quinta-feira, maio 25, 2006

O Maestro

Agora já não há dúvidas: Rui Costa vai mesmo ser jogador do Benfica na próxima época e vai ser apresentado esta quinta-feira na Luz - notícia confirmada e avançada pela RR às 23h58.

O "maestro" está assim de regresso ao clube que o formou depois de sete anos na Fiorentina e cinco no AC Milan.

Depois deste "introito" deixem-me pôr as "cartas na mesa": sou favorável ao regresso de Rui Costa ainda como jogador.

Sim, eu sei que tem 34 anos, que já não aguenta o ritmo de três jogos por semana, que já não aguenta 90 minutos ao mesmo alto nivel, que não gosta muito de defender, que - se calhar - não vai gostar se tiver que ficar no banco em algum jogo.

Mas também sei que Rui Costa é, ainda, um grande jogador, sei que quando jogar vai jogar bem, sei que vai trazer experiência e carisma a um plantel com poucos jogadores experientes... e ainda, sei que vai trazer adeptos ao estádio e, já agora, ajudar a fazer dinheiro.

Se Fernando Santos e os capitães de equipa conseguirem voltar a unir o plantel como estava na época passada, Rui Costa pode ser uma grande ajuda.

Mas atenção, ainda mais importante que o "10", vai ser saber-se quem dos fundamentais vai ficar e quem vai ser contratado para equilibrar o plantel, de molde, a dar-lhe opções válidas para todas as posições.

quarta-feira, maio 24, 2006

Entrada com o pé esquerdo

A selecção de "esperanças" sofreu ontem uma derrota "sem espinhas" frente à França na primeira jornada do Campeonato Europeu de Sub-21.

O domínio francês foi tal que o resultado até foi escasso, dada a qualidade da exibição gaulesa, especialmente no primeiro tempo.

Foi a vitória (clara) do colectivismo contra o individualismo luso. O chutão para a frente e as arrancadas individuais foram mais que muitas e sempre sem efeitos práticos.

Não sei se foi excesso de euforia, nervosismo colectivo ou desmotivação de alguns, o certo é que a equipa das "quinas" não jogou aquilo que pode e sabe.

Eu não estava no "80" antes do Euro, mas também não passei para o "8".

Continuo a acreditar, espero é que a equipa se concentre, aproveite o factor casa, e volte a ganhar a força colectiva que demonstrou na qualificação.

Aposta ou "às postas"?

Depois de Sporting e FC Porto e ao que parece Vitória de Setúbal e Sporting de Braga, agora é o Benfica que se prepara para acabar com a equipa B.

São várias as justificações dos clubes: questões financeiras (quanto custa sustentar um outro plantel de 25 jogadores), questões desportivas (falta de competitividade nas divisões inferiores que não permitem que os jogadores jovens evoluam) e questões administrativas (as regras não permitem que os "B" cheguem à Divisão de Honra).

Acredito que sejam razões válidas e que devem ter sido devidamente ponderadas pelas administrações das SAD respectivas.

No entanto, pessoalmente, não concordo com esta decisão e não aceito estas justificações, pesados os prós e contras.

Um clube como o Benfica e um país como Portugal, que não nadam em dinheiro, têm que apostar nos jovens e na promoção dos seus miúdos para continuar a facturar e a evoluir.

No caso dos "encarnados" a decisão é ainda mais estranha por duas razões: primeiro porque nunca esteve em posição de subida para os campeonatos profissionais (e portanto não se pode queixar dos regulamentos) e, em segundo lugar, ao que parece, vão trocar o "Benfica B" (que está na II Divisão B) pelo regressado Alverca (da III), outra vez como "satélite".

Isto tudo numa altura em que, finalmente, está operacional o Centro de Estágio do Seixal e, por outro lado, se estão - bem - a realizar protocolos com vários pequenos clubes em Portugal e no estrangeiro.

De que vale apostar numa "maternidade", se se afastam as "mães"? Estranho.

O que vão os dirigentes fazer com os miúdos que estão na equipa secundária, alguns dos quais já contratados para esta época? Fica a pergunta.

