Estamos a poucas horas do Portugal - Inglaterra dos quartos de final do campeonato mundial da Alemanha.
É mais um encontro entre lusos e ingleses, o quinto em fases finais de europeus e mundiais: para já, o balanço é claramente favorável aos portugueses, mas falta vingar aquela (injusta) derrota de 1966.
E, atenção, apesar do balanço positivo e dos súbditos de Sua Majestade não estarem a jogar nada de especial neste torneio germânico, o certo é que o jogo não vai ser nada fácil e vai obrigar os potugueses a estarem concentrados e, obviamente, a evitarem os pontos fortes do adversário.
Há também o espírito de vingança que pode tornar os ingleses ainda mais fortes.
Os ingleses
Com a lesão de Owen e as más exibições dos primeiros jogos, Eriksson parece ter abandonado o clássico 4-4-2 para jogar num 4-3-3 que é praticamente um 4-5-1:
Robinson
Gary Neville, John Terry, Rio Ferdinand e Ashley Cole
Hargreaves, Lampard, Gerrard
Beckham e Joe Cole
Rooney
Olhando para este "11" o que é que se percebe: por um lado é formado por grandes jogadores e com poucos pontos fracos.
Na defesa, o elo mais fraco é claramente Gary Neville que os nossos alas podem aproveitar para explorar o mais possível. Pontos positivos, a dupla de centrais, possivelmente a melhor do torneio. Ponto de interrogação para Cole que não parece estar em forma.
No meio-campo, com três médios centros, incluíndo um trinco clássico (que também pode ser Carrick), há mais liberdade para Lampard e Gerrard, o que tem um aspecto positivo e um negativo:
O negativo é que estes dois jogadores, com menos preocupações defensivas, vão poder aparecer mais junto à nossa área e rematar muito (aspecto em que são fortíssimos). O positivo é que o balanço positivo pode deixar espaços que podem ser aproveitados no contra-ataque.
Na frente é obrigatório ter cuidado com os centros de Beckham e, claro, as bolas paradas, as penetrações e dribles do Joe Cole e a "velocidade terminal" de Rooney (a subir de forma de jogo para jogo).
Depois, se as coisas lhes estiverem a correr mal, lá vai entrar o Crouch e aí vai ser necessário ter um escadote, mas pode até vir a simplificar a nossa vida, apesar de tudo.
Portugal
Sem Deco e sem Costinha e com Cristiano Ronaldo quase em dúvida (tem que jogar), Scolari pode ter que adaptar ligeiramente a equipa, apesar de não haver muitas opções. Há, digamos, três cenários:
- um meio campo (quase) normal com Petit a fazer de Costinha e Figo a fazer de Deco
Ricardo
Miguel, Ricardo Carvalho, Fernando Meira e Nuno Valente
Petit, Maniche e Figo
Cristiano Ronaldo, Pauleta e Simão
- um meio campo mais operário
Ricardo
Miguel, Ricardo Carvalho, Fernando Meira e Nuno Valente
Petit, Maniche e Tiago
Cristiano Ronaldo, Pauleta e Figo
- um ataque móvel
Ricardo
Miguel, Ricardo Carvalho, Fernando Meira e Nuno Valente
Petit, Maniche e Tiago
Figo, Cristiano Ronaldo e Simão
Seja qual for o "11" o certo é que Scolari não tem muitas opções de banco se tiver que alterar, especialmente em termos ofensivos.
Nuno Gomes e Luís Boa Morte estão com pouco ritmo devido às lesões que se arrastam, Hélder Postiga e Hugo Viana mostraram muito pouco quando entraram.
Espero como for, com quem for, que a equipa das "quinas" vença e possa mesmo chegar às meias finais.
Eu cá, das três hipóteses, a que gosto menos é a mais provável (a primeira hipótese).
Gelsenkirchen tem dado sorte... esperemos que não haja duas sem três.
Sem comentários:
Enviar um comentário