sábado, setembro 10, 2005

Aí, se ele cai…

Esta noite há “derby” em Lisboa. No Alvalade XXI defrontam-se os adversários de sempre e a expectativa é grande. Koeman parece “fora de jogo”.

É certo que ainda só vamos na jornada três da Liga, mas a actual conjuntura torna este jogo já (quase) decisivo para um dos intervenientes.

Se o Benfica perder fica a oito pontos da frente e faz o pior arranque de campeonato de sempre. O Sporting pode fazer o pleno (9 pontos) e esquecer, definitivamente, o início de época do ano passado.

É curioso como os papéis dos dois vizinhos da Segunda Circular se trocaram de uma época para a outra, mas os “cenários” futuros ficam para próximos posts.

Vamos agora só fazer uma previsão daquilo que se poderá passar logo à noite.

Antes de mais – confesso - este é um dos clássicos que mais dúvidas me deixa em relação às equipas a apresentar, especialmente no que diz respeito ao Benfica.

Por várias razões: primeiro porque estamos, ainda, em princípio de época, depois porque chegaram reforços de última hora e o campeonato esteve parado para a selecção e, por fim, porque – no que diz respeito aos “encarnados” – parece haver ainda dúvidas do treinador quanto à táctica certa a utilizar.

Nos “leões”, já se sabe, não jogam Ricardo (em descanso), Beto, Edson e Custódio (lesionados) e podem estrear-se Wender e João Alves.

Nos campeões nacionais estreiam-se Karagounis e Miccoli e falta Petit, por lesão.

Entretanto, ontem, Peseiro confirmou a titularidade de Sá Pinto, que vai capitanear a equipa da casa.

Posto isto, o Sporting deve entrar em campo com uma táctica nova (4-3-3): Nelson, Rogério, Polga, Tonel e Tello, na defesa; Luís Loureiro, João Moutinho e Sá Pinto, no meio-campo, e um trio de ataque com Liedson no centro, Douala, na direita, e Wender na esquerda.

Pode, no entanto, o técnico leonino manter o 4-4-2 e aí haveria troca de brasileiros com Deivid a entrar para o lugar de Wender e Douala a jogar mais atrás.

Já no Benfica, as interrogações são maiores. Por um lado, é necessário não esquecer que Ronald Koeman andou, toda a pré-temporada e primeiros jogos oficiais, a jogar em 4-2-3-1 mas, de repente, contra o Gil Vicente, em casa, alterou tudo e jogou numa espécie de 3-4-3, que mais parecia um 3-4-2-1 (com Simão e Nuno Assis atrás de Nuno Gomes).

A equipa entrou bem, até porque a equipa de Barcelos ficou baralhada, mas acabou por perder o jogo.

Agora, apesar disso, o técnico holandês parece disposto a insistir nesta táctica e, ao que dizem os jornais de hoje, a arriscar nos dois novos jogadores logo de início.

Moreira na baliza; Andersson, Luisão e Ricardo Rocha, na defesa; Nelson, Manuel Fernandes, Karagounis e João Pereira (ou Leo) no meio campo; Simão à esquerda, Micolli no centro e Carlitos (?) na direita.

Ora, partindo do princípio que é este o “onze” e já dando de barato a titularidade de Carlitos no lugar de Geovanni (que, há primeira vista, não faz sentido), há outra coisa que salta à vista:

Se o Sporting actuar em 4-3-3, como parece, a táctica de 3-4-3 do Benfica parece-me completamente errada. Lembro-me sempre de um jogo que a equipa de Souness foi fazer às Antas contra o FC Porto de Jardel, Drulovic e Capucho (salvo erro) em que passou o jogo todo a “apanhar bonés” com três centrais.

E não é preciso ser nenhum génio para perceber porquê. Basta pegar numa folhinha e fazer o desenho táctico das equipas para perceber que, dificilmente, estas duas tácticas podem ser “compatíveis”.

A confirmar-se, o Benfica terá três centrais a marcar um único ponta de lança e ninguém, directamente, a marcar os dois extremos – a não ser que recue os alas e, aí, fique com gente a mais na defesa e gente a menos no meio campo (2 “encarnados” contra 3 “verdes”). Enquanto isso, o ataque estaria a “dar-se” à defesa “leonina”: três avançados contra quatro defesas.

Koeman tem que vencer este jogo, sob pena dos “lenços brancos” começarem a surgir, e parece disposto a arriscar tudo: táctica “maluca” e jogadores sem treino de equipa.

José Peseiro tem, para além de cinco pontos de avanço e de jogar em casa, a vantagem de ter a táctica e a equipa mais estabilizadas.

O Sporting é – por tudo isto – claramente favorito.

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