PS: Num post anterior pedi o reforço da estrutura com a entrada de um coordenador técnico para as camadas jovens, pelo contrário, ao que parece nem esse homem vai aparecer e ainda cortam as vazas a Carraça.

segunda-feira, maio 22, 2006

"Santos da casa não fazem milagres"

Fernando Santos é o novo treinador do Benfica, notícia que apanhou 99% dos benfiquistas surpresos e de "boca aberta".

Eu ainda não estou recuperado do choque e, seguramente, o engenheiro não era a minha primeira escolha, nem a segunda, nem a terceira...

O senhor engenheiro já esteve, entre outros, no FC Porto e no Sporting e só nos “dragões” venceu (1) um campeonato em três épocas.

Mas, pior que os resultados fraquinhos, o que mais dúvidas me deixa no treinador Fernando Santos é, por um lado, a falta de pulso e a falta de carisma para comandar um plantel e, por outro, a instabilidade táctica e o esquecimento do banco.

Sinceramente, o que me parece é que o também ex-técnico de Estoril, Estrela da Amadora, Panathinaikos e AEK vai ser uma mistura de José Peseiro com Ronald Koeman... e isso não é nada positivo.

Espero, obviamente, estar enganado e estou preparado para dar o “braço a torcer”.

A primeira boa notícia que Fernando Santos me daria era a de não destruir (ou ver destruir) o plantel actual: vendas minimalistas (como nas últimas duas épocas) e poucas contratações, mas boas (jogadores que venham “somar” e equilibrar o grupo).

A segunda boa notícia era o treinador, ao contrário dos dois antecessores, apostar nas camadas jovens.

A terceira boa notícia era, desde logo, perceber qual o “plano A” e o “plano B” táctico da equipa.

PS: Digam o que disserem, não acredito que o falsamente chamado “engenheiro do penta” tenha sido a primeira escolha do Benfica.

quinta-feira, maio 18, 2006

Barça

O Barcelona, favorito incontestado, cumpriu o que dele se esperava e ganhou a Liga dos Campeões.

No entanto, o triunfo de Paris não foi fácil com o Arsenal a vender muito cara a derrota..

Com um Ronaldinho em sub-rendimento (se isso é possível), um Van Bommel apagado e um Oleguer com grandes dificuldades, os catalães sentiram dificuldades em pegar no jogo.

Aliás, foram os “gunners” as duas primeiras oportunidades, com Thierry Henry endiabrado que só não conseguiu bater o guarda-redes Valdez (grande exibição).

Depois veio o lance do jogo, com o árbitro como protagonista, a expulsar Lehman e a não validar o golo do Barça.

A partir daqui, o Arsenal encolheu-se, uniu-se na defesa, marcou de bola parada por Sol Campbell, e dificultou muitíssimo a vida ao Barça, apesar de ter jogado cerca de 70 minutos em vantagem numérica.

A equipa catalã ganhou o jogo também nas substituições, com Rijkaard a fazer entrar três que “somaram”, ao contrário de Wenger que não conseguiu aguentar a equipa.

No último quarto de hora, só deu Barça e deu-se a reviravolta justa. Ganharam os melhores.

Feitas as contas finais da UEFA: Espanha – 2 Inglaterra – 0

Geração Benfica

Numa altura em que o Benfica procura treinador para a equipa principal, convém que a administração da SAD não perca de vista todo o futebol do clube.

Não basta, por isso, encontrar um “mister” competente, com provas dadas, e que, de preferência, conheça os “encarnados” e o campeonato luso.

Parece essencial que seja também contratado um coordenador para todas as camadas jovens: experiente, conhecedor e com “carta branca” para avaliar e dar uma identidade às equipas desde os “BB” até às escolas.

Aqui, arrisco três nomes com curriculo nesta área: Nelo Vingada, Agostinho Oliveira ou Rui Caçador.

A equipa da Luz tem que restruturar todo esse departamento para poder rentabilizar os miúdos que tem.

Por exemplo, onde estão os juniores que foram campeões de juniores há duas épocas? Onde estão os atletas que subiram a equipa B à segunda divisão? Porque não aproveitou Koeman as camadas jovens? Será que, em três anos, só Manuel Fernandes era “aproveitável”?

