sexta-feira, junho 30, 2006

Bola de Berlim (14)

ou... a vingança dos novos Magriços

Estamos a poucas horas do Portugal - Inglaterra dos quartos de final do campeonato mundial da Alemanha.

É mais um encontro entre lusos e ingleses, o quinto em fases finais de europeus e mundiais: para já, o balanço é claramente favorável aos portugueses, mas falta vingar aquela (injusta) derrota de 1966.

E, atenção, apesar do balanço positivo e dos súbditos de Sua Majestade não estarem a jogar nada de especial neste torneio germânico, o certo é que o jogo não vai ser nada fácil e vai obrigar os potugueses a estarem concentrados e, obviamente, a evitarem os pontos fortes do adversário.

Há também o espírito de vingança que pode tornar os ingleses ainda mais fortes.

Os ingleses

Com a lesão de Owen e as más exibições dos primeiros jogos, Eriksson parece ter abandonado o clássico 4-4-2 para jogar num 4-3-3 que é praticamente um 4-5-1:

Robinson
Gary Neville, John Terry, Rio Ferdinand e Ashley Cole
Hargreaves, Lampard, Gerrard
Beckham e Joe Cole
Rooney

Olhando para este "11" o que é que se percebe: por um lado é formado por grandes jogadores e com poucos pontos fracos.

Na defesa, o elo mais fraco é claramente Gary Neville que os nossos alas podem aproveitar para explorar o mais possível. Pontos positivos, a dupla de centrais, possivelmente a melhor do torneio. Ponto de interrogação para Cole que não parece estar em forma.

No meio-campo, com três médios centros, incluíndo um trinco clássico (que também pode ser Carrick), há mais liberdade para Lampard e Gerrard, o que tem um aspecto positivo e um negativo:

O negativo é que estes dois jogadores, com menos preocupações defensivas, vão poder aparecer mais junto à nossa área e rematar muito (aspecto em que são fortíssimos). O positivo é que o balanço positivo pode deixar espaços que podem ser aproveitados no contra-ataque.

Na frente é obrigatório ter cuidado com os centros de Beckham e, claro, as bolas paradas, as penetrações e dribles do Joe Cole e a "velocidade terminal" de Rooney (a subir de forma de jogo para jogo).

Depois, se as coisas lhes estiverem a correr mal, lá vai entrar o Crouch e aí vai ser necessário ter um escadote, mas pode até vir a simplificar a nossa vida, apesar de tudo.

Portugal

Sem Deco e sem Costinha e com Cristiano Ronaldo quase em dúvida (tem que jogar), Scolari pode ter que adaptar ligeiramente a equipa, apesar de não haver muitas opções. Há, digamos, três cenários:

  • um meio campo (quase) normal com Petit a fazer de Costinha e Figo a fazer de Deco

Ricardo
Miguel, Ricardo Carvalho, Fernando Meira e Nuno Valente
Petit, Maniche e Figo
Cristiano Ronaldo, Pauleta e Simão

  • um meio campo mais operário

Ricardo
Miguel, Ricardo Carvalho, Fernando Meira e Nuno Valente
Petit, Maniche e Tiago
Cristiano Ronaldo, Pauleta e Figo

  • um ataque móvel

Ricardo
Miguel, Ricardo Carvalho, Fernando Meira e Nuno Valente
Petit, Maniche e Tiago
Figo, Cristiano Ronaldo e Simão

Seja qual for o "11" o certo é que Scolari não tem muitas opções de banco se tiver que alterar, especialmente em termos ofensivos.

Nuno Gomes e Luís Boa Morte estão com pouco ritmo devido às lesões que se arrastam, Hélder Postiga e Hugo Viana mostraram muito pouco quando entraram.

Espero como for, com quem for, que a equipa das "quinas" vença e possa mesmo chegar às meias finais.

Eu cá, das três hipóteses, a que gosto menos é a mais provável (a primeira hipótese).

Gelsenkirchen tem dado sorte... esperemos que não haja duas sem três.

CNADa a esconder

O alegado caso de doping de Nuno Assis continua a dar que falar e com alguns porMAIORES ainda por esclarecer.

Soube-se agora que a Comissão Técnica do Conselho Nacional Antidopagem recomendou em Abril o arquivamento do processo com base nos resultados da contra-análise.

No entanto, esta indicação não foi seguida depois de uma votação 4-3 dentro do CNAD. Entre os quatro que votaram contra a posição dos peritos estava o presidente e o director do instituto (partes interessadas na queixa dos "encarnados").

Esta situação só agora foi conhecida porque a acta esteve escondida e parece dar força à teoria do Benfica de que algo de estranho se passa com este processo.

De recordar que Nuno Assis foi apanhado em Dezembro nas malhas do doping, após o jogo com o Marítimo, já cumpiu os seis meses de castigo, mas continua a reclamar inocência.

Há muito ainda por explicar... a começar pelo Dr. Luís Horta que terá que dizer porque não seguiu o conselho dos peritos.

"Fora de jogo"

ou... "a limpeza do ciclismo"

Está em curso aquela que parece ser uma mega operação de moralização do ciclismo mundial e a começar por cima, afectando, desde já, a maior competição.

Por causa de uma alegada rede de doping em Espanha alguns dos melhores ciclistas mundiais já não vão participar na Volta a França em Bicicleta que amanhã começa.

