segunda-feira, fevereiro 27, 2006

A Luz continua acesa

O Benfica ganhou (bem) ao FC Porto e voltou a entrar na luta pelo título. Falta perceber se ainda vão a tempo.


A outra dúvida é saber se os “encarnados” vão continuar motivados, também nos “pequenos jogos” (é que é nesses que se perdem ou ganham campeonatos).

Faltam 10 jogos, 30 pontos, e o atraso dos campeões nacionais para os “dragões” é, agora, de cinco pontos. Pelo meio ainda há Sporting e talvez Sporting de Braga.

Na partida de hoje, sem ter sido uma grande partida (longe disso), venceu quem jogou para ganhar.

Esta noite na Luz, se existiam dúvidas, ficou provado que jogar ao ataque não é o mesmo que ter muitos avançados.

O teórico “3-3-4” de Co Adriaanse (com Paulo Assunção a jogar a defesa central até depois do golo do Benfica) não criou oportunidades de golo (lembrou-me de duas – Lisandro e McCarthy – já em tempo de descontos).

É verdade que o Benfica não criou muito mais, mas pelo menos uma de Nuno Gomes, ainda no primeiro tempo, e outra de Manuel Fernandes (no segundo) podiam ter sentenciado a partida, isto, claro, já para não falar do “penalty” que ficou por marcar por falta de Lucho sobre Petit.

Laurent Robert tinha garantido a um jornal que ia começar a apontar as faltas do Benfica, mas Vítor Baia não deve ter lido e deu uma ajudinha. Ficou provado porque Adriaanse prefere Helton na baliza.

Na equipa da Luz voltou a ser irrepreensível a exibição de toda a defesa (Luisão e Leo gigantes) e é visível a melhoria de Manuel Fernandes ao lado de Petit.

Continua desaparecido o “capitão” Simão e Robert só com a bola no pé. Isso tem dificultado as saídas para o ataque.

Do lado do FC Porto destaque, especialmente, para Pepe e Quaresma.

Quanto aos treinadores, “sem saber ler nem escrever”, continua a goleada de Koeman a Adriaanse (8 vitórias/dois empates).

O Sporting, que estava à espreita, deve ter gostado (e muito) deste resultado, mas não pode dar nas vistas…

domingo, fevereiro 26, 2006

Tripla

Esta noite o Benfica tem a última hipótese de continuar a lutar pela reconquista do campeonato. Já o FC Porto pode manter o Sporting a cinco pontos.

Os campeões nacionais regressam à Liga portuguesa e a pôr os pés no chão, depois de mais uma vitória na Champions, mas a pressão não diminui porque não há volta a dar-lhe: ou os “encarnados” ganham ou ficam “despachados” à 24ª jornada.

Vai ser mais um encontro entre Koeman e Adriaanse e, se se confirmarem as perspectivas, vai ser um jogo rico tacticamente.

Os “dragões” têm jogado nas últimas partidas numa espécie de 3-3-4 (três defesas/um central/dois trincos, um médio mais ofensivo, dois alas e dois pontas de lança).

Já o Benfica não tem fugido do 4-2-3-1 (com dois trincos e Nuno Gomes atrás do avançado centro, à excepção do jogo frente ao Liverpool em que apareceu com Beto também a “trancar” o meio-campo.

Posto isto, fica a dúvida: será que Co Adriaanse vai manter a mesma táctica? Será que Koeman vai repetir a equipa da Liga dos Campeões?

Eu cá, respondo “não” às duas perguntas.

Assim sendo, aposto (e é mesmo uma aposta) que o FC Porto vai jogar, de início, em 4-3-3:

Vítor Baia
Bosingwa, Pepe, Pedro Emanuel e Cech
Raul Meireles, Paulo Assunção e Lucho
Quaresma, Adriano e Lisandro

Do lado do Benfica também não há certezas, até porque Ronald Koeman é pródigo em surpresas.