Se calhar sim, se tivermos em consideração a última lista de convocados da selecção Sub-18. Em 26 jogadores, nem um do Benfica.

Preocupante...

quarta-feira, maio 17, 2006

Clube Scolari

A convocatória de Luiz Felipe Scolari tem vários ângulos de análise, todos eles discutíveis. Mas, vendo bem, a lista não tem novidades.

Nota prévia

O técnico brasileiro trabalha na selecção como se fosse um clube e, assim sendo, depois de ter encontrado o grupo de trabalho em 2004, só o altera se for obrigado.

É neste princípio que jogadores como Costinha, Maniche, Nuno Valente, Quim e até Hugo Viana são chamados, independentemente do que estejam a fazer nos seus clubes.

É também graças a este factor que jogadores como Tonel, Miguelito, Pedro Mendes ou João Tomás não foram convocados.

O Euro Sub-21 foi outro factor condicionador das escolhas do técnico. Ficou claro que Scolari não contou com Moutinho e Quaresma devido às “esperanças”.

Face a estes pressupostos vamos à análise.

O que fez Scolari

Na baliza, para além de Ricardo e Quim, chamou Bruno Vale (titular das “esperanças”), tal como tinha feito em 2004 com Moreira, em detrimento de Paulo Santos.

Na defesa, a dúvida era: “Quem vai ser o substituto de Jorge Andrade?”. Das opções disponíveis (Tonel, Ricardo Rocha, Nunes), Scolari escolheu Ricardo Costa, precisamente o que tem menos minutos, mas o que mais jogos tem nas selecções desde os jovens (mais uma vez “o grupo”).

No meio-campo, sabendo-se das polémicas chamadas de Costinha e Maniche, a dúvida era saber quem ia ser o suplente de Deco (João Moutinho ou Hugo Viana). “Ganhou” o segundo – novamente o mais experiente, apesar de menos rodado.

No ataque, mais uma dúvida: Quem seria o quarto extremo: Boa Morte ou Quaresma. Lugar para o primeiro, outra vez, pela mesma razão, tem mais jogos, participou na qualificação, está mais integrado.

Posto isto, Luiz Felipe Scolari tem um grupo restrito de jogadores (como um clube) e deles não abdica, independentemente do que estiver a acontecer à sua volta, independente da forma dos “seus” jogadores e dos “outros” que possam aparecer.

Análise

Esta forma de trabalhar de Felipão tem, claro, vantagens e inconvenientes:

O facto de ter um grupo fechado, cria espírito de grupo, moraliza os jogadores, dá-lhes confiança e “obriga” os “eleitos” a seguirem as indicações do técnico “até à morte”. Exemplos disso: a defesa que foi feita por Ricardo ou Costinha (precisamente dois dos mais criticados em alturas diferentes).

Não conheço nenhum outro técnico que defenda tanto os seus jogadores e isso trás, obviamente, efeitos positivos.

Por outro lado, o autismo, cegueira, do “mister” é injusto para os jogadores que apareçam em forma. Que motivação têm esses atletas para continuar a trabalhar e evoluir se souberem que o treinador nem sequer procura alternativas e vai aos jogos observá-los.

Já agora, deixo mais duas achas para a fogueira em jeito de pergunta: era melhor ter Quaresma e Moutinho suplentes nos “AA” ou titulares nos Sub-21? Não seria preferível ter os jogadores em melhor forma, independentemente de fazerem ou não parte do “Clube Scolari”?

Claro que as ausências de Quaresma e Moutinho tiram magia à selecção e deixam a equipa muito dependente de Cristiano Ronaldo e Deco. Se houver algum "azar"...

Se o homem quer convocar só e apenas os integrantes do “Clube Scolari”, isso é lá com ele... depois responde é pelos resultados que conseguir ou não conseguir.

Deixo aqui um caso, se calhar, O caso da selecção: Costinha. Não estando a jogar, não seria convocável, quem seria chamado? Custódio ou Raul Meireles das “esperanças”, Luís Loureiro que chegou a ser chamado, uma adaptação (tipo João Paulo), um “remendo” (tipo Manuel Fernandes que é um “8”) ou um trinco de uma equipa pequena que nunca tenha sido convocado (os caceteiros Tiago ou Flávio Meireles). Enfim, não seria fácil.