Fora da bicicleta para o Tour já estão, entre outros, Ivan Basso e Jan Ullrich, os dois maiores favoritos à vitória final.

Convém recordar que este caso também já levou Manolo Saiz, um dos directores-desportivos mais influentes, a ser detido por algumas horas.

O mais certo é isto ser apenas a "ponta do iceberg" mas, seja como for, o fundamental é que se consiga "limpar" a modalidade e combater o doping.

Também é verdade que não deve haver desporto mais seguido, perseguido ou controlado pelos "vampiros" da UCI.

Face ao que se está a passar também era bom que os organizadores fizessem competições e etapas mais realistas, por forma a não "obrigar" os ciclistas a doparem-se para cumprir o que lhes é exigido etapa a etapa.

Não sei como vai ser o Tour deste ano, sem as principais figuras, mas se tiver que perder qualidade por alguns anos para recuperar credibilidade então que assim seja.

Se couber ao ciclismo dar o exemplo aos outros desportos, então que sejam mesmos os senhores das bicicletas a levar a "camisola amarela" da luta contra a batota do doping.

quarta-feira, junho 28, 2006

Bola de Berlim (13)

ou... o balanço e a antevisão

Nos oito jogos da segunda fase do Mundial não houve grandes surpresas: passaram os seis favoritos e os dois "outsiders" (se é que posso dizer isto) que apontei no "Bola de Berlim 9".

Não houve grandes jogos, longe disso, e a qualidade futebolistica até desceu com especial destaque (negativo) para o Itália - Austrália, Inglaterra - Equador e o Suíça - Ucrânia. A excepção acabou por ser o Espanha - França.

A Alemanha está mais forte do que eu pensava, a Argentina não está a confirmar o futebol espectáculo, a Itália continua "cínica", a França parece renascida e o Brasil, a meio gás, lá vai passando, mesmo sem samba.

A Espanha, que fez a melhor fase de grupos, voltou a falhar nos momentos decisivos e já está em casa, depois de muita euforia e excesso de confiança.

Agora, os quartos...

Vão ser quatro grandes jogos, com destaque para dois grandes clássicos mundiais. Esperemos que a qualidade futebolística suba.
  • Alemanha - Argentina
  • Itália - Ucrânia
  • Portugal - Inglaterra
  • Brasil - França

Bola de Berlim (12)

ou... "o grito dos guerreiros"

Continua a guerra psicológica de ingleses e brasileiros para pressionar a selecção nacional, mas hoje Pauleta deu a resposta à altura dos acontecimentos:

"Não temos medo de ninguém. Se conhecer um bocadinho da história de Portugal, verá que Portugal não tem medo de ninguém. Simplesmente somos um País que respeita toda a gente e que só quer ser respeitado. Nós, portugueses, não admitimos que nos faltem ao respeito ou que inventem informações falsas sobre os nossos jogadores ou sobre o nosso País", disse o avançado.

Estas declarações de um dos capitães são mais uma prova do fantástico espírito de grupo e união que reina no grupo de trabalho e que, diariamente, tem vindo a ser demonstrado e reafirmado por jogadores titulares e suplentes.

De recordar que Carlos Alberto Parreira falou sobre o Portugal - Holanda criticando a equipa das "quinas" e hoje há declarações falsas de Pauleta num jornal inglês.

Entretanto, o árbitro Ivanov fez acusações graves (e injustas) sobre os jogadores portugueses e convinha que a FIFA pusesse mão nisto.

Nota positiva apenas para o senhor Eriksson que colocou "água na fervura" e voltou a pôr os pontos nos "ii" ao dizer: "Claro que Portugal é uma equipa com fair play. Estive cinco anos em Portugal, conheço muitos jogadores, muita gente, é um país que adora futebol".

segunda-feira, junho 26, 2006

Bola de Berlim (11)

ou... "o jogo heróico de Nuremberga"

Portugal venceu a Holanda por 1-0 nos oitavos de final do Mundial da Alemanha. Foi uma partida louca, intensa, sofrida, inolvidável.

Foi uma partida incrível, de luta, entrega, entre-ajuda, espírito de sacrifício e, claro, alguma sorte e saber.

Foi mais um daqueles jogos tipo "missão impossível" que o "fado português" gosta e precisa. Parecido com este, nos últimos anos, recordo imediatamente, sem pesquisa, três jogos: Alemanha - Portugal (Estugarda), Portugal - Inglaterra (Euro 2000) e Portugal - Inglaterra (Euro 2004).

O jogo...

Portugal não entrou bem, mas voltou a ter a sorte do jogo ao marcar no primeiro remate que fez à baliza, outra vez, por Maniche e falhou o segundo por Pauleta mesmo em cima do intervalo.

Aguentando na defesa, a equipa das "quinas" jogou quase todo o segundo tempo em inferioridade numérica e teve que saber sofrer, levou uma bola à barra, mas, mesmo assim, podia ter "matado" o jogo com vários contra-ataques.

Contra a "laranja" e contra um árbitro russo que prejudicou Portugal e o futebol, a vitória lusa acabou por ser justa.

Nota para a lesão de Ronaldo que foi arrumado logo aos sete minutos e o senhor Ivanov só mostrou o amarelo.

Destaques positivos para Ricardo e Ricardo Carvalho, Miguel e Maniche, Figo e Simão...

