quarta-feira, dezembro 14, 2005

Acordos… há muitos

O “caso Maciel” e o U. Leiria – FC Porto volta a trazer uma polémica que já parecia (e devia) estar afastada do futebol português.

Desde a época passada que este artigo do Regulamento de Competições da Liga Portuguesa de Futebol Profissional veio aclarar as situações:

Artigo 32-A
(Cedência de utilização temporária)

"Nas situações de cedência de utilização temporária de um jogador, por parte do clube a que se mostre contratualmente vinculado a um outro clube, são nulas e de nenhum efeito quaisquer cláusulas, ainda que estabelecidas ou acordadas entre as partes intervenientes, e nomeadamente entre clube cessante e clube cessionário, que, por qualquer forma, visem limitar, condicionar ou onerar a livre utilização do jogador em causa por parte de clube cessionário na vigência do período de cedência temporária"
.

Está escrito em português e não deixa dúvidas: os jogadores emprestados não podem ser impedidos de actual contra os clubes a que estão contratualmente ligados.

O que é certo é que, por um “acordo de cavalheiros” (disse Jorge Jesus à RR na quarta-feira antes do jogo), Maciel não jogou frente aos “dragões”.

Resumindo: Maciel não estava lesionado, não estava castigado… Maciel, que era totalista, não jogou porque o FC Porto não deixou.

Obviamente, não estou a pôr em causa a superioridade dos “azuis e brancos” que poderiam perfeitamente ter ganho o jogo com o dito jogador em campo, o que digo é que, mais uma vez, não foram cumpridos os regulamentos.

Assim sendo, quem de direito tem que castigar quem “driblou” os regulamentos, nem que seja com uma singela multa pecuniária, porque, obviamente, ninguém vai tirar três pontos ao líder FC Porto.

Há, naturalmente, quem defenda estes “impedimentos” com o argumento de que “o atleta será crucificado se falhar contra o clube que lhe paga os ordenados”.

O que é verdade é que falhar todos podem falhar, emprestados ou não, o que não se pode é impedir alguém de cumprir o seu contrato de trabalho.

Só falta agora que o presidente João Bartolomeu ou o técnico Jorge Jesus venham desmentir o dito “acordo de cavalheiros”.

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