segunda-feira, outubro 30, 2006

A estrelinha do campeão

O FC Porto venceu o Benfica por 3-2, com um golo já dentro do tempo de descontos e outro "às três tabelas", numa partida que, bem vistas as coisas, podia ter caído para qualquer um dos lados.

É que, se é indismentível que os "dragões" entraram melhor e fizeram dois golos na primeira meia hora, também é verdade que os "encarnados" tiveram, só na primeira parte, três claras ocasiões de golo (Leo, Fonseca e Paulo Jorge).

Então na segunda parte, o domínio foi quase sempre da equipa da Luz que chegou ao empate e podia até ter virado a partida por completo.

A equipa

Não posso, em consciência, criticar o "11" apresentado por Fernando Santos já que, como podem ver no post anterior, jogou a equipa que sugeri.

O que, sinceramente, não entendo é o que se passa com a defesa. Parece que desaprenderam de uma época para a outra, apesar de serem os mesmos, ainda reforçados com Miguelito e Katsouranis, defensivamente mais forte que Manuel Fernandes.

O que, realmente, já não me surpreende é a incapacidade da equipa em manter o nível exibicional durante os 90 minutos. Aqueles primeiros 30 minutos deitaram tudo a perder e destruiram o grande trabalho que os jogadores fizeram na hora seguinte.

Outro aspecto para o qual já tinha chamado a atenção voltou a repetir-se: mais um golo sofrido no tempo de descontos.

No Benfica destaque para Simão, Katsouranis e Nuno Assis. No FC Porto nota maior para Helton, Pepe e Quaresma.

Outras notas

Lamentável o comunicado do FC Porto sobre a lesão de Anderson, mas, já agora, só uma interrogação: o que esteve o miúdo a fazer em campo durante vários minutos se tinha o perónio fracturado?

O treinador do Benfica mantém aquele discurso que não ajuda nada na altura das derrotas. O tempo das vitórias morais já passou.

sábado, outubro 28, 2006

4-4-2; 4-2-3-1; 4-3-3

Os treinadores têm o hábito de dizer - para tirar pressão aos jogadores - que todos os jogos são iguais, que o próximo é o mais difícil e que valem apenas três pontos. Eu não concordo nada com isso e o jogo desta noite é disso exemplo.

Hoje há um FC Porto - Benfica. Esta é uma daquelas partidas que vale mais que três pontos e são vários os motivos: pelos pontos que uma equipa ganha, pelos que a outra deixa de ganhar, até pelo resultado do outro candidato e, claro, por tudo o que foi dito pelos dirigentes que, sendo absolutamente dispensável, marca os jogadores.

Por outro lado, há ainda o resultado da época passada: uns vão querer vingar-se e outros tentar repetir a "graça".

Posto isto, o que vai passar-se em campo?

FC Porto

Nos "dragões" parece não haver dúvidas quanto ao "11" a apresentar por Jesualdo Ferreira que deve jogar no habitual 4-3-3. Fucile está dono e senhor da lateral direita e regressa o prodígio Anderson.

HELTON
FUCILE, PEPE, BRUNO ALVES e CECH
RAUL MEIRELES, LUCHO e ANDERSON
QUARESMA, HÉLDER POSTIGA e LISANDRO

A equipa "azul e branca" tem um plantel equilibrado, com muitas opções em que o ponto com menos alternativas é a defesa, também muito por culpa da lesão de Pedro Emanuel e da falta de ritmo de João Paulo que só agora regressa.

Os portistas têm ainda uma outra vantagem, que até parece estranha face ao que aconteceu com Adriaanse, mas que é real: o sistema de jogo está mais solidificado. Ninguém tem dúvidas que a equipa começa os jogos em 4-3-3.

Benfica

Os "encarnados" estão numa fase mais atrasada no que diz respeito aos chamados "automatismos de jogo": culpa de treinador (que estava e está ainda indeciso), "culpa" de Simão (cuja novela do sai-não-sai teve implicações na estrutura do plantel) e culpa das lesões que têm vindo a impedir o técnico de utilizar jogadores fundamentais.

Já aqui escrevi várias vezes: o Benfica tem um bom plantel, com opções, se estiverem todos disponíveis e as lacunas minimizam-se ou agudizam-se consoante a táctica a utilizar.

Só para o jogo de hoje Fernando Santos não tem Karagounis, Rui Costa e Miccoli, isto para além de Paulo Jorge que vem de lesão e não se sabe como estará. Só aqui estão quatro potenciais titulares, sendo que dois jogariam de certeza, fosse qual fosse a táctica.

