terça-feira, novembro 29, 2005

O elo mais forte


Se havia dúvidas, Paulo Bento parece ter ganho o “balneário” do Sporting ao mostrar quem manda no plantel.

Apesar do risco, Liedson e Pinilla ficaram de fora das escolhas do técnico para a partida frente ao Guimarães.

Em relação ao “levezinho” não se sabe exactamente o que aconteceu desta vez, mas o certo é que o treinador, em mais uma das suas máximas, que prometem fazer “estória”, veio dizer que “o todo” é mais importante que “as partes”.

Também “Pinigol” teve direito a máxima: "diz-me como treinas que eu dir-te-ei como jogas". Está tudo dito…

A “coisa” podia ter corrido mal, mas o certo é que, Paulo Bento preferiu arriscar um resultado a deixar que umas (pseudo)-vedetas dominassem a situação.

Aqui, neste caso, Paulo Bento marca muitos pontos em relação ao antecessor.

Com Peseiro era um autêntico “regabofe” em toda a gente fazia o que lhe apetecia. Entre outros casos, houve até um jogador que se recusou (!) a participar numa partida (Polga contra o Nacional).

Vamos ver se os jogadores perceberam a mensagem, se os empresários dos atletas fazem o seu trabalho e se a situação acalma definitivamente. As vitórias também podem ajudar.

Por outro lado, vamos ver Paulo Bento aguenta a pressão e se mantém a aposta depois do primeiro mau resultado.

segunda-feira, novembro 28, 2005

“November rain” (*)


Este foi realmente um mês cinzento (como a camisola), quase dramático, para o Benfica: seis jogos sem vencer no mês de Novembro.

São quatro jogos para a Liga portuguesa (empate com a Naval, Rio Ave e Belenenses e derrota com o Braga) e dois para a Champions (derrota com o Villarreal e empate com o Lille) sem conseguir os três pontos da vitória.

A “série negra” coincidiu com a lesão do capitão Simão a que juntaram mais uma mão cheia de ausências em jogadores fundamentais (Moreira e Quim, Petit, Karagounis e Miccoli).

Estes maus resultados, que dificultam a vida dos “encarnados” no campeonato e na Liga dos Campeões, colocam bem à vista as lacunas do plantel do campeão nacional.

A dependência de Simão é imensa (a prova de que o “20” não podia ter saído no princípio de época e que será catastrófico se sair em Janeiro), a falta de opções de ataque é gritante, o erro de terem ignorado o terceiro guarda-redes está a custar caro, o “desaparecimento” de alguns jogadores nucleares nota-se (Geovanni está cá?).

A juntar a estes dados, a que se juntam alguns erros do técnico e das arbitragens (que não podem ser, nem uns nem outros, esquecidos ou escamoteados), há outras questões em relação ao grupo de trabalho que merecem análise.

O Benfica só perdeu Miguel e colmatou (muito) bem com Nelson, mas a maioria das contratações ainda não justificou a aposta: Micolli e especialmente Karagounis (duas mais valias) passam mais tempo “fora que dentro”; Karyaka não é extremo-esquerdo, nem aqui nem na China, e, portanto, apesar de ser bom jogador, é um erro de “casting”; Beto não pode jogar a extremo-direito e a “trinco”, a sua posição, apesar de esforçado, não é, de maneira nenhuma, comparável com Petit e Manuel Fernandes.

Para já, só Leo e Andersson confirmaram as credenciais com que vinham rotulados.

Entretanto, é preciso que os técnicos e dirigentes do Benfica, de uma vez por todas, percebam ou definam se jogadores como Carlitos, Bruno Aguiar e João Pereira servem ou não servem para jogar no clube da “águia”. É que, das duas uma, ou servem e têm que jogar quando os titulares estão em dificuldades, ou não servem e têm que ser “despachados”.

