um terceiro homem (Yannick está emprestado), ou tinha que ter confiança absoluta nos miúdos da equipa “B”.
· Não entendo como é que a UEFA tem regras que não são seguidas pela Liga Portuguesa (não só no que diz respeito aos “keepers” mas também aos atletas desempregados).
· Não entendo a pressa da Liga para, agora, ir marcar uma Assembleia-Geral e discutir estes dois assuntos. Em princípio, devem ser aprovados, mas a questão é que tudo já devia estar definido e harmonizado há muito tempo.

sexta-feira, outubro 21, 2005

Leãozinho

Paulo Bento foi, finalmente, confirmado como técnico principal do Sporting, depois de dois dias de pressões (*) e indefinições.

Como já aqui tinha escrito era difícil, por várias razões, que os “leões” conseguissem contratar um treinador com currículo.

Por um lado, há a questão da própria “instabilidade interna” do clube, com eleições a curto prazo; por outro lado, há o “pormaior” do “Project Finance”, que impede que se paguem grandes salários aos profissionais.

Com estes dois condicionalismos, o novo presidente tinha, quase obrigatoriamente, que escolher uma solução interna ou um ex-“leão”.

Filipe Soares Franco, com a ajuda do “regressado” Carlos Freitas, escolheu Paulo Bento, numa decisão arriscada, mas que terá sido bem ponderada.

O antigo médio tinha, como jogador, cultura táctica e forte personalidade (nunca se escondeu e nunca deixou de dizer o que achava que tinha que dizer).

Bento, 36 anos, está em Alvalade há mais de cinco anos, depois de ter passado por Oviedo, Benfica, Guimarães e Estrela da Amadora, para além da Selecção Nacional.

Conhece bem o clube, os dirigentes, o plantel (muitos ainda foram seus colegas) e – diz quem o conhece – não pactua com indisciplinas (um dos males da equipa), mas sabe dialogar. Tudo isto é (muito) positivo…

A sua lacuna (se é que se pode dizer assim) é a falta de experiência: nunca treinou uma equipa grande, aliás, nunca treinou uma equipa sénior e, por isso, falta ver se tem mãozinhas para este “barco” que tem navegado em mar revolto.

O título de juniores, conquistado na época passada, pode ser um bom indicador, mas com “graúdos”, a “coisa” pia mais fina. O exemplo máximo desta diferença é Carlos Queirós, que ganhou tudo com “miúdos” e nada com seniores.

Estabilizada a equipa, com novo treinador e um director-desportivo que percebe de futebol, os “leões” têm tudo para melhorar.

É certo que já foram perdidas a Liga dos Campeões e a Taça UEFA, mas o Sporting tem ainda a Taça de Portugal e está, apenas, a cinco pontos do líder Sporting de Braga.

Como jogador, eu era fã de Paulo Bento… como treinador, esperamos para ver. Só posso desejar-lhe boa sorte…

(*) Se é verdade que as claques tentaram impedir a subida de Paulo Bento a técnico principal, incluindo com telefonemas para dirigentes, é mais uma atitude lamentável, num clube que tem estado sem comando.

quarta-feira, outubro 19, 2005

“Vassourada” (*)

O presidente do Sporting apresentou a demissão de todos os cargos, um dia depois de ter aceite as renúncias de José Peseiro e Paulo Andrade.

As situações do técnico e do administrador eram, como já escrevi, insustentáveis e, assim, acabou por ser tomada a decisão correcta para bem do clube.

Já a decisão de Dias da Cunha pode ser algo surpreendente, apesar desta hipótese ter sido avançada como uma das mais prováveis.

A solução parece ir desembocar em eleições antecipadas, para antes do início da próxima temporada, por forma a que a nova Administração e a nova equipa técnica tenham tempo de preparar o plantel.

Até lá, o clube fica entregue a Filipe Soares Franco, número “dois” de Dias da Cunha, ex-presidente do Estoril e que cometeu algumas “gaffes” já em Alvalade (aquela do Papa é de "bradar aos céus").

“Isto” deve ainda implicar que, para a equipa técnica, seja encontrada uma solução mais ou menos provisória. Não acredito que nenhum técnico de prestígio aceite tomar conta do Sporting numa altura em que as eleições estão à porta.

Só uma nota: Este senhor Soares Franco não estava demitido? Como é isto de cooptar um dirigente que tinha batido com a porta?

(*) Pedido feito por adeptos leoninos depois da derrota em casa contra a Académica.

“Sorriso amarelo”

O Benfica podia e devia ter ganho, ontem, no El Madrigal em Villarreal. O empate soube a pouco.

Os “encarnados” jogaram melhor, controlaram a maior parte do encontro, criaram boas oportunidades, marcaram um grande golo e, já agora, tiveram um árbitro que não ajudou muito.

Na actual conjuntura da equipa de Koeman, como se viu no “Dragão”, contra equipas fortes, o Benfica tem vantagens em jogar fora: a defesa está forte e consistente, os meios centro estão em grande forma e os avançados podem sair rápido para o ataque.

Ontem, contra o “Submarino Amarelo”, foi isto que aconteceu, faltou só que o ataque conseguisse sair mais vezes para a frente.