Para fazer um "11" provável do Benfica não há muitas dúvidas mas as que há condicionam a estratégia.

Ao que parece Fernando Santos começou a semana a testar um 4-4-2 "losango" (com Fonseca no lugar de Miccoli) e terminou com um 4-2-3-1 (com Paulo Jorge numa ala e Simão na outra). Qualquer das tácticas pode, obviamente, ser utilizada com vantagens e inconvenientes.

O "losango" pode dar vantagem (porque são 4 contra 3 no meio), mas deixa as faixas a descoberto na defesa (Fucile e Cech com campo aberto à frente) e, por outro lado, o ataque fica sem municiadores porque os laterais estão presos pelos extremos do FC Porto.

O "4-2-3-1" tem vantagem porque é a táctica mais habitual, porque cobre os extremos adversários, porque equilibra no meio campo, mas deixa o avançado muito sozinho e "dá" os alas aos defesas.

Assim, olhando para os convocados da equipa da Luz e face às ausências já citadas e ao 4-3-3 adversário, eu começaria com um 4-4-2 clássico (com alas) mas com Nuno Gomes nas costas de Fonseca a fazer de "9 e meio".

Aqui vai a minha aposta:

QUIM
NÉLSON, LUISÃO, RICARDO ROCHA e LÉO
PAULO JORGE, PETIT, KATSOURANIS e SIMÃO
NUNO GOMES e FONSECA

Claro que esta equipa também tem riscos: Petit não está em forma e habitualmente atrapalha-se com Karagounis quando os dois estão lado a lado, Paulo Jorge vem de lesão e estará, no mínimo sem ritmo, não há "pensador" de jogo, Fonseca é uma incógnita e, claro, Simão não costuma aparecer nos grandes jogos.

Neste "11" de sete portugueses podem ainda entrar, eventualmente, dois brasileiros (Alcides e Anderson nos lugares de Nélson e Rocha) ou, porque não, jogar Nuno Assis, ao lado de um dos trincos.


Resumindo, por jogar em casa, por ter Anderson, por ter uma táctica estabilizada, por estar na frente, o FC Porto é ligeiramente favorito.

Têm a palavra os jogadores e os treinadores.

terça-feira, outubro 24, 2006

O "bom filho..."

Num ano, o Boavista vai já no quinto técnico principal de futebol e a única coerência neste processo é que foram todos contratados por João Loureiro.

Carlos Brito, Jesualdo Ferreira, Pedro Barny, Petrovic e Jaime Pacheco foram os "homens do leme" escolhidos para comandar a nau "axadrezada".

A pergunta que qualquer pessoa coloca nesta altura é: "Claro que estes técnicos têm todos o mesmo sistema de jogo e a mesma forma de ver o futebol. Certo?"

Errado.

Antes de mais duas notas: Jesualdo deixou o Boavista "descalço" já que formou o plantel (nesse aspecto bem, com jogadores interessantes), mas depois abandonando-o em cima da meta; a Petrovic não foi dado tempo, parecia um bom treinador, com ideias frescas e sem medo de pegar no jogo.

Vamos, agora, pegar nos casos de Carlos Brito e Jaime Pacheco (que abriu e fechou esta sequência no Bessa).

Um gosta de futebol à "antiga portuguesa", de passe curto, técnica apurada, não excessivamente fechado, jogar e deixar jogar. Outro é defensor insessante do "pressing", do trabalho defensivo, antes de jogar, não deixar o adversário jogar.

Tiago, Paulo Sousa, Ricardo Silva, Mário Silva são jogadores que devem estar muito felizes com esta escolha, como no Guimarães, Moreno, Flávio Meireles e companhia gostavam muito de Pacheco.

É certo que Jaime Pacheco já ganhou até um campeonato, mas o seu estilo (excessivamente) guerreiro não é bonito e pode mesmo ser considerado "anti-jogo".

Pacheco está de regresso ao Bessa, vamos ver se repete os bons resultados numa casa comandada por um filho que tem muito que aprender com o pai, especialmente no que diz respeito à gestão de uma equipa de futebol. No resto... nem vale a pena falar.

Aquele abandono do camarote, antes do final do jogo com o Nacional, não fica nada bem no curriculo de João Loureiro.

segunda-feira, outubro 23, 2006

Empate

O clássico de Alvalade terminou empatado (0-0), num jogo que foi dominado pelo Sporting e que chegou a ter períodos de bom futebol.

