domingo, julho 02, 2006

Bola de Berlim (15)

ou... "uns bifes bem passados"

Portugal está nas meias-finais de um Mundial, 40 anos depois da campanha dos "Magriços". Mais uma vez, sofremos mas passámos os ingleses nos penalties.

Foi mais uma tarde de glória e, a partir daqui, aconteça o que acontecer, já se fez "estória".

A equipa das "quinas" passou, mereceu passar, mas podia e devia ter jogado melhor, especialmente porque esteve uma hora com um jogador a mais.

É certo que não tinhamos Costinha e Deco e que Cristiano Ronaldo não estava a 100%, mas mesmo assim podia ter-se evitado o sofrimento do prolongamento e das grandes penalidades.

Também é verdade que as equipas estavam com medo de arriscar, mas a maior responsabilidade era dos portugueses.

Já agora, só uma nota, da mesma forma que Scolari já admitiu que preparou a equipa para jogar com 10, deveria fazer o mesmo para a situação de vantagem numérica.

Bom, mas como diz a outra, "isso agora não interessa nada".

O jogo

Jogou de início a equipa que eu teria colocado, para contrapor ao super-meio-campo inglês e a luta foi titânica.

Não houve muitas oportunidades de golo e o equilíbrio foi a nota dominante no primeiro tempo que chegou, obviamente, empatado a zero.

Na segunda parte, os ingleses entraram melhor e estavam a começar a ter ascendente quando ao quarto de hora o Rooney nos fez um grande favor.

Apesar da substituição do Pauleta que não percebi (não que ele estivesse a jogar bem, mas porque tinhamos um jogador a mais), a verdade é que os lusos foram aos poucos ganhando preponderância no jogo, especialmente através de remates de fora da área.

Sem conseguir criar perigo na área e com os jogadores a começarem a sentir dificuldades físicas, Portugal ainda apanhou alguns sustos, especialmente de bolas paradas.

As entradas de Hugo Viana (especialmente) e Postiga (que mal esteve, para além do penalty) ajudaram a reequilibrar a equipa e, quer no fim dos 90 quer no prolongamento, levaram a que Portugal estivesse mais perto do golo, o que poderia ter evitado o sofrimento final.

A equipa

Todos os 14 que estiveram em campo foram guerreiros, mas é impossível não destacar Ricardo que esteve absolutamente soberbo nos penalties, defendendo três e adivinhando o quarto. Foi "o homem do jogo", apesar da votação da FIFA.

A defesa esteve "cinco estrelas" com os centrais insuperáveis (Ricardo Carvalho voltou a provar que é dos melhores do mundo e Fernando Meira a cada jogo que passa vai apagando a má imagem do jogo frente a Angola) e uns laterais muito certos nas marcações e com Miguel a ter ainda força para ir à frente.

O meio-campo não esteve brilhante, também porque faltaram Costinha e Deco, mas lutaram muito. Petit entrou mal, mas recuperou, e Tiago deu tudo. Hugo Viana, desta vez, entrou bem.

No ataque, Pauleta não teve jogo enquanto Figo e Ronaldo tentaram, enquanto tiveram forças para isso. Simão não entrou tão bem como habitualmente.

De volta ao Ricardo só para dizer que tem estado a fazer um grande campeonato do Mundo, dando segurança à equipa, nos remates de fora da área, nos cruzamentos e, se calhar, vai estar no "11" da prova.

Agora, venham os franceses que nós temos duas contas para acertar com eles.

2 comentários:

rvr disse...

Parece que os ingleses já encontraram um saco de boxe para desviar as atenções de mais esta derrota.

Cristiano Ronaldo não vai ter vida fácil no regresso a Manchester.

Anónimo disse...

Como disse Scolari, "quem jogou lindo está em casa". Agora,reconheço mnérito na convocatória de Scolari.. infelizmente são aqueles e poucos mais....E venha de lá a França.... espero que desta vez seja para passar.