sábado, abril 29, 2006

Obviamente, ganhou

Sem surpresa, Filipe Soares Franco venceu as eleições no Sporting e é o 35º presidente do clube de Alvalade.

Ganhou o candidato do sistema, ganhou o candidato da continuidade, ganhou o candidato da banca, ganhou o candidato da SAD Futebol, ganhou o candidato do "novo projecto".

Agora vem aí a venda de património não desportivo para - dizem - evitar a transferência de activos desportivos.

Soares Franco garante que o "project finance" (que bem que fica aqui esta expressão) vai ser renegociado, a dívida amortizada e, assim, o projecto vai sair reforçado e o futebol mais forte.

Estou para ver é o que acontece se a "coisa" não se resolver com esta solução milagrosa da vendas do património imobiliário.

O novo presidente conseguiu 74.2% dos votos (bem mais que os 2/3 que "exigia") mas, curiosamente, foi o presidente da sua lista que menos votos teve: Rogério Alves (Assembleia Geral) 74.7%, Agostinho Abade (Conselho Fiscal) 74.3% e no Conselho Leonino a lista A alcançou 74.5% dos votos.

Mas também, com adversários da nível de Abrantes Mendes e Guilherme Lemos, a goleada não era difícil.

sexta-feira, abril 28, 2006

Afinal...

Luiz Felipe Scolari recusou a proposta milionária da Federação Inglesa de Futebol e diz-se empenhado na defesa da selecção lusa.

Ao contrário do que tudo parecia indicar, Scolari repetiu mesmo o "número" do Euro 2004 quando, na altura, recusou o Benfica.

Independentemente de tudo o resto, foi positivo este passo atrás dado pelo técnico brasileiro. Esperemos que ele, de uma vez por todas, se concentre na "Equipa das Quinas" e consiga repetir um bom grupo.

Quanto ao futuro, logo se vê... e convites mais ou menos tentadores não lhe vão faltar.

quinta-feira, abril 27, 2006

"More than words"

Se ainda havia dúvidas, estas terminaram quando a Federação Inglesa veio a Portugal falar com Luiz Felipe Scolari: Felipão vai mesmo deixar a nossa selecção para ir para Terras de Sua Majestade.

Os constantes desmentidos de Scolari e o "Só falo depois do Mundial" deixaram hoje de fazer sentido.

Não tenho nada contra o facto de cada um procurar o melhor para si e, eventualmente, mudar de emprego (neste caso de selecção para treinar), o que me preocupa é o "timming".

É que - é bom não esquecer - estamos a pouco mais de um mês da fase final do Mundial e a cerca de três semanas da saída da lista de convocados.

O que me deixa inquieto é perceber que o treinador da minha selecção não está 100% concentrado na "equipa das quinas".

A partir de agora, quem me garante que Scolari vai dar o seu melhor por Portugal? O que acontecerá se Portugal defrontar a Inglaterra?

Esta situação entre Scolari e os ingleses é ainda mais estranha quanto nos lembramos bem do que aconteceu no Euro 2004 quando se descobriu que o Benfica estava interessado no técnico brasileiro.

Aí, e bem, em defesa do grupo (a selecção nacional), Scolari, face àquele contacto precipitado dos "encarnados" ter sido tornado público, garantiu que não ia para a Luz e que ia honrar o seu compromisso com a FPF.

Foi nessa conferência de imprensa, quase em fúria, que Scolari ganhou o grupo e o país.

Lamentavelmente, desta vez, não só não desmentiu as negociações, como não cortou com as mesmas e, pior do que isso, fugiu aos jornalistas.

O Mundial 2006 está a começar mal...

quarta-feira, abril 26, 2006

"Coração de Leão"

Não sou, nunca fui, fã do jogador Ricardo Sá Pinto, desde os tempos do Salgueiros e sempre me fez confusão o "amor" que a maior parte dos sportinguistas tem ao actual "camisa 10".

Sempre contrariei a opinião dos "leões" que, na luta de Pintos, gostavam de dizer que Sá era melhor que João, na altura o "menino de ouro" do Benfica.

Claro que fui "obrigado" a tolerar o jogador sempre que vestia a camisola das "quinas", numa altura em que não havia melhores opções para a frente de ataque da "equipa de todos nós".

Da sua carreira, vamos sempre recordar a luta contra as lesões graves e, claro, quer queira quer não queira, a agressão ao seleccionador nacional Artur Jorge.

Sá Pinto não é um jogador tecnicamente perfeito, longe disso, e tem como (única) mais valia o "coração" e a entrega ao jogo - isso ninguém lhe pode negar.

Fora isso, confesso, não vejo mais nada de especial no actual capitão leonino que, de cabeça quente (a sua imagem de marca) decidiu acabar a carreira dois jogos antes.

Registo para memória futura...

Aqui fica a notícia que marcou a noite de 24 de Abril (curioso o simbolismo):

"Foi arquivada parte do processo "Apito Dourado", que dizia respeito ao jogo FC Porto-Estrela da Amadora, que implica o presidente portista Pinto da Costa e o ex-árbitro Jacinto Paixão.

