quinta-feira, janeiro 25, 2007

Nunca esquecidos, sempre presentes...

Este é um dia que nunca pode ser esquecido não só por sócios, adeptos e simpatizantes do Benfica, mas também por qualquer outra pessoa que costume acompanhar o fenómeno desportivo.

Neste dia, assinalam-se duas efemérides: uma positiva, outra trágica.

A 25 de Janeiro de 1942 nasceu Eusébio da Silva Ferreira. O “pantera negra”, melhor jogador português de todos os tempos, faz hoje 65 anos.

A 25 de Janeiro de 2004 morreu Miki Féher, avançado do Benfica, em pleno relvado, num jogo frente ao Guimarães. Passam três anos desde que aquele sorriso se apagou.

Sem mais... as minhas homenagens.

domingo, janeiro 14, 2007

Justiça cega!?

Luisão foi apanhado a conduzir com 1.44 de álcool no sangue - e isso é grave, tão grave que é crime.

O jogador veio explicar o que aconteceu no seu dia de folga, assumir responsabilidades e lamentar que um caso da sua vida privada possa prejudicar, de alguma forma, o Benfica.

Este é um aspecto da questão, e o defesa-central já confirmou que vai ser castigado monetariamente pelo seu clube.

Agora, vamos ver o outro lado do problema:

Num país em que as mortes na estrada são uma autêntica “guerra civil”, há duas coisas que, para mim, são indiscutíveis: quem conduzir não pode beber, sendo figura pública a responsabilidade é ainda mais agravada.

A questão é simples: Se fosse o “Zé Ninguém” a ser parado com esta taxa de álcool no sangue seria detido, ficaria detido e, seguramente, com a carta apreendida.

Tendo sido o Luisão, figura pública, jogador do Benfica, o que é que foi decidido: mantém a carta e cumpre 40 horas de trabalho comunitário.

Fica a questão: como é possível?!

Esta decisão do juiz que acompanhou o caso é, em minha opinião, (ainda) mais grave porque, num país democrático, a justiça não pode ter duas caras, nem decisões de excepção.

terça-feira, janeiro 09, 2007

À Beira do precipício

Já diz o ditado popular: “À primeira caem todos, à segunda só cai quem quer”. Em Aveiro, parece, ninguém o conhece.

Não satisfeito com a primeira experiência (que o deixou na Liga de Honra), o Beira-Mar volta a entregar o clube nas mãos de um grupo de investidores estrangeiros.

Os espanhóis da Inverfutbol (empresa recém formada de Maiorca) vão tentar o que os ingleses da Stellar Group não conseguiram em 2004.

O início desta segunda vida está a ser em tudo idêntica à primeira: despachar o técnico que está e impor um treinador “nosso”; contratar jogadores para “reforçar” o plantel.

Como se lembram, da primeira vez, o Beira-Mar teve quatro treinadores, chamou uma carrada de atletas, mas acabou, mesmo, por descer de divisão.

De todos os “cromos” que chegaram só dois tinham qualidade para a nossa “caderneta”: Paul Murray e, especialmente, Stephen McPhee.

Claro que não sabemos o que vai acontecer agora. O certo é que o Beira-Mar é o “lanterna vermelha” da Liga e vai apostar num técnico (Fernando Soler – ex-jogador do Maiorca) sem nenhuma experiência (nunca esteve no comando de uma equipa).

Temo que a “coisa” possa voltar não correr bem, mas... E será que daqui a dois ou três anos não haverá “duas sem três”.

Pesadelo Carvalhal...

Por falar em “mister”, Carlos Carvalhal volta a ser “chutado para canto”. Do Sporting de Braga saiu, alegadamente, porque a família estava a ser ameaçada, isto numa altura em que a equipa estava bem na Taça UEFA e nos ligares cimeiros do campeonato; do Beira-Mar saiu porque o patrão obrigou, sem sequer o conhecer ou querer conhecer.

Carvalhal é, desde a fantástica campanha do Leixões, sempre considerado como um dos discípulos de Mourinho ou, pelo menos, um dos melhores da “nova vaga”.

Eu até acho que ele tem todas as condições para ser um bom técnico, mas entendo que um pouquinho mais de humildade e menos de basófia não lhe faziam mal.

Apesar disso, não merece o que lhe está a acontecer esta época.

domingo, janeiro 07, 2007

"David contra Golias"

Mais uma vez foi cumprida esta tradição tão comum nas Taças dos respectivos países. Desta vez, a "fava" saiu ao FC Porto que perdeu em casa diante do Atlético.

O golo do triunfo da equipa da II Divisão foi apontado por David (claro!!) que assim se armou em "tomba-gigantes" e derrubou o detentor do título e actual campeão nacional.

"Isto" às vezes acontece (e já sucedeu a todos os "grandes"), a questão que me leva a escrever este post tem a ver com o que disseram os dois técnicos.

Disse o treinador do Atlético que, se os "dragões" tivessem jogado em velocidade e actuado ao seu nível, nunca teriam perdido. Já Jesualdo Ferreira disse que estava envergonhado, pediu desculpas aos sócios e admitiu que os jogadores não jogaram como equipa.

Lapidares estas declarações que são verdadeiros sinais de alerta para os que querem ganhar todas as competições em que estão envolvidos.

Atenção também às declarações de Fernando Santos, antes da partida do Benfica contra o Oliveira do Bairro: "Poupar jogadores?! Mas, poupar o quê? Os jogadores vêm de uma paragem de duas semanas e precisam de reganhar ritmo de jogo".