Apesar disso, aqui fica a minha aposta:

Moretto
Nelson, Luisão, Andersson e Leo
Petit, Manuel Fernandes
Robert, Karagounis, Simão
Nuno Gomes

Como se vê, em ambas as equipas, há fortes probabilidades de erro, porque há muitas opções, quer em termos de jogadores, quer mesmo em termos de tácticas.

Se Adriaanse quiser insistir nos três defesas, entra McCarthy para sair um defesa (ou Pedro Emanuel ou Cech) e pode jogar Ivanildo no lugar de Lisandro.

Já Koeman tanto pode jogar com Beto no lugar de Karagounis, como apostar em Marcel ou Manduca no lugar do grego. E ainda... Alcides pode sempre jogar no lugar de Nélson e Ricardo Rocha no lugar de Andersson.

O certo é que, como qualquer clássico, este é um jogo de tripla. Tudo se pode decidir por um qualquer pormenor, mas também pela força física e mental para aguentar a pressão e importância do jogo.

Vamos aguardar… O Sporting está à espreita depois da quinta vitória consecutiva na Liga.

No final do jogo vai ficar a saber-se se o Benfica ainda é candidato à Liga portuguesa.

“Erro de cálculo”

O Sporting adiou a Assembleia Geral mais importante do clube das últimas décadas porque não esperava mais de 1500 sócios.

Segundo o presidente do clube, foi apenas um “erro de cálculo”. Para mim foi, simplesmente, falta de hábito.

A questão é que os dirigentes de Alvalade não estão habituados (nem gostam) a manifestações populares dos seus sócios, que têm cada vez menos votos na matéria (aliás, como nas outras SADs).

Não consigo compreender como é que alguém pode ter achado que um espaço com 1500 lugares seria suficiente para albergar todos os sócios interessados em saber se se vai, ou não, vender quatro dos principais imóveis não desportivos do clube. E para quê?

Mais de 10 anos passados sobre a última vez em que houve eleições, é natural que os sócios se queiram pronunciar.

Não vou discutir sobre qual o caminho que deve ser seguido porque não tenho a informação necessária.

Eu não tenho os pormenores sobre os acordos realizados mas… “Quem sabe, sabe e o BES sabe”.

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

A montanha pariu um rato...

Algumas horas passadas, confesso que ainda não percebi que bicho mordeu ao Liverpool no jogo da Luz.

Benitez montou a equipa no clássico 4-4-2, mas sem a mínima vontade de atacar. Nem uma oportunidade de golo, nem um remate, nada...

Com a equipa na máxima força, os “red devils” foram poupadinhos e, a jogar assim, não justificaram o título de campeão europeu.

Não sei o que passou pela cabeça do técnico espanhol, não sei se foi receio, respeito exagerado ou simples estratégia, estando consciente que o jogo estava apenas no intervalo.

Fosse qual fosse a razão, o certo é que a partida foi “sem sal” e isso acabou por beneficiar a equipa mais fraca, que voltou a “usar” a Liga dos Campeões como “antibiótico”.

O mesmo remédio já tinha sido utilizado com o Lille e com o Manchester United e voltou a resultar.

Os “encarnados” ganharam e ganharam bem porque foram os únicos a tentar alguma coisa.

É certo que, consciente das suas limitações, o campeão nacional entrou devagar, devagarinho e o treinador “aproveitou” para dar uma hora de avanço.

Só depois da entrada de Karagounis se viu algum futebol. Nunca saberemos o que poderia ter acontecido se o grego tem entrado de início, a única certeza é que o jogo teria sido diferente.

A insistência em Beto devia ser alvo de psicanálise, mas o que é verdade é que Koeman não é o único treinador a gostar de jogadores “destes”. Só no Benfica e, sem pensar muito, lembrou-me de Jamir, Thomas e Paulo Almeida, já para não falar de Fernando Aguiar que, comparando com estes, é um autêntico Patrick Vieira.

Para além do “caso Beto” (injustamente assobiado, porque é o menos culpado), mais uma vez, confirmou-se a importância de Luisão e Petit, a melhoria, aos poucos, de Manuel Fernandes e especialmente Robert, e novo desaparecimento de Simão.

