sexta-feira, junho 30, 2006

Bola de Berlim (14)

ou... a vingança dos novos Magriços

Estamos a poucas horas do Portugal - Inglaterra dos quartos de final do campeonato mundial da Alemanha.

É mais um encontro entre lusos e ingleses, o quinto em fases finais de europeus e mundiais: para já, o balanço é claramente favorável aos portugueses, mas falta vingar aquela (injusta) derrota de 1966.

E, atenção, apesar do balanço positivo e dos súbditos de Sua Majestade não estarem a jogar nada de especial neste torneio germânico, o certo é que o jogo não vai ser nada fácil e vai obrigar os potugueses a estarem concentrados e, obviamente, a evitarem os pontos fortes do adversário.

Há também o espírito de vingança que pode tornar os ingleses ainda mais fortes.

Os ingleses

Com a lesão de Owen e as más exibições dos primeiros jogos, Eriksson parece ter abandonado o clássico 4-4-2 para jogar num 4-3-3 que é praticamente um 4-5-1:

Robinson
Gary Neville, John Terry, Rio Ferdinand e Ashley Cole
Hargreaves, Lampard, Gerrard
Beckham e Joe Cole
Rooney

Olhando para este "11" o que é que se percebe: por um lado é formado por grandes jogadores e com poucos pontos fracos.

Na defesa, o elo mais fraco é claramente Gary Neville que os nossos alas podem aproveitar para explorar o mais possível. Pontos positivos, a dupla de centrais, possivelmente a melhor do torneio. Ponto de interrogação para Cole que não parece estar em forma.

No meio-campo, com três médios centros, incluíndo um trinco clássico (que também pode ser Carrick), há mais liberdade para Lampard e Gerrard, o que tem um aspecto positivo e um negativo:

O negativo é que estes dois jogadores, com menos preocupações defensivas, vão poder aparecer mais junto à nossa área e rematar muito (aspecto em que são fortíssimos). O positivo é que o balanço positivo pode deixar espaços que podem ser aproveitados no contra-ataque.

Na frente é obrigatório ter cuidado com os centros de Beckham e, claro, as bolas paradas, as penetrações e dribles do Joe Cole e a "velocidade terminal" de Rooney (a subir de forma de jogo para jogo).

Depois, se as coisas lhes estiverem a correr mal, lá vai entrar o Crouch e aí vai ser necessário ter um escadote, mas pode até vir a simplificar a nossa vida, apesar de tudo.

Portugal

Sem Deco e sem Costinha e com Cristiano Ronaldo quase em dúvida (tem que jogar), Scolari pode ter que adaptar ligeiramente a equipa, apesar de não haver muitas opções. Há, digamos, três cenários:

  • um meio campo (quase) normal com Petit a fazer de Costinha e Figo a fazer de Deco

Ricardo
Miguel, Ricardo Carvalho, Fernando Meira e Nuno Valente
Petit, Maniche e Figo
Cristiano Ronaldo, Pauleta e Simão

  • um meio campo mais operário

Ricardo
Miguel, Ricardo Carvalho, Fernando Meira e Nuno Valente
Petit, Maniche e Tiago
Cristiano Ronaldo, Pauleta e Figo

  • um ataque móvel

Ricardo
Miguel, Ricardo Carvalho, Fernando Meira e Nuno Valente
Petit, Maniche e Tiago
Figo, Cristiano Ronaldo e Simão

Seja qual for o "11" o certo é que Scolari não tem muitas opções de banco se tiver que alterar, especialmente em termos ofensivos.

Nuno Gomes e Luís Boa Morte estão com pouco ritmo devido às lesões que se arrastam, Hélder Postiga e Hugo Viana mostraram muito pouco quando entraram.

Espero como for, com quem for, que a equipa das "quinas" vença e possa mesmo chegar às meias finais.

Eu cá, das três hipóteses, a que gosto menos é a mais provável (a primeira hipótese).

Gelsenkirchen tem dado sorte... esperemos que não haja duas sem três.

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