À terceira

O Benfica venceu o Celtic por 1-0 e mantém-se na luta pela qualificação na Champions ou, pelo menos, pela UEFA. Só a vitória interessava aos "encarnados" e isso foi conseguido.

A segunda parte da partida de ontem na Luz deixou alguma esperança nos adeptos. A exibição foi boa, foram criadas oportunidades claras, os jogadores entregaram-se e lutaram...

Claro que convém ter em conta que os escoceses recuaram e jogaram claramente para o empate e isso terá permitido ampliar o "pressing" dos comandados de Camacho.

Em relação às exibições destaque para Oscar Cardoso. Continuo a dizer que o avançado paraguaio é um bom jogador, a quem falta confiança, algum descanso, e que a equipa aprenda a jogar com ele. O golo e mesmo as três enormes oportunidades falhadas provam a qualidade do "7".

Binya é um achado e Di Maria tem pormenores fabulosos, só precisa de crescer e perder tiques de vedeta. Quim, Katsouranis e Rui Costa continuam em grande e dão totais garantias.

Nota curiosa para o facto do Benfica ser a equipa que mais remata na Liga dos Campeões ao fim de três jornadas. Falta que as bolas entrem.

As segundas escolhas

Depois de mais uma triste exibição do Benfica na Taça da Liga, ficou mais uma prova de que o plantel desta época não é - de certeza - o melhor dos últimos 10 anos.

Não vou já dizer que o plantel precisa de quatro ou cinco jogadores em Janeiro, primeiro, porque é cedo para análises definitivas e, segundo, porque as experiências anteriores não foram nada positivas.

O que é certo é que há jogadores, dos habituais suplentes, que não estão a aproveitar estas oportunidades da Taça da Liga para dar nas vistas e complicar a vida ao treinador.

Luís Filipe, Miguelito, Nuno Assis, Fábio Coentrão e Bergessio (este com a desculpa de que vinha de lesão) não mostraram o suficiente para tirar o lugar aos que ficaram a descansar.

Depois há ainda as terceiras escolhas (Andrez Diaz ou os miúdos Dabao, Miguel Vítor e Romeu Ribeiro). Se nem aqui jogam, talvez não fosse mau serem emprestados para rodar.

Claro que este é um problema que não é exclusivo do Benfica (veja-se o que aconteceu ao Sporting e ao FC Porto diante do Fátima).

Por exemplo, no Restelo, jogadores como Gladstone, Had, Celsinho, Paredes, Farnerud e Purovic, mais Yannick, que ontem nem jogou, não mostraram ou não têm mostrado condições para lutar pela titularidade dos "leões".

Faltam condições financeiras ao futebol português para encontrar 22 boas opções por plantel - isso é certo - mas, talvez por isso, se devesse, por um lado ter mais cuidado com o que se compra e, por outro, em caso de dúvida, apostar em quem já cá está e vem das camadas jovens.

Por exemplo, para já, e até ver, os juniores de João Alves somam por vitórias todos os jogos disputados. Sem precipitações, talvez não fosse má ideia ver o que por ali há.

Falta um bocadinho assim

A selecção nacional venceu os dois jogos na Europa longínqua, mais Oriente que outra coisa, cumpriu a sua obrigação e só precisa de quatro pontos nas duas partidas que faltam para o Europeu de 2008.

Apesar da qualificação não ter corrido como se esperava, a equipa das "quinas" está quase lá, como tinha que ser tendo em conta a qualidade do grupo.

Destaques destes dois jogos:

• a tranquilidade da defesa que regressou com Ricardo Carvalho
• os maus jogos de Quaresma a titular
• a ligeira melhoria de Deco em relação às anteriores partidas
• os bons jogos de Miguel Veloso na estreia
• a boa integração de Makukula
• a falta de arrojo táctico de Murtosa, igual a Scolari

As exibições não foram boas, muito longe disso, e vai ser preciso melhorar muito para chegar à fase final em condições de respeitar o Euro 2004 e o Mundial 2006.

Faltam dois jogos uma vitória e um empate bastam para o carimbo definitivo. Jogos em que Deco não vai estar.

Sem margem de erro

A selecção nacional defronta amanhã o Azerbaijão em Baku e não há volta a dar-lhe: só a vitória interessa.

Depois dos vários deslizes na fase de qualificação para o Euro 2008, que começaram com a derrota na Polónia e culminaram – até ver – com o empate com a Sérvia, já não há hipótese de voltar a falhar.

Agora o objectivo é, pelo menos, garantir o segundo posto no “Grupo A” de acesso à Suiça e Austria.