Destaques negativos para a infantilidade de Costinha e para as grandes dificuldades de Nuno Valente sobre Van Persie.

Luiz Felipe Scolari continua de "pé quente", conseguindo e cultivando a união do grupo e dando lições de psicologia, até nas conferências de imprensa.

Está cumprido o objectivo primeiro (chegar aos 8), agora o que vier é lucro e tudo é possível. No sábado... venha a Inglaterra.

domingo, junho 25, 2006

Bola de Berlim (10)

ou... "o jogo mais importante"

A selecção portuguesa joga este domingo com a Holanda nos oitavos de final do Campeonato do Mundo de futebol, reeditando as meias-finais do Euro 2004.

Luiz Felipe Scolari já disse que este é "o jogo mais importante" da carreira da equipa das "quinas" em terras germânicas.

Claro que eu percebo a posição do técnico: este é o primeiro "mata-mata" e que, em caso de vitória", coloca Portugal nos oito mais... precisamente a fasquia mínima que Scolari impôs, mas tenho esperança que esta não seja a última partida.

Uma coisa é certa: a selecção lusa é experiente, está motivada, tem jogadores em boa forma e quase repete a equipa do Euro, enquanto do outro lado está uma "laranja" fresca, com "fome" de títulos e "sede" de vingança.

Aliás, este pode ser - como já referi - o maior adversário de Portugal: a vontade de desforrar a derrota de há dois anos.

A Holanda tem uma boa equipa, com grandes jogadores (destaque para Robben e Van Nistelrooij, no ataque, Sneijder no meio-campo e Van der Saar na baliza) e, por isso, o jogo não vai ser nada fácil.

A equipa

Ao que parece, Luiz Felipe Scolari vai repetir o "11" que defrontou e ganhou ao Irão e, assim, colocar o 4-2-3-1 português contra o 4-3-3 holandês.

Em relação à equipa escolhida, tendo em conta o adversário, tenho receio que Meira não aguente Van Nistelrroij e que Miguel se esqueça de defender Robben (talvez Paulo Ferreira fosse o mais indicado).

Se estes dois gomos da laranja forem neutralizados e Sneijder não puder rematar, é já meio caminho andado para a vitória.

Posto isto, acho que Costinha vai ter um papel fundamental nas compensações defensivas e na acção de cobertura.

Convém, já agora que o "trio mágico" (Figo, Deco, Ronaldo) funcione em pleno para aproveitar o ponto mais fraco da equipa de Van Basten: a defesa.

sábado, junho 24, 2006

Bola de Berlim (9)

ou... "o balanço e a antevisão"

Terminou esta sexta-feira a primeira fase do Mundial da Alemanha e, bem vistas as coisas, não houve grandes novidades. A bem dizer, no fim das três jornadas dos oito grupos, houve uma surpresa e meia.

No "grupo E", a República Checa acabou por ser a grande desilusão com uma eliminação precoce, especialmente depois de uma entrada de "leão" ao derrotar os Estados Unidos por 3-0.

Os problemas no ataque, com as lesões de Koller e Baros, podem ter contribuido decisivamente para este desfecho, mas convém não tirar mérito ao Gana que, apesar de estar a fazer a sua estreia num Mundial, tem uma equipa experiente, formada há vários anos, com muitos jogadores campeões nas camadas jovens.

Este mau resultado pode também representar o fim de uma grande geração de checos com Nedved e Poborsky à cabeça.

Já a "meia surpresa" foi a da Austrália que, no "Grupo F", acompanha o Brasil para os oitavos de final, enviando a Croácia mais cedo para casa.

Continuam os "milagres" de Guus Hiddink e oito anos depois das meias finais com a Holanda e quatro anos depois das meias finais com a Coreia do Sul, são agora os "Socceroos" a beneficiar da experiência e sabedoria do técnico holandês.

Nota final para as dificuldades da França para garantir a qualificação. Quatro anos depois da humilhação do Oriente, os gauleses tiveram que esperar pela segunda parte do último jogo para conseguir seguir em frente.

Agora, os oitavos...

Para além do jogo português, destaque evidente para o confronto entre espanhóis e franceses, duas equipas históricas que se encontram, quiçá, cedo de mais.

Os jogos são os seguintes:
  • Alemanha - Suécia
  • Argentina - México
  • Inglaterra - Equador
  • Portugal - Holanda
  • Itália - Austrália
  • Suíça - Ucrânia
  • Brasil - Gana
  • Espanha - França

Destaque teórico para as equipas da esquerda, mas atenção a ucranianos e franceses. À equipa africana saiu a "fava".

sexta-feira, junho 23, 2006

Bola de Berlim (8)

ou... "o jogo sombra-sol"

Portugal venceu o México por 2-1, conseguiu três jogos, três vitórias, fez nove pontos, ganhou o grupo e cumpriu a obrigação de passar aos oitavos de final.

Não pude ver o jogo mas, pelo relato, deu para perceber que tivemos que sofrer e tivemos mesmo alguma sorte para garantir o triunfo.

Scolari deu descanso a metade da equipa, os cinco "amarelados", e a equipa, nos primeiros 45 minutos, conseguiu dar boas indicações e fez dois golos.