Resumindo, por um lado, “faltaram” Simão e Geovanni - que tardam em ser consistentes – e, por outro, ainda não esteve o verdadeiro Karagounis que só consegue fazer 45/60 minutos em ritmo de passeio.

Do lado do Villarreal só se viram 20 minutos de alguma pressão, do início da segunda parte até ao golo.

Depois de terem descansado na Liga espanhola, Riquelme, Forlan e Figueroa pouco fizeram, neste jogo, para justificar o estatuto de estrelas que ostentam. Acredito que, muito por culpa do Benfica.

Destaque ainda para a estreia de Rui Nereu que fez três boas defesas e pareceu não acusar a responsabilidade. Agora, calma, não esperem que o miúdo defenda tudo e não o crucifiquem ao primeiro erro.

Entretanto, na Champions, o Benfica está em segundo lugar ao fim da primeira volta.

É bom, mas podia ser melhor: fica a sensação de que, nos dois jogos fora, os campeões nacionais, podiam ter conseguido mais pontos.

Atenção que agora, ao contrário do que dizem os comentadores, vem aí, por aquilo que já expliquei, a fase mais difícil do calendário: jogos em casa com Manchester e Villarreal (o Benfica vai ter que pegar no jogo) e fora com o Lille (onde vai ter que ganhar onde os outros empataram).

Nota final para a atitude em campo do Benfica, que já não se atemoriza nos palcos internacionais. Como me relembrou um amigo meu, a equipa está muito mais “crescida” em relação, por exemplo, à exibição em Trondheim, onde só um grande Moreira salvou uma derrota certa.

segunda-feira, outubro 17, 2005

Outras bolas (2)

Como já tinha avisado, este blog não é só sobre futebol e, por isso, cá fica mais um apontamento de outra modalidade.

Tiago Monteiro terminou a época de Fórmula 1 com um balanço extremamente positivo.

Ao volante de um “Jordan”, um dos piores carros do “Circo”, o piloto português suplantou todas as expectativas.

· Conseguiu, na maioria da temporada, ficar à frente de Narain Karthikeyan, o colega de equipa, e, obviamente, dos Minardi.
· Bateu o recorde do melhor “rookie” no que diz respeito às provas terminadas. Tiago Monteiro só não terminou uma das 19 etapas.
· Fez pontos em duas provas: Estados Unidos e Bélgica

Não tem ainda confirmada a presença na próxima temporada mas, uma coisa é certa, merecia estar entre os “20 mais”.

domingo, outubro 16, 2005

A tradição já não é o que era…

O Benfica ganhou ontem na “Invicta”, 14 anos depois, com Nuno Gomes a imitar César Brito e a marcar os dois golos da partida.

Os “encarnados” mereceram ganhar, é indiscutível, e recuperaram sete dos oito pontos oferecidos nas primeiras três jornadas da Liga.

A equipa de Koeman esteve defensivamente irrepreensível (grande exibição dos dois centrais) e eficaz no ataque com dois golos em quatro oportunidades.

Obviamente que nem tudo foi perfeito - e sobre isso falaremos noutros “posts” – mas, na luta entre técnicos holandeses, Ronald Koeman voltou a levar a melhor sobre Co Adriaanse.

A já habitual teimosia do treinador dos “dragões” beneficiou o Benfica que soube aguentar o caudal ofensivo dos portistas (uma oportunidade em 90 minutos) e aproveitar a conhecida debilidade defensiva “azul e branca”.

Deixar os recuperados Pedro Emanuel e Jorge Costa de fora, não convocar o médio-trinco-mais-trinco que tem no plantel (Raul Meireles), continuar a apostar em Bosingwa e César Peixoto nas laterais são autênticos atentados ao futebol.

Enquanto o senhor Co Adriaanse continuar a achar que o futebol é só atacar, os adversários do FC Porto vão ter muitas razões para sorrir.

Ontem, depois do jogo, dei por mim a pensar que o senhor Adriaanse seria o técnico indicado para o Real Madrid de Florentino Peres com avançados e mais avançados, a ganhar jogos por 6-5 ou 7-0, mas, também, a perder muitos por 3-4 ou 3-0. Puro espectáculo, zero resultados.

Três notas finais: o senhor Co Adriaanse diz que não viu lenços brancos nas bancadas do "Dragão", percebe-se agora porque é que ele não vê a defesa a meter água, o homem tem problemas de visão; as quatro oportunidades do Benfica (dois golos, o remate de cabeça de Simão a rasar o poste e o contra-ataque frustrado 3 contra 1) nasceram do lado direito do ataque “encarnado”, lado esquerdo da defesa portista, onde “estava” César Peixoto; o facto do senhor Adriaanse ter inventado no “11”, com Diego e Quaresma no banco, deu vantagem aos visitantes.

sexta-feira, outubro 14, 2005

Ganhar, ganhar, ganhar (*)

Amanhã joga-se um dos maiores clássicos do futebol português. No “Dragão”, o FC Porto recebe o Benfica.

