quarta-feira, março 16, 2005

A “benfiquisação” do FC Porto

Parece impossível mas o FC Porto desta época parece o Benfica de há 11 anos.

Os “encarnados” tinham acabado de ser campeões nacionais com o técnico Toni. A direcção decidiu entregar o comando técnico a Artur Jorge e a revolução começou…

Do plantel vencedor sobraram poucos atletas e chegou o primeiro autocarro de jogadores, alguns de muito duvidosa qualidade.

Desde essa época de Artur Jorge até à chegada de Luís Filipe Vieira à “cadeira do poder”, o Benfica andou de “revolução” em “revolução”, de “treinador” em “treinador”, 15, 20 novos jogadores todos as épocas e resultados… zero.

A estabilidade voltou com a direcção actual e os resultados, lentamente, começam a ser visíveis: do sexto lugar da primeira época, a equipa subiu para quarto, depois foi segundo e, no ano passado, voltou a ficar em segundo na SuperLiga mas já venceu a Taça de Portugal – numa época muito difícil marcada pela morte de Miki Fehér e Bruno Baião.

Nas últimas épocas, do núcleo duro, o Benfica só perdeu Tiago, para o Chelsea. Vamos ver até quando vai ser possível manter esta política.

No FC Porto a estabilidade era um “bem sagrado”, imagem de marca de Pinto da Costa.
Depois do “fenómeno Mourinho”, em que os “dragões” venceram quase tudo, a equipa “azul e branca” ficou com um dilema: “o homem vai-se embora, e agora? Quem contratamos? O que fazemos a este plantel de campeões?

A escolha do experiente presidente do FC Porto foi radical: “vamos cortar a direito”. Vendemos quem somos “obrigados” a vender (Barcelona e Chelsea fizeram propostas irrecusáveis) mas vencemos também outros jogadores importantes na equipa Mourinho: Derlei, Carlos Alberto, Pedro Mendes, Alenitchev, mais os empréstimos de César Peixoto e Hugo Almeida.
Este segundo grupo de “vendas” não parece ser explicável de forma racional e os resultados estão à vista.

Para colmatar esta “sangria” foram contratados (muitos) jogadores brasileiros, alguns que ainda não justificaram qualidade para jogar no campeão europeu.

Se em relação a alguns não há dúvidas quanto à qualidade (Diego e Fabiano são mesmo grandes jogadores), já em relação a outros… muitas dúvidas se colocam (Leandro, Leo Lima, Pepe, Ibson, Leandro do Bonfim, Cláudio Pitbull, mais Quaresma e Hélder Postiga) e não se sabe se vão ter tempo para “mostrar serviço”.

A questão está em saber o que quer fazer Pinto da Costa: “apagar” esta época, fazer nova “revolução” no plantel, trazer mais um camião de jogadores (esperando desta vez não falhar) ou dar tempo a esta “escola de samba” e ao terceiro (!) treinador da época.

1 comentário:

Anónimo disse...

Como se podia ler na capa da "Bola" de quarta-feira, é o "fim de um ciclo".