domingo, agosto 27, 2006

Marcha atrás

Depois de ter "batido no fundo" e terminado um campeonato no sexto lugar, o Benfica encontrou uma estratégia que lhe voltou a dar títulos poucas temporadas depois. No entanto, desde o mercado de Inverno da época passada parece ter havido um retrocesso.

A recuperação dos "encarnados" foi iniciada, basicamente, com a chegada de Jose António Camacho a meio da época de 2002/03 com a equipa a terminar a Liga no segundo posto.

No final dessa época, o treinador espanhol fez uma exigência fundamental para a renovação do contrato e que se revelou decisiva para a melhoria do plantel: "Não pode sair nenhum jogador essencial".

Face a esta nova estratégia, não saiu ninguém, entraram dois titulares (Fyssas e Luisão) e a equipa começou a ganhar automatismos e a subir de rendimento, também impulsionada pela união de grupo surgida após a tragédia de Miki Feher.

No final, a equipa da Luz conquistou a Taça de Portugal, diante do FC Porto, e voltou a ficar em segundo na classificação.

Já na época 2004/05, já com Giovanni Trapatoni nos comandos, e sem Tiago (titular vendido ao Chelsea), continuou a contenção de entradas e saídas e - claro - o objectivo era o regresso ao título 11 anos depois.

O triunfo foi conseguido, apesar do Benfica não ter, reconhecidamente, o melhor plantel dos "grandes". A grande vantagem era a união e o conhecimento do grupo de trabalho, aliado à experiência do treinador.

Do grupo de campeões apenas saiu Miguel e toda a estrutura continuou intacta com a chegada do técnico holandês Ronald Koeman, que ainda conseguiu Karagounis e Miccoli como reforços.

A estratégia parecia, assim, que se ia manter pela quarta época consecutiva, mas algou se alterou e para pior no mercado de Inverno da temporada passada.

O que se passou?

De repente, chegados ao Natal da época passada, os "encarnados", em três competições (Campeonato, Taça e Liga dos Campeões) e ainda com lacunas no plantel, fizeram uma mão cheia de contratações com o objectivo de melhorar a equipa.

Ora, não foi nada disso que aconteceu e por duas razões: primeiro porque a chegada de tantos "corpos estranhos" encravou a máquina e minou o grupo e, depois, porque os novos não corresponderam (Moretto, Marco Ferreira, Robert, Manduca, Marcel), nenhum deles justificou a aposta.

Era indiscutível que o Benfica necessitava de alguns jogadores, mas tinham que ser verdadeiras mais valias para entrarem num grupo que tinha sido campeão. Claramente, não foi isso que aconteceu...

A precipitação da SAD (tão usual num passado recente) foi tal que, dos cinco reforços de Dezembro, três já não estão no plantel (Robert, Manduca e Marcel) e os outros dois são suplentes ou reservas.

A juntar a estes casos mais evidentes há ainda outros jogadores (também eles chegados recentemente) que estão afastados, mas que continuam no "sai não sai": André Luiz, Everson, Karyaka ou Karagounis.

O certo é que esta política não trouxe benefícios à equipa nem em termos desportivos (terminou a época em terceiro) nem financeiros (nenhum foi até agora vendido por dinheiro que se visse).

Quando se sabe que, obrigado pelo "project finance", o Benfica tem que fazer, pelo menos, 10 milhões de euros em receitas de jogadores (Manuel Fernandes dá 8.5 milhões), este dinheiro deitado à rua com jogadores duvidosos, ainda menos se compreende.

É obrigatório que presidente, director-geral e treinador se entendam sobre que rumo dar à equipa, que reforços são efectivamente necessários por forma a que a SAD volte a vender pouco mas bem e a comprar verdadeiras mais valias.

sexta-feira, agosto 25, 2006

Caldeirada à portuguesa

A caldeirada é um dos pratos típicos da cozinha portuguesa - e eu até gosto - mas só no enquadramento culinário.

Aquilo que se está a passar no futebol português neste início de época é verdadeiramente inacreditável. Não há adjectivos para qualificar as cambalhotas do "caso Mateus".

Sem querer agora falar sobre quem tem razão, até porque são muitos e contraditórios os argumentos e eu não sou jurista, o que gostaria de recordar é que este caso começou há meses, já na segunda volta da época passada.

Foram meses e meses de avanços e recuos, recursos e outros truques, com advogados, juizes, comissões de disciplina e de justiça, fazendo avançar e atrasar o processo.

É verdadeiramente lamentável, digno de um qualquer país da América Latina, que hoje ainda nada esteja decidido e não se saiba quem são os participantes da I Liga e da Liga de Honra.