Resumindo, o essencial foi conseguido: ganhar. Mas a “guerra” ainda é longa e falta a “batalha” decisiva.

O Liverpool vai ter que virar a eliminatória e, assim sendo, vai jogar, “à inglesa” e não com a frieza “continental”.

Vamos ver como reage um Benfica com pouca experiência e muitos jogadores estreantes na alta roda europeia.
A pressão vai ser enorme e vai ser necessário um grupo concentrado a 100%, uma defesa irrepreensível, força no meio campo, mas sem perder de vista a baliza adversária.

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Fado, Futebol e Fátima (*)

O Benfica recebe amanhã o Liverpool na primeira mão dos oitavos de final da Champions League. O campeão europeu defronta um Benfica fragilizado.

Como já aqui escrevi, em Dezembro, acho que a equipa de Rafa Benitez era a pior que poderia ter calhado ao Benfica, talvez só tendo como paralelo a Juventus.

E porquê?

É que, ao contrário de Manchester United, que “só” tinha ataque (van Nistelroy, Rooney, Giggs, Cristiano Ronaldo, mais Saha e Park, isto sem contar com Scholes), os “red devils” têm uma equipa muito mais equilibrada em todos os sectores.

Para complicar ainda mais as contas, os ingleses chegam moralizados, por terem derrotado o Man United para a Taça, e na máxima força.

Como dizia Paulo Autuori, é dificil encontrar pontos fracos numa equipa que tem Reyna (suplente de Casillas na selecção) na baliza, uma defesa que é a segunda melhor de Inglaterra, com Sammy Hyypia no comando, um meio-campo com o regressado Xabi Alonso e o fantástico Gerrard e um ataque com opções para todos os gostos com Crouch e Morientes, Cisse e Fowler, Kewell e Luis Garcia.

E depois ainda há mais um conjunto de internacionais como Carragher e Riise, Hamman e Sissoko, Traoré e Finnan, por exemplo.

Curiosamente o Benfica regressa às lides europeias tal como as iniciou com o Lille: a oito pontos da liderança e vindo de uma série de maus resultados. A diferença é que já não estamos da quarta para a quinta jornada, vamos para a 24ª.

Pode ser que esta coinciência sirva de inspiração e se inicie amanhã, no Inferno da Luz (esperemos que o seja para o Liverpool, não para os donos da casa), mais uma recuperação, psicológica, animica e, como se diz agora, de espírito de grupo.

Ronald Koeman, entretanto, teve a convocatória mais simples da sua vida enquanto técnico dos “encarnados”: chamou os 18 jogadores disponíveis.

Com Geovanni e Miccoli lesionados, Manduca e Marco Ferreira não inscritos, Nuno Assis castigado, João Pereira, Dos Santos, Carlitos e Hélio Roque por outras paragens, não fica ninguém na bancada por opção do treinador.

Quais vão ser as opções do mister holandês? Sinceramente não sei, mas cheira-me que Alcides, Andersson, Beto e Karagounis vão voltar ao “11”.

Cá vai uma aposta à Koeman:

Moretto
Alcides, Luisão, Andersson e Leo
Petit e Beto
Nelson, Karagounis, Simão
Nuno Gomes

Face a esta equipa titular, no banco estariam: Quim, Ricardo Rocha, Manuel Fernandes, Karyaka, Robert, Mantorras e Marcel.

A minha escolha seria, apesar de tudo, mais ofensiva com Manuel Fernandes no lugar de Beto, Nelson no seu lugar de origem e Robert numa das alas, em constantes trocas com Simão.

Por falar no “capitão”, convinha que esta terça-feira o “20” voltasse aos grandes jogos, a justificar o interesse do campeão europeu e a merecer, precisamente, nota “20” dos comentadores.

Resumindo e concluindo, o Liverpool é claramente favorito, não só para a eliminatória, mas também, já, para o jogo de amanhã.