Vamos ver se nos entendemos, o currículum de Scolari fala por si, ele tem total legitimidade para escolher quem quiser... Eu até acabo por perceber a ideia, mas acho que é uma teoria que deveria ser aplicada num clube e não numa selecção.

O que faria eu?

Confesso que teria feito três ou quatro escolhas diferentes nos “23”, mas também compreendo que nem em todas as posições há muitas opções.

Em vez de Ricardo Costa, Tonel. Se o argumento é a polivalência então levaria Ricardo Rocha.

Em vez de Hugo Viana, João Moutinho

Em vez de Boa Morte, Quaresma

Em vez de Postiga, João Tomás

Depois, a minha maior dúvida: Costinha, Pedro Mendes poderia entrar e, no caso de ser necessário um segundo trinco, avançaria Fernando Meira.

Posto isto, não vale a pena bater mais no ceguinho, as escolhas estão feitas e agora é esperar...

Apesar de tudo, uma coisa é certa: estes 23 são, em teoria, mais fortes dos 23 que estiveram no Oriente.

segunda-feira, maio 15, 2006

"A cereja no topo da bola" (*)

Como se esperava, o FC Porto venceu a Taça de Portugal e conquistou a "dobradinha" na época 2005/06.

É a 13ª Taça de Portugal e a quinta dupla do historial dos "dragões".

A vitória "azul e branca", no Jamor, foi justa, com mais um golo de Adriano, após assistência de Quaresma, mas o Vitória (que defendia o título) vendeu cara a derrota.

O FC Porto dominou a maior parte do tempo, criou uma mão cheia de oportunidades e - apesar de ter apresentado o "11" mais ofensivo da época - voltou a falhar na concretização.

Do lado sadino destaque para o guarda-redes Rubinho, apesar do falhanço em alguns cruzamentos, e para Carlitos, "renascido das cinzas".

Nota final para Co Adriaanse, que conquistou o segundo título da época, e o dedicou aos adeptos, mas especialmente aos pais que morreram há poucas semanas no espaço de dois dias.

(*) Frase ouvida na Sporttv

domingo, maio 14, 2006

Balanço – Despromoções

Penafiel, Guimarães, Rio Ave e Belenenses foram os quatro clubes despromovidos na Liga.

Entre os “eleitos” estão dois históricos do campeonato português (Belenenses e Guimarães), clubes com grandes tradições e massas adeptas “intensas” (especialmente os minhotos).

Ainda hoje estou a tentar perceber o que aconteceu para clubes com as estruturas destes dois descerem de divisão. Assim se prova também que os orçamentos não ganham jogos.

Aliás, sou de opinião que o Vitória tinha equipa para lutar pela Europa: Geromel, Cleber, Paito(!), Svard, Otacílio, Neca, Benachour, Paulo Sérgio, Targino, Wesley, Antchouet, Saganowsky, entre outros, são jogadores de qualidade que deveriam conduzir o clube calmamente ao quinto, sexto lugar da tabela.

Então, o que aconteceu: demora na construção do plantel, equipa desequilibrada (defesa com poucas opções, meio campo sem extremos), treinadores com filosofias completamente opostas e, ao que parece, empresários metediços.

Do lado da turma do Restelo parece-me que o mais grave (para além dos ordenados em atraso) foi a precipitação no despedimento de Carlos Carvalhal e a falta de um avançado que pudesse compensar a ausência de Meyong na Taça de África.

Claro que, para a próxima época, estas duas equipas não têm outra hipótese que não seja subir de divisão, mas a coisa não vai ser fácil, dada a tremenda concorrência que todos os anos acontece na II Liga.

O Rio Ave foi, desde o início, uma das equipas que eu apontei como candidata à descida, tal como Naval, Paços de Ferreira e Gil Vicente, e, por isso, não me surpreendeu.