Só esta tarde, por exemplo, o Benfica teve dois adversários para a primeira jornada: Belenenses primeiro, Gil Vicente depois e, por fim, ao que parece, nem um nem outro, devido à intervenção do Leixões.

O certo é que está tudo embrulhado, verdadeira caldeirada, e três equipas têm os jogos suspensos (Gil Vicente, Belenenses e Leixões) e a Liga começa coxa.

Como "o seguro morreu de velho", o Benfica que, oficialmente recebeu dois documentos com adversários diferentes, já garantiu que vai estar em campo à hora marcada, pronto para jogar, seja contra quem for.

Há três balneários disponíveis...

PS: Alguém que chame um "chef" para pôr ordem nisto, que a caldeirada está a azedar

"Bolinhas" da sorte

Foi amigo, em teoria, o sorteio das três equipas portuguesas na Taça UEFA.

Sem serem "cabeças de série" (o que aconteceu pela primeira vez, por efeito de termos três equipas na Champions), os lusos tinham pela frente a vida muito complicada, mas as "bolinhas da sorte" acabaram por não ser nada madrastas.

Ao Sporting de Braga, uma equipa que vai seguramente lutar com os "grandes" pelos primeiros lugares, calhou o Chievo Verona, equipa italiana.

Já o Vitória de Setúbal vai defrontar os holandeses do Heerenveen, enquanto o Nacional joga diante dos romenos do Rapid Bucareste.

A primeira mão realiza-se a 14 de Setembro e a segunda a 28 do mesmo mês.

Face ao que podia ter acontecido, nada mau. Pode ser que seja desta que alguma destas entre na fase de grupos da UEFA.

quinta-feira, agosto 24, 2006

"Roda dos Milhões"

Em teoria, o sorteio da Liga dos Campeões (com FC Porto, Sporting e Benfica) deu a "fava" aos "leões".

À equipa de Alvalade calharam dois colossos do futebol mundial (Inter de Milão e Bayern de Munique) e a incógnita dos russos do Spartak de Moscovo.

Ao "campeão da pré-época" está, para já, garantido um grande sucesso de bilheteira no Alvalade XXI. Desportivamente, o Sporting vai ter dificuldades para conseguir a qualificação, mas isso só pode ser positivo para a equipa já que, por um lado, ajuda na motivação e, por outro, retira pressão.

Já o campeão FC Porto fica no mesmo grupo que o grande Arsenal, os russos do CSKA (conhecidos do Sporting da final da UEFA) e os alemães do Hamburgo.

Os "dragões" têm condições para seguir em frente, ganhando em casa, e batendo-se com os "gunners" pela vitória no grupo.

Entretanto, o Benfica reencontra o Manchester United, que quererá vingar-se da época passada, até porque parece bem mais forte, defronta o Celtic e também o Copenhaga, a grande surpresa por ter eliminado o Ajax.

Os "encarnados", se tiverem o plantel em condições, e tiverem alguma sorte, podem garantir a passagem à fase seguinte.

Os jogos começam já em Setembro, convém que os portugueses (especialmente as "águias") melhorem a forma rapidamente.

terça-feira, agosto 22, 2006

Missão cumprida


O Benfica fez o que tinha a fazer, ganhou ao Áustria de Viena e carimbou o passaporte para a fase de grupos da Champions.

A vitória por 3-o foi fácil, mas escassa face ao domínio dos "encarnados" até ao minuto 65, altura em que Rui Costa teve que sair por lesão.

Foi uma exibição de gala do "maestro" que marcou o primeiro golo e esteve na jogada dos outros dois, para além de outras "valsas" que foi tocando, perante uns austríacos que não sabem dançar.

Face a este resultado, o Benfica está onde era obrigado a estar: na Liga dos Campeões e já arrecadou, pelo menos, cinco milhões de euros.

A exibição foi boa (enquanto houve Rui Costa), o resultado também, mas agora não podem os adeptos, sócios e dirigentes embandeirar em arco, passar do "8 para o 80" e achar que está tudo bem.

Não está... e continua óbvio, seja em que táctica for, que o plantel é curto em algumas posições.

Ganhar ou ganhar

O Benfica defronta esta terça-feira o Áustria de Viena na segunda mão da pré-eliminatória da Liga dos Campeões e só tem uma hipótese: ganhar.

Num jogo em que está em causa a entrada na Liga Milionária (15 milhões na época passada), contra um campeão austríaco de quarta categoria, aos "encarnados" não resta outra alternativa que não seja carimbar o passaporte para a Champions.

Mesmo com uma mão cheia de lesionados e o plantel ainda em manobras, a equipa da Luz é manifestamente superior, aliás, como se viu no primeiro jogo na Áustria em que o Benfica só não ganhou porque não jogou para tal.