Os "leões" falharam uma mão-cheia de boas ocasiões, com destaque para três grandes defesas de Helton e para um remate ao poste de Liedson. Já os "dragões" concretizaram na melhor chance que tiveram.

Os técnicos resumiram bem a partida: para Paulo Bento a exibição foi melhor que o resultado, para Jesualdo exactamente o contrário - sintomático.

O empate também foi bom para o Benfica que, assim, beneficiando de três jogos fáceis, se voltou a aproximar da frente da Liga.

Os "encarnados" cumpriram a obrigação mas não jogaram bem: podiam e deviam ter marcado mais golos, tal o caudal ofensivo, e, defensivamente, podiam e deviam ter estado mais atentos e concentrados.

Para a semana outro clássico: o Benfica vai ao "Dragão" e tem que jogar muito mais do que tem feito, se quiser sair de lá com algo mais que não uma derrota.

PS: Destaque para a forma maXISTRAl como Miccoli foi expulso com dois amarelos injustos.

domingo, outubro 22, 2006

Clássico

Aí está o primeiro jogo grande da temporada: o Sporting recebe o FC Porto, os dois líderes do campeonato.

Na teoria, os "leões" levam vantagem por três razões: jogam em casa, estão na máxima força e têm os processos (mais) assimilados.

Do lado dos "dragões" contam os aspectos psicológico e a tradição de vir ganhar jogos e campeonatos a Alvalade.

Deve ser um jogo interessante, com menos pressão por estarmos ainda no início da Liga e, talvez por isso, mais ofensivo, também por ser disputado por duas equipas que utilizam tácticas diferentes.

Destaque para a luta entre o sector defensivo dos portistas (o ponto fraco da equipa) com o ataque dos "leões" que tem estado alheado dos golos.

Sporting

Com todos os jogadores à disposição, Paulo Bento vai querer vingar a derrota da época passada, que lhe custou o título nacional.

O "4-4-2 losango" deve manter-se e eu aposto na manutenção de Tello à esquerda e na entrada de Paredes e Yannick no "11":

RICARDO
CANEIRA, TONEL, POLGA e TELLO
PAREDES, JOÃO MOUTINHO, CARLOS MARTINS e NANI
LIEDSON e YANNICK

FC Porto

Sem a estrela maior (Anderson) e sem o capitão Pedro Emanuel para estabilizar a defesa, Jesualdo Ferreira deve ter pena que João Paulo esteja sem ritmo e ainda mais pena por Adriaanse ter dispensado Diego.

O treinador garante que vai manter o "4-3-3" falta saber se com Jorginho, o carrasco dos "leões" ou Paulo Assunção.

HELTON
FUCILE, PEPE, BRUNO ALVES e CECH
PAULO ASSUNÇÃO, RAUL MEIRELES e LUCHO
QUARESMA, HÉLDER POSTIGA e LISANDRO

O Benfica está à espreita neste jogo e, ganhando ao Estrela como é sua obrigação, deve estar a pedir um empate entre os seus maiores adversários.

sábado, outubro 21, 2006

Chumbo europeu

Esta foi mais uma semana europeia para esquecer das equipas portuguesas que ainda estão na UEFA.

Três derrotas em quatro jogos... a este ritmo Portugal vai mesmo perder o terceiro posto na Champions.

Nestas partidas destaque apenas para o resultado do jogo do FC Porto (ampliado por um árbitro amigo) e para a exibição do Sporting durante uma hora do jogo frente ao Bayern (45 minutos dos quais em vantagem numérica).

Daqui a 15 dias há mais.

quarta-feira, outubro 18, 2006

Descalabro

O Benfica perdeu 3-0 diante do Celtic e, agora, só um milagre qualifica a equipa para a fase seguinte da Champions League.

Não sei se foi do whisky, o certo é que, depois de uma primeira parte em que não acertaram com a baliza, no segundo tempo, os jogadores do Benfica perderam a cabeça depois de terem sofrido o primeiro golo.

Mais do que a táctica, o principal problema de ontem na Escócia teve a ver com o aspecto mental dos jogadores que não conseguiram reagir à adversidade e, pior do que isso, se desorganizaram completamente, aliás, como já tinha acontecido noutros jogos.

A culpa, aqui, é, claramente, do técnico que não consegue incutir nos jogadores espírito de conquista, concentração e motivação para virar um jogo.

É certo que a equipa parece um pouco melhor do que estava no princípio de temporada (mal fora se assim não fosse) mas, enquanto Fernando Santos não resolver este "problema mental" do plantel, o Benfica não vai longe.