Do Penafiel, destaco o profissionalismo de todo o grupo de trabalho (desde o presidente aos jogadores, passando pelos jogadores). Luís Castro é um bom “mister” mas, claramente, não conseguiu suprir as baixas no plantel do ano passado. As lesões também não ajudaram.

E pronto… assim aconteceu.

Apito final na época 2005/06, o futebol regressa oficialmente lá para Agosto.

Chefe… mas pouco (*)

Foram esta noite conhecidos os 22 convocados da selecção de “esperanças” para o Europeu da categoria.

Analisando a convocatória de Agostinho Oliveira, que certamente passou pelo crivo do Chefe Scolari, assaltam-me algumas ideias.

· Portugal tem o dever e a obrigação de se apresentar na maior força possível, neste torneio organizado em casa.
· Obviamente que jogadores como Quaresma e João Moutinho são grandes reforços para as “esperanças” mas, se a ideia era dar todas as condições aos miúdos, então Cristiano Ronaldo deveria ter sido chamado.
· Pelo que se percebe, Hugo Viana vai ser convocado para a Alemanha e a minha pergunta é: o que é que ele jogou no último ano para merecer tal honra? Será que, por exemplo, João Moutinho não merecia mais essa convocatória?
· Havendo coincidência de datas entre o Europeu de Sub-21 e o Mundial de seniores (erro claro da FIFA), a prioridade tem que ser, sempre, a selecção principal.
· Será que Luiz Felipe Scolari ainda vai fazer a surpresa de “repetir convocatórias”, ou seja, será que vai haver “repetentes” (como aconteceu com Moreira em 2004)?
· Entretanto, não há um único lateral esquerdo de raiz entre os convocados.

Aqui estão eles:

GUARDA-REDES: Bruno Vale, Daniel Fernandes e Paulo Ribeiro.

DEFESAS: José Castro, Semedo, Nelson, Morais, Pedro Ribeiro e Rolando.

MÉDIOS: Bruno Amaro, Custódio, Diogo Valente, João Moutinho, Manuel Fernandes, Raul Meireles, Filipe Oliveira, Nani e Quaresma.

AVANÇADOS: Hugo Almeida, Lourenço, Ricardo Vaz Tê e Varela.

O Campeonato da Europa de Sub-21 vai decorrer entre os dias 23 de Maio e 4 de Junho.

PS1: Espero que esta polémica entre Agostinho Oliveira e Scolari não vá acabar com a saída do técnico português da Federação.

PS2: Se, por acaso, Portugal tiver um mau resultado neste Euro, será que é o treinador brasileiro que vai assumir as responsabilidades enquanto "Chefe dos Sub-21"?

(*) Lapidar a declaração do jogador Rolando que diz que o seu chefe é Agostinho Oliveira e que nunca viu Scolari junto da equipa.

sexta-feira, maio 12, 2006

Balanço - Europa

Terminou a Liga e foi o Braga que voltou a ganhar o "campeonato dos pequenos" pelo segundo ano consecutivo. Quem também vai à Europa é o Nacional da Madeira.

A "fava" calhou ao Boavista que, mais uma vez, "morreu na praia" e ficou no sexto lugar da classificação no campeonato.

Face ao que aconteceu nas quatro linhas durante as 34 jornadas, os resultados foram justas e vai à Taça UEFA quem merece.

Curiosamente, os dois clubes felizardos e o que ficou de fora vão mudar de treinador.

Faz alguma confusão a decisão da SAD bracarense de abdicar do professor Jesualdo Ferreira (depois de três anos e meio de trabalho e três idas à UEFA), naquele que é um passo bem arriscado, mas o sortudo acaba por ser a turma "axadrezada" que aproveitou a "oferta".

Os "insulares" também não conseguiram a renovação do técnico Manuel Machado, que decidiu regressar ao Continente, depois de dois anos a conduzir as suas equipas à Europa.

A primeira volta do Nacional chegou mesmo em aberto a hipótese da equipa sonhar com "voos mais altos" e que levaram até o presidente do clube a produzir declarações, no mínimo, precipitadas.

Ao que parece Machado vai, agora, tentar revigorar a Académica enquanto para a Madeira segue Carlos Brito, que deixou o Bessa.