A equipa

Face aos condicionalismos actuais, não há grandes dúvidas, nem alternativas, quanto ao "11" a apresentar por Fernando Santos:

Quim
Nélson, Luisão, Anderson e Ricardo Rocha
Petit, Katsouranis e Rui Costa
Manu, Nuno Gomes e Paulo Jorge

"Meninos mimados 2"

Vítor Baia e Ricardo continuam a "troca de galhardetes" e o nível da conversa está a descer a grande velocidade.

Depois de um período de acalmia, que coincidiu com o Mundial, tudo voltou a agravar-se após mais uma entrevista do guarda-redes do Sporting no "Record" a que Baia, depois, respondeu.

Não querendo, aqui, entrar em pormenores, nem saber quem tem razão, serve o presente post para mostrar o meu desagrado por toda esta "estória".

Está na hora destes "meninos mimados" se calarem ou se entenderem de vez. Portem-se como homenzinhos e joguem à bola.

sexta-feira, agosto 18, 2006

"Meninos mimados"

Os futebolistas têm vindo a ganhar força ao longo dos últimos anos, muito por culpa da crescente pressão dos "empresários".

Já este ano, vários casos, em diferentes campeonatos, têm confirmado esta teoria.

O último exemplo foi Mahamadou Diarra, do Lyon, que esta noite acertou a transferência para o Real Madrid, já depois deter ameaçado o campeão francês com um claríssimo: “Ou vou para Madrid ou não jogo em lado nenhum”.

Outro caso mediático desta pré-época é o do defesa Gallas que ainda não se apresentou no Chelsea, alegando que quer deixar a equipa de Londres, apesar de ter mais um ano de contrato.

Face a estes e outros casos, fica a pergunta: Mas o que é isto?

O que tem acontecido é demonstrativo da força do dinheiro e do total desrespeito pelas mais elementares regras da boa negociação.

Agora, em vez de um clube falar com outro, chegar a acordo e, só depois, ir falar com o atleta, o que se passa é que o comprador alicia o jogador e convence-o a pressionar o clube vendedor de molde a que, das duas uma, aconteça uma rescisão de contrato ou, pelo menos, um grande abaixamento da verba a pagar.

Um dos truques que mais se está a tornar “normal” é o “Não tenho razões psicológicas para continuar”.

Mesmo em Portugal, este esquema inadmissível já foi utilizado, até por clubes grandes, e isso não dignifica em nada as pessoas e as instituições.

Novamente, Mas o que é isto?

Se o clube estiver a cumprir com o contrato, a pagar o salário e o jogador tiver contrato para cumprir, só tem que se aguentar à bronca.

Convém que a FIFA ponha mão nisto, sob pena do futebol entrar por um caminho sem volta. Digo eu…

quinta-feira, agosto 17, 2006

"Caixa Futebol Campus"

É este o nome do novo Centro de Estágio do Benfica no Seixal.

Confesso que não gosto muito do nome mas, sinceramente, isso é o que menos interessa.

O fundamental - fundamental mesmo - é que do Centro nasçam jogadores que possam chegar à principal equipa, ser idolos dos adeptos e, quicá, render alguns milhões de euros. Essa tem que ser a prioridade dos "encarnados", depois de vários anos de "casa" às costas, que impediram o desenvolvimento dos jogadores e quase levaram a uma "seca total".

Deixo a pergunta: Quantos jogadores do Benfica "nasceram" nas escolas e tiveram relevo entre a saída e o regresso de Rui Costa, no espaço de 12 anos?

A resposta não é difícil e é bem curta: Maniche e Manuel Fernandes.

A estas certezas podem depois acrescentar-se alguns ameaços: Edgar, Hugo Leal, Bruno Basto e Moreira, por exemplo.

Muito, muito, curto para um clube como o Benfica...

PS: Este acordo com a instituição bancária tem a vantagem de acelerar o pagamento do Centro de Estágio.

PS1: Surreal é o facto do Benfica ter que colocar panos na nova Casa para garantir aos jogadores um treino à porta fechada.

terça-feira, agosto 15, 2006

Jesualdo

Está finalmente confirmada a notícia que a RR deu no passado dia 10 em primeira mão: Jesualdo Ferreira é o substituto de Co Adriaanse no FC Porto. O Boavista recebe um milhão de euros.