Todos os dados apontam nesse sentido, os ingleses são fortíssimos, equilibrados, estão na máxima força, têm mais experiência internacional, o Benfica tem baixas importantes, está psicologicamente debilitado, desunido...

É precisamente nestas alturas e nestas circunstâncias que os “milagres” (expressão já muito utilizada aquando da partida frente a Alex Fergusson e companhia) acontecem.

Face ao actual quadro vai ser difícil, quase impossível, e é assim que nós gostamos: missões impossíveis, exibições épicas, sofrimento, até às lágrimas...

É o nosso fado... bem português

(*) a “triologia” de Salazar aplica-se aqui na perfeição

domingo, fevereiro 19, 2006

“Jogar como nunca, perder como sempre”

Esta foi uma das máximas que o técnico Paulo Bento quis evitar e que lançou assim que pegou na equipa sénior do Sporting.

Estava feita a crítica ao seu antecessor que se babava com o “futebol bonito” dos seus jogadores (“o melhor futebol da I Liga”), mas que ficou conhecida como a “equipa do quase”, que não ganhou nada.

O que é certo é que, sem jogar nada de especial - aliás, como se viu ontem frente ao Paços de Ferreira - o Sporting lá vai andando e já chegou à quarta vitória consecutiva para o campeonato (nesta fase, melhor só o fantástico Boavista de Carlos Brito).

O fundamental tem sido conseguido pelos comandados de Paulo Bento: vitórias… o resto é lirismo. A excepção a esta mediania exibicional terá sido a partida frente ao Benfica, mas ainda assim, muito por culpa dos donos da casa.

Outra coisa que se nota por Alvalade, exactamente na inversa do que acontece na Luz, é que os “leões” uniram-se e, agora, todos vão remando para o mesmo lado.

Curiosamente com uma táctica idêntica à de Peseiro (4-4-2 sem extremos), este “novo” Sporting ganha porque a defesa conseguiu coesão (graças às chegadas de Caneira e Abel, mas também devido à titularidade assumida de Tonel e à melhoria de Polga – a trabalhar para a renovação).

Vamos ver como corre o resto do campeonato. Faltam 11 jogos e falta perceber se a equipa de Alvalade aguenta a pressão interna e externa e se tem sorte com as lesões para que não se notem as poucas opções em algumas posições no campo.

Equipa em estado de KOeMAn (*)

Era o início de um ciclo terrível, mas fundamental. Isso mesmo foi admitido por Ronald Koeman antes do jogo de Guimarães, isso não teve foi reflexo no relvado.

Das duas uma: ou os jogadores não perceberam a mensagem do treinador ao longo da semana, ou ignoraram as suas indicações.

Por aquilo que se tem visto, começo a pensar que muito do que se está a passar tem a ver com a segunda hipótese.

Voltamos a bater na mesma tecla, desde o “mercado de inverno” a gestão do grupo tem sido muito mal feita e isso tem sido evidente.

Bom, mas sobre isso, já falámos e muito em vários posts.

Especificamente, em relação ao jogo de ontem, a pergunta sacramental: o que correu mal?

Antes de mais: uma equipa que se deixa pressionar daquela maneira e faz o primeiro remate ao minuto 41 não merece ganhar o jogo.

Depois, estando a perder, quando o melhor que consegue é “aquilo”, também não pode haver milagres. É verdade que os “encarnados” melhoraram no segundo tempo – também só podia ser, face a um primeiro tempo tão apagado – e que, antes do segundo golo vimaranense, criaram perigo, mas não foi daqueles jogos em que se possa dizer que o Benfica falhou uma mão cheia de oportunidades.

Independetemente de ter havido uma ou duas grandes penalidades a favor da equipa da Luz (não são absolutamente claros os lances), o certo é que a equipa voltou a não jogar o suficiente para ganhar.

No “11” são vários os jogadores em claro défice de forma e, assim sendo, talvez tivesse sido melhor a Koeman perceber isso e, pelo menos por agora, deixar a rotatividade (alternando jogadores em baixo de forma, por outros igualmente nada bem) e tentar procurar os melhores nesta altura decisiva.

