terça-feira, agosto 05, 2008

Refresh "encarnado"

O Benfica entra na nova época depois de mais uma revolução (em que - novamente - quase tudo é novo): director-desportivo, equipa técnica, modelo de jogo, nove jogadores e ainda faltam alguns mais.

Até agora, os "encarnados" perderam três titulares (Rui Costa, Cristian Rodriguez e Petit) e outros podem seguir-se (Luisão e Katsouranis são os mais falados). Já gastou cerca de 20 milhões de euros em contratações e fez 0 (zero) em vendas.

O mais inquietante é que, apesar deste impressionante esforço financeiro (especialmente se nos recordarmos que a equipa não vai à Liga dos Campeões e não teve qualquer retorno), o plantel ainda está desequilibrado.

À hora que escrevo não está confirmada a entrada de Reyes (extremo-esquerdo), que viria tapar a lacuna aberta pela "fuga" de Rodriguez para os "dragões", e continua a faltar - em minha opinião - um defesa-direito e um avançado mais móvel.

Vamos aos casos detectados até agora. São tantos que vão por fases:

Plantel:
  • Petit - não percebo como pode o Benfica abdicar de um titular indiscutível (do clube e da selecção), com mais dois anos de contrato, a custo zero.
  • Katsouranis - o grego tem lugar no plantel, sem dúvida, e - até que me provem o contrário - é (tem que ser) o trinco titular e, portanto, sou completamente contra a sua venda.
  • Luisão - é um dos mais antigos, é bom jogador, mas não é extraordinário. A ter que vender alguém prefiro que seja ele a sair em vez de Katso. David Luiz e Sidnei podem ser donos do lugar.
  • Luís Filipe e Nuno Assis estarão a caminho do Vitória de Guimarães - nada contra.
  • Moretto é bem repescado - não fazia sentido gastar um ou dois milhões por um guarda-redes suplente.
  • Maxi Pereira, Edcarlos, Binya não têm categoria para jogar no Benfica. Sobre Mantorras nem vale a pena falar.
  • Makukula, por mim, ficava no plantel. Pode ser um suplente importante em determinados jogos.
  • Benefício da dúvida para as contratações Yebda, Balboa, Jorge Ribeiro e Ruben Amorim
  • Urreta e Felipe Bastos parecem-me dois miúdos (18 anos) com potencial. O brasileiro parece mais crescido. Sidnei pode ter entrada directa no "11", pelo menos, enquanto o David Luiz não recuperar.
  • Carlos Martins - bom jogador, bom reforço. Só precisa acalmar os nervos e ter cabeça fria quando tiver que ficar no banco.
  • Aimar - a estrela, que pode também ser o problema.
A táctica

O treinador Quique Flores parece apostado em jogar no "4-4-2 clássico", com duplo pivot, dois alas e dois avançados.

Ora, sendo assim, é aqui que entra o "problema Aimar". Onde joga o argentino?
  • no meio-campo como um dos pivots (obriga a grande trabalho defensivo e tira-lhe toda a criatividade)
  • no meio-campo numa das alas (obriga a trabalho defensivo e tira-lhe espaço para utilizar uma das suas armas, a visão de jogo)
  • no ataque ao lado de outro avançado (fica preso nos movimentos, sem poder de explosão)
  • no ataque, nas costas do ponta-de-lança (pode ser esta a melhor opção com esta táctica, mas deixa de ser preciso o tal avançado móvel)

Para encaixar Aimar, em minha opinião, há uma de duas opções: o "4-4-2 losango" ou o "4-3-3" (talvez mais do agrado de Quique porque continua a permitir o duplo pivot e a privilegiar os extremos).

Ora, posto isto, deixo aqui uma opção de "11", já admitindo a entrada de Reyes (ainda não confirmada) e enquanto não chegam os outros (dois) reforços prometidos:

QUIM

NÉLSON, DAVID LUIZ, LUISÃO, LÉO

KATSOURANIS, CARLOS MARTINS ou FILIPE BASTOS

BALBOA, AIMAR, REYES

CARDOZO

Rui Costa

O Director Desportivo está a tentar tudo para melhorar o plantel com jogadores de qualidade e ao mesmo tempo satisfazer os desejos do técnico.

No entanto, há um ponto que não posso desde já deixar passar, o "maestro" deve evitar ao máximo dar a cara por operações falhadas. Para isso, dois conselhos: blindar os negócios para evitar novelas mediáticas e não usar aviões privados sem certezas de sucesso.

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