Há ainda outro aspecto que gostaria de realçar: um treinador deveria saber aproveitar o que de bom deixou o seu antecessor no cargo. Apesar de todos os defeitos, Koeman conseguiu potenciar as capacidades defensivas do plantel. Lamentavelmente, isso parece ter sido perdido esta época, apesar dos jogadores serem os mesmos.

A equipa da Luz tem que poder e saber pegar no jogo (e não só na Luz) e isso faz-se com duas coisas: bons jogadores e um técnico ambicioso e sabedor.

Apesar das lacunas conhecidas, bons jogadores o Benfica tem...

terça-feira, outubro 17, 2006

Tripla

Depois de um empate fora e de uma derrota em casa, esta partida em terras escocesas da Liga dos Campeões é, para o Benfica, absolutamente decisiva. É, no entanto, um jogo de "prognóstico reservado".

Os "encarnados" conseguiram duas vitórias internas e parecem ter recuperado a motivação e o entrosamento. No entanto, convém não embandeirar em arco.

Os "católicos escoceses" nada têm a ver com Desportivo das Aves e União de Leiria, lideram o campeonato local e têm jogadores bem interessantes.

A derrota é o fim da linha para o Benfica na Champions.

A equipa

O Benfica tem, esta noite, diante do Celtic, que se transfigura jogando em casa, uma espécie de dilema: jogar para ganhar sem poder perder.

Sem Rui Costa, Karagounis e Paulo Jorge, Fernando Santos deve apostar na mesma táctica que deu os últimos triunfos (4-4-2 losango), sendo este "moldável" para um 4-3-3.

Alcides deve jogar no lugar de Nélson para dar mais consistência e altura à defesa. De resto, parece que não vai haver mais alterações, apesar de eu ter algumas dúvidas.

QUIM
ALCIDES, LUISÃO, RICARDO ROCHA e LÉO
PETIT, KATSOURANIS, NUNO ASSIS e SIMÃO
NUNO GOMES e MICCOLI

Confesso que, jogando o Celtic num 4-4-2 clássico com dois extremos e dois pontas-de-lança fortes, talvez não fosse mau não discorar as alas. Assim sendo, talvez não fosse má ideia colocar Nélson na frente de Alcides para tentar secar o "chuveirinho" e permitir ao brasileiro fechar ao centro.

Nakamura e Hesselink são os "alvos a abater".

Vamos ver se o Benfica recupera a consistência defensiva e, ao mesmo tempo, se consegue esticar e lançar contra-ataques.

FC Porto

Os "dragões" têm também um jogo decisivo e estão obrigados a ganhar jogando em casa com o adversário mais frágil do grupo.

Anderson tem encantado, Postiga parece recuperado e só falta Lucho. Vamos ver como se porta a defesa.

Sporting

Os "leões" jogam amanhã com o Bayern e, se ganharem, praticamente garantem a qualificação. Um empate é um bom resultado e, mesmo a derrota, não fecha portas.

domingo, outubro 15, 2006

Chapa 4

Depois de tanto ter dito mal do técnico, após alguns resultados e exibições catastróficas, cá estou para, desta vez, dar os parabéns ao Benfica pela exibição em Leiria.

Foi a melhor exibição "encarnada" desta temporada, curiosamente na táctica que tinha ficado adiada desde a pré-época (4-4-2 losango).

Pode ter sido coincidência (só o tempo dirá), mas o certo é que a equipa da Luz teve bons períodos, grandes golos, segurança defensiva, concentração e até uma melhor condição física. Já agora, foi o segundo jogo consecutivo a marcar 4...

Se se recordam, a 6 de Agosto, analisando o plantel e as tácticas, escrevi que o Benfica deveria continuar a apostar no "4-4-2 losango". Claro que, nessa altura, ainda estava ao alto a "novela Simão", que ao contrário do que se esperava acabou por ficar, e ainda tinhamos visto pouco de Katsouranis e Paulo Jorge, por exemplo.

Fernando Santos disse, esta noite, depois do jogo em Leiria, que a equipa nunca tinha deixado de treinar os dois sistemas (4-2-3-1 e o "losango"). Ora, isso parece-me a atitude correcta.

Tem que se dizer com frontalidade: o Benfica, se conseguir ter todo o plantel à disposição, consegue fazer uma boa equipa, com um bom banco, apesar de algumas limitações conhecidas.

