quarta-feira, setembro 21, 2005

O futebol que temos…

Depois do “caso Miguel”, aí está a segunda versão do “Perdoa-me”: para manter o cargo, Norton de Matos teve que vir explicar as suas palavras depois de ter denunciado ordenados em atraso no Setúbal.

Todo este caso levanta-me várias inquietações:

1) Como é possível que um clube profissional da Liga já tenha dificuldades de tesouraria à quarta jornada?
2) Como é possível que o senhor Chumbita, presidente do clube, não se justifique perante os atrasos nos ordenados e, ao mesmo tempo, admita despedir um treinador só porque este faz um alerta sério?
3) Como é possível que ninguém da Liga profissional se pronuncie sobre isto?
4) Será que Norton de Matos devia ter-se prestado a este papel?

Pode questionar-se se um atraso de 10 dias nos salários (parece que é mais ou menos isso que está em causa) já justificava um alerta pública por parte de Norton de Matos.

Eu, por mim, penso que sim… quem trabalha merece receber aquilo que lhe é devido e foi prometido (os prazos são para ser cumpridos). No entanto, já acho duvidoso que seja positivo que um treinador tenha que se rebaixar para continuar no Bonfim.

Por outro lado, é bom que não nos esqueçamos que este mesmo técnico vem de uma experiência “traumática” no Salgueiros, que terminou como se sabe.

Todo este caso tem, desde já, um lado positivo e um outro negativo: com esta atitude, Norton de Matos “ganhou” o balneário, mas fica com a direcção à perna que não vai perdoar qualquer deslize.

Estamos em Setembro e já se fala em ordenados em atraso. Como estaremos em Dezembro ou em Março ou no final da época?

Quantos outros clubes dos campeonatos profissionais estarão nas mesmas condições do Vitória de Setúbal.

Já agora só mais uma dúvida: o que fez a SAD sadina ao dinheiro das transferências que realizou no final da época passada?

Não terá, seguramente, gasto tudo em novos jogadores, porque a esmagadora maioria dos que contratou vieram de escalões inferiores, a preços acessíveis.

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