Segundo o advogado de Jacinto Paixão, o Ministério Público do Porto decidiu-se pelo arquivamento por falta de indícios de crime.

Pragal Colaço sublinha que além do seu constituinte, todos os outros arguidos foram ilibados, entre os quais estão Pinto da Costa, Reinaldo Teles, António Garrido, António Araújo.

Jacinto Paixão pretende agora avançar com uma acção de indemnização contra o Estado e não deverá regressar à arbitragem, diz o advogado Pragal Colaço."


Como dizem na Euronews: "No comments".

domingo, abril 23, 2006

FC Porto Campeão

No fim de contas, os "dragões" venceram o campeonato e venceram bem. São uns justos vencedores e, acho, que ninguém tem dúvidas disso.

É normal - digamos assim - que após uma maratona ganhe a melhor equipa, a que tem mais armas, a mais equilibrada.

Não havia dúvidas desde o princípio da Liga - e eu escrevi-o bem cedo - que o FC Porto tinha o melhor plantel e a dúvida que se chegou a colocar era saber se a equipa se ia adaptar aos métodos de Co Adriaanse.

A instabilidade que a equipa revelou especialmente na primeira fase do campeonato, enquanto andou envolvida na Liga dos Campeões, chegou a deixar a ideia de que o Benfica ou o Sporting poderiam chegar ao título, mesmo tendo menos armas.

O técnico holandês entrou com uma táctica "revolucionária", depois alterou para uma versão mais "convencional" e, na última fase, após a derrota no jogo da Reboleira, voltou a apostar num 3-3-4 (às vezes 3-4-3), mas já com os jogadores mais "habituados".

A equipa ganhou consistência, deixou de sofrer golos e ganhou bem todas as partidas finais, incluindo o decisivo jogo com o Sporting.

Mérito especial para Co Adriaanse, que chegou a ser insultado e agredido, mas foi com as suas ideias (algumas dificeis de digerir) até ao fim e provou que se pode arriscar, inovar e ganhar. Depois de uma época no Dragão vê-se trabalho e vê-se evolução em vários jogadores por "culpa" do "mister".

Quanto aos jogadores, faço seis destaques: Helton (deu a segurança que Baia parece ter perdido) , Pepe (extraordinária melhoria na táctica de três defesas a confirmar na próxima época), Paulo Assunção (decisivo na dupla função defesa/meio-campo que equilibrava a equipa), Lucho (o nome diz tudo, enorme jogador), Quaresma (a época da afirmação, consistente e decisivo), Adriano (contratação de Inverno que, como dizem no Brasil, "veio para somar").

Claro que há sempre espaço para evoluir e é sempre uma pena ver um jogador como Diego ser "desaproveitado" neste sistema.

Se o FC Porto mantiver esta estrutura e fizer os acertos sérios, vai ser um caso sério, não só em Portugal mas, outra vez, na Europa.

sexta-feira, abril 21, 2006

Quim

A situação de Quim no Benfica merece ser considerado um "case study" e vem dar razão àquele ditado que diz: "O que nasce torto, tarde ou nunca se endireita".

O guarda-redes chegou aos "encarnados" quando no plantel já estava Moreira e tinha chegado Yannick.

A minha pergunta foi, logo na altura, para que é que o Benfica quer Quim? Um internacional para ficar no banco? Tirar o lugar a uma jovem promessa?

A explicação que mais se ouvia tinha a ver com o facto do titular (Moreira) estar nos Jogos Olímpicos. E assim se contratou um jogador por culpa de três ou quatro jogos (primeiro erro).

Depois, com o início da Liga e o regresso de Moreira, Quim foi para o banco e só ganhou a titularidade depois da derrota do Benfica (4-1) no Restelo. Trapattoni "culpou" injustamente Moreira e deu a baliza a Quim (segundo erro). Apesar disso, a equipa da Luz foi campeã e Quim não comprometeu.

Nova época, novo técnico e Koeman volta a optar por Moreira. Assim seguiu até à lesão do titular no jogo do Vitória de Guimarães.

Face a este contratempo, Quim calçou as luvas e a baliza do campeão nacional continuava bem entregue. Entretanto, Yannick, que tinha feito o primeiro jogo oficial, cansado de esperar por oportunidades, foi emprestado ao Marselha (terceiro erro).

A situação complicou-se com a lesão de Quim, ficando o Benfica "entregue" ao miúdo da Equipa "B".

Com jogos importantes pela frente, incluindo Liga dos Campeões, a equipa tremeu quando se percebeu que Rui Nereu não era (não podia ser) ainda opção.

Esta constatação "obrigou" Quim, que entretanto tinha sido operado, a regressar antecipadamente e a jogar debilitado (quarto erro). O exemplo máximo foi a partida frente ao Sporting de Braga com o Benfica a sofrer três golos, dois por "culpa" do "camisa 12".

Entretanto, Quim recuperou, os "encarnados" não sofriam golos há vários jogos e a equipa estava a subir na tabela.

Na reabertura de mercado, em Janeiro, com Moreira ainda lesionado, os "encarnados" contrataram um novo guarda-redes e, imediatamente, com apenas dois treinos, Moretto ficou o dono da baliza (quinto erro).