É necessário continuar a trabalhar (os dois sistemas), encontrar forma de diminuir as lesões, camuflar as lacunas da equipa (que continuam visíveis) e, depois, ter a sorte dos jogos para continuar a ganhar - e isso é verdadeiramente o que interessa.

Se o Benfica conseguir estabilizar emocionalmente, continuar a ganhar jogos e chegar à reabertura do mercado a lutar pelo título, a contratação de dois/três jogadores (um "8" e um extremo polivalente, pelo menos) em Janeiro pode dar à equipa o equilíbrio que lhe falta.

Selecções

O milagre dos sub-21, na partida frente à Rússia, merece especial destaque numa jornada dupla que terminou com uma exibição miserável dos "AA".

José Couceiro tinha pedido compreensão e que só se criticasse as "esperanças" depois do jogo da segunda mão. Ganhou a aposta, num jogo em que tudo correu bem: primeiro golo cedo, expulsão de um adversário e um auto-golo.

Apesar de, desta vez, merecer (justamente) os parabéns, e de ter razões de queixa por não ter tido treinos com os jogadores, Couceiro não pode esquecer os erros que foram cometidos no jogo da primeira mão.

Não passou de Besta a Bestial por causa de um jogo em que a estrelinha, claramente o acompanhou.

Esperemos que, agora, possa preparar a equipa com tempo para que, para o ano, na Holanda, possa limpar a imagem do último Europeu.

"AA"

O Polónia - Portugal tem pouco que se lhe diga: vitória claríssima dos polacos, que peca por escassa, tal foi o domínio.

Luiz Felipe Scolari jogou para empatar e, como quase sempre acontece nestas situações, perdeu.

A selecção entrou adormecida, amorfa, sem garra e antes da meia-hora perdia por 2-0 e já tinha levado uma bola aos postes.

Da primeira primeira parte nada se viu da equipa das "quinas" e, mesmo na segunda, foram poucas as melhorias.

Mais uma vez, jogaram os "amigos de Scolari", independentemente da forma e das opções: Costinha e Nuno Valente são, apenas, os dois casos mais evidentes, mas outros jogadores mereciam fortes reprimendas (por exemplo, incríveis os erros de Ricardo Rocha e Miguel nos golos polacos).

Continuo sem perceber porque Nani esteve tanto tempo no banco, continuo sem entender porque Tonel, Quaresma e, especialmente, João Moutinho não são convocados, não compreendo como vamos para um jogo sem suplente para Nuno Gomes...

Foi a primeira derrota nos últimos oito anos numa fase de qualificação... espero que não tenhamos que voltar a usar a máquina de calcular.

PS: peço desculpa pelo interregno. Muito trabalho tem impedido uma disponibilidade efectiva para os blogs.

quarta-feira, outubro 04, 2006

Médicos há muitos

"Temos o melhor departamento médico de Portugal" - esta é a extraordinária frase que marca a manhã do Benfica.

O que é mais fantástico é que não foi o presidente do clube que a proferiu, como seria normal nele. Foi Paulo Jorge, chegado há poucos meses à Luz, que comentou assim o agravamento da lesão de Rui Costa e o caso adjacente.

Eu percebo que o extremo, ex-Boavista, não podia criticar o seu clube, podia era ter moderado o seu entusiasmo.

Ao longo dos anos, com este departamento médico e esta equipa técnica e as anteriores, têm sido vários os casos, alguns de grande gravidade, muitos mal explicados.

Aproveito a ocasião para citar apenas dois casos: Mantorras (o mais grave) e Rui Costa (o mais recente).

Mantorras

O jovem angolano andou a jogar uma época inteira lesionado, com dores, em sacrifício... sabe-se agora agravando a lesão com os médicos a brincar com um caso sério. Foram duas operações que correram mal e, por fim, uma experiência com um médico espanhol, já depois da rótula ter desaparecido.

Convém recordar que o Benfica tentou disfarçar o erro de duas maneiras: contrato renovado com o jogador, sempre acarinhado por Luís Filipe Vieira, e departamento médico remodelado, com o director anterior a ser substutuido.

Depois de dois anos de calvário, Mantorras voltou a jogar a espaços mas dificilmente passará testes médicos e jogue num outro clube que não os "encarnados".

Enquanto lá estiver Vieira, tudo bem... Se fosse outro jogador, até poderia ter havido queixas em tribunal.

Rui Costa

O "maestro" jogou lesionado diante do Aves e agravou a lesão para níveis que não estão explicados (desde três semanas até dois meses, já se ouviu de tudo).

