terça-feira, março 01, 2005

Clássico numa SuperLiga nada clássica

FC Porto e Benfica empataram no clássico do “Dragão”. Em dia de aniversário, os “encarnados” não queriam desiludir os adeptos e lá conseguiram arrancar um ponto, o que já não acontecia há 10 anos.

O jogo foi equilibrado e o domínio repartido: as “águias” entraram melhor, os dragões reagiram e perderam uma oportunidade clara. Na segunda parte, entraram melhor os de Couceiro mas, mesmo antes do golo de McCarthy, Nuno Assis e Geovanni perderam duas grandes “chances”. Após o empate do Benfica voltou o equilíbrio com McCarthy, primeiro, e Nuno Gomes, depois, a “perdoarem”.

Face a isto, nada ficou resolvido – como aconteceria com qualquer resultado – e tudo ficou ainda mais baralhado na frente.

O Sporting “despachou” o Estoril como lhe competia (com mais dois do “levezinho” e o “regresso” do Niculae) e, agora, os três grandes seguem empatados em primeiro lugar com 42 pontos.

A “complicar” as contas Boavista e Braga estão logo a seguir com 40 pontos.

“Isto” é coisa nunca vista na (chamada) SuperLiga portuguesa e já vamos na jornada 23.

O campeonato está como nunca e está difícil perceber o que vai acontecer.

O Sporting apresenta o melhor futebol, mas é uma equipa com “paragens”, “intermitente”, que, com uma defesa instável, pode prejudicar o futebol ofensivo.

Há, no entanto, entre a equipa de Alvalade uma “espinha dorsal” intocável: Ricardo (no melhor momento de forma desde que está de “leão” ao peito), Enakarihre (este nigeriano é um verdadeiro achado), Custódio (pêndulo da equipa. A equipa desce de produção na sua ausência e o plantel não tem substituto directo), Carlos Martins (o “maestro”, apesar de ter perdido gás após a lesão) e, claro, Liedson (o “levezinho” resolve).

Depois ainda há: Rogério, Polga, Rochemback, Hugo Viana, os “renascidos” Sá Pinto e Niculae (belo regresso contra o Estoril), os capitães Beto e Pedro Barbosa, Douala (grande início de época) e o miúdo Moutinho.

No Benfica, os adeptos rezam para que não haja lesões graves e castigos prolongados.

A equipa não tem grandes opções mas se Trapattoni tiver todo o plantel à disposição pode conseguir lutar pelo título.

Luisão, Miguel, Petit, Manuel Fernandes e Simão são “obrigatórios” em qualquer Benfica nesta época e, por isso, são massacrados com muitos minutos.

Por exemplo, o “capitão” nem sequer tem um suplente para a sua posição no plantel. O que acontece se o “20” “encarnado” não puder jogar durante quatro ou cinco jogos? Adaptações e a obrigatória perda de qualidade.

Numa segunda linha: Ricardo Rocha, Nuno Gomes, Geovanni e Nuno Assis (que, normalmente, completam os titulares).

Depois: Karadas, Alcides, João Pereira e Dos Santos (que ainda dão garantias).

A partir daqui ou não sabemos (tipo Everson e André Luiz que nunca jogaram) ou não queremos saber (tipo Paulo Almeida).

Há, obviamente, o “caso” da baliza: Moreira e Quim são dois grandes guarda-redes e a baliza fica bem entregue. Eu apostaria no mais jovem (por todas as razões… e mais uma – saiu injustamente da equipa após Belém).

O FC Porto vive uma época completamente atípica (três técnicos e carradas de jogadores utilizados).

Agora, com José Couceiro tem “obrigação” de melhorar, até porque tem um lote de jogadores impressionante, apesar de também desequilibrado (faltam extremos).

Vítor Baia, Jorge Costa, Nuno Valente, Costinha, Maniche e McCarthy fazem parte do “núcleo duro”.

Seitaridis, Ricardo Costa (grande época está a fazer), Diego já são confirmações.

Depois há os intermitentes (por exemplo Quaresma e Bosingwa) e os novos que ainda conhecemos mal e que mal conhecem o clube (Ibson, Bonfim, Leo Lima, Cláudio Pittbull…). A juntar a estes há ainda o Fenómeno Fabiano (grande jogador que parece zangado com o futebol e as boas exibições).

1 comentário:

Anónimo disse...

Dou 33,3333333% de hipóteses aos três grandes.

FC Porto: temo que já esteja a ganhar um certo balanço para o título... mas acho que falta ali um bocado de união e espírito de grupo. A chamada mística.

Benfica: menos soluções que o Porto, mas tem um bom onze base. Não percebo porque é que o estádio da Luz tem sempre tão pouca gente e aquilo do Sokota mete-me impressão.

Sporting: dá espectáculo, joga com alegria, marca golos... mas, como o "mister" diz no seu texto, tem paragens. O jogo com o Porto em Alvalade vai esclarecer muita coisa.