terça-feira, setembro 19, 2006

Manuel Fernandes vs Katsouranis (*)

Da época passada, uma das novidades que se nota no “11” do Benfica é a “troca” de Manuel Fernandes por Katsouranis.

Há diferenças entre os dois jogadores, a principal é que o português é um “8” e o internacional helénico um “6”.

Antes de continuar, gostaria de reafirmar que sempre entendi que o Benfica necessitava de um jogador como Katsouranis (médio defensivo, forte fisicamente, tacticamente disciplinado e tecnicamente evoluido), bem diferente de Beto e que poderia dar uma ajuda efectiva à equipa.

Já sobre Manuel Fernandes, há pouco a dizer: grande jogador, enorme margem de progressão, cultura táctica, só precisa de ter sorte com as lesões... e, depois, é das escolas e isso no Benfica é notícia.

O caso

O grego, jogador fetiche de Fernando Santos, foi-nos “vendido” como sendo um jogador polivalente que faria várias posições no meio-campo.

Esta “facilidade” levou o treinador a tentar, primeiro, um “4-4-2 losango” (com “Katso” a alternar com Petit entre o vértice inferior e o vértice direito, sem sucesso) e, depois, o “4-2-3-1” (com os dois jogadores a coincidirem nos mesmos espaços à frente da defesa).

Até agora, em qualquer destas tácticas, tem dado a ideia (também por culpa dos outros jogadores) que Petit e Katsouranis se atropelam e atrapalham. Nos jogos já realizados a coexistência em campo não tem dado nem velocidade nem fulgor ofensivo à equipa e, pior do que isso, também não tem dado consistência defensiva.

Na última partida da Liga, frente ao Nacional, os “encarnados”, sem Petit castigado, alteraram novamente a estratégia e jogaram em 4-3-3, com Katsouranis sozinho como “trinco” e Karagounis a jogar a “8”, na posição que era, na época passada de Manuel Fernandes.

E é aqui que entra a questão: deverá o Benfica jogar com dois “trincos” ou, pelo contrário, jogar com um “6” e um “box to box” como Tiago ou Manuel Fernandes?

O veredicto

Claro que para responder a esta questão será necessário ter atenção a outras variáveis: os automatismos que a equipa vá ganhando (com ou sem dois trincos), o adversário (é obviamente diferente jogar com um Manchester United ou um Nacional da Madeira) e os colegas de equipa (é diferente jogar com ou sem Rui Costa, por exemplo).

Em minha opinião, deve a equipa da Luz, na maior parte dos jogos da Liga, apostar em apenas um médio defensivo e depois um outro que possa defender e atacar com quase a mesma eficácia, nas costas do médio ofensivo.

Sendo assim, pegando nos últimos jogos, e sem fulanizar, parece-me favorável que, pelo menos nos próximos tempos para o campeonato nacional, o Benfica jogue na táctica de 4-3-3.

(*) Talvez se tivesse evitado esta questão se não tivesse havido as novelas Manuel Fernandes e Simão e o plantel tivesse sido construído como deveria ter sido (com uma táctica bem definida e dois jogadores por posição).

1 comentário:

MALUCODOFUTEBOL disse...

Caro camarada,
desculpa lá mas não concordo com a apreciação ao Katsouranis. Para mim, nao faz falta nenhuma à euqipa: devagar e parado são as velocidades dele. Faz-me lembrar alguns de um passado não muito distante.