Foi exactamente isso que fez o São Paulo para preparar a partida frente ao Liverpool. O “segredo” é contado por Autuori n”A Bola”.

Onde está o Nelson dos primeiros jogos? Onde está o Manuel Fernandes “box to box”, Simão e especialmente Marco Ferreira não estiveram em campo, Marcel está ainda em fase de adaptação e falta-lhe o primeiro golo.

Só aqui está metade da equipa titular no Afonso Henriques e, juntando isso à pressão, ao “azar” no primeiro golo e à imensa moralização vimaranense, aí está a terceira derrota em quatro jogos.

Vem aí Liverpool e FC Porto...

(*) Excelente o título d”A Bola”.

O mundo ao contrário

“O futebol não é matemática” (*) - Esta frase pode ajudar a explicar o que está a acontecer ao campeão nacional nas últimas semanas.

Foi dito e isso era sabido: o Benfica tinha, dos três grandes, o plantel mais curto e, por isso mesmo, necessitava de se reforçar no chamado “mercado de inverno”.

O milagre da conquista do título não ia voltar a acontecer só com o melhor balneário e os dirigentes sabiam disso.

Assim, bem mais privilegiado que Trapattoni, Koeman viu a sua equipa ser reforçada com cinco jogadores (três deles para as públicas lacunas da equipa: guarda-redes, extremo e ponta-de-lança).

No entanto, ao contrário do que seria natural (estando com mais opções e, portanto, mais forte), a equipa não só não melhorou, como até regrediu.

E porquê? Especialmente porque a gestão da “fartura” foi mal feita por parte do técnico e o principal “trunfo” (a união do grupo) foi destruido.

Há jogadores insatisfeitos, em baixo de forma, sub-aproveitados, sobre-valorizados, inadaptados – e como é fácil colocar nomes que encaixem nestas opções.

Conclusão, depois de nove triunfos consecutivos, a equipa levou um abanão frente ao Sporting e já vai em três derrotas e um empate nos últimos cinco jogos).

E, ainda mais grave do que isto (se é possível) é o sentimento de incapacidade ou rendição que parece transparecer de todo o grupo de trabalho na Luz.

A outra “anormalidade” tem a ver com o chamado “pico de forma”. Na semana em que recebe FC Porto e Liverpool, o Benfica deveria estar a 100%. Como está bom de ver... não está.

E a questão não pode ser só psicológica porque, já na série de vitórias, a qualidade de jogo não era fantástica e a maioria foi arrancada a ferros, muito alicerçada na segurança defensiva (segurança essa que, entretanto, parece ter passado para o outro lado da Segunda Circular).

Com mais esta derrota (são já seis), a equipa da Luz terá dito adeus à revalidação do título nacional.

Se o FC Porto ganhar ao Marítimo, os “encarnados” voltam a ficar a oito pontos da liderança e cada vez há menos jornadas para a recuperação.

Volto a escrever o que já escrevi por aqui anteriormente, ou Koeman (ou alguém por ele) põe mão nisto ou a “coisa” vai acabar mal.

PS: Proximamente, a análise ao jogo frente ao Vitória de Guimarães e, depois, a antevisão da partida contra o Liverpool.

(*) Deve ser por isso que gosto tanto dele.

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

1 ano

Pois é, estou “doente” há um ano e não parece haver grandes hipóteses de melhorar.

365 dias e 122 posts depois, os sintomas de que me queixo são os mesmos: o amor ao jogo dentro das quatro linhas, o futebol bonito e limpo, a febre pelo Benfica…

Apesar destes “defeitos”, que nunca escondi, tenho tentado analisar todos os outros casos (com especial destaque para a selecção e os outros grandes, sem esquecer as rubricas “outras bolas”, “fora de jogo” e “cartão vermelho”) com o máximo de isenção.

Se alguma vez, não o consegui, peço desde já desculpa, mas o mundo do futebol é isto mesmo: plural, mas polémico, transversal, mas não unânime.