Sobre isto três notas:

  • Dados todos os condicionalismos, o professor Jesualdo é a melhor escolha que o FC Porto poderia ter tomado nesta altura, a tão poucos dias do início da Liga.
  • Com Jesualdo Ferreira e o provável regresso do "4-3-3" o plantel terá(ia) que ser retocado.
  • Se este “caso” tivesse ocorrido, por exemplo, na Luz teria caído o Carmo e a Trindade. Como foi no “Dragão”, tudo normal…

“Não há mais Volta a dar-lhe”

Terminou esta terça-feira a Volta a Portugal em Bicicleta e o triunfo voltou a fugir a Cândido Barbosa.

Não sou propriamente fã deste ciclista, mas sou obrigado a reconhecer que o homem dá tudo o que tem e tão depressa vai aos “sprints”, como às montanhas ou aos contra-relógios.

É verdade que voltou a “morrer na praia”, ultrapassado por um espanhol que começou cá como profissional. Não sei se Cândido vai ter outra oportunidade de ganhar a nossa “prova rainha”.

Um aspecto que penso que Cândido terá que melhorar é aquela “teoria da perseguição”, como se todo o mundo estivesse contra ele e toda a gente lhe devesse e não lhe pagasse.

Para além de Cândido, destaque para esta Volta louca em que todos os dias mudava o “camisola amarela" e com vários jovens portugueses a "mostrarem serviço".

PS: Nota especial para o Alex que nos deu a Volta e outros grandes momentos de Rádio e vai agora brilhar, com o seu imenso talento, para outra freguesia. Um abraço companheiro.

sexta-feira, agosto 11, 2006

Outras bolas (5)

Como já todos sabem, este blog não é só futebol e, pela quinta vez, abrimos uma excepção devido a mais um acontecimento excepcional.

Depois de Ticha Penicheiro, Tiago Monteiro, Vanessa Fernandes e Telma Monteiro, o destaque de hoje vai merecidamente para um atleta que nos últimos anos tem dado grandes alegrias aos portugueses e é um exemplo.

Do trabalho nas obras ao atletismo foi um passo (rápido) e ganhou-se um dos maiores velocistas mundiais da sua geração.

Aos 27 anos, Francis Obikwelu está em "ponto de rebuçado" e as suas exibições nestes Europeus de Gotemburgo, seja nos 100 seja nos 200 metros, são de se lhe tirar o chapéu.

Até parece fácil.

Com a fase terminal que tem, se Obikwelu conseguisse partir melhor, poderia até bater o recorde do Mundo.

Obrigado Francis e parabéns... mereces. Espero que continues a respeitar as "quinas" como até aqui e, se possível, a ganhar medalhas.

Parabéns também para a família portuguesa que o acolheu e que tão bem o tratou de maneira a ele, agora, gostar tanto do nosso país, ao ponto de o defender e prestigiar internacionalmente.

quinta-feira, agosto 10, 2006

CO(rda) partiu mesmo...

Co Adriaanse bateu com a porta, alegadamente por divergências com a SAD portista.

As razões para a saída do técnico holandês não são conhecidas, mas foram "públicas e notórias" as divergências entre Adriaanse e Pinto da Costa, especialmente quanto a um novo avançado para o plantel.

Como eu já tinha referido em alguns posts anteriores, a "coisa" estava tensa e, pelos vistos, insustentável.

O treinador queria um ponta de lança específico, mas os "azuis e brancos" não tiveram dinheiro para fazer cumprir esse desejo.

As declarações de Adriaanse, após o torneio de Amsterdão, já deixavam pouco espaço de manobra

Agora, Adriaanse sai mesmo e deixa o FC Porto com as "calças na mão" quando se aproxima o primeiro jogo oficial.

Com poucos dias de preparação para moldar a equipa à sua imagem e sem dinheiro para reforços, não sei se haverá muitos treinadores com vontade de assumir este projecto.

Quem será a escolha de Pinto da Costa?

Camacho (namoro antigo que já conhece o futebol português), Rui Barros (o adjunto que "sobrevive"), Manuel José (o eterno incompreendido), um outro estrangeiro sem passado no futebol português?

Foi o que se conseguiu arranjar...

O Benfica empatou a uma bola com o Áustria de Viena na primeira mão da pré-eliminatória da Liga dos Campeões.

Não há grandes comentários a fazer: o jogo foi muito mau, a equipa austriaca é fraquíssima e os "encarnados" mesmo em "crise de identidade" poderiam e deveriam ter feito melhor, poderiam e deveriam ter ganho o jogo.

Tirando a (grande) jogada do golo, pouco ou nada há a destacar. Voltou a ver-se um Benfica lento, sem ideias, sem rasgos, com medo de atacar para não correr o risco de perder... e até a defesa meteu água.

Se tivesse que destacar alguém do "11", escolheria Katsouranis, Manu e Rui Costa (enquanto houve força).

