terça-feira, julho 04, 2006

Bola de Berlim (17)

ou... a hora de acertar umas contas antigas

Estamos a pouco mais de 24 horas de reencontrar os franceses numa meia-final de uma grande competição internacional.

Para além do balanço negativo nos jogos particulares há ainda (especialmente) duas derrotas que custam a engolir e não se esquecem, por mais anos que passem.

Em 1984, Platini eliminou a equipa das "quinas" num dos jogos mais intensos de que tenho memória. Estivemos a perder, a ganhar (já no prolongamento com dois golos de Jordão) e acabámos por ser derrotados, muito por falta de força e experiência.

Em 2000, o "penalty dourado" de Zidane e um fiscal de linha muito zeloso voltaram a colocar os lusitanos fora da corrida. Também estivemos a ganhar (grande golo de Nuno Gomes), mas depois a "coisa" acabou mal.

Seis anos depois está na hora da vingança...

O jogo

Não vai ser uma partida nada fácil esta contra uns franceses que pareciam de "fim de estação" mas que, de repente, renasceram das cinzas com a vitória sobre os espanhóis, que cometeram o erro básico de picar o orgulho gaulês.

No geral é uma equipa forte, experiente, que sabe tudo de bola e com opções para todas as posições, especialmente de ataque.

A defesa é coesa, no centro quase intransponível com Thuram e Gallas.

O meio-campo tem um muro (com Makelele e Vieira), o que dá liberdade ao artista Zidane, que está a melhorar de jogo para jogo.

Nas alas dois jovens "leões", tecnicistas e rápidos, que podem criar problemas aos laterais portugueses.

Na frente, Henry, só um dos melhores do mundo.

Depois, no banco, ainda há, entre outros, Trezeguet, Saha, Govou e Wiltord.

Portugal vai ter que estar, uma vez mais, ao seu melhor nível desportivo e de concentração para ultrapassar este adversário complicadíssimo.

Com os regressos de Costinha e Deco, as esperadas recuperações de Figo e Ronaldo e sem Petit, a equipa das "quinas" não terá dúvidas quanto ao "11" a apresentar.

Vai ser uma luta de esquemas iguais (4-2-3-1) e aí ganha quem lutar mais e errar menos.

Fundamental vai ser parar alguns jogadores-chave dos franceses: o cérebro Zidane, as arrancadas de Vieira, as subidas de Sagnol, a irreverência de Ribery e o instinto de Henry. Por outro lado convém ter cuidado com as bolas paradas e a altura dos jogadores franceses.

FRANÇA

Barthez
Sagnol, Thuram, Gallas e Abidal
Makelele, Vieira e Zidane
Ribery, Henry e Malouda

PORTUGAL

Ricardo
Miguel, Fernando Meira, Ricardo Carvalho e Nuno Valente
Costinha, Maniche e Deco
Figo, Pauleta e Cristiano Ronaldo

Confesso que não grandes opções mas, face ao adversário, talvez fosse o jogo ideal para Petit (se pudesse) jogar ao lado de Costinha e Ronaldo jogar na frente no lugar de Pauleta, com Simão na ala.

Que os Deuses do futebol e, já agora, a Senhora de Fátima e do Caravagio nos ajudem.

1 comentário:

rvr disse...

Para ganhar à França, Portugal vai ter de fazer o seu melhor jogo deste campeonato, vai ter de jogar pela vida.

Espero que o árbitro uruguaio que vai dirigir a partida não se deixe influenciar pela campanha de que a selecção nacional está a ser alvo.

Até porque os franceses não são meninos de coro. Vieira distribui fruta à esquerda e à direita, Sagnol é nervozinho e Ribery também lhe salta a tampa de vez em quando.