domingo, dezembro 04, 2005

Compras de Natal

Dezembro é o mês em que os dirigentes e treinadores têm que decidir o que querem fazer com os respectivos plantéis.

Os acertos (entradas e saídas) podem ser feitos a partir do início do mês que vem e, por isso, é agora que as contas começam.

Vamos, aqui e agora, analisar as lacunas dos chamados “três grandes”.

BENFICA

No campeão nacional, já se sabe, há grandes desequilíbrios no lote de jogadores ao dispor de Ronald Koeman.

O Benfica necessitaria, em minha opinião, de quatro jogadores: dois avançados (um mais fixo, um mais móvel), um extremo (que jogue nos dois flancos) e um guarda-redes.

Vamos por partes, no ataque: os “encarnados” têm actualmente Nuno Gomes, Miccoli e Mantorras. Logo aqui se nota a falta de um homem forte no jogo aéreo. A juntar a esse facto, há ainda o “pormenor” de Mantorras ir estar “fora de jogo” várias semanas devido à CAN, isto claro, já descontando as lesões de Miccoli.

Assim, um jogador tipo “Karadas” (mas na versão jogador) e um outro “Miccoli” (que possa também descair nos flancos) seriam necessários para equilibrar e dar opções a Koeman.

Depois, um extremo, de preferência que possa jogar nas duas alas. Simão e Geovanni não têm alternativas sérias no grupo e tudo se agrava quando há lesões (do capitão) ou “sonecas” (de Geovanni).

O jovem Manu, emprestado pelo Benfica ao Estrela da Amadora, poderia ser a solução mais económica. Já agora, a juntar a este regresso, podia e devia apostar-se mais no Hélio Roque.

Por outro lado, face à grave lesão de Moreira, aos problemas de Quim e à inexperiência de Nereu, o Benfica terá que apostar na contratação de um guarda-redes que dê segurança à equipa.

Aqui tem duas hipóteses: ou faz um remendo e encontra um jogador emprestado até final da época ou investe, já, num nome certo e seguro para futuro. A SAD que decida o que quer ou pode fazer.

Claro que podiam ainda vir mais jogadores e tudo se pode agravar se, por exemplo, Simão sair (não me parece nada boa política que o “20” saia no meio da época, e os resultados têm-me dado razão, mas…o dinheiro é quem mais ordena), mas estas são as faltas mais evidentes.

FC PORTO

Os “dragões” têm o melhor e mais equilibrado plantel da Liga de futebol e, sendo assim, podiam não precisar de reforços. Mas precisam.

Há lacunas entre os “azuis e brancos” especialmente na defesa.

Apesar de ter cinco defesas-centrais, Co Adriaanse está com dificuldades em encontrar um parceiro para Pedro Emanuel. Já se fala em Caneira para vir ocupar a vaga que vai ser deixada vaga pelo “capitão” Jorge Costa.

Depois há o “caso” das laterais: à direita temos Bosingwa e Sonkaya mas nenhum dos dois dá garantias de qualidade e, por isso, seria necessário um defesa-direito que pegasse de estaca; na esquerda, César Peixoto é adaptação e Cech demora a convencer o próprio técnico que o trouxe.

No ataque, com as lesões de Sokota e Bruno Morais e as “birras” (diferentes) de McCarthy e Postiga não seria de estranhar se viesse alguém para fazer companhia ao “bombardeiro” Hugo Almeida.

Pode ser que venha também um extremo-esquerdo para permitir a Lisandro Lopez mais liberdade na frente de ataque e a Quaresma que jogue sobre a direita.

SPORTING

Nos “leões” entrou Paulo Bento para o lugar de José Peseiro e houve jogadores que ganharam mais protagonismo (Nani é apenas o mais notado).

Para a reabertura de mercado, os “verde e brancos” necessitariam de começar por reforçar a linha defensiva.

Um central “à Enakharire” e dois defesas-laterais (especialmente esquerdo, se Rogério não sair) seriam prioridades.

Depois, no meio-campo, um “Rochemback” (que João Alves não está a conseguir ser) seria importante para pautar o jogo.

No ataque, para além de se saber o que se quer fazer com o “levezinho” e com o “bebé chorão” Pinigol, seria também importante se se vai apostar nos flancos ou não nas acções ofensivas. Se a resposta for positiva então é obrigatório encontrar companhia para Douala, Nani e Wender (esperando que este se adapte).

Falta saber se há dinheiro para os acertos…

PS1: estas análises partem do princípio que jogadores-chave não saem agora em Janeiro (Simão, McCarthy, Liedson). Se se confirmarem os abandonos, os respectivos clubes, para além de terem que receber bom dinheiro, têm que ter “olho clínico” para as substituições e a meio da época isso não se me afigura (nada) fácil.

PS2: num próximo post darei a conhecer as minhas escolhas para reforços, tendo como base, única e exclusivamente, o campeonato da Liga.

2 comentários:

rvr disse...

Eu duvido, sinceramente, que o Sporting tenha dinheiro para ir às "Compras de Natal".

Já me contentava com um defesa esquerdo e com o tal médio de características "rochembackianas".

Também me parece importante a definição das situações de vários jogadores.

Liedson, renova ou é vendido?
O que se passa com Edson?
Pinilla?
Paito?

Quetzal Guzman disse...

Acho que o Benfica deve priveligiar a aquisição do guarda-redes por empréstimo. A não ser que a lesão de Moreira seja ainda mais grave do que o que se pensa, uma contratação implicaria a negociação de um dos guardiões no final da época. Eu não concebo a permanência de três jogadores de topo para a posição. Concordo com a necessidade de um ponta de lança de maior capacidade fisíca e quanto ao extremo, considero imperativo que se trate de um canhoto. Um extremo canhoto é algo que o Benfica não tem há muito. Troco o avançado móvel por um playmaker.

O grande problema é que para assegurar estes jogadores é necessário vender o Simão...