O que não se percebe é que, tendo o jogador feito três exames de despistagem antes do jogo, não se tenha detectado a gravidade da lesão e tenha sido necessário mudar de analista para perceber uma ruptura de dois centímetros.

O Benfica vem culpar o centro de análise onde tem levado os seus atletas. Convém que perceba o que aconteceu e tome medidas para bem da sua credibilidade enquanto clube e da confiança dos jogadores.

terça-feira, outubro 03, 2006

E esta, hein?

Se o grande Fernando Pessa ainda fosse vivo esta seria, seguramente, mais uma "estória" que ele gostaria de contar.

Este está a ser um ano fértil em acontecimentos estranhos e, depois de golos com a mão, de golos marcados por apanha-bolas, de bolas que entram e não contam, de bolas que contam e não entram, há mais uma que nunca tinha visto.

E se um treinador se demitisse no intervalo de um jogo oficial? Impossível? Nada é impossível no mundo do futebol.

Sem mais atrasos, com licença do "Mais Futebol", aqui fica o caso insólito.

Tudo aconteceu na Suíça, se a moda pega...

segunda-feira, outubro 02, 2006

"Pôr toda a carne no assador" (*)

O Benfica venceu (goleou) o Desportivo das Aves por 4-1 em jogo da jornada 5 da Liga e pode ter iniciado a recuperação futebolística e anímica. Foi pelo menos isso que disse Nuno Gomes na "flash interview" da Sporttv.

Pela primeira vez esta época vi um Benfica atacante (mesmo sem ter feito muitos remates), pressionante e a trocar a bola em progressão entre os jogadores.

Claro que o adversário era fraquinho (a continuar assim, o Aves do professor Neca vai direitinho de volta para a Liga de Honra), mas o facto de Fernando Santos ter arriscado (dois avançados, dois alas, dois laterais ofensivos e apenas um médio defensivo) parece ter resultado neste jogo da Luz.

No entanto, percebeu-se perfeitamente que a equipa não está forte psicologicamente, deu duas baldas defensivas ao Aves e tremeu depois do "frango" do Quim.

Pela positiva, destaque especial para dois jogadores: Paulo Jorge (tem vindo a surpreender e a ser um dos melhores do Benfica) e Karagounis (belo jogo até como "trinco").

Curioso também o facto do técnico, após a saída de Simão, ter voltado a ensaiar a táctica de "4-4-2 losango".

Seja como seja, não vale a pena embandeirar em arco e passar do "8 para o 80", como é característico dos portugueses.

As grandes equipas fazem-se com resultados e exibições consistentes e vitórias consecutivas. De nada vale aos "encarnados" este triunfo se não continuarem a ganhar.

As lacunas do plantel continuam lá e as dúvidas em relação a Fernando Santos também, mas não deixa de ser positivo que o técnico tenha sabido alterar e arriscar. Pode ter sido só pela pressão dos lenços brancos, mas o certo é que a equipa jogou bom futebol em alguns períodos do jogo.

Alguns dados ficam deste jogo: pelo menos em casa, o Benfica não pode ter medo de atacar, deve jogar com laterais ofensivos, apenas um trinco e dois pontas de lança.

(*) Esta frase celebrizada por Quinito foi colocada em prática por Fernando Santos ao ver-se empatado com o Aves ao intervalo.

domingo, outubro 01, 2006

Péssima semana europeia

Seis jogos, dois empates, quatro derrotas e, portanto, zero vitórias - a este ritmo vamos rapidamente perder a terceira equipa na Champions.

Se a época terminasse agora, Portugal terminaria a época em 16º posto e perderia a actual posição no ranking da UEFA.

O melhor resultado da semana foi do Sporting que, apesar das dificuldades e dos sustos, empatou fora de casa.

O Vitória de Setúbal, já condenado à partida foi à Holanda sacar um empate, também no estrangeiro.

Benfica e FC Porto perderam os duelos luso britânicos, resultados normais, apesar de preocupantes exibições.

O Nacional tinha perdido na primeira mão pela diferença mínima, chegaram a sonhar, mas não aguentaram a pressão e sucumbiram no prolongamento.

Já o Sporting de Braga tremeu, mas não caiu. Depois de uma vitoria por 2-0 na primeira mão, os arsenalistas sofreram para conseguir chegar, pela primeira vez, à fase de grupos. O golo de Wender no prolongamento deu aos bracarenses uma derrota com sabor a vitória.

Esperemos que, na próxima ronda, reduzidos a quatro equipas, os resultados sejam bem melhores. Têm mesmo que ser...