Já no segundo tempo, a "coisa" não correu tão bem e a pressão dos mexicanos mostrou uma defesa a abanar e muito: Caneira e Miguel, por razões diferentes, a sentirem dificuldades nas alas e, especialmente, Fernando Meira a voltar a dar a impressão de não conseguir fazer esquecer Jorge Andrade.

Apesar disso, destaque para as exibições (muito positivas) de Ricardo, Maniche e Simão e nota menos para Hélder Postiga e Boa Morte.

O capitão Figo fez o jogo mais discreto deste Mundial e foi bem substituido para descansar.

Chá, café ou... laranjada

Confirma-se que o adversário lusitano nos oitavos de final vai ser a Holanda.

A "laranja mecânica", teoricamente, encaixa-se melhor no futebol português, com um 4-3-3 semelhante ao da equipa das "quinas".

Apesar de, nos últimos confrontos, sempre ter levado a melhor, este jogo está longe de ser "favas contadas" já que os holandeses têm um conjunto de jogadores de grande valor, com especial destaque para o "chelseano" Robben.

Os agora comandados pelo melhor avançado de todos os que já vi jogar (Marco Van Basten) têm uma equipa renovada, com "fome" de vitórias, e, ao mesmo tempo, uma "sede" de vingança, pelo baile que levaram há dois anos.

O (jogador) fetiche

Fernando Santos viu ontem confirmado o seu primeiro grande desejo à chegada ao Benfica: a contratação de Katsouranis.

O médio grego já tinha sido comandado pelo engenheiro no AEK e volta a segui-lo, agora, para a Luz.

Vi poucos jogos de Katsouranis (lembro-me da participação no Euro 2004) e, por isso, vou deixar para mais tarde uma análise mais profunda do jogador.

No entanto, há algumas notas que gostava de deixar desde já:
  • O Benfica dá confiança ao treinador ao contratar um "seu" jogador
  • O Benfica coloca pressão no treinador ao contratar um "seu" jogador
  • Os "encarnados" necessitavam de um jogador com estas características (médio defensivo com "cabedal" - 1m83)
  • A polivalência do jogador pode ser importante num meio campo que já tem jogadores de qualidade
  • Esta contratação e o namoro com D´Alessandro (deve chegar outro jogador para o lugar do argentino) "provam" que a equipa vai apostar num 4-4-2-losango
  • Assim, a saída de Simão estará para breve

Posto isto, tendo em conta o actual plantel que vai estar na Luz na época que se avizinha e o equilibrio desejado, faltam ainda algumas contratações:

  • um Defesa Esquerdo para dar luta a Léo
  • um Médio Interior Esquerdo (que faça de o que Karagounis fará na meia-direita e que seria D´Alessandro)
  • um ou dois Avançados (um sendo Miccoli e tendo em atenção a situação conhecida de Mantorras)
  • um Ala que jogue nos dois flancos (para além de Manu que deve ficar no plantel) (*)

(*) Convém não esquecer os flancos, apesar da táctica prioritária (4-4-2 losango) não os contemplar e de Simão estar a ser dado, pelo próprio clube, como transferível.

domingo, junho 18, 2006

Bola de Berlim (7)

ou... "o foguete teleguiado"

A selecção portuguesa ganhou e ganhou bem ao Irão.

A equipa das "quinas" controlou o jogo do princípio ao fim, criou várias oportunidades para marcar, voltou a falhar alguns golos, mas provou a sua superioridade em campo.

Sustos apenas dois logo a seguir ao primeiro golo português. Muito pouco para uma equipa como o Irão que parecia apostar tudo nas bolas paradas.

Deu para perceber que os comandados de Luiz Felipe Scolari estão a melhorar, como equipa, e individualmente. Convém, claro, que essa melhoria continue porque vêm aí jogos bem mais complicados.
  • Foi bom ver, outra vez, o "ministro" Costinha a controlar o meio-campo,
  • Foi bom voltar a ver "Art" Deco (grande golo),
  • Foi bom ver as arrancadas de Miguel pelo flanco e as compensações aos colegas de defesa
  • Foi bom ver que Fernando Meira começa a ganhar entrosamento com o resto do sector
  • Foi bom continuar a ver Figo em grande
  • Foi bom ver Cristiano Ronaldo a fazer uma segunda parte bem mais perto do seu valor habitual.

    Aquele meio-campo de "Mourinho dragão" está a ganhar fôlego e, se não houver lesões, a equipa tem tudo para continuar a evoluir.

    Petit, Tiago e Simão são, claro, as primeiras alternativas e são credíveis.

    A incógnita continua a ser o ataque. O que vai acontecer sem Pauleta (ai aquele falhanço completamente isolado!) ou se for preciso jogar com dois avançados?

    E a seguir?

    Nos oitavos de final, já sabemos, só temos duas hipóteses: Argentina ou Holanda.

    Dificilmente poderia ser pior... mas, do mal o menos: que nos calhe a "laranja" que nós até estamos habituados a espremer fruta.

    O "4-3-3" de Van Basten encaixa no nosso esquema e a Holanda sabe jogar à bola, joga aberto e isso pode dar-nos espaços desde que, claro, saibamos parar Robben, controlar Van Nistelrooy e impedir Schneider de rematar.

    Já o elástico "3-5-2" da Argentina parece uma máquina de jogar futebol: no primeiro jogo chegaram ao 2-0 e meteram travões e ontem esmagaram a Sérvia-Montenegro.