Atenção, em minha opinião - vale o que vale - Moreira e Moretto são melhores que Quim, mas o certo é que o jogador não merecia ter sofrido o que sofreu e especialmente não merecia ter jogado lesionado, acabando por se prejudicar a si e ao clube.

Se Koeman ficar no Benfica, o mais certo é Quim deixar o clube. É capaz de ser a melhor solução, especialmente pelo jogador que merece uma equipa onde possa jogar com regularidade.

Convém, já agora, é que os dirigentes da SAD acautelem o plantel com três (3) guarda-redes de qualidade.

quinta-feira, abril 20, 2006

Outras bolas (4)

Depois de Ticha Penicheiro, Tiago Monteiro e Vanessa Fernandes, a rubrica "Outras bolas" regressa para enaltecer mais uma campeã em particular e uma modalidade que tem dado várias alegrias ao país.

A judoca Telma Monteiro lidera o ranking internacional da sua categoria (-52 kg), segundo a União Europeia de Judo, isto depois de ter vencido a etapa mundial em Moscovo.

De recordar que, já no ano passado, Telma Monteiro tinha conseguido a medalha de bronze quer no Europeu quer no Mundial.

No entanto, o judo não é só esta atleta e nas últimas semanas também João Neto, Diogo Lima, Pedro Dias, João Cardoso e João Pina conquistaram medalhas em provas importantes.

terça-feira, abril 18, 2006

Objectivo: Permanência

Faltam três jornadas para terminar o campeonato, há nove pontos em disputa e 10 equipas em busca de salvação.

Em cima, o FC Porto já é campeão e, em baixo, o Penafiel já desceu. Tudo o resto está por decidir. Há, portanto, três vagas por preencher abaixo da “linha de água”.

Se a Liga terminasse hoje Gil Vicente, Vitória de Guimarães e Rio Ave eram os “felizes” contemplados com a descida de divisão.

Nas últimas jornadas, a equipa de Vítor Pontes tem feito muitos pontos mas, para seu azar, os adversários directos também começaram a pontuar mais.

Por exemplo, na última jornada, seis dos últimos 10 classificados venceram e, agora, os tão falados 40 pontos podem não chegar. Vão ser várias as “discussões directas” nesta altura quente do campeonato e tudo vai ficar decidido aí.

Feita uma análise rápida do que está para a frente destes 10 clubes ainda, matematicamente, em risco tudo deve ficar decidido entre quatro (para além dos três já citados, também a Naval) por terem, obviamente, menos pontos mas também devido aos calendários.

Na teoria, o calendário mais dificil é o de Guimarães (Boavista, FC Porto e Estrela da Amadora), mas o Rio Ave, mesmo tendo mais um ponto (34) que os vimaranenses não está muito melhor, apesar de ter uma partida com um adversário directo (Gil Vicente, Sporting e Leiria).

Os de Barcelos, com 33 pontos, para além do jogo com os de Vila do Conde defrontam também o europeu Braga e o quase tranquilo Belenenses, enquanto a equipa da Naval joga contra Sporting, Leiria e o despromovido Penafiel.

Claro que as outras equipas (Paços de Ferreira, Académica, Belenenses, Estrela da Amadora, Marítimo) que estão até aos 40 pontos (da União de Leiria) ainda podem vir a cair na zona de descida mas, se os resultados foram “normais” estarão safos e essa meta pontual, já definida pelos técnicos, vai ser suficiente.

Voltaremos, seguramente, a este tema quando houver certezas. Haverá muito para dizer nessa altura.

sexta-feira, abril 14, 2006

Recauchutagem encarnada

A poucas jornadas do fim do campeonato, está na altura das equipas começarem a trabalhar para o reforço dos plantéis. Depois de FC Porto e Sporting, agora o Benfica.

A primeira dúvida é, desde logo, o treinador: Koeman tem mais um ano de contrato e o apoio de José Veiga, mas isso não é total garantia, até porque, ao que consta, o próprio gestor do futebol pode estar de saída.

Independentemente da questão do técnico, que obviamente pode condicionar (e alterar) tudo o resto, há outras decisões que é obrigatório tomar.

  • É verdade que Simão já está vendido? Se sim, é fundamental que seja por bom dinheiro e que, depois, se compre (bem) o substituto.
  • Luisão é para manter ou não? Se não, vai ser preciso olho para ir buscar um outro “comandante”
  • Para além destes dois casos mais “graves” e admitindo que mais ninguém sai por “força do mercado”, será necessário arrumar a casa: Quim, Ricardo Rocha, Nuno Assis, Karyaka, Marco Ferreira, Marcel e, especialmente, Robert e Miccoli (por razões diferentes) serão outros casos a resolver.
  • Por outro lado, na defesa, faltam opções para as laterais (onde só há Nélson e Léo).
  • No meio-campo, para além da evidente ausência de um “10” para comandar o joga da equipa, falta um trinco que seja verdadeira opção a Petit e Manuel Fernandes.
  • Nas alas também há vagas para preencher, mesmo na hipótese mínima de Simão continuar na Luz, quer na direita quer na esquerda.
  • Na frente idem, até porque garantidos para a próxima época só estão Nuno Gomes, Mantorras e o polivalente Geovanni.