Vai ser um jogo interessante entre o líder “azul e branco” e uns “encarnados” em recuperação e também entre dois técnicos da mesma escola, já têm antecedentes e com contas a ajustar.

Há algumas baixas de parte a parte, mas não vão obrigar os treinadores a alterar as tácticas habituais.

À equipa do “Dragão” faltam Pedro Emanuel e Jorge Costa (recuperados de lesão, mas sem ritmo competitivo), Helton e Sokota (lesionados há várias semanas), Hélder Postiga, Sonkaya e Raul Meireles por opção.

No Benfica estão de fora Moreira, Alcides e João Pereira (todos por lesão), Nuno Assis e Carlitos por opção.

Assim, no “11” de Adriaanse devem estar Vítor Baia, Bosingwa, Ricardo Costa, Bruno Alves e César Peixoto; Ibson, Lucho e Jorginho (Diego); Lisandro, Quaresma (Jorginho) e McCarthy.

Já no “11” de Koeman vão estar Quim, Nelson, Luisão, Ricardo Rocha (Andersson) e Leo; Petit, Manuel Fernandes, Simão e Geovanni (Karagounis); Miccoli e Nuno Gomes.

Como se percebe esta vai ser, também, uma luta táctica: ao 4-3-3 dos portistas, respondem os benfiquistas com um 4-4-2.

No papel, o Benfica parece ter vantagem já que cobre as áreas do terreno com vantagem numérica (quatro defesas para três avançados, quatro médios para três médios, dois avançados para dois centrais).

Outra luta interessante vai acontecer entre o ataque demolidor dos “dragões”, que atacam com seis/sete jogadores e a defesa “encarnada”, segura, a melhor dos três grandes.

Resumindo, deve ser um jogo ofensivo entre “águias” e “dragões” porque o FC Porto só sabe jogar ao ataque e o Benfica precisa de ganhar para recuperar o atraso.

Este pode ser o jogo certo para o Benfica quebrar a tradição.

(*) Frase celebrizada por Paulo Futre quando chegou ao estádio da Luz e foi recebido por milhares de adeptos.

domingo, outubro 09, 2005

Dúvida Central (III)

Já aqui se escreveu: o FC Porto é "Massacrante" a atacar e "Medíocre" a defender. A equipa tem demasiada “tracção à frente” e quem paga é a “retaguarda”.

Os “dragões” têm cinco defesas centrais no plantel principal: Jorge Costa, Pedro Emanuel, Ricardo Costa, Pepe e Bruno Alves.

Apesar da fartura, o certo é que Co Adriaanse tem tido problemas na estabilização do sector e sofrido muitos golos (bem mais do que era habitual).

O problema da defesa portista alastra às laterais, onde têm estado dois "(in)adaptados" (Bosingwa e César Peixoto), mas isso são erros na construção da equipa que ficam para outra ocasião.

A verdade é que o técnico holandês já utilizou quatro destes cinco jogadores (só o “capitão” Jorge Costa não foi utilizado: primeiro porque o treinador não quis, agora porque está lesionado). Esta “instabilidade central” é sinal de que o próprio senhor Adriaanse tem dúvidas.

Com lugar garantido só parece estar Pedro Emanuel (em breve regressado de lesão), a segunda opção parece ser Ricardo Costa, mas o jovem parece não ter ainda “estaleca” para estas andanças.

Será que o “Bicho” ainda vai ter uma oportunidade? Qual é a melhor dupla?

E pronto, fica também aberto o debate. Quem quiser e souber, que diga de sua justiça e resolva este dilema.

Dúvida Central (II)

O Sporting manteve os dois centrais titulares da época passada, “trocou” Enakahrire por Tonel, “despachou” Hugo e “subiu” Semedo.

À primeira vista é uma melhoria em relação à época passada porque Polga e Beto continuam, Semedo é um jovem com valor, melhor que Hugo, e Tonel é um jogador que dá garantias de qualidade.

Ora, a defesa dos “leões”, apesar disto, continua a “dar umas casas”.

É certo que tem tido problemas de lesões que têm afectado especialmente as laterais (Rogério e Edson estão “fora de jogo”), mas algo também tem falhado na zona central.

Tudo se agrava quando, em minha opinião, o técnico Peseiro inventa.

Neste momento, penso que poucos observadores têm dúvidas que o ex-Marítimo é o defesa-central em melhor forma. Assim sendo, Tonel tem que jogar, apesar de não ter o “peso” dos concorrentes directos na equipa.

A dúvida maior coloca-se então em saber quem deve fazer “parelha” com o português: Beto ou o brasileiro Polga.

Há vantagens e inconvenientes: um é o “capitão” (?!) de equipa e joga descaído para a direita, o outro é internacional, campeão do mundo e joga sobre a esquerda.

Ambos, em forma, são quase intransponíveis. O certo é que essa fase não tem chegado e os erros têm-se acumulado, mesmo na época passada em que o nigeriano Enak foi muitas vezes preterido injustamente.

Mais uma vez, fica aberto o debate. Quem quiser e souber, que diga de sua justiça e resolva este dilema.

Dúvida Central (I)

O plantel do Benfica é curto em várias posições, mas se há zona do terreno em que a equipa está bem servida é no centro do terreno.