    Apesar de um achar que a equipa é desequilibrada, isso é compensado com a qualidade extrema da maior parte dos jogadores e, especialmente, pelas inúmeras opções que dão a Pekerman soluções para tudo... e ainda não jogou Júlio Cruz.

quinta-feira, junho 15, 2006

“Triângulo das Bermudas”

Como já é clássico nos meses de Verão, o Benfica inaugurou a habitual novela das contratações para a próxima temporada.

O nome da novela desta época chama-se "Triângulo das Bermudas".

Descontando os (muitos) nomes que vão sendo atirados para o ar, há dois que parecem interessar mesmo a Fernando Santos: o trinco Katsouranis e o médio ofensivo D´Alessandro.

Para já, não quero falar sobre os jogadores em si e a táctica que estará a ser preparada pelo novo técnico.

A questão que se coloca aqui tem a ver com as negociações e as dificuldades de contratação que o clube da Luz parece estar a sentir para fechar os negócios.

Claro que, sem vender nenhum dos seus jogadores nucleares (Simão está à espera que o telefone toca e Luís Filipe Vieira também), os "encarnados" não conseguem dinheiro fresco para fazer negócios.

Como se sabe, para se conseguir contratar um atleta é necessário chegar a acordo com o clube do jogador e com o próprio atleta.

Ao que parece, desta vez, o Benfica já convenceu os dois jogadores, mas está a sentir dificuldades para "dobrar" os clubes.

Em outras situações aconteceu exactamente o contrário, e já vários negócios abortaram por não se conseguir completar o "triângulo" com os jogadores a "desaparecerem" da órbita do Benfica e a "aparecerem" noutros clubes.

Alguém vai acabar por chegar, mas o mais certo é serem as terceiras ou quartas opções. O ano passado, por exemplo, aconteceu isso com os avançados: Tomasson e Kalou foram os dois nomes mais falados (e confirmados) até à chegada, já em cima da hora, de Miccoli.

O que não havia necessidade era estas novelas serem públicas, deixando à vista as dificuldades do Benfica em conseguir os jogadores que pretende e a dar aso a piadas dos adversários.

Claro que a situação se agrava por culpa dos dirigentes que tentam “tapar o sol com a peneira” e continuam a prometer contratações sonantes, apesar de saberem que não chegam lá.

O ideal seria conseguir blindar estes negócios até estarem 100% garantidos, mas, claro, isso não é fácil. Tirando o Chelsea nenhum outro clube consegue, sem medos, anunciar alto e bom som o que pretende e, mesmo assim, fechar os acordos.

segunda-feira, junho 12, 2006

Bola de Berlim (6)

ou... "cumpridos os serviços mínimos"

Portugal venceu Angola por 1-0, cumpriu a sua obrigação e entrou no Mundial a ganhar (ao contrário do que tinha acontecido em 2002 e 2004).

Pragmaticamente a selecção das "quinas" fez o que tinha a fazer, garantir os três pontos no jogo de abertura, frente a uma Angola estreante. Isso é o mais importante.

É verdade que se esperava mais e, que com um começo avassalador (falhanço aos 10 segundos, golo aos 4 minutos, ambos por Pauleta), a selecção nacional deixou os adeptos com "água na boca" que depois não saciou.

Na primeira parte, o jogo até nem foi mau, um golo, uma mão cheia de oportunidades falhadas e um susto, foi o sumo dos primeiros 45 minutos para os jogadores de Scolari.

Já na segunda parte, a "coisa" correu bem pior com Portugal a baixar o ritmo, a perder o controlo do jogo e a não ter, praticamente, chances de golo.

Os "palancas negras" também poucas vezes incomodaram Ricardo, mas pairava no ar aquela sensação desconfortável de que algo negativo podia acontecer se houvesse uma desconcentração ou um deslize.

Acabou por se salvar o resultado e mais uma grande exibição do capitão Luís Figo.

Portugal volta a entrar em campo no sábado, frente ao Irão, que este domingo perdeu 3-1 frente ao México, demonstrando alguma fragilidades defensivas.

A equipa

Luiz Felipe Scolari surpreendeu ao deixar Costinha no banco e ao poupar Deco. Tiago e Simão foram titulares e Figo jogou de "10".

Penso que o técnico fez bem e os primeiros 45 minutos provaram isso:
  • Costinha e Maniche necessitam de ganhar ritmo e é indiscutível que Petit e Tiago estão em melhor forma.
  • Tivemos um grande Figo, um bom Simão e pouco Ronaldo.
  • Pauleta marcou um, falhou dois ou três
  • Miguel melhor que Nuno Valente (que levou com o melhor dos angolanos)
  • Ricardo Carvalho melhor que Fernando Meira
  • Ricardo bem sempre que teve que entrar em acção (uma grande defesa no primeiro tempo)
  • Deco não estava a 100%, não jogou, convém que recupere

domingo, junho 11, 2006

Bola de Berlim (5)

ou... "a água na fervura"

A selecção nacional estreia-se este domingo no Mundial da Alemanha e é altura de deixar claro: Portugal é candidato a ganhar o Grupo "D", é obrigado a passar aos oitavos de final, mas nada mais.

Ganhar a Angola, ganhar ao Irão, não perder com o México, que, por acaso, está à nossa frente no ranking da FIFA, são resultados essenciais e - diria - normais.