Dentro de 15 dias, no jogo da segunda mão, no estádio da Luz, o Benfica é obrigado a carimbar o passaporte para a fase final da Champions e tem que golear este Áustria de quarta categoria.

terça-feira, agosto 08, 2006

Agora é a sério (*)

O Benfica defronta mais logo o Áustria de Viena na primeira mão da pré-eliminatória da Liga dos Campeões no jogo que abre oficialmente a época.

A equipa está com dificuldades tácticas e não só (faltam jogadores importantes), mas isso tem que ser ultrapassado com maior ou menor dificuldade.

Seja em 4-2-3-1 ou 4-4-2
Seja com Quim ou Moreira na baliza
Seja com Ricardo Rocha à direita (?!) e Nélson à esquerda (!?)
Seja com ou sem Katsouranis
Seja ou não com Paulo Jorge e Manu nas alas (meu Deus!!!)
Seja com Nuno Gomes sozinho ou acompanhado

É que, depois de uma pré-época com grandes problemas, esta é a altura do plantel se unir e demonstrar vontade, união e concentração.

A vitória é fundamental e a entrada na Champions obrigatória.

(*) Título de "A Bola"

domingo, agosto 06, 2006

"Alerta vermelho"

Para além do post “Refresh encarnado”, a pré temporada do Benfica, com alguns sinais preocupantes, obriga a que se fale de outros aspectos.

Nota prévia: a pré-época da equipa da Luz está a ser marcada pela “novela Simão” que está, claramente, a condicionar tudo o resto (*).

O Benfica mudou de técnico e de táctica e está a ter dificuldades de adaptação. Até ao jogo do Bordéus tudo parecia correr sem problemas mas, a partir do Torneio do Guadiana tudo se desmoronou.

Agora, a dois dias do primeiro jogo oficial, para a Liga dos Campeões, não há certezas sobre qual a táctica a utilizar.

Depois de várias semanas de treino e alguns jogos no novo “4-4-2 losango”, após o último jogo de preparação diante do AEK, o técnico admitiu voltar ao “4-2-3-1”, a que os jogadores estão mais habituados.

Entretanto, é bom não esquecer que Fernando Santos pediu dois jogadores (um defesa-esquerdo alternativa a Leo e um médio esquerdo para o vértice do losango) que ainda não chegaram e, possivelmente, mais pedirá se tiver que reformular mesmo a equipa para o “4-2-3-1” já que o plantel tem apenas dois extremos e inexperientes (Manu e Paulo Jorge).

Para uma equipa que tem jogado nos últimos anos na mesma táctica, apesar dos vários treinadores, o tempo de adaptação ao novo esquema era essencial, como fundamental era ter os jogadores certos para as várias posições.

O tempo não foi muito até por “culpa” da pré-eliminatória da Champions, apesar da equipa ter sido a primeira a retomar o trabalho. O Mundial também não ajudou com vários jogadores a chegarem mais tarde.

Mas, porque é que esta “nova” táctica (utilizada, por exemplo, por Milan, Chelsea ou Sporting) não está, para já, a resultar?

“4-4-2 losango”

Esta é uma táctica que, não tendo extremos, obriga a duas coisas: laterais ofensivos e médios polivalentes para jogarem no meio e cairem para as alas.

Por outro lado, convém que o “trinco” saiba fazer as compensações e o “10” tenha liberdade para criar jogo para os dois avançados (móveis e explosivos).

Ora, é precisamente nestes pontos que “a porca torce o rabo”.

Para além do atraso na preparação de alguns titulares (Luisão, Petit, Nuno Gomes), da chegada de outros (Katsouranis) e da lesão de Miccoli, o Benfica está com dificuldade em acomodar o meio-campo.

Petit é médio defensivo, tal como Katsouranis, e Fernando Santos parece estar com dificuldade em encaixar os dois jogadores no “11” uma vez que um terá – na nova táctica – que jogar a interior direito.

Quando se pensaria que seria o grego o escolhido (contratado por ser conhecido do técnico e polivalente), o certo é que tem sido o internacional português a jogar nessa posição, o que, claramente, parece desapropriado às suas caracteristicas.

Por outro lado, no vértice esquerdo tem estado prioritariamente o outro grego (Karagounis) que, apesar de esforçado, tem dois problemas: não é canhoto e não gosta muito de defender.

Enquanto se espera o jogador pedido pelo técnico (não deve chegar tão cedo), Nuno Assis e Karyaka poderiam ser alternativas válidas. O português é mais um criativo e o russo está de saída e sempre que jogou mostrou pouca vontade de mostrar serviço.