Agradeço a todos os que tiveram a paciência de por aqui passar e ler os meus posts. Espero contar com os vossos coments no futuro.

Puxão de orelhas

Depois de vários casos de “instabilidade” interna (chamemos-lhe assim) no plantel, o técnico do Benfica foi obrigado a puxar dos galões e a chamar a atenção de alguns jogadores.

Na verdade, parece que a virose, que o afastou de alguns treinos, fez bem a Ronald Koeman e o levou a mudar a atitude perante os atletas.

Não sei exactamente o que se passou, mas parece-me positivo que o treinador dos “encarnados” coloque alguma ordem na casa antes de uma semana absolutamente decisiva para o clube da Luz.

Se ainda querem ganhar algo, todo o grupo vai ter que voltar a unir-se e a ser solidário para, fazendo das fraquezas forças, ultrapassar os adversários que vão aparecer pela frente dentro de campo.

Em jogo estão a Liga, a Champions e a Taça.

O Benfica é a única equipa que está nas três frentes e vai ser preciso muito trabalho (conjunto) se quiser continuar a estar.

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

"Zangam-se as comadres..."

Este é um ditado antigo que o povo português utiliza muitas vezes e que, desta vez, parece aplicar-se ao momento actual do Sporting.

Numa altura em que as eleições estão à porta e, pela primeira vez em muitos anos, se prefilam várias candidaturas, a discussão vai intensa.

No ringue estão vários personagens desde ex-presidentes (João Rocha, José Roquette e Dias da Cunha), ex e actuais dirigentes e, ainda, alguns dos candidatos ao cargo de presidente da instituição.

Em causa está, fundamentalmente, a actual situação económica e financeira do Grupo Sporting (clube e SADs) e o que fazer para o futuro.

Há quem culpe o passado e o conhecido "plano Roquette" pelo, alegado, descalabro das contas, há quem defenda a alienação de património para fazer face a esses problemas e há quem esteja contra isso tudo.

Entretanto, já há ameaças de queixas-crime, amigos e antigos parceiros de direcção em lados opostos da "barricada".

O fundamental é que, quando a poeira assentar, se "saibam as verdades", realmente se perceba em que estado está o Sporting e que o acto eleitoral, para além de clarificador, seja digno de uma instituição que está a assinalar os 100 anos de vida.

Entretanto, vamos ver se o plantel profissional de futebol, que está a tentar recuperar a estabilidade, aguenta mais estes "tiros no pé" que estão a ser dados por dirigentes, ex-dirigentes e futuros dirigentes.

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Prognóstico

No dia em que a Federação Portuguesa de Futebol apresentou os equipamentos que a Selecção vai levar ao Mundial da Alemanha, vou lançar, com três meses de antecedência, os meus convocados.

Esperando que não haja lesões e castigos e que Scolari convoque os melhores, vamos então avançar para os “23 finalistas”.

Na baliza, o técnico já o disse, Ricardo e Quim têm lugar garantido e, para a terceira vaga, Bruno Vale, do Estrela da Amadora.

Para a defesa devem ser chamados sete jogadores. Eu apostaria em Miguel e Paulo Ferreira (na direita), Ricardo Carvalho, Jorge Andrade, Fernando Meira e Caneira (ao centro), Nuno Valente (na esquerda).

No meio campo seis vagas: Costinha e Petit, Maniche e Tiago, Deco e João Moutinho.

Nas alas: Cristiano Ronaldo, Figo, Simão e Quaresma.

Na frente: Pauleta, Nuno Gomes e Hugo Almeida.

Aqui estão 23 nomes, meias surpresas são quatro: Bruno Vale, João Moutinho, Quaresma e Hugo Almeida.

Claro que há aqui algumas condicionantes e a maior é o Europeu de Esperanças que pode afastar estes jogadores da Alemanha.