Por fim, os miúdos: o Benfica foi campeão de juniores há dois anos, o ano passado perdeu o título na última jornada, a equipa “B” subiu de divisão e desses jogadores pouco ou nada se fez.

Está o Manuel Fernandes a titular, o Hélio Roque tem sido chamado muito pouco e… mais nada.

No princípio da época a direcção renovou contrato com vários jogadores, foi contratada uma equipa técnica com um treinador “especialista” em jovens (Tony Bruins), foi prometido que ia ser dada especial atenção a esses jogadores mas, até agora…

Só se pode tirar uma conclusão: não há, apesar dos últimos resultados, bons jogadores nas camadas jovens do Benfica porque, se houvesse, seguramente que um dos pontas-de-lança e um dos extremos (pelo menos estes) já estariam a trabalhar com a equipa principal.

(*) o grave desta situação para o Benfica é que pode não ter fim à vista: as lesões ainda não estão debeladas, o calendário que se segue é difícil e, para a reabertura de mercado, ainda falta um mês. Será que Koeman aguenta?

domingo, novembro 27, 2005

Doente Federado

A partir de hoje o "Doente da Bola" faz parte da Federação de Blog de Futebol.

É com satisfação que damos este passo e nos associamos a alguns dos sites que já seguiamos diariamente.

Aprovamos esta Federação plural e democrática em que todos os adeptos podem ter voz e em que se discute tudo o que se passa dentro e fora das quatro linhas.

Aqui esperamos continuar a ver como, no futebol, 2 e 2 não são quatro e que um lance evidente para mim é um escândalo para outros.

Peço licença à FBF que me deixe, calmamente, ir actualizando o banner dos blogs federados e, ao mesmo tempo, exorto alguns amigos a aderirem.

sexta-feira, novembro 25, 2005

One of the Best

Só vi resumos, mas desde pequeno que ouço dizer maravilhas do George Best – jogador.

Aliás, o que ouvi dizer de bem deste "artista da bola" foi proporcional ao que ouvi dizer de mal fora de campo: que só gostava de copos, que se baldava aos treinos, enfim…

Há quem diga que é normal este comportamento. Os génios são assim e aos génios perdoa-se tudo.

Rapidez, finta curta e estonteante e, até remate fácil, eram alguns atributos do Best, que começou a dar um peso especial ao “7” dos “red devills”, que hoje é de Cristiano Ronaldo.

O que é certo é que este norte-irlandês é um dos que fica na “estória” não só do seu Manchester United, que apanhou o grande Benfica dos anos 60, mas do futebol europeu e mundial.

Para quem gosta de futebol, este é um dia triste. Obrigado Best.

quarta-feira, novembro 23, 2005

Não havia necessidade

Abel Xavier foi hoje suspenso pela UEFA por 18 meses por ter acusado doping num jogo internacional ao serviço do Middlesbrough.

A análise e a contra analise confirmaram a presença de um esteróide anabolizante de nome "dianabol".

O jogador sempre se disse inocente e defendeu a "existência de uma explicação" para o seu caso.

O que é certo é que a UEFA não foi em conversas e deu um castigo exemplar ao atleta português, que lhe deve te acabado com a carreira.

Não percebo como é que um jogador que jogou em todos os principais campeonatos do mundo (Espanha, Itália, Inglaterra, entre outros) se deixa vergar ao “doping”.

Com este curriculum (a que se junta a camisola das “quinas”), Abel Xavier tinha que saber sair pela “porta grande” e não pela “porta dos fundos”, sem dignidade.

Os jogadores têm que ter a capacidade de perceber quando estão no final da carreira e não andarem a arrastar-se em campo, muito menos com “ajudas exteriores”.

Apesar dos muitos penteados "à maneira" não tiveste cabeça. Não devias ter acabado assim... “Não havia necessidade”.

As lesões, as lacunas e os erros

Esta é uma situação que se tem arrastado há semanas no Benfica e que merece reflexão e, já agora, justificações.