Como se vê há muitos (demasiados) casos por resolver (o mister, jogadores contrariados, jogadores com mercado, jogadores inadaptados) e muitas lacunas por preencher num plantel que deve ser equilibrado e ter opções válidas para todas as posições.

Para além de dinheiro, é fundamental saber comprar. O Benfica não quererá repetir os erros cometidos, especialmente, nas "contratações de Inverno" em que a chegada de Robert é paradigmática do que poderia ter sido... e não foi.

Recauchutagem verde

A poucas jornadas do fim do campeonato, está na altura das equipas começarem a trabalhar para o reforço dos plantéis. Vamos analisar o Sporting.

Acreditando que Paulo Bento vai, obviamente, manter-se no comando técnico dos “leões”, também parece provável que a táctica mais utilizada não sofra alterações.

O “4-4-2 losango” parece encaixar-se bem com as características dos jogadores de Alvalade - a excepção é Douala que parece um “peixe fora de água” – mas o plantel é curto em algumas posições.

  • Em primeiro lugar, o Sporting tem que resolver quatro casos: os empréstimos de Romagnoli, Koke, Abel e, especialmente, Caneira.
  • Para além destes “assuntos pendentes”, à defesa faltam, pelo menos, um defesa-central e um lateral-esquerdo.
  • O fim de carreira de Sá Pinto abre vaga no meio-campo, que poderá ser colmatada por João Alves, mas isso não será suficiente, até porque se nota a falta de um médio para o vértice esquerdo (ao jeito de Hugo Viana).
  • No ataque, para além de Liedson, Deivid e Koke (?) talvez não fosse mau procurar um ponta-de-lança com caracteristicas diferentes.
  • Depois, falta perceber se se querem ou não extremos, nem que seja como segunda opção. Se sim, falta um extremo-esquerdo, para Douala poder jogar do lado direito e Nani aparecer nas duas alas.

O Sporting, se mantiver a estrutura e os jogadores essenciais (incluindo os emprestados) pode, mesmo sem muito dinheiro (falta perceber se o património vai mesmo ser vendido ou não), continuar a evoluir.

Recauchutagem azul

A poucas jornadas do fim do campeonato, está na altura das equipas começarem a trabalhar para o reforço dos plantéis. Vamos analisar o FC Porto.

Olhando para o grupo à disposição de Co Adriaanse e admitindo que o técnico vai querer manter para a próxima época a mesma estrutura táctica (3-3-4 ou 3-4-3) parecem óbvias as lacunas a colmatar. Vamos por partes:

  • Com Bosingwa e Cech como únicas opções para as alas da defesa parece obrigatória a chegada de um jogador para cada lado.
  • Com o “castigo” a Diego, a “intermitência” de Jorginho e a juventude de Anderson não seria de espantar se um “10” chegasse ao Dragão.
  • Para completar o quarteto de ataque (McCarthy, Adriano e Hugo Almeida) falta um avançado já que Sokota, devido aos constantes problemas físicos, não parece capaz de cumprir uma época completa.
  • Notou-se também durante a época alguma instabilidade na esquerda do ataque (foram várias as opções testadas: César Peixoto, Lisandro, Ivanildo, Anderson, Cech e até Quaresma e Alan – os dois homens da direita), o que pode indiciar a entrada de um jogador para essa posição – e duvido que Diogo Valente, já contratado ao Boavista, seja essa opção única.

Estas são as lacunas mais evidentes e tudo o resto dependerá da disponibilidade financeira e/ou de vendas: Lucho tem seguramente (muito) mercado e Pepe poderia precisar de um concorrente à altura no sistema de três defesas.

Claro que o FC Porto já tem, entre os três "grandes", o melhor plantel e a maior riqueza de opções, por isso, mantidos os jogadores essenciais, tudo o que vier "é lucro".

quinta-feira, abril 13, 2006

Vai... mas volta?

Faltam quatro jogos para o Benfica terminar a época oficialmente, mas, na realidade, a temporada terminou após a eliminação da Liga dos Campeões em Barcelona.

Única vantagem deste facto: agora sobra muito tempo para preparar o futuro com antecedência, tentando melhorar o plantel dando mais e melhores opções ao técnico em todas as posições.

Falaremos, em breve, sobre o actual plantel dos "encarnados", assim como dos outros "grandes", mas agora vamos ver apenas quem é que os (ainda) campeões nacionais têm emprestado que possa servir para a próxima época.

Relembremos que cedidos, só na Liga principal, estão João Pereira, João Vilela e Rodolfo Lima (ao Gil Vicente), José Fonte (Paços de Ferreira), Carlitos e Hélio Roque (Vitória de Setúbal), Manu e Amoreirinha (Estrela da Amadora) e José Rui (Penafiel). Estão ainda no Marselha o guarda-redes Yannick e o defesa-central André Luiz.