Esta táctica, no papel, parece moldada às características do “maestro” (como já jogava em Itália), mas convém que Rui Costa se concentre nas acções ofensivas e não se desgaste defensivamente. Para que isso aconteça é fundamental que os três companheiros de sector estejam a funcionar.

Também na defesa a “coisa” não está a correr bem: os centrais estão desamparados, sem o correcto apoio do meio-campo, e os alas a subir pouco e mal.

Léo e Nélson (ainda não parece recuperado a 100% dos problemas da época passada) dão, estando em forma, todas as garantias porque são dois jogadores que gostam de atacar e fazem-no bem, sem perder sentido defensivo.

Para além destas questões evidentes na equipa titular, há depois a segunda parte do problema: o banco continua a ser curto.

Na defesa, os laterais não têm suplentes. Se Nélson precisa que um central (Alcides) ou um extremo-adaptado (Marco Ferreira) o substitua, do lado esquerdo nem isso e só Nélson (apesar do claro abaixamento de rendimento) ou Ricardo Rocha parecem minimamente capazes de o substituir.

No meio-campo, há mais dois trincos - o jovem Diego e o inanarrável Beto – um com qualidade, mas ainda em adaptação e outro que dá tudo o que tem, mas tem pouco para dar.

O problema agrava-se nos vértices onde, já sem Manuel Fernandes – outra baixa importante e mal explicada – só há Nuno Assis e, ao que parece, o miúdo João Coimbra, repescado da lista de dispensas. Parece-me curto para toda a época.

Para finalizar há os dois já falados extremos que, em principio, estariam destinados a um segundo plano já que só entrariam apenas em alturas de “crise” (jogo difícil em que fosse preciso algum “abre latas”).

No ataque há, teoricamente, cinco opções mas o cenário não é tão brilhante quanto parece: Nuno Gomes tem a preparação atrasada, Kikin Fonseca chegou agora, Miccoli continua a lesionar-se com muita facilidade, Mantorras não tem condições para ser titular toda a época e Marcel continua a difícil adaptação ao Benfica e está longe de provar a minha aposta nele.

4-2-3-1

Agora, em desespero, se Fernando Santos optar por voltar atrás e apostar na táctica conhecida ficam claras duas coisas: o Benfica desperdiçou toda uma pré-época e fica com o plantel muito desequilibrado.

Só com Manu e Paulo Jorge e com o tempo (31 de Agosto) e o dinheiro (será que a hipotética venda de Simão ainda virá a tempo de compor as coisas) a esgotar-se parece dificil que a equipa se consiga aguentar.

São dois miúdos, com pouca experiência de primeira divisão e nenhuma de Benfica e que, seguramente, foram contratados para completar o plantel, não para serem primeiras opções.

Por outro lado parece um desperdício ter cinco homens da frente quando só há um lugar a titular.

Também é discutível que Rui Costa aguente uma época tendo que fazer constantes viagens defesa/ataque com um meio-campo de três.

E então?

O 3-5-2 poderia ser a táctica a utilizar mas também para isso seriam necessários alguns jogadores, para além do tempo para treinar... tempo esse que não há.

Posto isto, e vistos os prós e os contras, confirmando-se as saídas de Simão e Manuel Fernandes, parece-me que, apesar de tudo, e dos riscos que isso implica, o Benfica deveria, entre as duas hipóteses mais prováveis, continuar a apostar no "4-4-2 losango".

É preciso acreditar, dar tempo e espaço aos jogadores e ao técnico. Ainda é cedo para começar, desde já, a começar a "fazer a cama" ao treinador.

(*) Caso analisado em breve.

Avisos em tons de azul

O FC Porto perdeu os dois jogos do Torneio de Amsterdão e deixou algumas indicações preocupantes, não só no ataque mas também na defesa.

O ataque

Os problemas ofensivos são “públicos e notórios” e Co Adriaanse não se cala com a necessidade premente de contratar um ponta de lança.

Os “dragões” cometeram o mesmo erro do Benfica (com Karadas) na época passada e contaram com “o ovo no cu da galinha” ao dispensar Hélder Postiga, emprestar Hugo Almeida e transferir McCarthy antes de garantir o reforço para o ataque.

Com Bruno Moraes e Sokota sempre lesionados, sobra Adriano e a meia adaptação do esta época esquecido Lisandro.

O técnico holandês continua a pedir um “matador”, mas Pinto da Costa não parece pelos ajustes e diz que não há dinheiro.

Não sei como vai acabar este braço de ferro, mas a última palavra é, claro, do presidente e vamos ver o que faz Adriaanse que ontem voltou a deixar o aviso: “Não há dinheiro para um avançado. Então continuaremos a fazer exibições divertidas mas a perder estes jogos”.