As lesões de Simão e Miccoli e tudo o que se tem passado à volta destes casos não é normal e deveria ser bem explicado por quem de direito no Benfica.

O avançado italiano lesionou-se nos primeiros minutos da partida frente ao FC Porto, há mais de um mês, jogou cinco minutos frente ao Sporting de Braga e regressou à titularidade no jogo de ontem em Paris.

Depois de 40 minutos em campo e, após uma corrida, Miccoli voltou a ressentir-se e teve que sair.

Estava recuperado e foi azar? – como diz Koeman – ou não estava em condições de jogar?

Já o “capitão” lesionou-se no final do jogo da Taça de Portugal frente ao Leixões e, desde aí, tem andado intermitentemente entre o joga, não joga, recupera não recupera.

O que é certo é que, forçado ou não, sempre que Simão entra em campo desde esse jogo do Bessa não rende o que é habitual e, pior do que isso, fica fora dos jogos seguintes.

Simão precisaria de parar mesmo, recuperar a 100% e só então voltar ao nível a que nos habituou, para bem dele e do clube.

É certo que o “20” é um jogador fundamental no Benfica, mas a direcção do clube, a equipa técnica e a equipa médica não podem continuar a brincar com o atleta.

A estes dois casos estranhos, juntam-se ainda outros dois: Quim e Karagounis.

O guarda-redes foi operado a uma hérnia inguinal e – dizia-se – o tempo de recuperação era de nove dias. O que é certo é que, passadas várias semanas, o jogador continua a queixar-se de dores e está a jogar limitado.

Já o médio grego lesionou-se na partida frente ao Lille e desde aí tem-se arrastado em campo, sem conseguir “mostrar serviço”.

Os mesmos que se gabam que o Benfica tem o melhor departamento médico do país deveriam vir explicar estes quatro casos. O holandês preparador físico também deveria vir dizer de sua justiça.

As lacunas do plantel “encarnado” não podem servir para forçar os jogadores para além do limite.

Por favor, não se esqueçam do Mantorras. Um caso como este não se pode repetir.

Mal menor

O Benfica empatou a zero frente ao Lille na quinta jornada da Liga dos Campeões e adiou as decisões do grupo para a última jornada.

Agora, os “encarnados” “só” têm que ganhar ao Manchester United em casa. O jogo decisivo na Luz está marcado para dia 7 de Dezembro. Falaremos sobre este jogo decisivo mais perto do dia “D”.

Em relação jogo de ontem, o que é que se pode dizer?

Primeiro, ia morrendo de susto quando, por volta das 15 horas, fiquei a saber o “onze” que Ronald Koeman ia apresentar em França.

Não é possível, pensei eu, devo estar a ler isto mal. Umas horas depois, a confirmação.

Entretanto, começou o jogo e, resultado desta equipa, a defesa esteve quase irrepreensível (só me lembro de dois ou três sustos) mas, de ataque, “zero”. O único remate à baliza dos franceses foi de Mantorras, aos 94 minutos.

Como se podiam criar situações de perigo se não havia ninguém para alimentar os dois avançados, os únicos com tendências ofensivas?

Como é possível que o Benfica se acobarde desta maneira num estádio “português” em Paris? Foram sete defesas em 11, como se o Lille fosse a mais forte equipa do mundo.

É certo que o Benfica não tinha Simão (só isso é metade da equipa), Karagounis e Miccoli (que esteve, mas não esteve) e o plantel – devido às lacunas já conhecidas – não tem opções, mas ainda havia Geovanni e, especialmente, Karyaka que podiam e deviam ter jogado.

Este é mais um jogo da Champions em que fica a sensação de que os campeões nacionais não deram tudo o que podiam.

Conclusão voltamos à “máquina de calcular”… e eu tive vontade vontade de chorar por ver o Benfica a jogar (!?!) assim.