A maior parte dos atletas referidos são jovens (sub-21 ou menos) e por isso têm o benefício da dúvida e devem continuar a ser observados.

No entanto, há, desde já, dois que me parece dificilmente jogarão na principal equipa "encarnada": Rodolfo Lima (suplente no Gil e que também não se impôs o ano passado no Belenenses, isto já para não falar no facto de já não ser uma jovem promessa) e Zé Rui (suplente no Penafiel, mesmo depois da saída de Ndoye).

Depois há o oposto: o jogador que, durante a época, pelo que fez pelo Estrela da Amadora, provou poder ser útil ao Benfica: Manú (jogador rápido, tecnicista e que joga nas duas alas). Lugar garantido no próximo plantel, seguramente.

Yannick e João Pereira são dois jogadores que não me chocaria se voltassem à Luz: o primeiro para o lugar do Quim, que deve estar de malas feitas, ao que parece de regresso a Braga, e o segundo porque só há Nélson para a posição de lateral direito e, para gastar dinheiro, haverá outras posições mais prioritárias.

Carlitos (bom final de época em Setúbal), Hélio Roque e João Vilela estão em evolução e o empréstimo por mais uma temporada numa equipa de primeira divisão onde possam jogar com regularidade parece ser a melhor opção.

André Luiz, Amoreirinha e José Fonte são três defesas centrais, um experiente e dois jogos, que têm o seu regresso condicionado a eventuais mexidas no sector (Luisão está em alta depois da excelente campanha na "Champions" e Ricardo Rocha, amuado, quer sair).

Obviamente que o ideial seria manter os mesmos defesas, mas "o óptimo é inimigo do bom" e parece difícil segurar, pelo menos, o "girafa" que também vai estar no Mundial. Se alguns destes sair, aumentam as possibilidades dos atrás referidos.

Já agora, não fazia mal nenhum, antes pelo contrário, olhar com atenção para a "equipa B". Seguramente que há jogadores interessantes por lá e que podem ajudar a compor o ramalhete.

quarta-feira, abril 12, 2006

Podia ter sido pior...

Quatro meses e meio de castigo, pena suspensa até final do ano e 2500 euros de multa - é este o castigo de Sérgio Conceição na Bélgica.

Na prática, o antigo internacional português vai estar "fora de jogo" até 11 de Agosto, o que não é nada mau se nos lembrarmos de todo o lance e do que era pedido pela acusação (três anos de suspensão).

De recordar que o jogador cuspiu num adversário, foi expulso, reclamou e, furioso, tirou a camisola e "ofereceu-a" ao árbitro da partida.

Para amenizar a pena muito terão contribuido as declarações do jogador agredido - que admitiu que vinha provocando o capitão Sérgio Conceição desde o início da partida - e do próprio árbitro que não considera que o português o tenha tentado agredir quando lhe "passou" a camisola.

Todos sabemos que o Sérgio Conceição tem um temperamento explosivo, mas já deu muito ao futebol - incluindo na Bélgica - em que foi considerado o melhor jogador do campeonato passado - e isso também terá sido levado em linha de conta.

Sérgio bem podes agradecer aos deuses do futebol que te protegeram.

Espero que voltes na próxima época em forma e com a cabeça no lugar. Não merecias acabar a carreira na secretaria e sendo lembrado como aquele que cospe em adversários e agride árbitros.

terça-feira, abril 11, 2006

Palavra de Honra

“Eu não tenho outra palavra. A palavra que dei é a palavra que vou cumprir: eu não sou candidato nas próximas eleições” – Filipe Soares Franco a 20 de Março.

Amanhã vamos ver se o actual presidente leonino mantém o que várias vezes prometeu.

Ao que parece, continua válido aquele ditado: “O que ontem era verdade, amanhã é mentira”.

É pena... são os dirigentes que temos.

Mas, infelizmente, esta “palavra de honra” não é apenas problema do Sporting ou do mundo do futebol, também a política sofre deste mal.

PS: Gostava de ser obrigado, amanhã, a fazer um post a pedir desculpa a Filipe Soares Franco porque, afinal, ele vai cumprir a sua palavra.

segunda-feira, abril 10, 2006

A "Peseirização" de Koeman

Ao que parece, Ronald Koeman vai cumprir o contrato que tem com o Benfica e, assim, comandar a equipa de futebol por mais uma época. A confirmação foi feita por José Veiga depois do jogo de Barcelona para a Liga dos Campeões.

Eu sou, por princípio, defensor do cumprimento dos contratos de treinadores e muito dificilmente sou adepto de "chicotadas psicológicas" a meio das épocas.

É verdade que o Benfica venceu a SuperTaça, é verdade que voltou à "Europa" e chegou aos quartos de final da "Champions", mas também é verdade que foi eliminado em casa pelo Vitória de Guimarães da Taça de Portugal e vai acabar a Liga no terceiro lugar.

Para além destes factos, deve ainda acrescentar-se a falta de mão no balneário, que levou à desunião do grupo (um dos pontos fortes da equipa), especialmente após o "mercado de Inverno", as fracas exibições e, pior do que isso, a falta de vontade do plantel em alguns jogos.