Face aos convocados e às lesões, aqui fica a minha aposta para o “11”:

QUIM
MIGUEL, RICARDO CARVALHO, F. MEIRA, P. FERREIRA
M. VELOSO, MANICHE, DECO
C. RONALDO, H. ALMEIDA, QUARESMA

Seja com estes ou outros... é só ganhar.

Chip

Hermínio Loureiro admite utilizar o chip de forma experimental na Taça da Liga.

Não sei se o presidente do organismo vai conseguir convencer quem de direito, mas a mim parece-me boa ideia que se experimente.

Mal, não faz, de certeza.

Mais difícil parece-me o avanço de outras soluções, como o recurso às repetições, até porque isso iria parar o jogo demasiadas vezes.

Alerta Vermelho

O Benfica está - é público e notório - a atravessar uma fase má, não só de resultados, mas também de exibições.

A Liga portuguesa está dificil (com oito pontos de atraso em seis jogos), a Taça da Liga está "por favor) e a Champions está a zero.

A equipa parece estar sem organização, sem "fio de jogo", sem "automatismos" e com incriveis dificuldades em criar e/ou marcar golos.

Explicações para isto há várias:

• Destruição de uma equipa que tinha sido começada precisamente na primeira passagem de Camacho pela Luz. É bom não esquecer que, de uma vez, saíram Simão, Miccoli, Karagounis e Anderson, mais o caso Manuel Fernandes.
• Reforços jovens e/ou inadaptados, alguns deles chegados "em cima da hora", e outros sem férias
• Mudança de treinador e consequente alteração táctica já sem tempo para readaptações, dada a sequência de jogos oficiais
• Lesões em jogadores fundamentais (Luisão e Petit, por exemplo)
• Decisões arbitrais que impediram vitórias em duas partidas (Leixões e Guimarães)

A culpa deste panorama começa por ser da Direcção por, primeiro, ter insistido em Fernando Santos e, segundo, ter gerido mal vendas e compras de jogadores (independentemente das cláusulas de rescisão).

Posto isto, que mais se pode acrescentar?

• Camacho era um técnico já conhecido (e desejado) pelos adeptos com as virtudes e os defeitos.
• Há jogadores que não estão a render. Desconfio que nuns casos é porque não podem (Cardozo, Di Maria), noutros é porque não sabem mais
• Já se pode dizer que o Benfica exagerou nas contratações e arriscou demasiado em jovens vindos de fora da Europa
• Podem vir a dar certo, têm potencial, mas um clube como o Benfica precisa de resultados imediatos.

PS: O Benfica perdeu (bem) com o Shaktar, que é uma equipa mais experiente e organizada, mas estou longe de concordar com as visões catastróficas quanto à exibição da equipa. Os "encarnados" criaram umas sete ou oito ocasiões claras para marcar e tiveram bons períodos.

Decisivo

Na Liga dos Campeões é obrigatório ganhar os jogos em casa. Não há outra forma de colocar as coisas. Assim sendo o Benfica tem que vencer o Shaktar.

Pode ser muita pressão para os jogadores (a maior parte deles inexperiente), mas também é nestes jogos que se vê quem pode jogar num clube como os "encarnados".

A partida não vai ser fácil. Convém não esquecer que estamos a falar do campeão ucraniano da época passada e que este ano já tem 10 pontos de avanço sobre o Dinamo de Kiev.

Aquela "sociedade das nações" ucraniana está a jogar muito à bola e vai dificultar a partida aos comandados de Camacho.

Parece que o treinador espanhol vai repetir o "11" do último jogo. Eu apostava nesta equipa:

QUIM
NÉLSON, LUISÃO, EDCARLOS, LÉO
KATSOURANIS, RUI COSTA
CRISTIAN RODRIGUEZ, NUNO GOMES, DI MARIA
CARDOZO

De empate em empate

Vou ser rápido:

• O Benfica empatou com o Sporting, o quarto empate nos últimos seis jogos.
• O Benfica entrou a dominar (15/20 minutos)
• Camacho voltou a mexer no meio-campo, sem trocar nos jogadores
• Camacho insiste no 4-2-3-1, sem arriscar outra táctica qualquer
• Nuno Gomes foi titular, Cardozo no banco (espero que não esteja a ser queimado)
• Há dois penaltyes (um para cada lado: falta sobre Romagnoli e falta sobre Adu)

Camacho pede tempo e tranquilidade. Acho que tem razão, mas também convém que comece a ganhar jogos.

A oito pontos do líder, com apenas seis jogos, a "coisa" está complicada, mas não me venham falar em jogar para o segundo lugar.