Nota final para a espectacular ajuda dos emigrantes que, quase encheram o "Stade de France", sempre apoiando o Benfica.

“Injecção assistida”

A Comissão Disciplinar da Liga de clubes instaurou um processo de inquérito a Nuno Gomes devido ao “gesto” no jogo frente ao Sporting de Braga.

De recordar que, após o terceiro golo dos arsenalistas, o “21” fez o gesto de injecção, insinuando que os jogadores do Sporting de Braga estavam dopados.

Há nesta “estória” dois pontos que merecem análise.

Primeiro, o lado do avançado do Benfica.

Das duas uma: ou o jogador tem a certeza do que está a dizer e tem que avançar com provas ou foi simplesmente um desabafo no “calor do jogo” e uma atitude desesperante de “mau perder” e, portanto, vai ter que rapidamente pedir desculpas públicas.

Agora, o lado da Comissão Disciplinar.

Se Nuno Gomes não apresentar provas, tem que ser castigado. Já houve no passado uma situação semelhante com Costinha que, ao serviço do FC Porto, foi castigado depois de um gesto. Este critério tem que ser mantido, independentemente dos jogadores em causa.

Posto isto, acho inacreditável que os senhores “juízes da bola” precisem de queixinhas de terceiros para actuar. Será que não têm olhinhos na cara?

Nota final para o FC Porto. Foram os “dragões” que fizeram queixa do, na altura, “capitão” dos “encarnados”. Ainda bem que os portistas estão atentos aos lances duvidosos. Fico à espera de ver o que vão fazer no futuro, mesmo em relação aos jogadores do próprio clube. Atenção que “quem anda à chuva, molha-se”.

terça-feira, novembro 22, 2005

Dia “D”

O Benfica joga esta terça-feira a quinta jornada do grupo “D” da Liga dos Campeões. O jogo é frente ao Lille e os “encarnados” jogam em “casa” no Stade de France.

À equipa de Koeman, na esperança de ainda evitar a máquina de calcular, só a vitória interessa.

Os campeões nacionais foram os únicos, até agora, a ganhar aos franceses na Champions (golo no último minuto de Miccoli), precisam de repetir o triunfo, mas não vai ser fácil.

As razões são várias e estão dos dois lados da barricada:

· o Lille está motivado (por resultados internos e externos), quer vingar-se da derrota da primeira volta, os jogadores são fortes fisicamente e rápidos no ataque
· o Benfica não tem Simão e não sabe se vai ter Quim, não tem equipa para “pegar no jogo” e está em “crise” após quatro jogos sem vencer

Posto isto, os “encarnados” têm que dar tudo por tudo, superar-se e esperar que os jogadores “nucleares” apareçam.

A defesa tem que recuperar a consistência que teve, por exemplo, em Manchester United, Villarreal e “Dragão”, Nelson tem que fazer um jogo à Nelson, os dois “trincos” têm que voltar a pegar na equipa, o “Soneca” tem que entrar em campo, Karyaka tem que “explodir” e os dois da frente têm que voltar a entender-se.

Estou consciente que estou a pedir quase o impossível, mas sonhar (ainda) não paga imposto.

Sem o “capitão” Simão, mas já com Miccoli, Koeman deve voltar ao 4-4-2, que deu bons frutos à equipa:

Quim (?); Nelson, Luisão, Andersson e Leo; Petit e Manuel Fernandes, Geovanni e Karyaka; Miccoli e Nuno Gomes.

Ao que parece, o técnico holandês tem dúvidas quanto ao defesa esquerdo (Ricardo Rocha pode ser titular).

Nota final para a “novela” Simão.

Não entendo como é possível que se ande a brincar com a saúde (física) de um jogador porque das duas uma: ou o “20” está lesionado e tem que parar de vez, ou não está e tem que jogar.

Agora, esta intermitência do joga, agrava lesão, não joga, recupera, joga, agrava lesão, não recupera, tem que parar.