PS: Já agora, foi bom voltar a ter jogos ao domingo à tarde, sem televisão, e ouvir o relato na rádio.

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Assi(m)s não II

Nuno Assis não joga mais esta época por decisão do Tribunal Arbitral do Desporto ainda no âmbito do controlo anti-doping positivo a 3 de Dezembro de 2005.

O médio do Benfica já tinha sido suspenso por seis meses e cumprido 161 dias até que o Conselho de Justiça da FPF, a menos de um mês do final do castigo, decidiu arquivar o processo.

Os "encarnados" sempre reclamaram inocência do clube e defenderam a posição do jogador, também ele dito inocente. Por outro lado, a equipa da Luz está desde o início do processo a admitir irregularidades no processo, colocando dúvidas em relação ao CNAD.

Uma coisa é certa - e vale para qualquer jogador ou clube: os culpados, sejam quem forem, têm que ser encontrados e punidos.

O que é indiscutível é que, realmente, algo de estranho se passou neste caso.
  • Mesmo admitindo que Assis tem "culpa no cartório" e se dopou, o certo é que o jogador estava a cumprir a pena aplicada (seis meses).
  • A menos de um mês do final deste prazo, o CJ decidiu arquivar o processo por dúvidas em relação aos resultados da contra-análise.
  • Esta decisão foi, ao que se sabe, também tomada tendo em conta a posição dos peritos, que contrariou o CNAD.

Posto isto, várias questões ficam no ar:

  • O que aconteceu, realmente, com a análise e a contra-análise?
  • O que dizem os relatórios, incluindo os documentos que andaram desaparecidos?
  • Qual a posição dos peritos em doping?
  • Que culpa tem o jogador e o clube da decisão do CJ da FPF se esta foi irregular ou, no mínimo, precipitada?

Como a decisão não tem hipótese de recurso, Nuno Assis não joga mais esta época e só vai voltar aos relvados a 27 de Julho.

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Impostos para todos

Depois de vários anos sem pagar impostos e três de regime de excepção, eis que os jogadores de futebol chegam a 2007 com a obrigatoriedade de pagar impostos sobre a totalidade dos rendimentos, como qualquer contribuinte normal.

A medida já era conhecida e esperada, mas, agora que entrou em vigor, levantou polémica com o sindicato de jogadores a admitir uma greve e o presidente da Liga a apelar à calma, mas a colocar-se do lado dos atletas.

Para mim a questão é simples: os jogadores de futebol devem receber o que têm direito por contrato e pagar os impostos respectivos, como qualquer um.

Os impostos são consoante o que se recebe e, portanto, não se corre o risco de ser injusto. A percentagem que é "tirada" tem a ver com o que se aufere e, assim, quem ganha mais paga mais, quem recebe menos paga menos... Justo.

O argumento que o futebol é uma profissão de "desgaste rápido" não colhe. Primeiro, aos 35 anos, os jogadores não ficam incapacitados para continuar a trabalhar (treinadores, empresários de futebol e não só, comentadores, jornalistas, relações públicas, etc, etc); segundo, se acham que não tem futuro a profissão de futebolista, têm bom remédio e vão fazer outras coisas.

Para mim, profissão de risco é ser, por exemplo, mineiro e a esses, sim, entendo que deveriam ser dadas melhores condições de vida.

Tenho apoioado Joaquim Evangelista e o sindicato na luta que têm feito (e bem) para que os jogadores recebam o salário a que têm direito, não posso estar de acordo com este pedido de excepção no que diz respeito aos impostos.

segunda-feira, janeiro 01, 2007

"Radiografia 2006"

Inspirado numa outra "Radiografia" em que estive envolvido, cá estou a abrir o ano de 2007 com um resumo/balanço final do ano que agora terminou.

No futebol, dentro das quatro linhas, o ano foi "azul e branco": o FC Porto ganhou campeonato e taça, a Itália venceu o Mundial.

A selecção nacional chegou a sonhar, mas terminou em quarto lugar na Alemanha. Figo deixou a equipa das "quinas", mas já passou o testemunho a Cristiano Ronaldo.

Os "dragões" ficaram sem Adriaanse e escolheram Jesualdo Ferreira, já o Benfica despachou Ronald Koeman e contratou Fernando Santos. O Sporting substituiu Peseiro por Paulo Bento.

Já fora do campo, 2006 ficou marcado pelo Calciocaos em Itália e, ainda, pelo caso "Apito Dourado" em Portugal, agora (bem) entregue a Maria José Morgado.

Outra "vergonha" (assim disse Hermínio Loureiro, o novo presidente da Liga) foi o "caso Mateus", com o Gil Vicente a ser chutado para a Liga de Honra por troca com o repescado Belenenses.

Fora do "desporto-rei" outros estiveram em grande destaque em 2006:

No atletismo, Francis Obikwelu ganhou duas medalhas de ouro para Portugal, Naide Gomes ganhou a prata e João Vieira o bronze nos Europeus de atletismo.

Vanessa Fernandes esmagou no triatlo e ganhou tudo o que havia para ganhar. É uma das grandes esperanças para os Jogos Olimpicos de 2008.

Também em grande e também esperança esteve a judoca Telma Monteiro que conquistou os títulos europeus de seniores e sub-23 na categoria de menos 52 kg, o que lhe dá o primeiro lugar no ranking mundial.

Ainda este ano ganhámos um vice-campeão mundial de esgrima, em Espada, por Joaquim Videira.

2006 foi também ano de despedidas, destaco quatro: Zidane, Schumacher, Thorpe e Nuno Delgado.

PS: Já agora... que 2007 seja o melhor de sempre.