Luisão e Ricardo Rocha foram a dupla no ano passado a que se juntam mais dois brasileiros: o internacional Andersson e o jovem Alcides.

Depois dos primeiros jogos oficiais da época, a dúvida mantém-se e tem dividido sócios, adeptos e comentadores: qual é a melhor dupla?

É (quase) consensual que Luisão tem lugar garantido no “onze” de Ronald Koeman. Dando esse facto como adquirido, quem é o “parceiro ideal”?

A dupla Ricardo Rocha/Andersson faz-me recuar alguns anos e – atenção - salvaguardadas as devidas distâncias, recorda-me a melhor dupla de centrais que vi jogar num qualquer relvado do nosso país: Mozer e Ricardo Gomes (*).

Mozer, à “imagem” de Ricardo Rocha, mais físico, impetuoso, impiedoso, faltoso, forte na marcação que Ricardo Gomes que jogava em “bicos de pés”, quase sem fazer faltas, com grande poder de colocação no terreno.

Ora é precisamente nestas e noutras diferenças (Ricardo Rocha é mais rápido que Andersson) que está o dilema (positivo) de Koeman.

Fica aberto o debate. Quem quiser e souber, que diga de sua justiça e resolva este dilema.

(*) Não posso deixar de acrescentar mais dois nomes de excelentes centrais que jogaram de águia ao peito e que marcaram as respectivas gerações: Germano e Humberto Coelho.

Rendimento Mínimo Garantido

Portugal apurou-se para o Mundial 2006, na Alemanha. É a quarta vez que chegamos a uma fase final, a segunda consecutiva.

Sobre a actuação desta noite, nem vale a pena dizer nada, foi mau de mais para ser verdade.

Gostaria só de, nesta altura, falar sobre o seleccionador nacional.

Conseguimos o apuramento, antes de chegar à última jornada e, portanto sem usar a calculadora…

É verdade que sim, mas também estranho seria se assim não fosse. É que é bom que não nos esqueçamos qual foi o grupo que nos calhou em sorte (e aqui a palavra é mesmo esta).

Não estou a dizer que Luiz Felipe Scolari não fez um bom trabalho, juntando até a ida à final do Euro 2004, o que estou a dizer é que podia e devia fazer melhor.

Temos um bom grupo de trabalho, alguns lugares estão muito bem servidos e é precisamente onde há lacunas que seria bom contar com a experiência de um técnico ganhador como Scolari.

Apetece perguntar: quem é a opção para Nuno Valente? Quem joga no lugar de Deco? O que fazer quando Pauleta estiver em crise de golos? Se a táctica habitual (4-2-3-1) não resultar, qual é o “plano B”? Porque jogam atletas sem ritmo competitivo?

Respostas a estas perguntas. Nada… Só teimosia por parte do técnico brasileiro.

Scolari “não liga às pressões” – diz-se. Isso é positivo, mas também é caso para dizer que: “Pior cego é aquele que não quer ver”.

Insistir com Ricardo aconteça o que acontecer no clube e na equipa das “quinas”, dar a titularidade a Nuno Valente e Maniche sem ver (se estão) como estão a jogar nos seus clubes, não dar nenhuma oportunidade, por exemplo, a Miguelito e João Tomás, dar-se ao luxo de deixar de fora jogadores como João Moutinho são alguns dos aspectos que “não lembram ao diabo”.

Obviamente que “no fim das contas” o que interessa são os resultados e aí, o treinador brasileiro tem currículo para “dar e vender”, mas…

Mais perto da convocatória final, falaremos sobre as 23 opções para o Mundial na Alemanha. Scolari disse esta noite que 20 já estavam escolhidos. Pois…

quinta-feira, outubro 06, 2005

Mais tarde ou mais cedo...

Se havia dúvidas, estas deixaram de existir: José Peseiro não tem condições para continuar no comando técnico do Sporting.

A direcção da SAD leonina, apesar do "processo de reflexão e aperfeiçoamento", já estará a fazer contactos com treinadores.

É o próprio Paulo Autuori quem confirma que recusou um convite do Sporting e que vai continuar a treinar o São Paulo.

Ora, posto isto, como vai Peseiro comandar um grupo sabendo que, mais jogo menos jogo, será "chutado para canto"?

Salvaguardadas as devidas distâncias, porque as razões eram outras, estes caso faz-me lembrar a situação de Mourinho no Benfica.

O jovem técnico sabia - todos sabiam - que a nova direcção de Vilarinho, terminada a época, o trocaria por Toni. Mourinho tentou jogada arriscada, pressionou o presidente e acabou por sair.

Agora, Peseiro nem pressionar pode porque, ao que parece, aconteça o que acontecer, o final desta "estória" está definido: técnico fora de Alvalade.

Quem andará a fazer estes contactos em nome do clube de Alvalade? A dupla Andrade/Meireles? O próprio Dias da Cunha?

Terá a direcção "legitimidade" para contratar um novo treinador havendo eleições à porta?

quarta-feira, outubro 05, 2005

Os ratos e a deserção…

É do senso comum: os ratos são os primeiros a abandonar os navios que estão a afundar.