O jogador acaba por se prejudicar a si próprio e ao clube.

segunda-feira, novembro 21, 2005

A ponta do iceberg

O futebol sénior do Farense, o clube mais representativo do Algarve dos últimos anos, fechou as portas. Há muitos clubes à beira do precipício.

Foi vertiginosa a queda do clube algarvio, que passou de uma presença na UEFA, para o desaparecimento em poucos anos.

É inexplicável como uma zona tão importante para o nosso país deixa cair um dos seus porta-estandartes.

Entretanto, a crise no nosso futebol agrava-se e alastra a outros clubes do país, de todas as divisões.

O primeiro a dar o sinal de alerta foi outro histórico: o Salgueiros e, já esta época, Vitória de Setúbal, Estoril, Ovarense, Marco têm tido problemas em pagar os salários.

Os atletas avançaram para pré-avisos de rescisão de contratos (alguns com sete meses de ordenados em atraso), mas, incrivelmente, alguns dirigentes conseguem culpar o Sindicato de Jogadores por estar a “patrocinar” estas atitudes.

Os senhores dirigentes deviam era estar a procurar soluções para pagar o que devem e, assim, cumprir os seus compromissos com os atletas.

Todos assinaram os contratos de livre vontade e, se não estão a ser cumpridos, a culpa não é, seguramente, dos jogadores.

O problema maior do nosso futebol é a incompetência dos nossos dirigentes que não sabem gerir os clubes com o dinheiro que têm e, “com mais olhos que barriga”, prometem e não cumprem.

Os dirigentes federativos e da Liga têm que pôr mão nisto: os clubes têm que ser obrigados (para além do pagamento de impostos) a dar garantias bancárias para os salários dos jogadores.

Por outro lado, talvez não fosse mal pensado reduzir o número de clubes por divisão (12 ou 14 equipas) e criar tectos salariais (ao estilo da NBA).

Por fim, os dirigentes dos clubes têm que ser pessoas capazes e não uns artolas que se servem do futebol para ganhar protagonismo e/ou “lavar dinheiro”.

domingo, novembro 20, 2005

O primeiro balanço

Joga-se este fim-de-semana a jornada 11 da Liga, o que quer dizer que está jogado o primeiro terço do campeonato.

Esta tem sido uma época de altos e baixos. Os três grandes já estiveram, alternadamente, na mó de cima e na mó de baixo.

Reafirmo o que já tinha escrito: o FC Porto, apesar das teimosias de Co Adriaanse, é a equipa que está melhor apetrechada para chegar ao título.

Os “dragões” reencontraram algum equilíbrio quando descobriram que no futebol também é preciso defender.

O Sporting, depois de ter despachado José Peseiro, só pode melhorar.

A questão é saber se, com novo presidente, administrador, director e treinador, consegue a estabilidade necessária para levar o barco de Alvalade a bom porto.

Por outro lado, continua a incógnita Paulo Bento que já fez coisas boas, mas que está a ter reacções inesperadas e que provam a sua inexperiência.

O Sporting de Braga, de Jesualdo Ferreira, está a comprovar que é, mesmo, candidato ao título e que o trabalho desenvolvido na época passada não foi por acaso.

Vamos ver como a equipa resiste à pressão, que cada vez será maior, e como se aguenta se continuarem as lesões que a têm afligido.

Já o Benfica volta a estar em situação delicada na tabela, já depois de ter conseguido um período de cinco vitórias consecutivas.

Os “encarnados” têm oito pontos de atraso, provam que têm um plantel curto que não “aguenta” a lesão de Simão.

Para além dos “grandes”, destaque colectivo para Nacional da Madeira e Vitória de Setúbal. Desilusão maior é o Vitória de Guimarães, mas também o Penafiel de Luís Castro.

O mercado de transferências reabre em Janeiro. Falaremos sobre isto daqui a algumas semanas.