A defesa

Entretanto, para além das questões ofensivas, o treinador da “dobradinha” também não pode negligenciar os problemas da defesa.

Claro que é fácil dizer que falta um avançado e que se falham oportunidades de golo, mas isso nada tem a ver com os seis golos sofridos nas duas partidas realizadas na Holanda.

Tal como na época passada, parece que as tácticas de 3-4-3 (deste ano) ou 3-3-4 (do ano passado) não funcionam em jogos internacionais.

E ainda pior que os seis golos sofridos, nota para os erros defensivos cometidos, mesmo pelos “titulares” (que jogaram frente ao Manchester United).

Muitos espaços abertos, dificuldades de velocidade, compensações tardias...

Sendo certo que estamos a falar de jogos particulares e que estes servem precisamente para testes e experiências, a verdade é que, depois da má época europeia, esta época os problemas parecem manter-se.

Vamos ver se, quando chegar a hora da verdade, Adriaanse vai ou não recuar e voltar aos quatro defesas.

quinta-feira, agosto 03, 2006

Quem?

O Benfica está com problemas de adaptação ao novo técnico e à nova táctica e, a poucos dias do primeiro jogo oficial (para a Champions), há muitas questões em aberto. Para já, a questão da baliza.

Os "encarnados" contam com três bons guarda-redes, dois deles internacionais, experientes e que dão, se estiverem todos em condições, garantias à equipa.

Nota prévia: sou favorável a que o plantel tenha três opções efectivas e, assim sendo, sempre me pareceu mal aquela ideia de emprestar ou vender Quim (agora que o técnico já não era Koeman).

Na última época Moreira e Quim estiveram muito tempo lesionados e Moretto terminou a titular da equipa.

Este ano há uma nova época e um novo treinador e, por isso, os três partem em igualdade de opções.

E agora?

Como sabem os que me conhecem ou os que lêem este blog, sou adepto de Moreira e, no ano passado, defendi Moretto até ao máximo porque lhe reconheço condições físicas e técnicas para ser um grande guarda-redes.

Nesta pré-época as coisas não estão a correr bem e isso tem-se reflectido também na baliza. Nenhum dos três guarda-redes esteve excelente, apesar de Quim só ter tido uma oportunidade.

Moreira fez mais jogos mas sofreu muitos golos e em alguns foi mal batido, Moretto lesionou-se nesta fase e continua a mostrar fragilidades inacreditáveis (o golo contra o Depor é surreal), com graves problemas de concentração.

Neste quadro e vindo aí um jogo fundamental, esta vai ser a primeira decisão séria de Fernando Santos. Não é fácil mas, se pudesse dar uma opinião, apostaria para quarta-feira em Quim.

O internacional português é o mais experiente e calmo e seguramente não vai tremer nesta altura de pressão para o plantel.

As equipas começam a construir-se de trás para a frente... a baliza é fundamental.

Por isso, Quim.

“Refresh” encarnado

O Benfica apostou na mudança: novo treinador, nova táctica, novos jogadores, mas um plantel ainda desequilibrado... e isso tem custos.

Fernando Santos é o timoneiro para a nova temporada e isso deixa-me – como já aqui o disse – algumas dúvidas.

A táctica não é surpresa (por exemplo, o Sporting joga assim), mas é um esquema que necessita, por um lado, de tempo e, por outro, de mais jogadores. (*)

Nas contratações, destaque óbvio para o regresso do “maestro” Rui Costa. Depois há também Katsouranis (o primeiro desejo do técnico) e Kikin Fonseca.

Para além destes, destaque para a chamada de dois jogadores que estavam emprestados (Manu e Diego) e uma contratação surpresa (Paulo Jorge).

Apesar destes reforços são óbvias e evidentes as lacunas: falta um lateral-esquerdo e um médio-esquerdo e um médio-direito que encaixem no “4-4-2 losango”.

A acrescentar a tudo isto convém não esquecer que falta já menos de uma semana para a primeira mão da pré-eliminatória da “Champions” e ainda estão por resolver as novelas Simão e Manuel Fernandes.

(*) Falaremos sobre este tema, em pormenor, mais à frente.

Presidente

Morreu esta quarta-feira Jorge de Brito, um grande benfiquista, um grande presidente "encarnado" que tudo fez para dignificar e engrandecer ainda mais o clube.

Sócio nº 88, este antigo presidente (1992-1994) e vice-presidente "encarnado" deu tudo ao Glorioso, até em prejuizo da sua vida pessoal.

Segundo dados de Adriano Afonso, outro antigo dirigente da equipa da Luz, Jorge de Brito meteu cerca de dois milhões de contos no Benfica.