Tudo o que vier para lá disso é (muito) bem vindo. Depois, na fase a eliminar, tudo é possível.

A equipa das "quinas" defrontará - se lá chegar - alguém do chamado "grupo da morte" e os principais candidatos são Argentina e Holanda.

Aqui a coisa já pia mais fino...

O próprio técnico já colocou um objectivo, ligeiramente mais optimista, ao lembrar que Portugal é o sétimo colocado a nível mundial e que, por isso, deve alcançar os quartos-de-final. Aliás, Scolari só renova com a selecção portuguesa se chegar, pelo menos, a esse objectivo.

Acho que não devemos exagerar nas expectativas, até porque há o risco do "excesso de confiança" - muito próprio dos portugueses - degenerar no "catastrofismo".

É necessário ter a cabeça no lugar e perceber que Brasil, Argentina, Itália, França - pelo menos estes - são superiores a Portugal e, portanto, não estamos na primeira linha de favoritos.

A equipa

Não há grandes dúvidas quanto ao "11" a apresentar pela equipa das "quinas" ou não fosse Luiz Felipe Scolari o treinador.

Ricardo
Miguel, Fernando Meira, Ricardo Carvalho e Nuno Valente
Costinha, Petit e Deco
Figo, Pauleta e Cristiano Ronaldo

A única alteração, para além da lesão de Jorge Andrade, é a "troca" de Maniche por Petit. Costinha, o nome de que se fala, mantém a confiança do "mister", apesar de não parecer ter ritmo para justificar a titularidade.

Parece-me óbvia a titularidade de Petit, já o facto de Tiago continuar no banco é bastante discutível.

Quanto a Nuno Valente... é como São Tomé: "Esperar para ver".

No resto não há novidades:
  • Só espero que Ronaldo esteja concentrado, apenas, em jogar à bola e a fazer miséria, futebolistica, nos adversários.
  • Que Figo continue em grande forma, como tem demonstrado
  • Que Deco volte aos grandes jogos, ao nível do Barça
  • Que Pauleta mantenha o espírito "matador"
  • Que Tiago e Simão entrem para somar sempre que for necessário
  • Que Nuno Gomes esteja em condições de ajudar
Primeiro balanço

Depois de cinco jogos, destaque para a primeira surpresa, o empate de Trinidade e Tobago diante da Suécia e para um futebol pouco atractivo, no geral.

O azarado da prova é o guarda-redes do Paraguai que esteve seis minutos em campo e conseguiu sofrer um auto-golo e lesionar-se, terminando a sua participação.

Exibições dignas de registo para as defesas de Trinidade e Tobago e Equador.

Grandes golos a abrir e a fechar o jogo alemão.

sexta-feira, junho 09, 2006

O caso... ou o caos

Ficou resolvido (?) esta sexta-feira mais um caso - ou um caos – do futebol português: afinal, o Gil Vicente vai, ao que parece, manter-se na primeira Liga.

São vários os tópicos que merecem atenção na análise de todo este “embróglio”.

Nota prévia: o Gil Vicente garantiu dentro das quatro linhas o direito a permanecer no principal escalão e, assim, o Belenenses desceria de divisão.

É no campo que os campeonatos devem decidir-se, estamos todos de acordo quanto a isso, mas também é verdade que conhecemos as regras do organizador do futebol mundial.

Diz a FIFA que qualquer clube que faça queixa aos tribunais civis desce, automaticamente, de divisão.

Pode (e deve) discutir-se se esta regra é legítima ou faz sentido. Por mim é, no mínimo, prepotente (já para não chamar fascisoide).

Mas, o certo é que a regra existe e é conhecida por todos, em todo o mundo e, até prova em contrário, deve (tem) que ser respeitada.

Ora, posto isto, no âmbito do chamado “caso Mateus”, três clubes queixaram-se do Gil Vicente por alegada inscrição irregular do jogador angolano.

Após Mateus ter feito quatro jogos e da equipa de Barcelos se ter queixado aos tribunais civis, o “caldo entornou-se” e a polémica durou meses.

Na semana passada, os jornais davam conta da decisão da Comissão Disciplinar da Liga que daria razão à queixa do Belém e, portanto, o Gil desceria ao segundo escalão, por ter envolvido os tribunais civis no caso.

Seria o cumprir da tal regra da FIFA e assim, à primeira vista, seriam cumpridos os regulamentos (apesar do que aconteceu dentro das quatro linhas).

No entanto, hoje foram conhecidos novos pormenores que “deram a volta ao texto”.

Segundo a decisão desta sexta-feira, afinal, o caso é arquivado e fica tudo na mesma, com os “galos” na primeira e o Belenenses na segunda.

O que se alterou entretanto?

Ao que parece, um dos elementos da comissão disciplinar que numa primeira instância tinha pedido escusa, por ser familiar de um dirigente do Gil, voltou atrás e foi mesmo votar dando o seu volto à turma de Barcelos, empatando o caso a 2-2.

Face à igualdade foi o presidente do órgão que usou o seu “voto de qualidade” e acabou por dar razão ao Gil, depois de numa primeira decisão ter decidido em sentido contrário.

Assim, em poucos dias, a decisão virou completamente porque dois dos quatro elementos mudaram as intenções de voto.

O que se passou entretanto para que isso acontecesse não se sabe.