As confirmações

O Benfica confirmou, esta noite, a crise de resultados desde que está sem Simão e o Braga confirmou que é, efectivamente, candidato ao título.

Depois do jogo desta noite no municipal de Braga há vários tópicos que convém realçar:

· A vitória da equipa de Jesualdo Ferreira é inquestionável
· O Sporting de Braga é líder da Liga com justiça
· A derrota do Benfica é inapelável e já são quatro jogos sem vencer
· Os “arsenalistas” jogaram para ganhar, os “encarnados” para não perder
· A exibição do árbitro João Ferreira é absolutamente lamentável
· A segunda parte do campeão nacional foi zero
· Simão e Quim não estavam a 100% e não deviam ter jogado
· Geovanni e Beto não jogaram mesmo

Posto isto, o Benfica recua até à quarta jornada e volta a ter oito pontos de atraso.

A situação complica-se para Koeman e ainda faltam muitos jogos até à reabertura do mercado. Terça-feira é "dia D" na Liga dos Campeões.

Espero que os dirigentes do Benfica venham agora comentar o penalty inventado de que beneficiaram em Braga.

Não nos podemos apenas queixar quando somos prejudicados e assobiar para o ar quando um lance nos beneficia. Já agora, o terceiro golo do Braga é fora de jogo, mas isso não altera o resultado.

segunda-feira, novembro 14, 2005

A lei da rolha

Num curto espaço de tempo dois jogadores do Benfica foram multados por prestarem declarações sem prévia autorização do clube.

Mantorras falou a um programa da SIC, com cachecol do Sporting ao pescoço, e Simão falou à Sporttv da possibilidade de sair em Janeiro. Resultado: ordenado mais leve no final do mês.

Ao que parece, no princípio da época, todos os jogadores do plantel são obrigados a assinar um documento em que as regras são explicadas.

Para mim, as situações dos dois jogadores são diferentes.

Por um lado, parece-me negativo, castrador, anti-democrático que os jogadores sejam impedidos de falar, sempre e quando o entenderem (já são crescidos, têm cabeça e até empresários para se aconselharem, por isso…).

Sou contra estas limitações aos jogadores, como sou, por exemplo, contra os estúpidos black-outs que os clubes usam e abusam sempre que lhes “dá jeito” por esta ou aquela razão.

Por outro lado, no entanto, não me parece nada bem que um jogador de determinado clube (no caso o Benfica) aparece com um ornamento de uma equipa rival (no caso o Sporting), especialmente estando consciente do que tinha assinado no início da temporada.

Agora, que o mal está feito, está na altura de seguir em frente. Os jogadores pagam a multa e o assunto deve morrer aqui. Penso que não se devem alimentar mais polémicas.

Já agora, só uma nota final: se o Benfica dá tanta importância às entrevistas que os seus jogadores dão, parece-me que falharam ao deixar o jovem Rui Nereu tão exposto após a partida em Villarreal. Se calhar, essa desatenção pagou-se em pontos e contos no jogo da “segunda mão” na Luz.

Outras bolas (3)

Depois de Ticha Penicheiro e Tiago Monteiro o terceiro destaque nesta secção vai para Vanessa Fernandes.

A atleta portuguesa, filha de Venceslau Fernandes (ciclista destacado dos anos 80), é o nome em grande destaque no triatlo mundial.

Apesar de ter apenas 19 anos, Vanessa Fernandes terminou o Mundial em quarto lugar, ficou nos primeiros lugares dos Jogos Olímpicos e, este ano, ganhou quatro provas da Taça Mundial.

Atenção que a jovem ganhou as quatro provas em que participou até ao momento, ou seja, tem 100% de aproveitamento.

O que é incrível é que Vanessa Fernandes, ao que parece por falta de verbas da Federação de Triatlo, não participou em mais nenhuma etapa da competição.