Já Veloso, um dos míticos "capitães" de equipa do Benfica diz que o "águia de ouro" foi o melhor presidente com quem trabalhou na Luz.

Estes são apenas dois exemplos de benfiquistas que homenageram Jorge de Brito neste dia de luto e pesar para o clube.

Era bom que o Benfica pudesse voltar a ter dirigentes da estírpe de Jorge de Brito, pessoas que dão tudo ao clube sem nada pedir, só à procura das vitórias do Glorioso.

Bem-haja Jorge de Brito
Paz à sua alma.

quarta-feira, agosto 02, 2006

“Refresh” verde

O Sporting, tal como o FC Porto, apostou na continuidade e isso é sempre uma mais valia.

Os “leões” têm o mesmo técnico, a mesma táctica, o mesmo grupo de jogadores… e isso, claro, só pode trazer vantagens para continuar com a boa segunda volta da época passada.

Nas contratações, a equipa de Alvalade apostou em jogadores a “custo zero” (destaque para Carlos Paredes, garantia de qualidade) e a continuidade de Caneira.

A SAD leonina procura, agora, um defesa-central, depois do “caso Moisés”, para encerrar o plantel... numa altura em que parece que, afinal, Douala se vai manter.

Na minha perspectiva, Paulo Bento tem apenas duas questões por resolver: qual o “Plano B” quando o 4-4-2 “losango” não funcionar? (extremos só há dois Douala e Nani); falta um ponta de lança com características diferentes dos quatro do plantel para os jogos em que seja necessário alguém mais fixo na área.

Numa altura em que falta ver Farnerud e Carlos Bueno (dois dos reforços), o “11” parece dar garantias ao técnico, mas é bom não esquecer que esta época há Liga dos Campeões e o ritmo de jogos é mais intenso.

Para já, condicionado aos desconhecidos e ao que falta chegar, aqui fica a aposta:

Ricardo
Abel, Tonel, Polga e Caneira
Custódio, Paredes, João Moutinho, Carlos Martins
Liedson, Bueno

No banco, várias opções de qualidade:

Tiago
Miguel Garcia, ?, Miguel Veloso e Ronny
Farnerud, João Alves, Nani e Romagnoli
Deivid e Yanick

Sobram ainda o jovem Rui Patrício (guarda-redes), Tello e Douala.

"Refresh" azul

O campeão nacional parte, mais uma vez, na frente, em termos de favoritismo, para a conquista de mais títulos na época que se avizinha.

Mantendo o mesmo técnico, que lhe deu a "dobradinha", e a mesma estrutura de equipa, o FC Porto tem as condições para repetir os mesmos feitos a nível interno e, claro, melhorar na Champions.

A equipa foi, para já, reforçada por quatro jogadores (Ezequias, João Paulo, Diogo Valente e Sektoui), faltando, claramente, um homem para o ataque.

Olhando para a equipa e para os "recém-chegados" é evidente o objectivo de Co Adriaanse: jogadores polivalentes que possam adaptar-se aos seus esquemas de jogo e, ao mesmo tempo, jogar em mais do que uma posição:

Ezequias: defesa esquerdo, defesa-central
João Paulo: defesa central, trinco
Diogo Valente: médio e extremo esquerdo
Sektoui: extremo esquerdo e direito

Sem Benny e sem Hugo Almeida e com os constantes azares de Bruno Moraes e Sokota, o ataque dos "dragões" está entregue a Adriano e isso é, claramente, insuficiente.

Talvez por uma questão de maior equilíbrio, ou pelo crescimento de Anderson ou pela falta de "homens-golo", Adriaanse parece ir apostar, em primeiro lugar, numa táctica de 3-4-3 e não em 3-3-4 como em boa parte da época passada.

Resumindo, resolvida a questão do ponta de lança (o FC Porto não conseguiu chegar a Hesselink e não se fala, para já, noutro nome), os "azuis e brancos" vão ficar ainda mais fortes, porque mais adaptados e porque têm mais soluções, especialmente defensivas (apesar de eu continuar a achar que falta um lateral direito de raiz).

Aqui fica a minha aposta para "11" titular... com um reforço apenas

Helton
Bosingwa, Pepe, Pedro Emanuel
Paulo Assunção, Raul Meireles, Lucho e Anderson
Quaresma, Adriano e Sektoui


No banco há ainda algumas opções bem válidas:

Vítor Baia
Ricardo Costa, Bruno Alves e Ezequias
João Paulo, Cech, Ibson e Jorginho
Alan, Bruno Moraes e Lisandro

Ainda sobram o eterno lesionado Sokota, o jovem Vieirinha, o "reforço" Diogo Valente e o terceiro guarda-redes Paulo Ribeiro.