O que parece estranho é que um familiar de uma parte envolvida (familiar de dirigente do Gil Vicente) tenha voto na matéria e que outro elemento mude de opinião de um dia para o outro.

No mínimo estranho.

Primeira consequência os elementos da Liga que acabaram por ser derrotados, face à cambalhota, decidiram apresentar a demissão, por uma questão de dignidade – digo eu.

É o futebol que temos. Uma palhaçada.

Claro que “isto” ainda não acabou. O Belenenses vai, seguramente, recorrer.

terça-feira, junho 06, 2006

Bola de Berlim (4)

ou... a (des)concentração de um grupo

O treino da tarde da selecção nacional na Alemanha fica para a "estória", com 12500 emigrantes em delírio nas bancadas esgotadas do estádio.

Segundo parece, foi batido o recorde de assistência de um treino da equipa das "quinas", com a loucura a passar das bancadas para o relvado, até com a presença da autarca da pequena cidade.

Eu entendo o entusiasmo dos emigrantes, mas convém não esquecer que os comandados de Scolari não estão em nenhuma feira ou romaria, estão a preparar um Mundial de futebol.

A menos de uma semana do primeiro jogo, é essencial que a equipa se deixe de brincadeiras e, finalmente, se concentre no essencial.

Está na altura de haver treinos à porta fechada, longe dos olhares dos emigrantes, para que se possa preparar convenientemente o jogo de Angola e todos os que se seguirem.

Aliás, a reacção de Scolari, terminando abruptamente o apronto porque uma bola demorou a regressar da bancada, é demonstrativa de que nem tudo está bem...

segunda-feira, junho 05, 2006

Tarde...

Confirmou-se aquilo que já se suspeitava há alguns meses: Nélson foi mesmo operado a uma hérnia inguinal.

A forma como este processo foi conduzido deixa-me, no entanto, várias interrogações:
  • Porque obrigou o Benfica o atleta a "jogar" até final da época quando era visivel que não estava em condições?
  • Porque o convocou a selecção de Sub-21?
  • Porque foi Nélson operado na mesma clínica onde correram mal as operações a Manuel Fernandes e Quim?
  • Porque foi o jogador operado em segredo?

Claro que, agora, dados os antecedentes, já ninguém arrisca tempos de recuperação.

Só espero que a operação, desta vez, tenha corrido mesmo bem e que o jogador esteja a 100% no início da época.

Bola de Berlim (3)

A selecção nacional chegou este domingo ao quartel-general de Marienfeld, na Alemanha.

Foi impressionante o apoio de muitos milhares de emigrantes desde o aeroporto e o centro de estágio da equipa das "quinas".

Alguns dos nossos compatriotas esperaram desde manhã para ver os craques e aí faltou algum bom senso aos responsáveis que podiam e deviam ter autorizado um contacto (ainda que breve) entre os jogadores e a claque lusa.

Duas nota ainda para o treino ligeiro realizado já realizado no campo do hotel: o apronto foi ligeiro para os titulares da partida frente ao Luxemburgo (à excepção de Costinha) e todos os 23 jogadores estiveram presentes (incluindo Boa Morte e Nuno Gomes).

Esta segunda-feira há dois treinos.

O primeiro jogo de Portugal é no domingo frente a Angola.

"O ovo ou a galinha?"

Esta é uma das dúvidas existenciais do mundo: quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? Há várias teorias e as duas respostas são dadas como certas.

Numa transposição para o mundo do futebol, há também uma dúvida semelhante que costuma ocupar técnicos, jornalistas, comentadores e adeptos: É um treinador ou são os jogadores que definem a táctica de uma equipa?
  • Alguns defendem que um técnico chega a determinado clube e impõe as suas ideias, moldando os jogadores que tem à disposição.
  • Outros preferem dizer que os jogadores obrigam o treinador a adaptar-se ao grupo.

Vem isto a propósito daquela que parece ser a primeira dúvida séria de Fernando Santos no Benfica: que táctica utilizar (4-3-3 ou 4-4-2)?

No centro da "polémica" três jogadores: Simão, Rui Costa e Miccoli.

Aqui colocam-se dois cenários, partindo do princípio que o "maestro" é titular:

  1. Simão fica: aí a solução mais óbvia parece ser o 4-3-3 (a táctica favorita do "mister"), com o "20" numa ala e Rui Costa a pautar o jogo à frente de dois médios mais defensivos. Neste cenário, a continuidade de Miccoli deixará de ser fundamental já que o ponta-de-lança terá que ter outras características.
  2. Simão sai: sem o extremo já é mais provável que os "encarnados" joguem em 4-4-2 "losango" com Rui Costa na frente de um tridente que saiba fazer as compensações defensivas e ofensivas, sem extremos, mas que tenha dois avançados (um deles sendo Miccoli pela rapidez e facilidade de remate).

Não tenho certezas sobre qual é a posição correcta, mas prefiro que um treinador, especialmente na primeira época num clube, se adapte à "matéria prima" que tem à disposição.

Claro que, no treino, deve o técnico ter, pelo menos, um plano "A" e um plano "B" para as várias situações de jogo.