A concluir, podem também apontar-se erros na elaboração das equipas: porquê "queimar" Nelson (primeiro à esquerda e agora a obrigá-lo a jogar lesionado)?; porquê continuar a apostar em Robert (que não demonstra a minima vontade em campo, nem se consegue ligar com os colegas)?; porquê substituir jogadores por catálogo e não olhar às necessidades em campo?; porquê emprestar jogadores (João Pereira e Dos Santos) e depois não encontrar substitutos?; porquê não apostar na equipa "B", pelo menos para suprir as necessidades imediatas do plantel principal?

Tal como com Peseiro no Sporting, a "margem de erro" vai ser mínima, os sócios e adeptos não estão, em maioria, com o treinador e a paciência vai esgotar-se rapidamente.

O que é certo é que, a confirmar-se a permanência do técnico holandês, o Benfica está mesmo a arriscar-se a ter que mudar de treinador, logo após os primeiros deslizes da época.

domingo, abril 09, 2006

País do faz de conta(s)

Gostava de relembrar, para os mais distraidos, que vivemos em Portugal, um país com meio milhão de desempregados e com um ordenado mínimo que não chega aos 80 contos.

Para o caso de estarem a pensar que me enganei no blog (se calhar ele queria escrever isto no outro), esclareço já que esta introdução tem mesmo a ver com o "desporto rei".

Num país em que a economia está em crise e a maioria das pessoas mal tem dinheiro para pagar os empréstimos da casa ou do carro, o mundo do futebol também deveria ter esse aspecto em atenção.

Vem tudo isto a propósito dos e$candalo$o$ preços dos bilhetes praticados no Sporting - FC Porto deste sábado.

Acho lamentável (para não dizer coisa pior) que os clubes se aproveitem dos sócios e adeptos em momentos de euforia para, eventualmente, resolverem um problema de tesouraria.

Vender bilhetes (oficiais) a 220 (44 contos) e 185 (37 contos) euros é escandaloso - não há outra palavra para o qualificar (independentemente dos mais caros incluirem um jantar).

E a desculpa do "Só paga quem quer" e do "Quem não tem dinheiro, não tem vícios" não se aplica neste caso porque o futebol é um desporto de massas, que atravessa a sociedade de forma transversal (do rico ao pobre, do letrado ao iletrado).

Os clubes têm que ter noção em que país estão e adequar os seus gastos às receitas que conseguem, nem que isso tenha reflexos da Europa do futebol.

A "bola" não pode ser um "oásis", especialmente se este for uma "miragem".

E foi mesmo...

O FC Porto ganhou em Alvalade por 1-0 e está (muito) perto de conquistar mais um título nacional.

A vitória de hoje é justa até porque, num jogo intenso mas com poucas oportunidades, os "dragões" tiveram duas oportunidades (por Jorginho), mais o golo anulado, e os "leões" tiveram uma por João Moutinho.

O Sporting volta a falhar um "jogo do título", outra vez ao minuto 84, numa altura em que vinham numa fase de 10 vitórias, sete das quais sem sofrer golos.

Paulo Bento começou por apresentar a equipa e a táctica habituais, mas, na última substituição, foi à procura da vitória, como tinha prometido, arriscou... e perdeu. Acontece...

Já Co Adriaanse, que não teve Cech, deixou o 3-3-4 em casa e repetiu o 3-4-3 da Taça de Portugal, desta vez com Lisandro e Jorginho (como eu tinha sugerido).

Depois, ficou provado que ter banco é importantíssimo. Os "azuis e brancos" têm mais opções, isso nota-se e faz a diferença.

O holandês lá ganhou o primeiro derby em Portugal, o Sporting ficou-se, outra vez, pelo quase e... o campeonato está entregue:

Agora os "azuis e brancos" têm cinco pontos de avanço, que são na verdade seis, quando faltam disputar quatro jogos e há 12 pontos para conquistar. Neste momento, só uma hecatombe ou um milagre retiram ao FC Porto a vitória no campeonato.

sábado, abril 08, 2006

O jogo do título?

Esta noite, em Alvalade, vão estar frente a frente os primeiro e segundo classificados da Liga, a cinco jornadas do fim do campeonato.

O Sporting joga em casa, tem dois pontos de atraso, e vem de uma impressionante série de 10 vitórias consecutivas (que começaram precisamente contra o Benfica).

Já o FC Porto lidera e tem melhorado nos últimos tempos, à medida que a equipa se vai adaptando ao 3-3-4 de Co Adriaanse, e sabe que, se ganhar é campeão.

Na partida de logo não há favoritos (é claramente jogo de “tripla”), sendo que o Sporting para além do factor casa, tem a vantagem dos resultados nos jogos decisivos (o técnico holandês ainda não ganhou nenhum clássico) e vai ser interessante a luta táctica dos dois técnicos.

Adriaanse e Bento já começaram a troca de palavras sobre quem estava mais pressionado, mas não foi nada que não seja habitual.