Vem isto a propósito da atitude inqualificável que Paulo de Andrade e Rui Meireles tiveram especialmente para com o plantel principal do Sporting.

Relembremos os factos: os “leões” perdiam em Paços de Ferreira por 2-0 e, a 10 minutos do fim, estes altos dirigentes da SAD “verde e branca” abandonaram o estágio e não saíram com a equipa.

Que exemplo é este dado pelas principais figuras do futebol do Sporting? Que sinal está a ser dado para sócios e adeptos? O que sente o grupo de trabalho (jogadores e técnicos) quando são abandonados pelos “Generais” em pleno “campo de batalha”?

Esta deserção é, em minha opinião, inacreditável, lamentável, vergonhosa, no mínimo descredibilizante para os dirigentes e, se calhar, explica muito do que se tem passado nos últimos meses em Alvalade, incluindo os constantes casos de indisciplina.

O Sporting decretou esta noite um black-out para um "processo de reflexão e aperfeiçoamento”.

Acho bem…

Podiam, talvez, antes de ponderarem a situação do técnico, começar por reflectir se é com dirigentes desta estirpe que querem continuar. Acredito que haja forma de aperfeiçoar o núcleo directivo da SAD.

segunda-feira, outubro 03, 2005

Jogos de "sorte e azar"

Ronald Koeman aproveitou a conferência de imprensa que antecipava o Benfica – Vitória de Guimarães para duas notas: defender José Peseiro e atacar o sorteio da Liga.

Vamos por partes:

1) Peseiro

Diz o técnico holandês que os comentadores exageraram quando disseram, após o Benfica – Sporting, que tudo tinha sido mau para os “encarnados” e que tudo tinha corrido bem para os “leões”, ao mesmo tempo que apenas três semanas depois já estão a dizer que o que a equipa de Alvalade faz é “uma merda”.

Ora, sou obrigado a concordar com Koeman. Não se pode passar do “céu ao inferno”, do “80” para o “8”, em apenas três semanas. Não se pode chamar “bestial” a um técnico e dias depois chamar-lhe “besta”.

A época não se ganha, nem se perde nem à terceira jornada (onde o Benfica estava a oito pontos), nem à sexta. O campeonato tem 34 jornadas.

É certo que Peseiro comete erros, se calhar mais do que devia enquanto técnico de uma equipa de elite como é o Sporting, e gosta de inventar sob pressão (Polga a lateral esquerdo!!!!!), mas não tem todas as culpas.

Para mim, é simples: os maiores culpados são os dirigentes leoninos. Foram os dirigentes do Sporting que mantiveram Peseiro depois do final da época passada, foram os dirigentes leoninos que reforçaram os poderes do técnico depois da saída do director-geral Carlos Freitas, foram os dirigentes leoninos que fizeram as vontades a Peseiro (saídas de Barbosa e Rui Jorge, entradas de Wender e João Alves, por exemplo).

Talvez por isso é que, agora, apesar da tremenda pressão dos sócios, que já não aguentam Peseiro nem pintado a ouro, os dirigentes da SAD (Dias da Cunha, Paulo Andrade e Rui Meireles) não despeçam o treinador.

Talvez estejam os três com vergonha de assumir que foi um erro a permanência do “mister” Peseiro ao comando da nau “verde e branca”.

2) o calendário

Prefiro, obviamente, acreditar que o sorteio da Liga foi legítimo e legal e que, por isso, as críticas de Koeman não fazem nenhum sentido.

O certo é que não deixa de ser surpreendente ou é, apenas, uma grande coincidência que as três deslocações, teoricamente, mais difíceis do Benfica (Sporting, FC Porto e Braga) fiquem entaladas entre paragens do campeonato para as selecções e jogos da Liga dos Campeões.

Azar, dirão. Espero que seja mesmo só isso.

Estas declarações fizeram-me lembrar José Mourinho que, quer no ano passado, quer este ano, se queixou alto e bom som do calendário inglês e de “coincidências” deste género que sistematicamente beneficiavam o Arsenal em relação ao Chelsea.

domingo, outubro 02, 2005

Selva(jaria)

O ambiente anda quente em Alvalade devido aos últimos (maus) resultados da equipa de futebol e ontem a Assembleia Geral teve momentos de grande tensão.

Os alvos prioritários dos “adeptos” sportinguistas foram, como é hábito nestas alturas, os jornalistas.

Os profissionais da comunicação social foram agredidos verbal e fisicamente por um grupo de participantes na reunião magna dos “leões”.

O que se passa no futebol verde e branco pode ter vários culpados, os jornalistas não estão, seguramente, incluídos nesse lote.

Se os sócios do clube estão descontes têm todo o direito de o exprimir livremente na Reunião Magna do clube, podem até exigir à direcção que tome determinada atitude, não podem é perder toda e qualquer razão passando à agressão.

Gostaria, já agora, de realçar a atitude corajosa de Dias da Cunha neste caso específico.