Por outro lado, há ainda outros jogadores à porta da selecção “AA”: Paulo Santos (que pode ser chamado para o lugar de Bruno Vale), Miguelito (se Scolari quiser um segundo defesa-esquerdo), Boa-Morte (se Quaresma for só aos sub-21), Manuel Fernandes, Hugo Viana ou Pedro Mendes (se Moutinho ficar pelas “esperanças”) e Postiga ou João Tomás (para a vaga de Hugo Almeida).

Vamos aguardar… em Maio chegam as certezas de Luiz Felipe Scolari.

Raridades… a quatro

Este fim-de-semana futebolístico trouxe duas raridades à luz do dia: uma a nível nacional e outra internacional, com a “chancela” de um ilustre técnico português.

À jornada 22 da principal Liga nacional, os chamados “três grandes” venceram os respectivos jogos. Foi, apenas, a quarta vez que isto aconteceu.

O líder FC Porto ganhou ao Belenenses por 2-0, tranquilamente, com dois golos de Adriano, ambos a passe de Quaresma.

É verdade que, para a equipa melhorar, Co Adriaanse teve que voltar aos quatro defesas (Paulo Assunção jogou recuado ao lado de Pepe e muitas vezes nas sobras) e beneficiou ainda de uma equipa do Restelo muito macia (aliás, como o Penafiel na Luz).

O Sporting, beneficiando de duas bombas de Carlos Martins e de um Marco Tábuas fraquinho, conseguiu a terceira vitória consecutiva, mesmo sem golos de Liedson.

O susto causado por aquele “penalty” inventado no final do jogo não foi suficiente para anular a justeza da vitória leonina e veio, digamos, compensar um lance que poderia dar golo no ataque sadino, anulado, mal, por fora de jogo.

Os “encarnados” também ganharam, três jogos depois, voltaram às goleadas, mas o resultado foi bem melhor que a exibição.

O Benfica começou a ganhar o jogo com duas grandes defesas de Moretto, ainda beneficiou de um auto-golo e teve duas grandes assistências de Petit e Manuel Fernandes para golos em contra-ataque de Geovanni e Simão.

Resumindo, alguma tranquilidade na Liga, entre os grandes, vamos ver o que vai acontecer na próxima jornada.

Entretanto, lá por fora, a surpresa das surpresas, o Chelsea perdeu (e só isso já era novidade), mas perdeu bem e “sem espinhas” (3-0).

O campeonato inglês não está em causa, mas é realmente estranho ver a equipa de Mourinho ser derrotada desta forma, sem apelo nem agravo.

A última derrota por estes números foi no FC Porto e já tinha havido um anterior, pelo Benfica.

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Sinais 2

Já aqui falei nisto há alguns dias, mas o certo é que os "sinais" continuam a avolumar-se e, por isso, a tornar-se cada vez mais preocupantes.

Na partida de ontem frente ao Nacional da Madeira, para a Taça de Portugal, os jogadores do Benfica voltaram a confirmar que algo de grave se está a passar no grupo:

Primeiro, Luisão e Marcel tiveram uma discussão pública e notória em pleno relvado, no intervalo do prolongamento, e só os colegas e o início do jogo, os separaram.

Depois, Simão marcou o "penalty" decisivo, que carimbou a passagem para a fase seguinte, mas fugiu aos festejos e só Nuno Gomes o segurou no relvado.

Algo de grave se passa, o treinador e/ou a direcção têm que ter mão "nisto".

"Fora de Jogo"

Volta este rubrica ao "Doente da Bola" para falar sobre duas personagens do nosso futebol: Valentim Loureiro e Rui Alves.

O presidente da Liga de Clubes é um dos 27 acusados já confirmados no processo "Apito Dourado" (mais deverão surgir lá mais para a frente, já que foram extraidas 81 certidões).

Valentim Loureiro é acusado de 26 crimes de corrupção activa.

Para já, o também autarca de Gondomar garante que ainda não foi notificado e queixa-se da violação do segredo de justiça.

Aguardemos...

Entretanto, o engenheiro Rui Alves, presidente do Nacional da Madeira, contiua a sua pega com o Sporting.

Hoje diz que os "leões" não têm estofo para lutar pelo título e reafirma que, por isso, são concorrentes directos com os insulares por um lugar na UEFA.