Acredito que apesar de ser um jogo (quase) decisivo, os treinadores não vão alterar as tácticas mais habituais: o 4-4-2 losango de Paulo Bento contra o 3-3-4 elástico (muito por culpa de Cech e Assunçã0) de Adriaanse.

Claro que convém não esquecer que, para além da vitória, o empate serve mais aos "azuis e brancos".

SPORTING

Nos “leões” não me parece que haja grandes dúvidas:

Ricardo
Abel, Tonel, Polga e Caneira
Custódio, João Moutinho, Carlos Martins e Sá Pinto
Deivid e Liedson

A dúvida pode ser a posição do capitão Sá Pinto, que se despede dos clássicos: se jogar na frente, pode entrar João Alves (mais defensivo) ou Nani (mais ofensivo) para o meio campo.

No banco estarão ainda Koke e Douala para o caso de ser preciso virar um resultado.

FC PORTO

Nos “dragões” Cech e Lucho recuperaram e devem ser titulares:

Helton
Bosingwa, Pepe e Pedro Emanuel
Paulo Assunção, Raul Meireles e Lucho
Quaresma, Adriano, McCarthy e Cech

A titularidade de Cech pode ser determinante, graças à sua polivalência, já que pode jogar no ataque, no meio-campo e na defesa o que, só por si, transforma o 3-3-4, num 3-4-3 ou num 4-4-2.

Seja qual for o “11” são inúmeras as opções ofensivas que Adriaanse pode ter a seu lado no banco: Alan, Jorginho, Ivanildo, Lisandro e Hugo Almeida.

SURPRESAS?

Claro que surpresa (grande) seria os técnicos alterarem aquilo que é habitual e tentarem trocar as voltas ao adversário.

E se o Sporting entrasse em 4-3-3? Aí jogadores como Douala, Koke e, outra vez, Nani poderiam jogar de início.

E se o FC Porto entrasse em 4-3-3? Aí, Jorginho e Lisandro poderiam ser as novidades.

À ESPREITA

Entretanto, a sonhar com o impossível estará o Benfica que quererá o empate (para ambos perderem pontos). No entanto, por mim, acho que o mais avisado seria apostar na derrota do Sporting para ainda pensar, seriamente, no segundo posto que dá acesso directo à “Champions”.

quarta-feira, abril 05, 2006

Já (não) está

O Benfica caiu aos pés do Barcelona em Camp Nou e despediu-se da Liga dos Campeões por esta época. Nada a dizer quanto à justiça da eliminatória.

Antes de mais, gostaria de deixar já assinalado que a equipa da Luz, neste "regresso" à Europa dos grandes, cumpriu a sua obrigação, recuperou algum prestígio e respeito perdidos e ganhou bom dinheiro.

Venceu quem mais mereceu, com os catalães a provarem em campo a sua superioridade, mas a verdade é que fica a sensação que nos dois jogos, apesar do que sofreu, o Benfica poderia ter chegado mais longe.

É certo que nos dois jogos (especialmente no primeiro), o Barça falhou uma mão cheia de oportunidades claras de golo que poderiam ter desequilibrado a eliminatória... mas, na realidade, foram pormenores que resolveram a contenda.

Para além das arbitragens, que decidiram sempre a favor dos espanhóis (incluindo penalties, cartões, faltas à entrada das áreas), nota para estúpidos erros de meio campo, que deram os dois golos adversários, e para a total falta de eficácia ofensiva nas (poucas) oportunidades que foram criadas, com destaque para Simão que falhou uma em cada partida que daria, seguramente, outra cara à eliminatória.

Independetemente da sorte ou não, das "ajudas" ou da falta delas, o que realço no Benfica de hoje é a péssima exibição da primeira parte. Foi um zero completo, só com preocupações defensivas, sem conseguir esticar uma única vez para a frente, sem sequer conseguir trocar a bola e controlar o jogo.

O primeiro (e único) remate do Benfica aconteceu aos 48 minutos por Andersson, na sequência de um livre. Absolutamente lamentável.

Eu tinha escrito que, sim senhor, era preciso defender, mas não se podia perder de vista a baliza adversária; respeito sim, medo não - e isso não aconteceu.

Na segunda parte o Benfica esticou-se mais no campo - também não podia ser de outra forma - e tentou jogar futebol.

É verdade que não o conseguiu muitas vezes, mas aquele falhanço de Simão a passe de Miccoli decide a eliminatória. É, claramente, o momento do jogo.

A partir daqui destaque para um grande remate de Karagounis e para o segundo golo do Barcelona em contra-ataque depois de dois erros defensivos (primeiro Petit e depois Andersson).

Como escrevi antes da partida, eu teria colocado a equipa a jogar de outra forma e, passados os 90 minutos, reforço a ideia de que talvez tivesse razão.

Por outro lado, confesso que não entendi porque razão não foi o Beto o primeiro a sair, quando entrou Karagounis; não entendi porque Marcel não entrou mais cedo, quando se sabia que era preciso marcar um golo (entrou a 9 minutos do fim) e, já agora, não entendi porque raio é que entrou o Robert se não o deixaram marcar os livres.