Primeiro o presidente do Sporting pediu desculpa pelas atitudes dos “adeptos”, admitiu que só aturava cenas daquelas por amor ao clube e depois fez a “escolta” dos jornalistas já de madrugada para que mais nada lhes acontecesse.

Os lenços e a chantagem (*)

Co Adriaanse volta a mostrar a sua "forte personalidade" (para não dizer arrogância) e deixa um sério aviso aos sócios: “Se me quiserem fora do clube basta que me mostrem lenços brancos”.

O técnico holandês reafirma que a direcção do FC Porto sabe quem contratou, as suas características, a sua forma de ser e de jogar. Assim sendo, garante que não vai mudar a forma de jogar da equipa e não vai fazer como outros treinadores e jogar defensivamente.

A Adriaanse há vários ditados portugueses que parecem aplicar-se: “Antes quebrar que torcer”, “Ou és por mim ou és contra mim”, “Quem está mal, mude-se”.

Só o futuro dirá se o técnico vai levar a sua “teoria fundamentalista” até ao fim, entenda-se até à “vitória final”, mas uma coisa é já certa: não é ele que vai mudar.

O “velho” Pinto da Costa (não o da época passada) daria toda a cobertura ao senhor holandês, vamos ver o que acontece se as derrotas inesperadas continuarem a acontecer. O que farão os sócios perante a chantagem do técnico?

Entretanto, na reacção à derrota com o Artmédia, Adriaanse reafirmou que não vai mudar o sistema de jogo, apontou vários erros dos jogadores (e nenhum seu), mas admitiu que a equipa defende mal (segundo o “mister”, no “11”, só três jogadores têm apetência defensiva e os outros vão ter que ser “educados”).

Folgo em saber que o senhor Co anda a leu o posto da “M & M”.

(*) Ainda bem que a sede do FC Porto não é em Fátima :-)

Varridela

Foi uma má semana europeia para os clubes portugueses e repleta de surpresas. Só o Vitória de Guimarães salvou a “honra do convento”.

As derrotas de FC Porto e Sporting são autênticos “case studies”, que já abordamos e, por isso, não vale mais a pena “bater no ceguinho”.

O certo é que foram seis pontos do ranking da UEFA que foram ao ar incrivelmente.

Já a derrota do Benfica foi estúpida porque os “encanados” podiam e deviam ter trazido um melhor resultado de Old Trafford.

A “coisa” só não foi pior porque Villareal e Lille empataram.

O Sporting de Braga empatou, mas fez um grande jogo e merecia claramente ter ganho. As lesões dificultaram a vida a Jesualdo Ferreira, mas há o lado positivo: os arsenalistas ficam mais livres para a Liga.

Pena só mesmo as cenas lamentáveis de final de partida. Seguramente virá aí a mão pesada da UEFA.

O Vitória de Setúbal acabou eliminado, como se esperava, mas “caiu de pé” e esteve perto de forçar, pelo menos, ao prolongamento em Itália.

Assim, só o Guimarães conquistou os três pontos, com uma vitória na Polónia e pode ter iniciado a recuperação anímica que precisa para o campeonato.

Feitas as contas, das seis equipas sobram três e Portugal é ultrapassado pela Alemanha no “ranking” da UEFA. Acaba por ser normal e o sexto lugar até nem é nada mau.

Esperemos que a próxima jornada traga mais pontos e contos.

sábado, outubro 01, 2005

Outras bolas (2)

Como já tinha avisado, este blog não é só sobre futebol e, por isso, cá fica mais um apontamento de outra modalidade.

Tiago Monteiro terminou a época de Fórmula 1 com um balanço extremamente positivo.

Ao volante de um “Jordan”, um dos piores carros do “Circo”, o piloto português suplantou todas as expectativas.

· Conseguiu, na maioria da temporada, ficar à frente de Narain Karthikeyan, o colega de equipa, e, obviamente, dos Minardi.
· Bateu o recorde do melhor “rookie” no que diz respeito às provas terminadas. Tiago Monteiro só não terminou uma das 19 etapas.
· Fez pontos em duas provas: Estados Unidos e Bélgica

Não tem ainda confirmada a presença na próxima temporada mas, uma coisa é certa, merecia estar entre os “20 mais”.

sexta-feira, setembro 30, 2005

Crédito e Débito (*)

O Sporting foi, esta noite, humilhado em casa diante do Halmstads e fica fora da Taça UEFA.

Contra uma equipa acessível, a quem tinham ganho na Suécia, os “leões” desperdiçaram e acabaram derrotados, com mais uma má exibição e um coro de assobios no final.

No final, José Peseiro veio assumir as responsabilidades pela derrota, pedir desculpa aos sócios e dizer que achava que tinha condições para continuar.

O jogo de hoje em Alvalade teve pelo menos um lado positivo: obrigou o treinador a baixar a “juba” e a mostrar alguma humildade.

Era fatal como o destino: aquelas tristes declarações após o Sporting – Setúbal e a substituição de Liedson iam atingi-lo, como se fossem um “boomerang”.

“Os sócios assobiaram-me mas eu acho que tenho crédito e não em débito para com eles” – foi algo assim que Peseiro disse.