Quem também vai jogar as competições europeias pelo segundo ano consecutivo, por via da Taça de Portugal, é o Vitória de Setúbal.

Depois de uma época muito complicada, com ordenados em atraso, saída de treinador e alguns jogadores, reconstrução do plantel e estreia de um técnico, o oitavo lugar final e a repetição da presença no Jamor já é um prémio merecido.

Em breve... as despromoções.

"Bola de Prata"

Final de época... Aqui ficam também as minhas escolhas:

JOGADOR: Lucho
CONFIRMAÇÃO: João Moutinho
REVELAÇÃO: Manu
DECEPÇÃO: Robert
TREINADOR: Jorge Jesus
CONFIRMAÇÃO: Manuel Machado
REVELAÇÃO: Paulo Bento
DECEPÇÃO: Couceiro e Pontes

quinta-feira, maio 11, 2006

Balanço – título

Como normalmente acontece, a classificação da Liga é, no final das contas, justa e, assim sendo, a vitória do FC Porto não merece contestação.

Há grande mérito de Co Adriaanse – que foi teimoso, manteve as suas ideias e melhorou os seus jogadores – mas também é justo dizer que os “dragões” tinham o melhor plantel.

Helton, Pepe, Paulo Assunção, Lucho, Quaresma e Adriano foram os principais responsáveis, dentro de campo, pelos triunfos.

Apesar de alguns percalços (especialmente na Champions), os “azuis e brancos” preparam-se para uma “dobradinha”.

O Sporting terminou no segundo lugar, depois de uma boa recuperação no campeonato, por culpa de Paulo Bento.

Os “leões” ganharam consistência, estabilidade e os resultados foram aparecendo.

A “verde esperança” terminou em casa na derrota frente ao FC Porto, mas o segundo posto foi garantido com alguma tranquilidade.

Para a próxima época a responsabilidade aumenta e vem aí a Liga dos Campeões.

No Benfica esta foi uma época com mais baixos que altos. O terceiro lugar no campeonato é um mau resultado e a SuperTaça não serve, obviamente, de compensação.

Por outro lado, a eliminação da Taça de Portugal em casa não ajudou e o sonho da Liga Milionária não pode servir para disfarçar uma época cinzenta.

Ronald Koeman perdeu o balneário em Janeiro e a equipa, em vez de melhorar, piorou... e, por isso, o técnico saiu.

Em breve a Europa e as Despromoções.

11 x 11

Terminou a Liga 2005/2006 e esta é a altura certa para fazer os habituais balanços da época.

Vou começar por escolher os dois melhores "onzes" (um só com "grandes", outro só com "pequenos"):

GUARDA-REDES: Hélton - Marcos
DEFESA DIREITO: Abel - Manuel José
DEFESA CENTRAL: Pepe - João Paulo
DEFESA CENTRAL: Luisão - Van der Gaag
DEFESA ESQUERDO: Leo - Miguelito
MÉDIO TRINCO: Paulo Assunção - Andrés Madrid
MÉDIO BOX-TO-BOX: Lucho - Júnior
MÉDIO DIREITO: Quaresma - Edson
MÉDIO OFENSIVO: João Moutinho - Benachour
MÉDIO ESQUERDO: Simão - Manu
AVANÇADO: Liedson - Saganowsky

quarta-feira, maio 10, 2006

“Esperanças”

Ao que parece Luiz Felipe Scolari já escolheu os 23 jogadores que vão ao Mundial da Alemanha.

O facto de ele ainda não ter revelado quem são os eleitos, isso é lá com ele, mas parece-me que, pelo menos, uma pessoa já deveria conhecer a lista.

Por uma questão de profissionalismo, por uma questão de boa gestão, por uma questão de eficácia, por uma questão de amizade, por uma questão de respeito… Agostinho Oliveira já tinha que saber quem vai à fase final do Mundial.

O técnico das “esperanças” merecia, por todas as razões e mais uma (o facto de jogar em casa), preparar o Europeu sub-21 nas melhores condições possíveis e sabendo, antecipadamente, com quem pode contar.

É que – é bom não esquecer – estamos a falar de uma boa mão cheia de jogadores que podem dar o contributo às duas selecções (e já nem estou a falar de Cristiano Ronaldo).

Bruno Vale, Raul Meireles, Hugo Viana, João Moutinho, Quaresma e Hugo Almeida são os seis que, em minha opinião, por uma razão ou por outra, aspiram chegar já aos “AA”.

Aliás, na minha escolha, João Moutinho e Quaresma teriam já – de caras - carimbado o passaporte para a Alemanha.

Scolari está a gerir mal este dossier e Agostinho Oliveira não merecia.

terça-feira, maio 09, 2006

Já está

O PSV veio mesmo buscar Ronald Koeman ao Benfica e ainda pagou por cima. Os sócios e adeptos "encarnados" estão agradecidos ao clube holandês.

Parece-me, como já escrevi, que Koeman não tinha condições para continuar e, por isso, aplaudo a decisão.

Agora, no entanto, é necessário calma e ponderação: é verdade que a época não correu bem (apesar da Liga dos Campeões), mas não se pode pensar que é necessário reconstruir tudo.

A SAD tem (algum) tempo para contratar o técnico e tem que o fazer bem. Depois não se pode "vingar" no plantel.

O Benfica tem que manter a estratégia que resultou nos últimos anos (aguentar a estrutura base da equipa, vender - no máximo - um titular, e conseguir 4/5 reforços que "somem").

Os "encarnados" não podem perder cinco ou seis titulares de uma vez só e comprar um "camião" de jogadores, a maioria de duvidosa qualidade.

Claro que sendo estrangeiro (obrigatoriamente), convinha que o novo "mister" conhecesse o Benfica e o futebol português. Com este perfil, são poucas as opções...

sábado, maio 06, 2006

Infelicidades, vulgaridades e "gravidades"

Nota Prévia: Alguém que me disse que os sportinguistas podem estar descansados quanto à Champions porque está tudo tratado para o Benfica não ganhar ao Paços de Ferreira. Será verdade? (*)

Está ao rubro a luta pelo segundo lugar na Liga, a disputa já começou fora de campo e com alguns contornos graves.

Depois das infelizes declarações de Ronald Koeman sobre os estranhos golos de Vila do Conde, surgiu um comentário também ele infeliz de Liedson.

Como se isto não bastasse, os dois presidentes dos clubes decidiram apimentar ainda mais a discussão com resposta e contra-resposta.

Luís Filipe Vieira chamou ao "levezinho" um "vulgar jogador" e Filipe Soares Franco truncou essas declarações ao dizer: "Se ele é vulgar o que dizer do plantel do Benfica".

Do presidente do Benfica são conhecidas as dificuldades no domínio da língua portuguesa, o que não se esperava era que o doutor/gestor Soares Franco não soubesse a diferença entre "vulgar jogador" e "jogador vulgar".

(*) Esta é a minha primeira incursão (e espero que última) pelo lado "escuro" do futebol portuguÊs. Espero, sinceramente, que seja só um boato.

quarta-feira, maio 03, 2006

A regra e a excepção

Eu sou a favor que os treinadores cumpram os seus contratos e, também por isso, dificilmente aceito uma "chicotada psicológica" (*).

Ao que parece, os holandeses do PSV estão interessados em contratar Ronald Koeman para o lugar de Guus Hiddink que decidiu ir treinar a Rússia.

De recordar que, neste caso, os dirigentes "encarnados" têm mantido um discurso coerente: "Koeman tem mais um ano de contrato, o Benfica não despede nem indemniza treinadores".

O clube da Luz tem duas hipóteses: ignora a oferta e mantém o holandês, cumpre o contrato e arrisca mais uma época; ou aceita este "brinde", transfere o técnico, ganha uns trocos e encontra novo "timoneiro" para a sua equipa de futebol.

Os defensores de Ronald Koeman no Benfica lembram que os seus comandados fizeram mais pontos que a equipa de Trapattoni no campeonato, ganharam duas vezes ao FC Porto e, ainda mais importante, fizeram uma boa campanha na Liga dos Campeões.

Estes são, obviamente, argumentos válidos que devem ser levados em consideração numa análise séria da situação mas há, no entanto, o outro "reverso da medalha".

A instabilidade táctica e exibicional, a dificuldade em "ler" o jogo e fazer substituições, a falta de comando e de solidariedade do grupo de trabalho em algumas situações...

Tudo isto junto levou a que a equipa não tivesse ganho nada e - não me lixem - isso é o que realmente interessa.

Resumindo, se alguém me perguntasse, eu diria que a decisão correcta seria: aceitar a proposta do PSV, escolher um novo "mister" depressa e bem e começar a preparar a nova época de maneira a ter um plantel mais forte e mais equilibrado.

(*) No entanto, todas as regras têm excepção...

terça-feira, maio 02, 2006

Dois em um

Mais uma vez Ronald Koeman voltou a errar e, desta vez, duplamente: primeiro dentro de campo, depois na sala de imprensa na Luz.

Vamos por partes:

Primeiro, não se percebe porque razão Ronald Koeman mudou a táctica habitual e, pior que isso, jogou com uma estratégia a que os jogadores não estão nem habituados (treinados) nem têm características para tal.

Segundo, independentemente do "castigo" a Robert e Geovanni (que desconheço e, por isso, não discuto), não entendo porque jogou Marco Ferreira e não Nélson (se está lesionado não devia ter sido convocado), porque jogou Manduca nas costas de Miccoli e não nas alas, porque jogou Beto e não Karagounis no meio-campo e, já agora, porque jogou o italiano sozinho na frente.

Terceiro: se está a fazer testes para a próxima temporada faz mal: ainda havia dois jogos oficiais para fazer e ganhar, as experiências fazem-se na pré-temporada e em jogos particulares.

Quarto, já na sala de imprensa, Koeman fez declarações infelizes sobre o jogo do Sporting e os profissionais do Rio Ave.

Porque, das duas uma: ou tem a certeza de que se passou alguma coisa e isso é grave e tem que ser provado ou foi só uma declaração em desespero de causa e, portanto, escusada e demonstrativa de que o técnico holandês não está a aguentar a pressão.

No mínimo, Ronald Koeman deveria pedir desculpa aos profissionais do Rio Ave que estão a lutar galhardamente pela permanência.

Estas são mais duas manchas no curriculum de Koeman na Luz, mas continua a ser garantido pelos dirigentes que o treinador se vai manter. Enfim...

segunda-feira, maio 01, 2006

The special one

José Mourinho confirmou o segundo título consecutivo do Chelsea na Premier League (o seu quarto depois de dois no FC Porto).

Logo desde o início do campeonato inglês que se esperava a vitória dos "blues", tal o arranque demolidor da "equipa dos portugueses".

Depois, segundo Mourinho, por "desmotivação", a equipa perdeu gás e deixou o Manchester United recuperar até aos nove pontos de atraso.

Realmente, a equipa de Stamford Bridge fez alguns jogos abaixo do que seria aceitável e vários jogadores estiveram, durante toda a época, abaixo do que podem e sabem fazer: por exemplo Duff e Robben.

No entanto, quando suou o alarme e foi preciso, o Chelsea voltou às vitórias e, este fim-de-semana, frente ao principal adversário, não deu a mínima hipótese. Grande exibição, defesa irrepreensível, pressing constante no meio-campo.

Mourinho voltou a demonstrar toda a sua valia e, agora, até pode tornar a bater o recorde de pontos que tinha alcançado na época passada.

Ficam, no entanto, dois amargos de boca - independentemente da valorização ou não que é feita pelos media ingleses -: um é a Taça de Inglaterra (único título que lhe falta) e outro a Liga dos Campeões (seguramente a prioridade das prioridades na próxima época).

Mantendo a estrutura fortíssima do plantel e mais quatro jogadores [um extremo que jogue nos dois flancos (Simão), um médio criativo (Ballack), um defesa (depende da "posição" de Gallas) e um avançado (Schevchenko seria a primeira opção)] pode continuar o domínio interno e a conquista europeia.

Dinheiro a Abramovich não falta, sabedoria a Mourinho também não