E assim, a 5 de Abril, terminou a época "encarnada". Falta fazer cinco jogos, reforçar o terceiro lugar, sonhar com o segundo e delirar com o primeiro.

A partir desta noite Vieira e Veiga podem começar a preparar a próxima época, com Koeman, que tem contrato, ou sem ele; com Luisão e Simão ou sem eles.

Certo ou errado?

Ao que parece, a esta hora, o Benfica vai mesmo jogar no 4-3-3 "clássico" e não em 4-4-2 "losango", como era da minha preferência.

A confirmar-se, os "encarnados" vão defrontar o Barcelona, em Camp Nou, de igual para igual, no que diz respeito à disposição dos jogadores em campo. Quatro defesas, três médios, três avançados.

Continuo a achar que, para este jogo, Karagounis no vértice superior do losango, à frente dos três médios e nas contas de Simão e Geovanni, tinha duas vantagens: "desequilibrava" o meio campo (em relação ao trio do Barça) e dava mais liberdade aos avançados.

Por outro lado, "gastar" Miccoli e Geovanni, de início, quando se sabe que nenhum dos dois aguenta os 90 minutos, parece-me um risco desnecessário (e já nem estou a pensar na hipótese de prolongamento).

São as opções de Koeman e eu, apesar de não concordar, respeito e espero, sinceramente, que o técnico holandês tenha razão

Por fim, admitindo marcações individuais (a Ronaldinho e, eventualmente, a Deco), convém que o "11" que entre em campo não bloquei nessa "obrigatoriedade", saiba fazer as compensações e "jogar" o seu jogo, não esquecendo que tem que atacar e destabilizar o Barcelona.

Eu acredito... apesar de ter os pés bem assentes no chão, saber que o Barcelona é melhor, amplamente favorito e que o Benfica já cumpriu a sua missão, neste "regresso" à Europa.

Era bonito que se repetisse a final de 1961.

segunda-feira, abril 03, 2006

O losango das Bermudas

O Benfica vai ter que se transcender na quarta-feira para conseguir ultrapassar o Barcelona no Camp Nou. Só um conjunto de circunstâncias especiais pode dar o triunfo aos portugueses.

Obviamente, o favoritismo é dos catalães, por todas as razões: são (muito) melhores, mais experientes, jogam em casa, conseguiram um bom resultado na primeira mão… Enfim, tudo joga a favor da equipa “blau grana”.

É caso para dizer: ainda bem. É nestes jogos e nestes ambientes que os “encarnados” se transcendem. O jogo de Anfield Road é um bom exemplo.

Claro que as partidas não se repetem e, bem entendido, o Barcelona é mais forte que o Liverpool, especialmente em termos ofensivos, com Ronaldinho, Etoo, Deco e companhia.

O Benfica vai sofrer e vai ter que o saber fazer, vai ter que aguentar a pressão do jogo, do adversário, do ambiente, do resultado, do relógio.

O campeão nacional tem que ser uma equipa concentrada, unida, adulta, mas, sobretudo, sem medo de tentar ser feliz.

Os “encarnados” têm que defender, mas ter sempre em atenção a baliza adversária e não podem esquecer-se que têm que marcar na Catalunha.

Depois do que se passou na Luz, em que o Benfica demorou 45 minutos a “entrar em jogo”, os “encarnados” precisam da mesma sorte defensiva e da certeza atacante de Liverpool.

Para esta partida, em que o Barça deve trocar Puyol (que estava castigado), por Thiago Motta (que se lesionou), e repetir o clássico 4-3-3, que tal se o Benfica entrasse num 4-4-2 em losango?

Com os jogadores mais concentrados no meio-campo (para uma melhor cobertura e entre ajuda) e com dois homens (rápidos) soltos na frente, talvez seja possível controlar o miolo espanhol e explorar a defesa remendada do adversário.

Como se sabe, o Benfica não tem muitas opções defensivas (Alcides está lesionado e Nelson preso por arames à espera de uma operação) e no ataque já não há Manduca e vai faltar Nuno Gomes.

Por isso, não há grandes dúvidas:

Moretto
Ricardo Rocha, Luisão, Andersson e Leo
Beto (no vértice inferior), Petit e Manuel Fernandes (nos lados), Karagounis (na frente)
Simão (mais solto, a cair nas alas, mas também no apoio ao ponta de lança) e Geovanni ou Miccoli (apesar de eu preferir, dadas as condições físicas do italiano, poupá-lo para o segundo tempo).

Assim, teríamos quatro defesas para os três avançados do Barça, quatro médios centro do Benfica para três dos catalães e dois avançados para dois defesas-centrais.

O problema aqui é que a equipa não está rotinada para esta táctica “à Mourinho”, os jogadores podem amontoar-se no centro e não conseguir cobrir os espaços e fazer as compensações, até tendo em conta as subidas dos laterais adversários.

Claro que, se Koeman quiser manter um “11” mais clássico, sai Karagounis e entra um de dois: Miccoli ou Robert (com vantagem para o italiano) e, assim, teremos um 4-3-3.

Vamos esperar para ver… que os deuses do futebol estejam com o Benfica e se repitam as grandes noites europeias.