domingo, abril 09, 2006

País do faz de conta(s)

Gostava de relembrar, para os mais distraidos, que vivemos em Portugal, um país com meio milhão de desempregados e com um ordenado mínimo que não chega aos 80 contos.

Para o caso de estarem a pensar que me enganei no blog (se calhar ele queria escrever isto no outro), esclareço já que esta introdução tem mesmo a ver com o "desporto rei".

Num país em que a economia está em crise e a maioria das pessoas mal tem dinheiro para pagar os empréstimos da casa ou do carro, o mundo do futebol também deveria ter esse aspecto em atenção.

Vem tudo isto a propósito dos e$candalo$o$ preços dos bilhetes praticados no Sporting - FC Porto deste sábado.

Acho lamentável (para não dizer coisa pior) que os clubes se aproveitem dos sócios e adeptos em momentos de euforia para, eventualmente, resolverem um problema de tesouraria.

Vender bilhetes (oficiais) a 220 (44 contos) e 185 (37 contos) euros é escandaloso - não há outra palavra para o qualificar (independentemente dos mais caros incluirem um jantar).

E a desculpa do "Só paga quem quer" e do "Quem não tem dinheiro, não tem vícios" não se aplica neste caso porque o futebol é um desporto de massas, que atravessa a sociedade de forma transversal (do rico ao pobre, do letrado ao iletrado).

Os clubes têm que ter noção em que país estão e adequar os seus gastos às receitas que conseguem, nem que isso tenha reflexos da Europa do futebol.

A "bola" não pode ser um "oásis", especialmente se este for uma "miragem".

1 comentário:

rvr disse...

Este assunto do preço exagerado dos bilhetes é importante, porque é um dos factores que afasta as pessoas dos estádios.

A título de exemplo: este ano só fui uma vez a Alvalade - SCP-Belenenses - e como não sou sócio desembolsei 20 euros (bilhete mais barato no dia do jogo)... "puxadote".

Assim, continuo a pagar a minha "quota" à Sporttv e a ficar a ver a bola em casa, mas não tem metade da piada.