Ora, a justificação do técnico tinha a ver com o “bom jogo da equipa na época passada e as boas campanhas na SuperLiga e na Taça UEFA”.

A modéstia é algo que fica bem a todos, especialmente a quem – apesar das “boas campanhas” – ainda NADA ganhou e este ano já ficou fora de jogo na Liga dos Campeões e da Taça UEFA.

Só umas últimas notas para o jogo desta noite:

· Nelson fez duas defesas de “outro mundo” mas falhou no segundo golo
· Paíto não é jogador para ser titular do Sporting
· Tonel não merecia ter saído da equipa
· João Moutinho está a pregar no deserto
· Os “leões” não estão adaptados ao 4-3-3

(*) Peseiro esqueceu-se de actualizar o saldo da conta. Vamos ver se o divulga após o jogo frente ao Paços de Ferreira.

M &M

O FC Porto é quase Massacrante a atacar, mas é Medíocre a defender – isso mesmo ficou provado no jogo diante do Artmédia.

Co Adriaanse vive num mundo só dele e esquece-se que o futebol é um jogo feito de equilíbrios.

Quem joga para ao ataque arrisca-se a vencer mais vezes que os adversários que não o fazem – é verdade – mas também é verdade que sem uma boa defesa, dificilmente se conquistam títulos.

Os “dragões” podiam ter esmagado o Artmédia, tal é o caudal ofensivo da equipa, mas a verdade é que os “azuis e brancos” não sabem defender, defendem com muito poucos e têm lacunas sérias no sector.

A táctica do holandês é tremendamente ofensiva e isso é bom para a vista, mas os sócios portistas, antes do espectáculo, devem querer vitórias.

Mais uma vez volto ao exemplo Mourinho só para dizer que as suas equipas, antes de tudo o resto – que é muito – são fortíssimas a defender.

Voltemos ao FC Porto de Co Adriaanse e atentemos no seguinte:

· Os dois defesas laterais são adaptações (Bosingwa é médio defensivo, César Peixoto é extremo-esquerdo) e, por isso, tem pouca rotina de lugar, o que dificulta em termos defensivos.
· Os dois médios centro (Ibson e Lucho) não são “trincos”, vão trocando de posição entre si (mais atrás ou mais à frente), dando grande ritmo ofensivo à equipa, mas nenhum é um “Costinha”. Mais uma descompensação defensiva.
· Os centrais não dão a segurança necessária, a segurança a que o Porto e Baia estavam habituados. Ricardo Costa ainda é muito novo, Pedro Emanuel está lesionado e falta a voz de comando do “capitão”, que também já não tem pernas
· Os extremos (Quaresma e Jorginho) não são propriamente conhecidos pelo seu a-vontade e pela sua vontade de defender.
· O ataque está a falhar muitas oportunidades, o que se nota mais quando a equipa começa a sofrer golos.

Ora isto tudo somado explica os seis golos sofridos na Liga dos Campeões e os zero pontos conquistados até agora.

Na Liga interna, a “coisa” vai dando porque, enfim, é o campeonato que temos.

Co Adriaanse diz que se sente envergonhado pela derrota frente aos eslovacos mas também já disse que não vai alterar a estratégia.

O homem é teimoso, mas eu acho que se ele quer continuar a jogar assim tem que descobrir dois laterais que defendam e um central que comande a defesa.

O mercado reabre em Janeiro, até lá, os adversários vão rezar para que as baldas na defesa continuem e os falhanços no ataque também.

Quem não arrisca…

Todos os que habitualmente acompanham o futebol sabem que, na esmagadora maioria dos casos, quem jogo para empatar perde.

Foi isto que aconteceu ao Benfica em Manchester. Faltou vontade de arriscar, para ganhar.

Diante de um Man United “meia dose”, só com seis titulares em campo, os “encarnados” perderam o jogo e perderam uma ocasião soberana para quebrarem o enguiço do Old Trafford.

A equipa até entrou bem, criou duas grandes ocasiões de golo (Miccoli e Ricardo Rocha) e foi controlando o jogo até ao lance do golo da equipa da casa.

Na segunda parte, o Benfica voltou a entrar bem, empatou com um grande golo e tudo parecia encaminhado para os portugueses irem à procura dos três pontos.

Foi aqui que Koeman falhou: ao tirar Miccoli e não Beto (que fez uma exibição miserável), o treinador holandês deu a entender ao resto da equipa e ao adversário que ia defender.

Ora, convidado a atacar, o Manchester fê-lo e marcou na marcação de um canto naquela que terá sido a única falha da defesa “encarnada” durante todo o jogo.

As substituições, em desespero, a cinco minutos do fim, já nada resolviam… e lá se foram os três pontos, ingloriamente.

O Benfica entrou em campo com duas “novidades”: Ricardo Rocha no lugar de Andersson e Beto no lugar do tocado Geovanni.

Na defesa a minha primeira reacção foi de susto: “Mas, está a sair o mais sereno e menos faltoso defesa do Benfica”. Acabei por me lembrar que o português é mais rápido que o brasileiro e rezei para que houvesse poucas faltas.