Esta é mais uma situação em que, por exemplo, "the special one" está bem preparado já que as suas equipas tanto jogam em 4-3-3 como 4-4-2 "losango". Mourinho tem ainda o plano "C", de emergência, em que joga apenas com três defesas.

domingo, junho 04, 2006

Bola de Berlim (2)

ou ... "Pior cego é o que não quer ver"

Ser teimoso é uma das características (defeitos) mais usuais do ser humano mas, como em tudo na vida, há limites. Quero acreditar que os limites do seleccionador chegaram esta noite, depois de ter visto o Portugal - Luxemburgo.

Após as exibições de alguns dos "intocáveis" do senhor Scolari por terras francesas, a uma semana do início do Mundial, parece-me que ficou claro para todos que alguns jogadores não estão em condições de começar a prova como titulares.

  • Só um cego não vê que Petit está melhor que Costinha
  • Só um inconsciente não percebe que Tiago bate aos pontos Maniche
  • Só um teimoso não entende que Nuno Valente está também fora de forma

Quero acreditar naqueles que defendem que estes jogadores, por terem jogado pouco ou nada, vão evoluir com os treinos e acabar por aparecer mais fortes nesta fase da época. Pois, é mesmo esperar para ver, mas lá que não parece...

Para além destes três casos mais evidentes, há outros - de outro tipo - que também merecem análise.

  • Cristiano Ronaldo tem que pôr - ou alguém por ele - a cabeça no lugar
  • Fernando Meira não está ainda bem entrosado com a equipa e nota-se muito a falta de Jorge Andrade
  • Deco terá feito o seu pior jogo desde que chegou à selecção
  • Boa Morte e Nuno Gomes vão à Alemanha para jogar ou vão ser o "Tiago do Euro 2004"?

As análises podem prosseguir ainda por outras questões, agora mais tácticas. Ficam duas interrogações:

  • Porque não experimentou Scolari jogar com dois pontas de lança?
  • Porque não experimentou Scolari jogar com três defesas?

Falta uma semana para o Portugal -Angola...

sábado, junho 03, 2006

"Bola de Berlim"

Estreia hoje mais uma rubrica aqui no "Doente da Bola", rubrica essa que vai acompanhar o Campeonato do Mundo na Alemanha.

Agora que a selecção já está no Luxemburgo, última paragem antes de Marienfeld, chegou a altura de fazer um balanço da primeira fase do estágio.

Basicamente, há dois tópicos que merecem análise: o calor de Évora e a fragilidade dos adversários nesta fase. Tomemos como exemplo a selecção brasileira.

  1. O "escrete canarinho" está na Suíça a adaptar-se ao frio e a treinar em altitude... Face a isto, realmente parece estranho que Portugal prepare uma competição na Alemanha na zona mais quente do país (o Alentejo). É que ainda não nos esquecemos do que aconteceu há quatro anos quando a equipa das "quinas" esteve em Macau.
  2. Nos últimos dois encontros de preparação, os "penta" campeões defrontaram os sub-2o do Fluminense e uma equipa suiça da segunda divisão... Portugal escolheu Cabo Verde e Luxemburgo. Outras selecções há que preferem adversários fortes: o México escolheu França e Holanda.

Sobre a escolha de Évora não há grandes justificações por parte da FPF e a única coisa que se sabe é que a ida para o Alentejo permitiu um grande desconto (a Federação paga 20 ou 25% da factura). Esta é uma boa justificação para alguns, agora resta saber se os treinos com 37 graus não destruiram as reservas dos jogadores.

Quanto aos adversários escolhidos, Scolari explica que prefere jogos acessíveis para não obrigar a equipa a dar o máximo e, ao mesmo tempo, tentar evitar (mais) lesões.

Aqui, como em muitos temas da vida, não há verdades absolutas, mas em minha opinião a "opção Évora" é discutível em termos de preparação da equipa e nem o preço de saldo pode servir de justificação.

Já quanto aos jogos, apesar de perceber, a justificação do seleccionador preferia adversários mais fortes que dessem estaleca à "equipa das quinas".

Como se vê não há consenso e, no fim de contas, o que vai contar são os resultados. Se a prova correr bem e se se provar que Scolari tinha razão, cá estarei para o reconhecer.

sexta-feira, junho 02, 2006

O que correu mal?

A selecção de sub-21 foi eliminada na primeira fase do Europeu da categoria disputado em casa, depois de duas derrotas e uma vitória.

A questão que se coloca é: O que é que aconteceu para termos passado de uma equipa vitoriosa na qualificação, para uma selecção banal na fase final?

Vamos então apontar razões para o descalabro:
  • "Chefe" desaparecido em combate (Jogadores nunca viram Scolari)
  • Seleccionador das "esperanças" furioso com o "Chefe" (Agostinho Oliveira desautorizado)
  • Jogadores fundamentais desmotivados (ex-Quaresma)
  • Jogadores titulares fora de forma (ex-Hugo Almeida)
  • Escolhas polémicas (porquê Nélson - lesionado - e não João Pereira ou Miguel Garcia?)
  • Escolhas estranhas (porquê Morais e não um defesa-esquerdo de raiz?)
  • Erros no banco durante as partidas
  • Excesso de confiança e não gestão de expectativas

Deste torneio pontos positivos:

  • Fantástico o apoio do público à selecção na hora da derrota, destaque para o público de Guimarães
  • Equipa francesa com uma grande equipa
  • Jogodores bem interessantes noutras selecções

Posto isto, o que vai acontecer?

  • Agostinho Oliveira vai continuar? Dificilmente depois do que aconteceu com Luiz Felipe Scolari