A questão que se coloca é: como é possível que não se dê condições a estes jovens que já provaram que são capazes de prestigiar-se, a si próprios e, já agora, ao país?

É que, para além, da Vanessa há outros jovens que já se destacaram nas respectivas modalidades (Emanuel Silva, na canoagem, Diana Gomes ou Tiago Venâncio, na natação, Nuno Merino, no trampolim, etc,etc) e que estão, ou deveriam estar já no plano “Pequim 2008”.

Será que estão? Será que tem condições de treino?

domingo, novembro 13, 2005

Rei de África

Não sou grande fã de Manuel José-treinador, mas é obrigatório reconhecer que o homem tem mérito.

O “seu” Al-Ahly conquistou a Liga dos Campeões africanos, a segunda sob o seu comando, e soma já mais de 50 jogos consecutivos sem perder.

Manuel José está a fazer um grande trabalho no Egipto e não é de modas: tem a melhor equipa africana do momento. Não sei se é verdade, o certo é que os resultados parecem darem-lhe razão.

Depois de em Portugal ter falhado em Sporting e Benfica, mas conseguido bons trabalhos em Leiria e Boavista, talvez Manuel José esteja no ponto para assumir um outro cargo num campeonato mais importante, ou mais mediático.

Seja qual for o seu futuro, seguramente, no Egipto vai ser tratado com todo o respeito. Vamos continuar a acompanhar a carreira do técnico e as suas picardias com o homem do momento: José Mourinho (pelo menos desde os tempos de Leiria).

sábado, novembro 05, 2005

“Cartão vermelho” (*)

Não, não vou falar sobre o “Ensaio sobre a Cegueira”, nem sobre nenhum outro livro de José Saramago, mas sobre o erro grosseiro da equipa de arbitragem no jogo de Alvalade.

Sim, porque o erro é da equipa de arbitragem. O senhor Augusto Duarte não se pode só desculpar com a falta de vista de António Neiva.

Quando na época passada se deu o polémico lance apitado por Olegário Benquerença (golo de Petit sobre o FC Porto que o árbitro não viu), muito se falou, muito se escreveu, muito se viu, mas nada se fez.

Agora, alguns meses passados, cá estamos outra vez, com um lance ainda mais evidente. Se algumas almas ainda têm dúvidas no primeiro lance, ninguém pode sequer pestanejar agora.

Estava 1-0, nunca saberemos o que aconteceria se tem sido validado o golo de Renato, o que sabemos é que seguramente tudo teria sido diferente.

Como sempre vai falar-se sobre este golo da União de Leiria (não tanto como o golo do Benfica porque não é um jogo grande e porque não há a mínima dúvida), mas nada se vai fazer.

Talvez o senhor Neiva fique, durante uma ou duas semanas, a ver (!?) o futebol pela televisão e… nada mais.

Gostaria, no entanto, de me solidarizar com o árbitro assistente. É que, se fosse eu que estivesse sem óculos, também não teria visto a bola dentro da baliza.

Notas finais:
· patética a imagem do fiscal de linha a limpar a vista enquanto fala com o árbitro após o lance;
· lamentáveis as declarações de Paulo Bento que quase justificou este erro com lances noutros jogos em que alegadamente terá sido prejudicado;
· o treinador ainda veio dizer que os outros [as outras equipas] são mais beneficiadas porque se “choram muito” (onde esteve Paulo Bento durante o “reinado” de Dias da Cunha?!);
· ficamos à espera que a comissão disciplinar da Liga, depois do sumaríssimo a Petit, faça o mesmo a Fábio Felício que ontem agrediu João Moutinho;


(*) Talvez esta se torne mais uma rubrica deste blog para analisar os erros grosseiros da arbitragem.

quinta-feira, novembro 03, 2005

“Febre amarela”

O Benfica perdeu em casa com o Villarreal e, pior do que isso, complicou muito as contas para a segunda fase da Liga dos Campeões.

