terça-feira, fevereiro 20, 2007

P(b)raga

Algo de estranho se passa no Sporting de Braga que já vai no terceiro técnico da época sem que se possa dizer que tenha tido maus resultados.

A anormalidade entre os arsenalistas começou ainda na época passada com a SAD bracarense a não renovar contrato com Jesualdo Ferreira, depois de três épocas de bom nível. A situação nunca foi bem explicada.

Já esta temporada, o plantel foi desenhado por Carlos Carvalhal, um homem da terra, que tem “boa imprensa”, apesar de algum excesso de confiança.

Não sendo deslumbrante, a equipa estava a cumprir os objectivos (fez uma primeira fase na UEFA), mas Carvalhal não terá aguentado a pressão dos adeptos e saiu “por razões pessoais” (chegou a falar-se de ameaças).

Saído Carvalhal, entrou Rogério Gonçalves, que vinha fazendo um grande trabalho na Naval, e a equipa não pareceu ressentir-se em nenhuma das competições.

A última derrota em casa, diante da União de Leiria, não pode explicar tudo. Não é – não pode ser – por um resultado que se desmorona tudo o que se fez de bom até então.

É que é bom não esquecer: o Sporting de Braga é a única equipa portuguesa que está ainda nas três competições: está em quarto na Liga, continua na Taça e discute com o Parma um lugar na próxima eliminatória da UEFA.

Dificilmente se poderia pedir mais e parece-me que António Salvador se precipitou. O presidente do Braga terá que ter mais calma, perceber que o lugar que a sua equipa ocupa é bastante honroso e que não pode ter “mais olhos que barriga” antes do tempo.

Depois, há ainda a questão Jorge Costa. O antigo internacional português só tem o primeiro nível de treinador.

É certo que o canudo, por si só, não prova nada e cada clube deverá ter a liberdade para escolher quem quiser, assumindo as consequências (positivas ou negativas) dessas escolhas.

O certo é que, independentemente da reacção sempre veemente do inanarrável presidente da associação de treinadores (que nunca passou do Campomaiorense), há regras e contratos assinados na Liga Profissional de Futebol que regulamentam a questão dos técnicos.

Claro que, bem à portuguesa, tudo se vai arranjar e Jorge Costa vai continuar a aparecer como adjunto na ficha de jogo, aliás como, por exemplo, o Sporting faz com Paulo Bento, porque alguém, seguramente, terá o tal nível 4.

Sem comentários: