sábado, outubro 28, 2006

4-4-2; 4-2-3-1; 4-3-3

Os treinadores têm o hábito de dizer - para tirar pressão aos jogadores - que todos os jogos são iguais, que o próximo é o mais difícil e que valem apenas três pontos. Eu não concordo nada com isso e o jogo desta noite é disso exemplo.

Hoje há um FC Porto - Benfica. Esta é uma daquelas partidas que vale mais que três pontos e são vários os motivos: pelos pontos que uma equipa ganha, pelos que a outra deixa de ganhar, até pelo resultado do outro candidato e, claro, por tudo o que foi dito pelos dirigentes que, sendo absolutamente dispensável, marca os jogadores.

Por outro lado, há ainda o resultado da época passada: uns vão querer vingar-se e outros tentar repetir a "graça".

Posto isto, o que vai passar-se em campo?

FC Porto

Nos "dragões" parece não haver dúvidas quanto ao "11" a apresentar por Jesualdo Ferreira que deve jogar no habitual 4-3-3. Fucile está dono e senhor da lateral direita e regressa o prodígio Anderson.

HELTON
FUCILE, PEPE, BRUNO ALVES e CECH
RAUL MEIRELES, LUCHO e ANDERSON
QUARESMA, HÉLDER POSTIGA e LISANDRO

A equipa "azul e branca" tem um plantel equilibrado, com muitas opções em que o ponto com menos alternativas é a defesa, também muito por culpa da lesão de Pedro Emanuel e da falta de ritmo de João Paulo que só agora regressa.

Os portistas têm ainda uma outra vantagem, que até parece estranha face ao que aconteceu com Adriaanse, mas que é real: o sistema de jogo está mais solidificado. Ninguém tem dúvidas que a equipa começa os jogos em 4-3-3.

Benfica

Os "encarnados" estão numa fase mais atrasada no que diz respeito aos chamados "automatismos de jogo": culpa de treinador (que estava e está ainda indeciso), "culpa" de Simão (cuja novela do sai-não-sai teve implicações na estrutura do plantel) e culpa das lesões que têm vindo a impedir o técnico de utilizar jogadores fundamentais.

Já aqui escrevi várias vezes: o Benfica tem um bom plantel, com opções, se estiverem todos disponíveis e as lacunas minimizam-se ou agudizam-se consoante a táctica a utilizar.

Só para o jogo de hoje Fernando Santos não tem Karagounis, Rui Costa e Miccoli, isto para além de Paulo Jorge que vem de lesão e não se sabe como estará. Só aqui estão quatro potenciais titulares, sendo que dois jogariam de certeza, fosse qual fosse a táctica.

Para fazer um "11" provável do Benfica não há muitas dúvidas mas as que há condicionam a estratégia.

Ao que parece Fernando Santos começou a semana a testar um 4-4-2 "losango" (com Fonseca no lugar de Miccoli) e terminou com um 4-2-3-1 (com Paulo Jorge numa ala e Simão na outra). Qualquer das tácticas pode, obviamente, ser utilizada com vantagens e inconvenientes.

O "losango" pode dar vantagem (porque são 4 contra 3 no meio), mas deixa as faixas a descoberto na defesa (Fucile e Cech com campo aberto à frente) e, por outro lado, o ataque fica sem municiadores porque os laterais estão presos pelos extremos do FC Porto.

O "4-2-3-1" tem vantagem porque é a táctica mais habitual, porque cobre os extremos adversários, porque equilibra no meio campo, mas deixa o avançado muito sozinho e "dá" os alas aos defesas.

Assim, olhando para os convocados da equipa da Luz e face às ausências já citadas e ao 4-3-3 adversário, eu começaria com um 4-4-2 clássico (com alas) mas com Nuno Gomes nas costas de Fonseca a fazer de "9 e meio".

Aqui vai a minha aposta:

QUIM
NÉLSON, LUISÃO, RICARDO ROCHA e LÉO
PAULO JORGE, PETIT, KATSOURANIS e SIMÃO
NUNO GOMES e FONSECA

Claro que esta equipa também tem riscos: Petit não está em forma e habitualmente atrapalha-se com Karagounis quando os dois estão lado a lado, Paulo Jorge vem de lesão e estará, no mínimo sem ritmo, não há "pensador" de jogo, Fonseca é uma incógnita e, claro, Simão não costuma aparecer nos grandes jogos.

Neste "11" de sete portugueses podem ainda entrar, eventualmente, dois brasileiros (Alcides e Anderson nos lugares de Nélson e Rocha) ou, porque não, jogar Nuno Assis, ao lado de um dos trincos.


Resumindo, por jogar em casa, por ter Anderson, por ter uma táctica estabilizada, por estar na frente, o FC Porto é ligeiramente favorito.

Têm a palavra os jogadores e os treinadores.

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