É verdade que o jogo não foi grande coisa e que na primeira parte os espanhóis até foram superiores mas, por aquilo que fez no segundo tempo, a equipa da Luz merecia outro resultado.

Não aconteceu, é pena, mas é assim o futebol.

Que razões para esta derrota? Várias.

• Simão jogou tocado e a equipa ressentiu-se (muito) disso
• Geovanni não esteve em campo
• Karagounis não tem pernas para 90 minutos
• Nelson fez o pior jogo desde que está no Benfica
• Mantorras e João Pereira acrescentaram (?!) pouco à equipa
• Petit e Manuel Fernandes não podem fazer tudo
• Nereu teve culpa no golo sofrido, mas ninguém marcou o brasileiro
• O guarda-redes do Villarreal não foi “apertado”
• Nuno Gomes teve pouco jogo
• Não há Miccoli
• Koeman podia ter apostado em Karyaka

Agora, faltam dois jogos e a situação no “grupo D” está deveras “embrulhada” com o Lille também a entrar nas contas.

Faltam dois jogos (fora com os franceses e em casa com o Manchester United), objectivo: seis pontos… ou começam as contas.

quarta-feira, novembro 02, 2005

“Tudo ou (quase) nada”

O Benfica defronta, esta noite, aquele que é, em teoria, o seu adversário directo na qualificação para a segunda fase da “Champions”.

Por isso mesmo, só há um resultado possível: os “encarnados” têm que afundar o “submarino amarelo”.

Mas atenção, como a própria “alcunha” indica, o Villarreal é uma equipa “matreira”, que aparece e desaparece nos jogos, especialista no contra-ataque, com jogadores fortes na frente.

Qualquer equipa com Forlan, José Mari e Figueroa a serem servidos por Riquelme merece toda a atenção.

Para além disso, como já aqui se escreveu (“Sorriso amarelo”), o Benfica tem, por contingências (leia-se lacunas) do plantel, dificuldades em assumir o jogo, especialmente se tiver pela frente equipas semelhantes.

Sendo assim, da mesma forma que disse que o jogo com o Manchester United em Old Trafford era o mais fácil do grupo, digo agora que este é o mais difícil – o jogo do “Tudo ou (quase) nada”.

É certo que a defesa do Benfica está a funcionar bem, falta saber se consegue, mantendo essa consistência defensiva, prender o adversário atrás sem correr demasiados riscos nas costas.

Parece que Simão vai jogar e essa é a primeira boa notícia do dia. Falta saber em que condições estará o “capitão”.

Aliás, essa é uma dúvida que alastra a outros jogadores da equipa: como estão Geovanni ou Karagounis?

O plantel é curto – não é novidade - por isso, as “faltas” notam-se e muito (*).

(*) Nunca mais chega Janeiro, mas sobre isso falaremos num outro "post".

terça-feira, novembro 01, 2005

Afinal, quem tem Co tem medo

O FC Porto perdeu em Itália frente ao Inter de Milão (2-1) muito por culpa do seu técnico, que se amedrontou.

O treinador holandês, que apregoa o futebol de ataque e que não muda de atitude consoante o adversário, deu esta noite (mais) dois enormes tiros nos pés.

Depois de ter controlado na primeira parte, os “azuis e brancos” fizeram, ao contrário do que defende o treinador, duas substituições claramente de tracção atrás e não conseguiram aguentar-se.

Depois de ter dado a mão à palmatória – sem o admitir – após a derrota frente ao Benfica, em que fez mudanças para equilibrar a equipa, hoje o senhor Adriaanse errou nas substituições e perdeu o jogo por culpa própria.

No Guisepe Meazza, o senhor Adriaanse parecia um tal de Norton de Matos no estádio do Dragão.

Espero que Mancini lhe diga que, neste jogo, o Inter podia ter jogado sem guarda-redes.

PS: Como sempre, Co Adriaanse descarta qualquer responsabilidade na derrota.