Luisão e Rocha foram grandes diante de Van Nistelrooy e “só” falharam em dois lances: um deu golo, o outro deu bola na barra.

No meio campo, a reacção foi de perplexidade: “Porque raio, vai o Koeman voltar a adaptar o Beto à direita, quando tem Geovanni e João Pereira?”.

A minha apreensão foi-se agravando com os minutos a passar. Beto não é meio direito – já o sabia – o que desconhecia – porque é só nos grandes jogos que se vê quem tem “estaleca” – era que o ex-Beira-Mar treme como varas verdes nos grandes palcos.

No mini-campeonato da Champions só não se complicou porque, no outro jogo do grupo, aconteceu um empate.

Os dois jogos com o Villareal vão ser absolutamente decisivos.

domingo, setembro 25, 2005

“Deixem-nos sonhar!”(*)

O Benfica vai jogar terça-feira no “Teatro dos Sonhos” frente ao Manchester United na segunda jornada da Liga dos Campeões.

Os “encarnados” vão, agora sim, voltar aos verdadeiros palcos da Europa, onde sempre deviam ter estado, defrontando uma das grandes equipas da Europa e do Mundo.

Na actual conjuntura este é, seguramente, o jogo mais fácil do Benfica em toda a época.

As razões são claras e objectivas: a equipa da Luz vai jogar contra uma fortíssima equipa em Old Trafford; o Benfica não é, obviamente, favorito e, se perder, é um resultado “normal”; a equipa de Koeman tem três pontos da primeira partida frente ao Lille; tudo o que vier para além disto é lucro (de prestígio, desportivo e monetário).

Em teoria, o Benfica não terá grandes hipóteses porque continua a ter um plantel curto e inexperiente que, ainda por cima, tem jogadores "nucleares" em baixo de forma: os quatro habituais do meio-campo são exemplo disso.

Esperemos que, em Inglaterra, a equipa portuguesa possa, pelo menos, contar com o Miccoli dos jogos europeus e o Nuno Gomes dos últimos jogos nacionais.

(*) Como sabem esta frase foi celebrizada pelo “Bom Gigante” quando era seleccionador nacional… É nesta altura em que José Torres atravessa uma fase difícil da sua vida que quero lembrar o grande jogador que foi de “águia” ou de “quinas” ao peito. Um abraço.

quarta-feira, setembro 21, 2005

Outras bolas…

Este blog não é só sobre futebol e, por isso, sempre que se justificar, vamos trazer aqui outros desportos. Hoje, o basquetebol merece atenção.

Em primeiro lugar, é de felicitar a basquetebolista Ticha Penicheiro que alcançou um feito histórico para si e para Portugal.

A base das Sacramento Monarchs conseguiu, depois de oito épocas na WNBA, o principal campeonato de “basket” feminino do mundo, o título maior da prova.

Para além disso, a portuguesa é a campeã das assistências na Liga e participa todos os anos no “All Star Game”.

É sem dúvida impressionante a grande campanha da jogadora nacional que jogava no Santarém.

Em segundo lugar, gostaria de dar os parabéns também ao Benfica por ter feito justiça para com o “Eusébio do basquetebol português”.

Depois de alguns anos afastados, por razões mais ou menos incompreensíveis, os “encarnados” e Carlos Lisboa chegaram a um acordo e o antigo “camisola 7” vai liderar a nova estrutura profissional do clube para a modalidade.

Há símbolos e referências que é fundamental saber preservar a bem do passado, mas também do futuro dos clubes.

A fava

Alguém tinha que ser o primeiro e a “fava” calhou a Rui Rodrigues, mais conhecido por “Juca”, que deixou de ser o técnico do Marítimo.

Este treinador, que passou de provisório a definitivo na época passada, não aguentou agora mais do que quatro jornadas, dois empates e duas derrotas.

Já tinha ficado surpreendido por Juca ter assumido o cargo de técnico principal no ano passado e, mais surpreendido fiquei, por ter começado esta época.

Registo o facto do próprio Carlos Pereira, presidente do clube, também ter tido dúvidas porque, recordo, o Marítimo foi o último dos 18 clubes a confirmar a equipa técnica.

Confesso que ainda vi pouco este Marítimo, versão 2005/06, mas há dois aspectos que me saltam à vista e me causam alguma impressão:

1) Como é possível que os insulares joguem sem um único português no “11” titular?

Obviamente, que este caso não é seguramente único em todo o mundo, mas não é por isso que não deixa de ser criticável. A lei “Bosman” permite que isto aconteça, mas deveria ser obrigatório haver uma quota de jogadores nacionais.

2) Como é possível que o quarto orçamento da Liga profissional desbarate assim o dinheiro de todos nós.

Sim, porque o dinheiro que o Governo regional da Madeira lá coloca é dos nossos impostos e, eu, por mim, não aceito andar a pagar equipas de futebol. No entanto, se, por absurdo, isso tem que acontecer – nem que seja indirectamente – então, tenho que exigir bons resultados e vitórias.

Para além da queda de Juca, também o treinador da União de Leiria está na “corda bamba”. José Gomes é jovem e não tem currículo e, por isso, a pressão para “mostrar serviço” é maior.