"Estofo", mas especialmente educação e seriedade negocial, é coisa que tem faltado ao presidente do Nacional.

Eu, enquanto contribuinte com impostos pagos, e portanto "sócio" do clube, através do Governo Regional da Madeira, gostaria que o "meu" presidente tivesse outro comportamento e se deixasse destas tácticas rasteiras, que já não se deviam utilizar.

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

A vontade do freguês

O Benfica voltou a perder em Leiria, depois da humilhação frente ao Sporting, e atrasou-se, quiçá irremediavelmente, na luta pelo título.

Depois da catástrofe da Luz e das muitas críticas, Ronald Koeman fez várias alterações no 11 inicial: cinco novos jogadores, mais duas mudanças de posição.

Alcides, Manduca e Geovanni saíram, Leo regressou e Marcel estreou-se a titular – foi, assim, feita a vontade dos adeptos.

A equipa melhorou (também só podia em relação à última partida), teve bons períodos, podia e devia ter marcado mais golos, mas o certo é que não ganhou e demonstrou falhas inacreditáveis.

Luisão deu a segunda balda consecutiva, Petit não está a 100%, Manuel Fernandes precipitado, Simão está intermitente, Nelson – talvez pela passagem pela esquerda – perdeu fôlego, Robert ainda não explodiu, Moretto parece nervoso… e, assim, aqui está quase toda a equipa titular.

Depois há outro factor de que não gosto de falar, mas que realmente faz falta em determinadas alturas: a “sorte” e o “se” que foram determinantes nesta partida.

Costinha esteve, outra vez, inultrapassável, outra vez contra o Benfica, e os “encarnados” falharam, à vontade, uma mão cheia de grandes ocasiões.

Posto isto, o campeão nacional pode ficar, mais uma vez atrasado, agora a sete pontos do líder.

E, já agora, antes que me perguntem, eu respondo: Acho que o técnico Ronald Koeman fez o que podia nesta partida e, por isso, não o culpo por esta derrota. O homem até fez a vontade dos críticos.

Vamos ver se a (ex?!) força do grupo de trabalho vai dar frutos e se a equipa vai reagir já na partida frente ao terrível Nacional da Madeira.

O que não percebo é como é que, de um dia para o outro, o ponto forte da equipa, a defesa, começou a meter água por todo o lado.

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Assi(s)m não

Nuno Assis acusou uma substância dopante num controlo efectuado a 3 de Dezembro, após o jogo com o Marítimo, e encontra-se suspenso preventivamente até à conclusão do processo.

Os resultados da contra-análise confirmaram índices elevados de 19-norandrosterona, um derivado da nandrolona (esteróide anabolizante).

Quando acontece um caso destes, este é o procedimento normal e, quanto a isso, nada a apontar.

O que é certo é que, como sempre, o jogador diz que está inocente, que nada tomou, e o clube garante que o vai defender até às últimas consequências. O normal…

Posto isto, e sem ter mais dados sobre o assunto, só vejo duas hipóteses: ou é um erro (das análises ou devido a um “problema” do organismo do jogador) ou é uma estupidez, pelo menos do tamanho do Estádio da Luz.

É que convém relembrar que é o Benfica que (há vários anos) exige controlo anti-doping em todos os seus jogos.

Sendo assim, excluindo a hipótese de ser um “caso natural”, criado pelo organismo do jogador (ao que parece é possível, mas não nas quantidades aqui encontradas), o que pode ter acontecido é um “tratamento” por fora das indicações do clube (como aconteceu, por exemplo, com Kenedy) para tentar melhorar o rendimento.

O certo é que Nuno Assis entrou muito bem na época passada, mas foi perdendo protagonismo e, esta época, raramente foi utilizado por Ronald Koeman, causando até alguma indignação e incredulidade por parte de sócios e adeptos.

Já agora… se se confirmar o caso e o jogador for castigado, Nuno Assis pode ficar suspenso entre seis meses e dois anos.

Vamos esperar…