Paulo Bento foi, finalmente, confirmado como técnico principal do Sporting, depois de dois dias de pressões (*) e indefinições.
Como já aqui tinha escrito era difícil, por várias razões, que os “leões” conseguissem contratar um treinador com currículo.
Por um lado, há a questão da própria “instabilidade interna” do clube, com eleições a curto prazo; por outro lado, há o “pormaior” do “Project Finance”, que impede que se paguem grandes salários aos profissionais.
Com estes dois condicionalismos, o novo presidente tinha, quase obrigatoriamente, que escolher uma solução interna ou um ex-“leão”.
Filipe Soares Franco, com a ajuda do “regressado” Carlos Freitas, escolheu Paulo Bento, numa decisão arriscada, mas que terá sido bem ponderada.
O antigo médio tinha, como jogador, cultura táctica e forte personalidade (nunca se escondeu e nunca deixou de dizer o que achava que tinha que dizer).
Bento, 36 anos, está em Alvalade há mais de cinco anos, depois de ter passado por Oviedo, Benfica, Guimarães e Estrela da Amadora, para além da Selecção Nacional.
Conhece bem o clube, os dirigentes, o plantel (muitos ainda foram seus colegas) e – diz quem o conhece – não pactua com indisciplinas (um dos males da equipa), mas sabe dialogar. Tudo isto é (muito) positivo…
A sua lacuna (se é que se pode dizer assim) é a falta de experiência: nunca treinou uma equipa grande, aliás, nunca treinou uma equipa sénior e, por isso, falta ver se tem mãozinhas para este “barco” que tem navegado em mar revolto.
O título de juniores, conquistado na época passada, pode ser um bom indicador, mas com “graúdos”, a “coisa” pia mais fina. O exemplo máximo desta diferença é Carlos Queirós, que ganhou tudo com “miúdos” e nada com seniores.
Estabilizada a equipa, com novo treinador e um director-desportivo que percebe de futebol, os “leões” têm tudo para melhorar.
É certo que já foram perdidas a Liga dos Campeões e a Taça UEFA, mas o Sporting tem ainda a Taça de Portugal e está, apenas, a cinco pontos do líder Sporting de Braga.
Como jogador, eu era fã de Paulo Bento… como treinador, esperamos para ver. Só posso desejar-lhe boa sorte…
(*) Se é verdade que as claques tentaram impedir a subida de Paulo Bento a técnico principal, incluindo com telefonemas para dirigentes, é mais uma atitude lamentável, num clube que tem estado sem comando.
sexta-feira, outubro 21, 2005
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1 comentário:
O Paulo Bento enquanto jogador era do tipo "antes quebrar que torcer" e como treinador deve ser essa a mentalidade que vai tentar implementar no Sporting. Além do facto de ser um pessoa que muitos no plantel admiram e se revêem, pelo que acredito que se vai conseguir impor. Também vai ter ao seu lado o Carlos Pereira, que também já deu provas de ser um bom treinador. O Carlos Freitas nunca devia ter saído.
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