segunda-feira, abril 03, 2006

O losango das Bermudas

O Benfica vai ter que se transcender na quarta-feira para conseguir ultrapassar o Barcelona no Camp Nou. Só um conjunto de circunstâncias especiais pode dar o triunfo aos portugueses.

Obviamente, o favoritismo é dos catalães, por todas as razões: são (muito) melhores, mais experientes, jogam em casa, conseguiram um bom resultado na primeira mão… Enfim, tudo joga a favor da equipa “blau grana”.

É caso para dizer: ainda bem. É nestes jogos e nestes ambientes que os “encarnados” se transcendem. O jogo de Anfield Road é um bom exemplo.

Claro que as partidas não se repetem e, bem entendido, o Barcelona é mais forte que o Liverpool, especialmente em termos ofensivos, com Ronaldinho, Etoo, Deco e companhia.

O Benfica vai sofrer e vai ter que o saber fazer, vai ter que aguentar a pressão do jogo, do adversário, do ambiente, do resultado, do relógio.

O campeão nacional tem que ser uma equipa concentrada, unida, adulta, mas, sobretudo, sem medo de tentar ser feliz.

Os “encarnados” têm que defender, mas ter sempre em atenção a baliza adversária e não podem esquecer-se que têm que marcar na Catalunha.

Depois do que se passou na Luz, em que o Benfica demorou 45 minutos a “entrar em jogo”, os “encarnados” precisam da mesma sorte defensiva e da certeza atacante de Liverpool.

Para esta partida, em que o Barça deve trocar Puyol (que estava castigado), por Thiago Motta (que se lesionou), e repetir o clássico 4-3-3, que tal se o Benfica entrasse num 4-4-2 em losango?

Com os jogadores mais concentrados no meio-campo (para uma melhor cobertura e entre ajuda) e com dois homens (rápidos) soltos na frente, talvez seja possível controlar o miolo espanhol e explorar a defesa remendada do adversário.

Como se sabe, o Benfica não tem muitas opções defensivas (Alcides está lesionado e Nelson preso por arames à espera de uma operação) e no ataque já não há Manduca e vai faltar Nuno Gomes.

Por isso, não há grandes dúvidas:

Moretto
Ricardo Rocha, Luisão, Andersson e Leo
Beto (no vértice inferior), Petit e Manuel Fernandes (nos lados), Karagounis (na frente)
Simão (mais solto, a cair nas alas, mas também no apoio ao ponta de lança) e Geovanni ou Miccoli (apesar de eu preferir, dadas as condições físicas do italiano, poupá-lo para o segundo tempo).

Assim, teríamos quatro defesas para os três avançados do Barça, quatro médios centro do Benfica para três dos catalães e dois avançados para dois defesas-centrais.

O problema aqui é que a equipa não está rotinada para esta táctica “à Mourinho”, os jogadores podem amontoar-se no centro e não conseguir cobrir os espaços e fazer as compensações, até tendo em conta as subidas dos laterais adversários.

Claro que, se Koeman quiser manter um “11” mais clássico, sai Karagounis e entra um de dois: Miccoli ou Robert (com vantagem para o italiano) e, assim, teremos um 4-3-3.

Vamos esperar para ver… que os deuses do futebol estejam com o Benfica e se repitam as grandes noites europeias.

1 comentário:

Anónimo disse...

Caro amigo, só discordo numa coisa. Por mim, colocava Mantirras a titular e conforme as coisas estejam a correr deixava-o ficar ou substituia-o, mas na segunda metade é para Miccoli. Estou desconfiado que este vai ser ojogo de simaão, não sei porquê, ams acho que sim....
Sem medo, porque o Benfica não tem nada a perder. Eles são melhores, mnais fortes, melhor conjunto, mais equipa, mas enfim... pode haver uma surpresa.EU ACREDITO!!!!
Pedro Oliveira